Questões Sobre Período Entre-Guerras: Totalitarismos - História - concurso

O filme Os Rotschilds, produzido na Alemanha nazista em 1940, tinha como principal objetivo aprofundar a intolerância étnica, conforme indicado pela alternativa C. A obra, dirigida por Erich Waschneck, retratava a família Rothschild de forma estereotipada e difamatória, reforçando os preconceitos antissemitas propagados pelo regime nazista. Ao apresentar os judeus como figuras manipuladoras e exploradoras, o filme buscava justificar a perseguição e a marginalização dessa comunidade, alinhando-se à ideologia de superioridade racial defendida por Adolf Hitler.

A narrativa do filme, ambientada durante as guerras napoleônicas, sugeria que os judeus se beneficiavam do conflito e do sofrimento alheio, consolidando a imagem do "judeu como vilão" na mentalidade do público alemão. Essa estratégia de propaganda visava não apenas desumanizar os judeus, mas também criar um consenso social em torno das políticas de exclusão e violência que culminariam no Holocausto. Portanto, o propósito central da produção era alimentar o ódio étnico e consolidar o antissemitismo como parte integrante da doutrina nazista.

O texto em análise reflete claramente características do movimento fascista, conforme indicado pela ênfase no poder global da nação, na avaliação internacional das raças e na visão de um futuro marcado por conflitos e encruzilhadas históricas. A linguagem utilizada exalta a supremacia nacional e a competição entre povos, elementos centrais da ideologia fascista, que pregava a expansão do Estado e a hierarquização das nações como parte de um projeto de dominação. Além disso, a menção à "Europa em encruzilhada dos destinos" alude ao discurso de crise e regeneração típico do fascismo, que justificava ações autoritárias em nome da grandeza nacional. A citação, portanto, está alinhada com os princípios do fascismo, diferenciando-se de outros movimentos como o modernismo, socialismo, positivismo ou liberalismo, que não compartilham essa visão expansionista e belicista.

O futurismo, movimento artístico e cultural liderado por Filippo Tommaso Marinetti no início do século XX, e o fascismo de Benito Mussolini, regime político que dominou a Itália nas décadas seguintes, compartilharam elementos ideológicos que os aproximaram em diversos aspectos. A alternativa correta, E), aponta para a glorificação da guerra e da velocidade como um traço comum entre ambos, refletindo uma visão de mundo que exaltava a ação, a força e o progresso tecnológico.

O Manifesto Futurista, publicado por Marinetti em 1909, celebrava a violência, a agressividade e a velocidade como símbolos da modernidade. Essa exaltação da guerra como "única higiene do mundo" e a paixão pela tecnologia militar e industrial encontraram eco no discurso fascista de Mussolini, que também enaltecia a guerra como meio de regeneração nacional e afirmava a superioridade da ação sobre a reflexão. Ambos os movimentos viam na guerra e nos avanços técnicos uma forma de romper com o passado e impor uma nova ordem.

Enquanto o futurismo buscava demolir artisticamente as tradições, o fascismo incorporou essa retórica em sua política expansionista e militarista. A velocidade, representada por máquinas como carros e aviões, era um símbolo da modernidade para os futuristas e foi apropriada pelo regime fascista como demonstração de poder e eficiência. Dessa forma, a alternativa E) capta com precisão a convergência ideológica entre os dois movimentos, que, apesar de suas diferenças, compartilharam uma visão belicista e tecnocrática da sociedade.

O fascismo, conforme apontado por Renzo de Felice, consolidou-se por meio de estratégias específicas, como a construção de um discurso ideológico marcado por um conservadorismo de fundo, combinado com medidas assistenciais, e o fortalecimento de um aparato militar. Esses elementos foram fundamentais para sua ascensão e manutenção no poder.

Ao analisar as opções apresentadas, a alternativa que melhor caracteriza o fascismo como regime político é a E), que o descreve como um regime de massa, estruturado em torno do partido único e sustentado pelo controle da informação e da propaganda. Essa definição reflete a natureza autoritária e centralizadora do fascismo, que buscava mobilizar as massas por meio de um aparato ideológico rígido e da supressão de dissidências.

As demais alternativas não correspondem às características essenciais do fascismo. O regime não era organizado por conselhos populares (A), nem promovia solidariedade entre trabalhadores e governantes (B). Também não defendia igualdade econômica ou supremacia de povos antigos (C), e, embora apresentasse um discurso revolucionário, não era anticapitalista (D). O fascismo, na verdade, aliou-se a setores da elite econômica e industrial, mantendo uma estrutura hierárquica e excludente.

A posição assumida pela Unesco em 1948, após a Declaração Universal dos Direitos Humanos, foi profundamente influenciada pelos horrores cometidos durante a Segunda Guerra Mundial, em especial o Holocausto. O extermínio sistemático de judeus, eslavos e outras minorias em guetos e campos de concentração nazistas expôs as consequências extremas do racismo científico e da ideologia da superioridade racial. Esses eventos recentes e traumáticos levaram a comunidade internacional, incluindo cientistas europeus, a rejeitar as doutrinas racistas e a enfatizar a unidade do gênero humano.

A alternativa correta, portanto, é a D), que menciona especificamente as execuções em massa realizadas pelo regime nazista. Enquanto outros eventos listados (como o ataque a Pearl Harbor, a Guerra Fria ou as bombas atômicas) foram marcantes, foram os crimes contra a humanidade baseados em pseudociências raciais que motivaram a Unesco a desconstruir tais ideologias e promover estudos que refutassem o racismo.

O período Entre-Guerras (1918-1939) foi marcado por profundas transformações políticas e sociais na Europa, especialmente com a ascensão de regimes autoritários que se opunham tanto ao liberalismo quanto ao socialismo marxista. Na Itália, o Partido Nacional Fascista, liderado por Benito Mussolini, assumiu o poder em 1922, enquanto na Alemanha, o Partido Nazista, sob comando de Adolf Hitler, consolidou-se em 1933. Ambos os regimes compartilhavam características fundamentais, como a supressão de direitos individuais e a centralização do poder no Estado.

A alternativa correta, conforme o gabarito, é a letra D), pois tanto o fascismo italiano quanto o nazismo alemão promoveram a restrição de liberdades civis, a eliminação da pluralidade partidária e a subordinação da sociedade aos interesses do Estado. Esses regimes eram antiliberais e antissocialistas, mas não defendiam o laissez-faire (A), nem buscaram aliança com o comunismo (B). Também não socializaram os meios de produção (C), pois mantiveram uma economia controlada pelo Estado sem abolir as classes sociais. Quanto à alternativa E, ambos os líderes utilizaram discursos nacionalistas e de apelo às massas, não havendo divergência nesse aspecto.

Portanto, a análise histórica confirma que o fascismo e o nazismo foram regimes totalitários que priorizaram o controle absoluto do Estado sobre a sociedade, eliminando qualquer forma de oposição política e cerceando as liberdades fundamentais.

A propaganda no regime nazista foi uma ferramenta central para a manipulação das massas e a consolidação do poder de Adolf Hitler. Como destacado no trecho de Alcir Lenharo, a estratégia propagandística nazista era cuidadosamente elaborada para atingir o público de forma emocional, simplificando a mensagem e apelando para sentimentos primários, como o medo e o ódio.

O objetivo principal era criar um inimigo comum – representado por grupos como judeus, negros, homossexuais e ciganos – e canalizar a frustração e o ressentimento da população alemã contra esses alvos. Dessa forma, a alternativa C) está correta, pois a propaganda nazista realmente incentivava o ódio contra minorias, utilizando discursos maniqueístas que dividiam o mundo entre "nós" (os arianos puros) e "eles" (os supostos inimigos da nação).

As outras alternativas não correspondem à realidade histórica. A propaganda nazista não se restringia a poucos pontos (alternativa B)), mas sim a um amplo espectro de temas, incluindo culto ao líder, militarização e expansionismo. Além disso, longe de ser contraposta a eventos suntuosos (alternativa A)), a propaganda se valia justamente de grandes espetáculos, como os comícios de Nuremberg, para impressionar e mobilizar as massas. Por fim, o cinema e a arte não resistiram ao regime (alternativa D)), sendo instrumentalizados pelo Ministério da Propaganda de Joseph Goebbels para difundir a ideologia nazista.

Portanto, a propaganda nazista foi um mecanismo eficaz de controle social, baseado na simplificação da mensagem, na repetição incansável de slogans e na exploração de emoções primárias, consolidando o apoio popular ao regime através do medo e da exclusão.

O totalitarismo, conforme analisado por Hannah Arendt, apresenta características distintas que o diferenciam de outras formas de opressão política. A seguir, uma análise das afirmativas sobre suas principais características:

(V) A destruição da esfera pública, isto é, destruir através do isolamento das pessoas de suas capacidades políticas.
Verdadeiro. O totalitarismo busca aniquilar o espaço público e a capacidade política dos indivíduos, isolando-os e eliminando qualquer forma de ação coletiva autônoma.

(V) Os habitantes de um país totalitário são enquadrados bilateralmente: ou são carrascos ou são vítimas da sua lei inseparável.
Verdadeiro. O sistema totalitário opera sob uma lógica maniqueísta, onde os indivíduos são forçados a se adaptar tanto ao papel de opressor quanto ao de oprimido, dependendo das necessidades do regime.

(F) O reforço da esfera privada, promovendo a solidão e fazendo surgir o sentimento de pertencimento ao mundo.
Falso. O totalitarismo não reforça a esfera privada, mas sim a destrói, substituindo-a por um controle absoluto do Estado. A solidão é instrumentalizada para fragilizar os laços sociais, não para criar pertencimento.

(V) O totalitarismo é uma forma de governo cuja essência baseia-se no terror e cujo princípio de ação é a lógica do pensamento ideológico.
Verdadeiro. O terror é o mecanismo central do totalitarismo, sustentado por uma ideologia rígida que justifica a supressão de qualquer dissidência.

(V) A introdução de um princípio inteiramente novo no terreno das "coisas-públicas" que dispensa, inteiramente, o desejo humano de agir.
Verdadeiro. O totalitarismo substitui a ação política autônoma por um sistema que anula a vontade individual, submetendo tudo à lógica do regime.

Portanto, a sequência correta é C) V, V, F, V, V, conforme o gabarito indicado.

Quanto às características gerais que identificam dois dos regimes totalitários do período entre-guerras, nomeadamente o Fascismo e o Nazismo, é correto afirmar que ambos apresentam o/a, exceto:

• A) Hipertrofia do Poder Executivo.
• B) Antissemitismo.
• C) Nacionalismo.
• D) Anticomunismo.
• E) Militarismo.

O gabarito correto é B).

O caso do jovem preso por planejar um massacre na Universidade de Brasília (UnB) revela uma preocupante conexão com grupos neonazistas, evidenciando a persistência de ideologias extremistas na sociedade contemporânea. A atuação desses grupos, que pregam o ódio contra minorias como negros, homossexuais e judeus, remete diretamente ao regime nazista (1933-1945), um dos períodos mais sombrios da história moderna.

O nazismo, liderado por Adolf Hitler, era baseado em princípios como o nacionalismo exacerbado e a intolerância racial, religiosa e social. Essas características estão claramente alinhadas com a alternativa D) o nacionalismo e a intolerância, que é a resposta correta. O regime nazista não defendia o pluripartidarismo (alternativa A), pois era um sistema totalitário e unipartidário. Também não promovia o internacionalismo (alternativa B), já que sua visão era centrada na superioridade da nação alemã. Da mesma forma, o nazismo não tinha relação com a democracia (alternativa C), pois suprimia qualquer forma de liberdade política. Por fim, a guerra era um meio, não um fim em si mesmo, e a diversidade cultural (alternativa E) era rejeitada violentamente pelo discurso de pureza racial.

Esse episódio serve como um alerta sobre a necessidade de combater ideologias extremistas que ainda encontram eco em pequenos grupos. A educação e a conscientização são ferramentas essenciais para evitar que discursos de ódio e intolerância se propaguem, garantindo uma sociedade mais justa e igualitária.