Questões Sobre Período Entre-Guerras: Totalitarismos - História - concurso

O fascismo foi um movimento político autoritário que surgiu na Itália no período pós-Primeira Guerra Mundial, caracterizado por sua natureza antidemocrática e totalitária. Analisando as premissas políticas apresentadas, é possível identificar os aspectos centrais dessa ideologia.

A primeira afirmação (I) está correta, pois o fascismo defendia uma visão anti-individualista, subordinando os interesses do indivíduo ao Estado e à coletividade. Essa característica era essencial para a construção de uma sociedade homogênea e controlada pelo regime.

A terceira afirmação (III) também está correta, já que o fascismo atribuía ao Estado um papel fundamental na educação e na formação espiritual dos cidadãos, visando moldar a sociedade de acordo com seus ideais. Essa abordagem reforçava o controle estatal sobre todas as esferas da vida.

Por outro lado, a segunda afirmação (II) está incorreta porque o fascismo pregava um Estado centralizado e hierárquico, não descentralizado. A quarta afirmação (IV) é completamente equivocada, pois o fascismo rejeitava explicitamente a democracia liberal e seus princípios.

Portanto, a alternativa correta é A) I e III, que identifica com precisão os princípios fundamentais do fascismo como movimento político autoritário e totalitário.

O medo, como abordado por Jean Delumeau em sua obra História do Medo no Ocidente, é um fenômeno histórico que permeia diferentes sociedades e contextos, manifestando-se de formas variadas. A partir da análise das afirmativas apresentadas, é possível identificar como o medo foi instrumentalizado ou surgiu em distintos momentos históricos.

A afirmativa I está correta, pois a Contrarreforma, com sua intensa repressão às práticas consideradas pagãs ou heréticas, ampliou o temor em relação à bruxaria. A Igreja Católica, ao associar tais práticas ao demônio, alimentou um clima de terror e perseguição, especialmente entre os séculos XVI e XVII.

A afirmativa II também está correta, já que os regimes totalitários do século XX, como o nazismo e o stalinismo, utilizaram o medo como ferramenta de dominação. Por meio de aparatos repressivos eficientes e violentos, esses Estados controlaram populações inteiras, disseminando o terror como forma de manter o poder.

A afirmativa III é igualmente válida, pois o imaginário europeu no início do século XV estava repleto de lendas sobre criaturas monstruosas e perigos desconhecidos no oceano. Essa falta de conhecimento geográfico, somada a narrativas fantásticas, contribuiu para que o mar fosse visto com grande temor.

Já a afirmativa IV está incorreta. Embora o Grande Medo tenha sido um episódio marcante da Revolução Francesa, caracterizado por revoltas camponesas contra a aristocracia, não se tratou de ações coordenadas ou violentas dirigidas especificamente contra os senhores de terras. Foi, na verdade, um movimento mais espontâneo e descentralizado, motivado por rumores e inseguranças.

Portanto, as afirmativas corretas são I, II e III, correspondendo à alternativa C.

O fascismo foi um movimento político autoritário que surgiu na Itália no período pós-Primeira Guerra Mundial, caracterizado por sua natureza antidemocrática e antiliberal. Analisando as premissas apresentadas, é possível identificar quais afirmações estão corretas de acordo com a ideologia fascista.

A primeira afirmação (I) está correta, pois o fascismo defendia uma visão anti-individualista, subordinando os interesses do indivíduo ao Estado e à coletividade. Essa perspectiva era central na doutrina fascista, que pregava a obediência absoluta ao líder e ao regime.

A segunda afirmação (II) está incorreta, já que o fascismo propunha um Estado altamente centralizado e hierárquico, não descentralizado. O corporativismo fascista não implicava autonomia dos órgãos estatais, mas sim o controle rígido sobre todas as esferas da sociedade.

A terceira afirmação (III) está correta, pois o fascismo atribuía ao Estado o papel de educador e formador dos valores espirituais da nação. A educação era vista como instrumento de doutrinação e fortalecimento da ideologia fascista.

A quarta afirmação (IV) está claramente incorreta, uma vez que o fascismo rejeitava frontalmente a democracia liberal e seus princípios. O movimento era explicitamente antidemocrático e contrário às teorias políticas liberais.

Portanto, as únicas afirmações corretas são I e III, tornando a alternativa A) a resposta certa. O fascismo representou uma forma radical de autoritarismo que negava os valores democráticos e exaltava o Estado totalitário como força unificadora da nação.

Em março de 2014, o Senado Federal brasileiro discutiu a aprovação de uma lei antiterrorismo, gerando debates acalorados sobre a definição de terrorismo e seus limites. Esse contexto histórico nos leva a refletir sobre como o poder instituído, em diferentes momentos, utilizou o terror como instrumento de controle e repressão. Analisando as afirmativas apresentadas, é possível identificar padrões recorrentes na relação entre Estado e violência política.

A primeira afirmativa aborda o período do Terror durante a Revolução Francesa, quando o governo jacobino, liderado por Robespierre, perseguiu sistematicamente seus opositores, incluindo antigos aliados revolucionários. Essa fase demonstra como um regime revolucionário pode se transformar em um aparato de repressão interna, usando o medo como ferramenta de manutenção do poder.

A segunda afirmativa trata do terror de Estado no regime nazista, que institucionalizou a violência contra diversos grupos, especialmente judeus, comunistas e outras minorias. O nazismo criou um sistema de vigilância permanente e terror generalizado, mostrando como um Estado pode usar o aparato legal para justificar a perseguição em massa.

A terceira afirmativa refere-se às ditaduras latino-americanas do século XX, onde governos militares classificavam toda oposição como "terrorista" para legitimar sua repressão. Esse fenômeno revela como o conceito de terrorismo pode ser manipulado politicamente para criminalizar a dissidência.

A quarta afirmativa, no entanto, contém imprecisões históricas. A chamada "Guerra ao Terror" foi iniciada pelos EUA após os ataques de 11 de setembro de 2001, não após a Segunda Guerra Mundial, e não foi um esforço conjunto com a URSS contra neonazistas. Portanto, essa afirmação não corresponde à realidade histórica.

Assim, as afirmativas 1, 2 e 3 apresentam análises corretas sobre a relação entre poder estatal e terror em diferentes contextos históricos, enquanto a afirmativa 4 contém distorções factuais. Essa análise nos permite compreender como o conceito de terrorismo tem sido instrumentalizado ao longo da história, muitas vezes servindo mais a interesses políticos do que a uma genuína proteção da sociedade.

O período entreguerras foi marcado pela ascensão de regimes totalitários, como o nazismo na Alemanha e o fascismo na Itália. Esses movimentos políticos compartilhavam certas características, mas também possuíam diferenças significativas. Analisando as afirmativas sobre esses regimes, podemos identificar quais são verdadeiras (V) e quais são falsas (F).

A primeira afirmativa indica que os movimentos totalitários combatiam o liberalismo e o marxismo, opondo a eles um discurso nacionalista. Isso é verdadeiro, pois tanto o nazismo quanto o fascismo rejeitavam a democracia liberal e o socialismo marxista, defendendo um Estado forte e um nacionalismo extremado.

A segunda afirmativa afirma que ambos os regimes receberam amplo apoio das camadas mais pobres da população. Isso também é verdadeiro, pois exploraram o descontentamento popular pós-Primeira Guerra Mundial, prometendo emprego, ordem e grandeza nacional.

A terceira afirmativa, que diz que o fascismo não criou um aparato estatal de propaganda, é falsa. Mussolini, assim como Hitler, investiu pesadamente em máquinas de propaganda para controlar a informação e manipular a opinião pública.

A quarta afirmativa, sobre a ênfase na questão racial, é verdadeira. Enquanto o nazismo tinha a raça como elemento central de sua ideologia, o fascismo italiano inicialmente dava menos importância a esse aspecto, embora posteriormente tenha adotado políticas racistas.

Por fim, a quinta afirmativa, que limita a influência desses regimes à Alemanha e Itália, é falsa. O nazismo e o fascismo inspiraram movimentos similares em vários países europeus e até nas Américas.

Portanto, a sequência correta é: V - V - F - V - F, correspondente à alternativa B.

O trecho de É isto um homem?, de Primo Levi, descreve de forma visceral a chegada ao campo de concentração de Auschwitz, capturando a desumanização e o terror enfrentados pelos prisioneiros. A narrativa não apenas expõe as condições brutais do campo, mas também a profunda angústia psicológica imposta pelo regime nazista.

A frase "ARBEIT MACHT FREI" ("o trabalho liberta"), ironicamente inscrita no portão, simboliza a perversidade do sistema, que prometia falsa esperança enquanto condenava milhões à morte. A sede extrema, a água contaminada e a atmosfera de espera infinita por um "algo terrível" que nunca chega explicitamente ilustram o inferno cotidiano vivido pelos prisioneiros. Levi retrata não apenas o sofrimento físico, mas a tortura mental de uma existência reduzida à impotência e ao desespero.

A alternativa correta, E), sintetiza essa realidade: a sensação de horror, angústia e submissão era a essência da experiência nos campos. Não havia espaço para culpa (A), alívio (B), expectativa de dignidade (C) ou colaboração (D) — apenas a esmagadora consciência de estar preso em um mecanismo de destruição metódica. A genialidade de Levi está em transformar seu testemunho em um alerta universal sobre os limites da humanidade quando confrontada com a barbárie.

Com base no texto fornecido, é possível analisar o papel do cinema durante o regime nazista na Alemanha. O cinema não era apenas uma forma de entretenimento, mas sim uma ferramenta estratégica de propaganda, utilizada para disseminar os ideais do regime e manipular a opinião pública.

O trecho menciona que, durante os doze anos de domínio nazista, foram produzidos 1.350 longas-metragens, abrangendo diversos gêneros, como comédias românticas, musicais e operetas. No entanto, também havia filmes que exaltavam valores do regime, como o racismo e a xenofobia, além de produções que retratavam a opressão sofrida por minorias alemãs em outros países, como no caso do filme A Volta (1941).

Essas produções cinematográficas serviam para reforçar a ideologia nazista, criando narrativas que justificavam as ações do regime e incentivavam o sentimento de superioridade racial. O cinema, portanto, não estava desconectado da máquina de propaganda nazista, mas era uma peça fundamental para sua consolidação.

Dentre as alternativas apresentadas, a que melhor se adequa à análise é a D), pois o texto deixa claro que o cinema foi instrumentalizado pelo regime nazista como um meio de propaganda, disseminando seus valores e influenciando a população. As outras alternativas não refletem adequadamente o conteúdo apresentado no trecho, seja por abordar temas não mencionados (como o "espaço vital" ou os semitas) ou por sugerir uma inovação política que não é destacada no texto.

"A crise econômica alemã agravou-se profundamente a partir da segunda metade de 1930, e os desempregados chegaram a mais de três milhões de pessoas, o dobro do ano anterior."

Alcir Lenharo. Nazismo, o triunfo da vontade. São Paulo: Ática, 1986, p. 25.

Entre os elementos relacionados à crise econômica alemã no final da década de 1920, podem-se citar:

• A) as disputas políticas entre as principais cidades alemãs e a chegada do partido nazista ao poder.
• B) o crescimento das taxas de desemprego e o êxodo rural provocado pelo declínio da produção agrícola.
• C) as sucessivas greves e protestos dos setores de esquerda do operariado e a precária industrialização do país.
• D) os conflitos de rua protagonizados pelas divisões de assalto do partido nazista e a pressão política da Comunidade Europeia.
• E) o êxodo urbano e a carência de capitais nacionais a serem investidos na indústria.

O gabarito correto é B).

Indique a alternativa correta ao descrever, respectivamente: o significado de III Reich, quem é seu fundador, em qual contexto emerge e quando termina.

O III Reich, também conhecido como Terceiro Império Alemão, foi um regime totalitário liderado por Adolf Hitler e pelo Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Partido Nazista). Ele emergiu no contexto da crise econômica e política da Alemanha após a Primeira Guerra Mundial, consolidando-se plenamente com o início da Segunda Guerra Mundial. Seu fim ocorreu em 1945, com a derrota nazista pelas forças aliadas.

A alternativa correta é a D), pois descreve com precisão o III Reich como o "Império Alemão", fundado por Adolf Hitler à frente do Partido Nacional Socialista. Além disso, contextualiza corretamente seu surgimento no âmbito da Segunda Guerra Mundial e seu término em 1945, com a derrota nazista.

As demais alternativas apresentam informações incorretas, como a associação do nazismo com o comunismo (B), a ligação direta de Hitler com Stalin (C) ou a confusão entre Primeira e Segunda Guerra Mundial (A). Portanto, a resposta correta é D).

O trecho citado de Marc Bloch, em sua obra Apologia da História ou o ofício do historiador, revela uma perspectiva profundamente humanista em sua abordagem da história. A metáfora do ogro que fareja carne humana para encontrar sua caça ilustra a ideia de que o historiador deve buscar compreender os seres humanos em sua complexidade, suas ações, motivações e experiências. Essa visão contrasta diretamente com as ideologias desumanizantes do nazismo e do fascismo, que dominavam o contexto em que Bloch escrevia.

Bloch, mesmo em meio à perseguição e à violência extremas, reafirma o valor da humanidade como centro do estudo histórico. Sua teoria recusa a redução do indivíduo a categorias abstratas ou a instrumentos de ideologias totalitárias. Em vez disso, ele defende uma história que reconheça a dignidade, a agência e a pluralidade das pessoas — princípios fundamentais do humanismo. A obra, escrita em condições de extrema adversidade, serve não apenas como um manual do ofício do historiador, mas também como uma resistência intelectual contra a desumanização promovida pelo regime nazista.

Portanto, a afirmação de que a comparação feita por Bloch exprime uma teoria da história de vocação essencialmente humanista está correta. Sua abordagem reforça o compromisso com a compreensão dos homens no tempo, opondo-se às correntes que negavam a humanidade em nome de dogmas políticos. O gabarito C) CERTO é, assim, justificado pela leitura atenta do pensamento de Bloch e do contexto em que ele produziu sua obra.