Questões Sobre Período Entre-Guerras: Totalitarismos - História - concurso

Para Hegel, a razão é a relação interna e necessária entre as leis do pensamento e as leis do real. Assim, ela é a unidade entre a razão subjetiva e a razão objetiva. Hegel denominou essa unidade de espírito absoluto.

Dessa forma, um evento real pode expressar e ser resultado das ideias que o precedem. Um exemplo da objetivação dessas ideias é a ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder, representando o ideal iluminista de igualdade social.

Napoleão emergiu em um contexto histórico marcado pela Revolução Francesa, que propagou valores como liberdade, fraternidade e igualdade. Sua figura encarnou, em parte, esses ideais iluministas, mesmo que seu governo posterior tenha assumido características autoritárias. A opção correta, portanto, é a alternativa C), pois ilustra a materialização de conceitos filosóficos no plano político e social, conforme a dialética hegeliana.

Nos anos 1990, movimentos sociais violentos ganharam expressão pública na Alemanha, ao se apropriarem de algumas das práticas político-culturais nazistas, levando a sociedade civil, mais uma vez, a refletir sobre sua experiência no entreguerras. Tal apropriação explica-se:

• A) pelo panorama de crise causado pela unificação europeia, que frustrou a juventude já impactada pelas mudanças advindas do processo de globalização.
• B) pela desmobilização do discurso conservador, que conduziu a um vazio político ocupado pelas novas gerações desqualificadas para o mercado de trabalho.
• C) pela propaganda política preconceituosa presente nos meios de comunicação, que justificava o ódio racial ao trabalhador estrangeiro.
• D) pelo desequilíbrio econômico interno, que intensificou o clima de revanchismo da Alemanha para com os outros países europeus.
• E) pela percepção comum da fraqueza administrativa do Estado alemão unificado, que foi obrigado a conviver sob a tutela da Comunidade Econômica Europeia.

O gabarito correto é A).

O texto apresentado aborda a perseguição judicial a criminosos nazistas na atualidade, destacando a frustração de Efraim Zuroff, conhecido como o maior caçador de nazistas do mundo, diante da morte de Adolf Storms sem que este fosse julgado. A partir dessa introdução, o texto propõe uma reflexão sobre o Nazismo alemão do século XX, apresentando quatro afirmativas sobre suas características e contexto histórico.

A afirmativa I está correta, pois o governo nazista, de fato, implementou políticas econômicas que estimularam setores como a agricultura, a indústria de base e, principalmente, a indústria bélica. Essas medidas contribuíram para a redução do desemprego e desafiaram abertamente as restrições impostas pelo Tratado de Versalhes.

A afirmativa II está incorreta. Hitler não assumiu o cargo de presidente da Alemanha, mas sim o de chanceler, em 1933, e posteriormente consolidou seu poder como Führer após a morte do presidente Hindenburg em 1934. Além disso, a ascensão de Hitler ao poder não ocorreu por meio de uma vitória esmagadora em eleições populares, mas sim através de manobras políticas e da exploração do sistema democrático da República de Weimar.

A afirmativa III está correta. O termo III Reich foi amplamente utilizado pela propaganda nazista para se referir ao regime de Hitler como uma continuação dos dois grandes impérios alemães anteriores: o Sacro Império Romano-Germânico (Primeiro Reich) e o Império Alemão sob a dinastia Hohenzollern (Segundo Reich).

A afirmativa IV está incorreta. O nazismo não apenas proclamava a suposta superioridade da raça ariana, mas também defendia a necessidade de dominar e, em muitos casos, exterminar as "raças inferiores", conforme expresso na ideologia racial nazista e materializado no Holocausto.

Portanto, as afirmativas corretas são I e III, correspondendo à alternativa C).

O trecho citado de Minha Luta, de Adolf Hitler, reflete a retórica nacionalista e revanchista que caracterizou o discurso nazista no período entre as duas Guerras Mundiais. A Alemanha, derrotada na Primeira Guerra Mundial, enfrentava uma profunda crise econômica, política e social, cenário que foi amplamente explorado pelo Partido Nazista para ascender ao poder.

Quando Hitler menciona que a nação alemã "está em colapso", ele se refere ao caos econômico e financeiro que assolou o país após o conflito. A hiperinflação, o desemprego em massa e a desvalorização da moeda alemã marcaram os anos da República de Weimar, criando um ambiente de instabilidade e desespero na população. A derrota na guerra e as pesadas reparações impostas pelo Tratado de Versalhes (1919) agravaram ainda mais a situação, minando a capacidade de recuperação do país.

Já a expressão "espezinhada por todo mundo" faz alusão às condições humilhantes impostas pelos vencedores da Primeira Guerra, especialmente através do Tratado de Versalhes. O documento não apenas atribuía total responsabilidade pela guerra à Alemanha, como também impunha perdas territoriais, limitações militares e indenizações exorbitantes. Essas medidas alimentaram um sentimento de injustiça e revanchismo entre os alemães, que se sentiram traídos e humilhados pela comunidade internacional.

A alternativa A é a que melhor justifica essas expressões, pois relaciona diretamente o colapso econômico alemão ao período pós-guerra e a sensação de humilhação nacional às cláusulas punitivas dos tratados de 1919. O discurso de Hitler capitalizou esse ressentimento, prometendo restaurar a grandeza da Alemanha e vingar as "afrontas" sofridas, elementos centrais para a ascensão do nazismo.

Na análise da história mundial, especialmente no contexto do século XX, é fundamental compreender a natureza dos regimes políticos que surgiram durante esse período. O fascismo e o nazismo, mencionados no texto, representaram justamente o oposto de regimes abertos e democráticos. Ambos foram sistemas totalitários, marcados pela supressão das liberdades individuais, pelo controle absoluto do Estado sobre a sociedade e pela perseguição violenta a opositores e minorias.

O fascismo, implantado na Itália por Benito Mussolini, e o nazismo, liderado por Adolf Hitler na Alemanha, basearam-se em ideologias autoritárias, nacionalismo extremo e expansionismo militar. Esses regimes eliminavam qualquer forma de dissidência, censuravam a imprensa e utilizavam propaganda massiva para manipular a população. Além disso, promoveram políticas de exclusão e genocídio, como o Holocausto no caso do nazismo.

Portanto, afirmar que o fascismo e o nazismo foram exemplos de regimes abertos e democráticos é um equívoco grave. A resposta correta é E) ERRADO, pois esses sistemas foram emblemáticos pela sua opressão e rejeição aos princípios democráticos que caracterizam sociedades livres.

O período entre as duas guerras mundiais foi um momento de profunda transformação política na Europa, marcado pelo surgimento e consolidação de regimes autoritários e totalitários. A ascensão do fascismo, do nazismo e de outras formas de ditadura alterou o equilíbrio de poder no continente, criando as condições para a eclosão da Segunda Guerra Mundial.

No entanto, a afirmação de que Espanha, Portugal, Polônia, Iugoslávia e Hungria adotaram regimes fascistas que não sobreviveram ao pós-guerra está incorreta. Embora esses países tenham vivido sob governos autoritários, nem todos podem ser classificados como fascistas no sentido estrito do termo. Além disso, alguns desses regimes, como os de Portugal e Espanha, sobreviveram por décadas após o fim da guerra.

O regime de Salazar em Portugal, por exemplo, manteve-se no poder até 1974, enquanto o franquismo na Espanha só terminou com a morte de Franco em 1975. Já na Polônia, Iugoslávia e Hungria, os regimes autoritários do período entreguerras foram substituídos por governos comunistas após a guerra, sob influência soviética, e não por democracias aliadas.

Portanto, a afirmação contém imprecisões históricas tanto na classificação dos regimes quanto em sua duração, justificando a marcação da alternativa E) ERRADO.

O período entre as duas guerras mundiais foi um momento de profunda transformação política e social, marcado pelo surgimento de regimes totalitários que alteraram o curso da história. Entre esses regimes, o nazismo na Alemanha se destacou por sua ideologia radical, que incluía o racismo como um de seus pilares centrais. No entanto, embora o racismo fosse uma característica marcante do nazismo, ele não era um elemento comum a todos os regimes fascistas da época.

O fascismo italiano, por exemplo, liderado por Benito Mussolini, não adotou o racismo como uma política de Estado em sua fase inicial. Sua doutrina estava mais focada no nacionalismo extremo, no culto ao líder e na supressão das liberdades individuais. O antissemitismo e outras formas de discriminação racial só foram incorporados mais tarde, sob influência da Alemanha nazista. Portanto, afirmar que o totalitarismo nazista se aproximava dos demais regimes fascistas pela adoção do racismo como política de Estado é incorreto, já que essa não era uma característica intrínseca a todos eles.

Dessa forma, o gabarito correto para a afirmação apresentada é E) ERRADO, pois o racismo não era um traço unificador entre o nazismo e os outros regimes fascistas, mas sim uma particularidade do regime hitlerista.

O período entre as duas guerras mundiais foi um momento de profunda transformação política e social na Europa, marcado pelo surgimento e ascensão de regimes totalitários. A Itália, em particular, passou por uma mudança radical em sua estrutura política após a Primeira Guerra Mundial, afastando-se do liberalismo democrático e adotando o fascismo como regime de governo.

Embora tenha sido um dos países vitoriosos na Primeira Guerra Mundial, a Itália enfrentou graves crises econômicas e sociais no pós-guerra, criando um ambiente propício para a ascensão de Benito Mussolini e do Partido Nacional Fascista. Já na década de 1920, o fascismo se consolidou no poder através de métodos violentos e repressivos, incluindo a perseguição a opositores políticos e a supressão de liberdades civis.

O texto afirma que o fascismo não encontrou resistência organizada significativa na Itália, o que é historicamente correto. A fragilidade das instituições democráticas, somada à incapacidade dos partidos tradicionais e dos movimentos de esquerda de se unirem contra a ameaça fascista, permitiu que Mussolini estabelecesse uma ditadura totalitária sem grandes obstáculos.

Portanto, a afirmação apresentada está correta, e o gabarito C) CERTO é o adequado. A Itália, de fato, afastou-se das democracias liberais na década de 1920, tornando-se um Estado fascista sem enfrentar uma resistência organizada eficaz.

O século XX foi marcado por uma intensa disputa entre regimes políticos autoritários e sistemas democráticos, com ideologias concorrentes moldando o cenário global. Entre as alternativas apresentadas, a opção correta é a letra A, que afirma:

"O ideário liberal e democrático serviu, no século XX, como alternativa política aos regimes fechados, muito embora tenha havido dificuldades para serem universalizadas suas características por todo o mundo."

Essa afirmação está correta porque, apesar dos desafios enfrentados pelas democracias liberais – como a ascensão do fascismo, do nazismo e do socialismo autoritário –, elas se consolidaram como um modelo político alternativo aos regimes fechados. No entanto, sua implementação global enfrentou obstáculos, como resistências culturais, conflitos geopolíticos e desigualdades socioeconômicas.

As demais alternativas apresentam equívocos históricos:

• B) O fascismo não se esgotou completamente após a Segunda Guerra, pois elementos de sua retórica e práticas persistiram em movimentos ultranacionalistas e autoritários.
• C) Tanto o fascismo quanto o socialismo soviético utilizaram amplamente a propaganda como ferramenta de controle e legitimação.
• D) O nazismo teve significativa adesão popular na Alemanha e cooptou setores tradicionais, como empresários e militares.
• E) O continente americano também viu a ascensão de regimes autoritários, como o Estado Novo no Brasil e governos militares em outros países.

Portanto, a alternativa A é a única que reflete com precisão a relação entre democracia liberal e autoritarismo no século XX.