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Leia o texto para responder à questão.      Prova da barbárie e, para alguns, da natureza não humana do ameríndio, a antropofagia condenava as tribos que a praticavam a sofrer pelas armas portuguesas a “guerra justa”.      Nesse contexto, um dos autores renascentistas que escreveram sobre o Brasil, o calvinista francês Jean de Léry, morador do atual Rio de Janeiro na segunda metade da década de 1550 e quase vítima dos massacres do Dia de São Bartolomeu (24.08.1572), ponto alto das guerras de religião na França, compara a violência dos tupinambás com a dos católicos franceses que naquele dia fatídico trucidaram e, em alguns casos, devoraram seus compatriotas protestantes:      “E o que vimos na França (durante o São Bartolomeu)? Sou francês e pesa-me dizê-lo. O fígado e o coração e outras partes do corpo de alguns indivíduos não foram comidos por furiosos assassinos de que se horrorizam os infernos? Não é preciso ir à América, nem mesmo sair de nosso país, para ver coisas tão monstruosas”.                 (Luís Felipe Alencastro. “Canibalismo deu pretexto para escravizar”.                                                          Folha de S.Paulo, 12.10.1991. Adaptado.)A partir do texto e de seus conhecimentos, é correto afirmar que

Leia o texto para responder à questão.

      Prova da barbárie e, para alguns, da natureza não humana do ameríndio, a antropofagia condenava as tribos que a praticavam a sofrer pelas armas portuguesas a “guerra justa”.

      Nesse contexto, um dos autores renascentistas que escreveram sobre o Brasil, o calvinista francês Jean de Léry, morador do atual Rio de Janeiro na segunda metade da década de 1550 e quase vítima dos massacres do Dia de São Bartolomeu (24.08.1572), ponto alto das guerras de religião na França, compara a violência dos tupinambás com a dos católicos franceses que naquele dia fatídico trucidaram e, em alguns casos, devoraram seus compatriotas protestantes:

      “E o que vimos na França (durante o São Bartolomeu)? Sou francês e pesa-me dizê-lo. O fígado e o coração e outras partes do corpo de alguns indivíduos não foram comidos por furiosos assassinos de que se horrorizam os infernos? Não é preciso ir à América, nem mesmo sair de nosso país, para ver coisas tão monstruosas”.

                 (Luís Felipe Alencastro. “Canibalismo deu pretexto para escravizar”.

                                                          Folha de S.Paulo, 12.10.1991. Adaptado.)

A partir do texto e de seus conhecimentos, é correto afirmar que

Resposta:

A alternativa correta é D)

O texto apresentado aborda a questão do canibalismo entre os tupinambás e os católicos franceses durante o período colonial, destacando as diferentes motivações por trás dessa prática em cada contexto. A análise do calvinista francês Jean de Léry serve como base para compreender essas diferenças.

No caso dos tupinambás, o canibalismo era parte de um ritual religioso e cultural, enquanto entre os católicos franceses, como relatado durante o massacre do Dia de São Bartolomeu, a prática estava associada a atos de vingança e violência extrema contra os protestantes. Essa distinção é fundamental para entender as diferentes naturezas do canibalismo em cada sociedade.

O autor do texto original, Luís Felipe Alencastro, reforça essa ideia ao mostrar que a antropofagia entre os indígenas brasileiros foi usada como justificativa para a "guerra justa" pelos portugueses, enquanto na Europa, o mesmo ato era cometido por motivos completamente distintos. A comparação feita por Jean de Léry evidencia que a barbárie não era exclusividade dos povos ameríndios, mas também ocorria em sociedades consideradas civilizadas.

Portanto, a alternativa correta é a D), pois ela reconhece que as experiências de canibalismo tinham origens distintas: ritual religioso entre os tupinambás e vingança entre os franceses. As demais alternativas apresentam interpretações equivocadas ou distorções do texto original.

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