De todos os fatos da Era da Catástrofe, os sobreviventes do século XIX ficaram talvez mais chocados com o colapso dos valores e instituições da civilização liberal cujo progresso seu século tivera como certo, pelo menos nas partes ‘avançadas’ do mundo.HOBSBAWM, Eric. A era dos extremos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p.113. Sobre o colapso de valores e instituições da civilização liberal mencionado no texto, analise as justificativas a seguir. I – A I Guerra Mundial produziu um grande abalo nas crenças liberais, pois demonstrou que a intervenção direta do Estado, em setores da economia, poderia ser necessário e mais eficiente do que a vigência plena das leis de mercado. II – Adolf Hitler acusou o sistema político liberal de promover o egoísmo entre os membros da sociedade civil, criticando a supremacia dos direitos individuais sobre o bem da nação, objetivo supremo das ações estatais, segundo o nazismo. III – Os Estados fascistas realizaram inúmeros eventos, investindo fortemente na propaganda e na política de massas, procurando convencer a população, em larga medida, com sucesso, das contradições da democracia liberal. IV – O crescimento econômico da URSS nos anos 1930, enquanto muitos países sofriam as consequências da Crise de 1929, contribuiu para o desgaste do modelo econômico liberal e influenciou ações estatais intervencionistas no Ocidente capitalista. São corretas as justificativas:
São corretas as justificativas:
- A)I e II, apenas.
- B)III e IV, apenas.
- C)I, II e III, apenas.
- D)II, III e IV, apenas.
- E)I, II, III e IV.
Resposta:
A alternativa correta é E)
O colapso dos valores e instituições da civilização liberal, mencionado por Eric Hobsbawm em A Era dos Extremos, foi um fenômeno complexo, influenciado por múltiplos fatores históricos. As justificativas apresentadas demonstram diferentes dimensões desse processo, todas contribuindo para a crise do liberalismo no período entre as duas guerras mundiais.
A primeira justificativa (I) está correta, pois a Primeira Guerra Mundial expôs as limitações do liberalismo econômico clássico. A necessidade de mobilização total durante o conflito mostrou que a intervenção estatal poderia ser mais eficiente do que o livre mercado em situações extremas, abalando a crença na autorregulação econômica.
A segunda afirmação (II) também é válida, já que o nazismo, representado por Adolf Hitler, atacou frontalmente os princípios liberais, defendendo a subordinação do indivíduo ao Estado e criticando o que considerava excessivo individualismo da democracia liberal.
A terceira justificativa (III) corretamente aponta para a eficácia da propaganda fascista em desacreditar a democracia liberal. Regimes totalitários investiram pesadamente em mecanismos de manipulação de massas, explorando as contradições e fragilidades do sistema liberal.
Por fim, a quarta afirmação (IV) está igualmente correta, pois o aparente sucesso da economia planificada soviética durante a Grande Depressão contrastava com o caos nos países capitalistas, fortalecendo argumentos favoráveis à intervenção estatal e minando a credibilidade do liberalismo econômico.
Portanto, todas as justificativas apresentadas (I, II, III e IV) são corretas e complementares, demonstrando como fatores políticos, econômicos e ideológicos convergiram para o colapso da civilização liberal no período analisado por Hobsbawm.
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