Questões Sobre Primeira Guerra Mundial - História - concurso

O imperialismo, enquanto conceito histórico e político, refere-se à expansão e dominação de nações consideradas "civilizadas" sobre outras tidas como "atrasadas". No contexto da virada do século XIX para o XX, esse fenômeno assumiu características específicas, marcadas pela justificativa ideológica de superioridade cultural e racial, que legitimou a conquista de territórios na África e na Ásia pelas potências europeias, em especial a Inglaterra.

A alternativa correta, A), destaca essa dimensão ideológica do imperialismo, que não apenas serviu para legitimar a dominação colonial, mas também acirrou rivalidades entre as potências europeias, contribuindo diretamente para o estopim da Primeira Guerra Mundial. A corrida por colônias e a disputa por influência em regiões estratégicas criaram um cenário de tensão geopolítica que culminou no conflito global.

As demais alternativas apresentam equívocos históricos: a opção B) confunde o imperialismo do século XIX com o colonialismo dos séculos XVI a XVIII, enquanto a C) reproduz uma visão eurocêntrica e apologética, ignorando a violência e a exploração inerentes ao processo. Já a alternativa D), embora mencione a exploração, desloca o foco para a escravidão, que não foi o mecanismo central do imperialismo contemporâneo.

Portanto, o imperialismo nesse período foi, sobretudo, um projeto de dominação política e econômica disfarçado de missão civilizatória, cujas consequências reverberaram em conflitos globais e na reconfiguração do mapa geopolítico mundial.

Após a Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos emergiram como uma potência econômica, beneficiando-se dos empréstimos concedidos às nações envolvidas no conflito. No entanto, a política adotada pelo país nos anos seguintes contribuiu diretamente para a crise econômica de 1929 e para os graves problemas sociais e de segurança pública que se estenderam pela década seguinte.

Entre as opções apresentadas, a alternativa B) é a correta, pois sintetiza a tríade que fundamentou essa política:

• Crença no bem-estar eterno: A euforia econômica do pós-guerra levou a uma falsa sensação de prosperidade perpétua, alimentando especulações financeiras insustentáveis.
• Alargamento dos direitos civis: Houve avanços nos direitos civis, porém sem uma estrutura econômica que os sustentasse a longo prazo.
• Conservadorismo social: Apesar dos progressos em algumas áreas, valores conservadores predominaram, limitando a capacidade de adaptação às mudanças sociais e econômicas.

Essa combinação de fatores criou um cenário frágil, que culminou no crash da Bolsa de Valores de Nova York e na Grande Depressão, afetando milhões de pessoas e expondo as contradições do modelo adotado.

Vários problemas atingiam as principais nações europeias no início do século XX. O século anterior havia deixado feridas difíceis de curar. Alguns países estavam extremamente descontentes com a partilha da Ásia e da África, ocorrida no final do século XIX. Alemanha e Itália, por exemplo, haviam ficado de fora no processo neocolonial. Enquanto isso, França e Inglaterra podiam explorar diversas colônias, ricas em matérias-primas e com um grande mercado consumidor. A insatisfação da Itália e da Alemanha, neste contexto, pode ser considerada uma das causas da:

• A) Guerra Fria
• B) Grande Guerra
• C) Segunda Guerra Mundial
• D) Revolução Socialista Marxista

O gabarito correto é B).

O crescimento expressivo da indústria brasileira entre 1907 e 1920, evidenciado pelo aumento de 3.258 para 13.336 empresas, está diretamente relacionado ao contexto histórico e econômico da época. A alternativa correta, conforme o gabarito, é a letra E), que destaca um surto industrial impulsionado pela substituição de importações de bens de consumo não duráveis.

Esse fenômeno foi viabilizado por dois fatores principais: a disponibilidade de capitais provenientes da economia agroexportadora, especialmente do café, e as alterações no mercado internacional durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). A guerra dificultou as importações, criando uma oportunidade para a indústria nacional suprir a demanda interna por produtos antes adquiridos no exterior. Além disso, a acumulação de capital no setor agroexportador permitiu investimentos em atividades industriais, especialmente em setores como têxtil, alimentício e de bens de consumo leves.

As demais alternativas apresentam equívocos históricos ou cronológicos. A política de Campos Sales (alternativa B) ocorreu no início do século XX, antes do período em questão, e focou em ajustes fiscais, não em industrialização. A alternativa C) descreve características da era Vargas (décadas de 1930-1940), posterior ao surto industrial analisado. Já as alternativas A) e D) mencionam políticas não aplicáveis ao contexto do período, como incentivos fiscais para bens duráveis (A) ou reformas de Washington Luís (D), cujo governo ocorreu posteriormente (1926-1930).

Portanto, o crescimento industrial desse período foi um movimento espontâneo, favorecido por circunstâncias externas e pela capacidade de reinvestimento da elite agroexportadora, marcando a primeira fase da industrialização brasileira.

A Primeira Guerra Mundial (1914-1918)

A Primeira Guerra Mundial foi um conflito de proporções globais, envolvendo nações de diversos continentes e alterando profundamente o cenário geopolítico do século XX. Entre as alternativas apresentadas, a correta é a E), que destaca a "guerra de trincheiras" como característica marcante da segunda fase do conflito (1915-1917).

A guerra de trincheiras foi um período de estagnação tática, em que ambos os lados cavaram extensas redes de trincheiras para proteger suas posições. Esse tipo de combate resultou em condições extremamente precárias para os soldados, com altíssimas baixas e poucos avanços territoriais significativos. Foi uma fase marcada pelo desgaste humano e material, simbolizando a brutalidade da guerra moderna.

As demais alternativas estão incorretas:

• A) Os anos anteriores à guerra foram marcados por rivalidades imperialistas, nacionalismos exacerbados e alianças militares tensas, não por solidariedade.
• B) A Alemanha assinou o Tratado de Versalhes em 1919, ainda que sob protestos. Os "Quatorze Pontos" de Wilson foram propostos antes, como base para negociações de paz.
• C) Os EUA abandonaram o isolacionismo e entraram na guerra em 1917, ao lado da Tríplice Entente.
• D) A Rússia, após a Revolução de 1917, assinou o Tratado de Brest-Litovsk com a Alemanha, saindo da guerra, não entrando ao seu lado.

Portanto, a alternativa E) é a única que descreve corretamente um aspecto fundamental da Primeira Guerra Mundial, refletindo a realidade histórica desse conflito devastador.

Análise das Afirmativas sobre Refugiados na História Contemporânea

A questão apresenta quatro afirmativas sobre eventos históricos relacionados a refugiados e solicita a identificação das corretas. O gabarito indica que apenas as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. A seguir, uma análise detalhada de cada uma delas:

Afirmativa 1: "Após a I Guerra Mundial, com a dissolução dos Impérios Otomano e Austro-Húngaro e a instauração do princípio de nacionalidade, milhões de refugiados europeus migraram dentro e fora da Europa."

Esta afirmativa é verdadeira. O período pós-Primeira Guerra Mundial foi marcado por grandes deslocamentos populacionais devido à reconfiguração geopolítica da Europa, especialmente com o colapso dos impérios multinacionais e a criação de Estados-nação. Milhões de pessoas foram deslocadas à força ou migraram em busca de segurança.

Afirmativa 2: "Desde a criação do Estado de Israel, em 1948, milhões de palestinos ganharam dupla cidadania, resolvendo sua situação de refugiados durante o mandato britânico na Palestina."

Esta afirmativa é falsa. A criação de Israel em 1948 resultou no deslocamento de centenas de milhares de palestinos, que se tornaram refugiados em países vizinhos. A maioria não recebeu dupla cidadania, e sua situação permanece um dos principais conflitos não resolvidos no Oriente Médio.

Afirmativa 3: "O governo Vargas foi contrário à entrada de judeus no Brasil, quando muitos deles tornaram-se refugiados, migrando para fora da Europa, durante os anos 1930 e a II Guerra Mundial."

Esta afirmativa é verdadeira. Durante a Era Vargas, o Brasil adotou políticas restritivas à imigração judaica, especialmente sob influência de ideias nacionalistas e, em alguns casos, antissemitas. Apesar da crise dos refugiados judeus durante o Holocausto, o país limitou sua entrada.

Afirmativa 4: "Entre o final do século XIX e o início do século XX, o Brasil recebeu uma grande quantidade de refugiados italianos, espanhóis, poloneses, japoneses e alemães."

Esta afirmativa é falsa no contexto de "refugiados". O Brasil recebeu imigrantes dessas nacionalidades, mas a maioria veio por motivos econômicos (como contratos de trabalho), não como refugiados perseguidos ou em fuga de conflitos. A imigração foi incentivada pelo governo brasileiro para suprir a demanda por mão de obra, especialmente após a abolição da escravidão.

Conclusão: A alternativa correta é A) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras, conforme o gabarito. As demais afirmativas contêm imprecisões históricas ou interpretações equivocadas sobre o conceito de refugiado.

É coerente com as razões que levaram à 1ª Grande Guerra Mundial:

• A) Um dos fatos que contribuiu para o final do confronto foi a entrada da Rússia na Guerra, pois tinha um exército grande e bem preparado, impondo aos alemães derrotas vexatórias.
• B) O processo de Imperialismo, promovido pelas grandes potências capitalistas da Europa, principalmente França, Inglaterra e Alemanha, gerou conflitos e até confrontos pela disputa de territórios, ao ponto de desencadear a 1ª Guerra.
• C) Temendo uma ofensiva alemã, Japão, Inglaterra e França formaram a Tríplice Aliança.
• D) O início da Guerra se deu quando as tropas alemãs invadiram a Polônia, apresentando ao mundo a famosa Guerra Relâmpago, deixando marcas desastrosas para os poloneses.

O gabarito correto é B).

A unificação alemã foi um processo histórico complexo, marcado por disputas políticas, econômicas e militares entre os estados germânicos no século XIX. O reino da Prússia emergiu como a força central nesse processo, graças ao seu poderio militar e à sua liderança econômica dentro da Confederação Germânica.

A Prússia, sob o comando de Otto von Bismarck, articulou a unificação através de uma estratégia que combinava diplomacia e conflitos armados. O Zollverein, uma união aduaneira que excluía a Áustria, fortaleceu economicamente os estados germânicos alinhados com a Prússia. Além disso, as vitórias nas Guerras dos Ducados (1864), Austro-Prussiana (1866) e Franco-Prussiana (1870-71) consolidaram a hegemonia prussiana.

O apoio da aristocracia (os Junkers) e da alta burguesia foi fundamental para o sucesso da unificação. Esses grupos viram na liderança prussiana uma oportunidade para manter seus privilégios e expandir seus interesses econômicos. A Áustria, por outro lado, foi excluída do processo após sua derrota na Guerra Austro-Prussiana, que resultou na dissolução da Confederação Germânica e na criação da Confederação da Alemanha do Norte sob controle prussiano.

Portanto, a alternativa correta é a D), que destaca corretamente o papel da Prússia, seu poderio militar e econômico, além da aliança entre aristocracia e burguesia como bases do processo de unificação.

O conceito de refugiado, conforme definido pela Convenção de 1951, abrange indivíduos que fogem de seus países devido a perseguições por motivos de raça, religião, nacionalidade, opinião política ou pertencimento a grupos sociais, além de situações como conflitos armados e violações graves de direitos humanos. Ao analisar os eventos históricos relacionados aos refugiados na era contemporânea, é possível identificar afirmações verdadeiras e falsas.

A primeira afirmativa é verdadeira, pois a Primeira Guerra Mundial e a reconfiguração geopolítica após a queda dos Impérios Otomano e Austro-Húngaro geraram milhões de refugiados na Europa, deslocados pela instauração de novos Estados nacionais. Já a segunda afirmativa é falsa, uma vez que os palestinos não receberam dupla cidadania após a criação de Israel em 1948; pelo contrário, muitos permaneceram em situação de refúgio até os dias atuais.

A terceira afirmativa é verdadeira, pois o governo de Getúlio Vargas, durante os anos 1930 e a Segunda Guerra Mundial, adotou políticas restritivas à imigração judaica, dificultando a entrada de refugiados judeus que fugiam da perseguição nazista. Por fim, a quarta afirmativa é falsa, pois os imigrantes italianos, espanhóis, poloneses, japoneses e alemães que chegaram ao Brasil entre o final do século XIX e início do XX não eram refugiados, mas sim migrantes em busca de oportunidades econômicas.

Portanto, apenas as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras, tornando a alternativa A) a correta.

O texto apresentado destaca a diferença de percepção entre franceses e britânicos, por um lado, e alemães, por outro, em relação aos horrores da guerra após os conflitos mundiais. Enquanto os primeiros emergiram da Primeira Guerra Mundial com um profundo trauma e a convicção de evitar novos conflitos, a Alemanha só assimilou essa lição após a Segunda Guerra Mundial, em 1945. Essa distinção é fundamental para entender as atitudes políticas e culturais dessas nações no período entre guerras.

Entre as opções apresentadas, a alternativa A) é a que melhor confirma a interpretação do texto sobre a postura de franceses e britânicos após a Primeira Guerra. A participação em um organismo internacional para mediação de conflitos, como a Liga das Nações, reflete o desejo de evitar uma nova guerra por meio da diplomacia. Além disso, o pacifismo que marcou a reação inicial de França e Grã-Bretanha à ascensão do nazismo demonstra a relutância em engajar-se em outro conflito armado, corroborando o trauma deixado pela Grande Guerra.

As demais alternativas não se alinham com a interpretação do texto. A opção B) é incorreta, pois a corrida armamentista não foi interrompida no período entre guerras. A alternativa C) também não se sustenta, já que França e Grã-Bretanha inicialmente adotaram uma política de apaziguamento em relação à Alemanha nazista, em vez de uma repressão imediata. A opção D) é anacrônica, pois não houve a criação de uma polícia internacional nesse período. Por fim, a alternativa E) é factualmente incorreta, uma vez que as potências europeias mantiveram suas colônias até depois da Segunda Guerra Mundial.

Portanto, a resposta correta é A), pois reflete o pacifismo e a busca por soluções diplomáticas que caracterizaram a atitude de franceses e britânicos após o trauma da Primeira Guerra Mundial.