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Autoridades em inauguração de trecho da EFMM, em 1912. (Catálogo da exposição Ferrovia Madeira-Mamoré: Trilhos e Sonhos)

 

A história da construção da Estrada de ferro Madeira-Mamoré (EFMM) remonta à segunda metade do século XIX, quando começa a ser idealizada, mas será a assinatura do Tratado de Petrópolis (1903) que estabelecerá sua efetiva concretização. A ferrovia passou a funcionar entre Porto Velho e Guajará-Mirim, em 1912.


A respeito da construção da EFMM, assinale (V) para a afirmativa verdadeira e (F) para a falsa.

 

( ) Sua implantação ficaria a cargo de empreendedores brasileiros financiados pelo Banco do Brasil, em conformidade com o Tratado de Petrópolis e em sintonia com o governo reformista e urbanizador de Rodrigues Alves, empenhado em expandir a rede ferroviária nacional.


( ) Sua criação facilitaria o escoamento de mercadorias bolivianas e brasileiras, sobretudo o látex, até a cidade de Porto Velho, de onde seguiriam por via fluvial até o Atlântico, o que era de importância vital para a Bolívia que acabara de perder o seu acesso ao Pacífico.


( ) Sua construção utilizaria predominantemente mão de obra farta e barata disponível na região, seja os seringueiros indígenas já acostumados à mata, seja os colonos cearenses em fuga das secas que assolavam o Nordeste no último quarto do século XIX.


As afirmativas são, respectivamente,

Resposta:

A alternativa correta é letra A) F – V – F.

Gabarito: ALTERNATIVA A

  

Autoridades em inauguração de trecho da EFMM, em 1912. (Catálogo da exposição Ferrovia Madeira-Mamoré: Trilhos e Sonhos)

 

A história da construção da Estrada de ferro Madeira-Mamoré (EFMM) remonta à segunda metade do século XIX, quando começa a ser idealizada, mas será a assinatura do Tratado de Petrópolis (1903) que estabelecerá sua efetiva concretização. A ferrovia passou a funcionar entre Porto Velho e Guajará-Mirim, em 1912.

 
  • A respeito da construção da EFMM, assinale (V) para a afirmativa verdadeira e (F) para a falsa.

Celebrado entre Bolívia e Brasil em 1903, o Tratado de Petrópolis encerrava a chamada Questão do Acre. Região extremamente sensível para a estabilidade das fronteiras brasileiras e com problemas de integração com a Bolívia, o Acre foi uma prioridade do Barão do Rio Branco por ser a grande chave para a solução definitiva da maioria das questões lindeiras brasileiras. Tratada na perspectiva bilateral entre Brasil e Bolívia, a Questão do Acre foi selada com a compra do território pelo governo brasileiro por meio de uma indenização paga à Bolívia e pela construção da Ferrovia Madeira-Mamoré. Era de grande interesse da Bolívia uma via mais rápida para o trecho navegável do rio Madeira, uma vez que suas exportações eram escoadas pela bacia do Amazonas.

 

Previa-se que a ferrovia permitiria à Bolívia escoar sua produção pelo Amazonas sem as grandes dificuldades de navegação de alguns trechos do rio Madeira. Partindo de um ponto estratégico do Rio Mamoré, a ferrovia chegaria ao Madeira após os trechos encachoeirados, o que permitia o escoamento da produção até o Atlântico na Bacia do Amazonas. Com a garantia da livre navegação comercial por ser um país ribeirinho superior dos afluentes do Amazonas, a Bolívia pretendia baratear e agilizar seus fluxo comerciais por uma via direta entre suas províncias mais ao norte e a melhor opção fluvial para o acesso ao Atlântico. Por isso, a construção da ferrovia foi uma prioridade consolidada no Tratado de Petrópolis. Assim, analisemos as afirmativas propostas.

 
  • (F) Sua implantação ficaria a cargo de empreendedores brasileiros financiados pelo Banco do Brasil, em conformidade com o Tratado de Petrópolis e em sintonia com o governo reformista e urbanizador de Rodrigues Alves, empenhado em expandir a rede ferroviária nacional.

Como explicado acima, a construção da ferrovia não interessava propriamente ao Brasil, mas sim à Bolívia. Assim, não se tratava de um governo empenhado em expandir a malha ferroviária brasileira, mas sim da necessidade de se cumprir os termos do tratado de compra do Acre. A obra, realizada entre 1907 e 1912, foi realizada por uma empresa estadunidense, a Brazil Railway Company do multiempresário Percival Parquhar. AFIRMATIVA FALSA.

 
  • (V) Sua criação facilitaria o escoamento de mercadorias bolivianas e brasileiras, sobretudo o látex, até a cidade de Porto Velho, de onde seguiriam por via fluvial até o Atlântico, o que era de importância vital para a Bolívia que acabara de perder o seu acesso ao Pacífico.

Travada entre Bolívia, Chile e Peru, a Guerra do Pacífico (1879-1884) significou, para os bolivianos, a perda do acesso ao mar, que foi tomado pelo Chile e reconhecido pelo governo boliviano nos termos finais da paz. Com isso, era preciso reorganizar as redes comerciais bolivianas de maneira eficiente e a melhor opção era a via fluvial, mas os trechos acidentados do rio Mamoré impediam que as balsas chegassem ao Amazonas para escoar a produção para o Atlântico. Assim, a trilha de animais de carga precisava ser utilizada, o que encarecia sobremaneira o frete, bem como aumentava a ineficiência. A conexão direta entre os dois rios levava a produção diretamente para o trecho navegável do rio Madeira, a partir do qual se alcançaria o Atlântico, escoando, então, a produção. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

 
  • (F) Sua construção utilizaria predominantemente mão de obra farta e barata disponível na região, seja os seringueiros indígenas já acostumados à mata, seja os colonos cearenses em fuga das secas que assolavam o Nordeste no último quarto do século XIX.

A construção da ferrovia exigiu o emprego de mais de vinte mil trabalhadores, atraindo pessoas de toda a região, mas também estrangeiros, incluindo uma comitiva de mais de seiscentos americanos. Ao todo, estima-se que pessoas de mais de cinquenta nacionalidades tenham trabalhado na construção da Madeira-Mamoré. Os indígenas, pelo contrário, eram entendidos como um risco às obras, sendo eles, não raro, perseguidos e mortos para "evitar" ataques ao canteiro de obras. AFIRMATIVA FALSA.

 

Assim, temos a sequência F - V - F.


As afirmativas são, respectivamente,
a)  F – V – F.
b)  F – V – V.
c)  V – F – F.
d)  V – V – F.
e)  F – F – V.

 

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.

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