Logo do Site - Banco de Questões
Continua após a publicidade..

BROCOS, R.
A redenção de Cam, 1895.

 

Disponível em: http://mnba.gov.br. Acesso em: 13 jan. 2013.

 

Na imagem, o autor procura representar as diferentes gerações de uma família associada a uma noção consagrada pelas elites intelectuais da época, que era a de

Resposta:

A alternativa correta é letra E)  embranquecimento da população.

Gabarito: Letra E

 

(embranquecimento da população.)

  

A obra “A redenção de Cam” do pintor espanhol radicado no Brasil, Modesto Brocos, faz alusão à passagem bíblica no qual o filho de Noé, Cam, zomba do seu pai por estar nu e bêbado. De acordo com a Bíblia, Noé amaldiçoa o filho de Cam, Canaã a se tornar escravo dos tios e descendentes destes, sendo assim uma marca da escravidão ou da servidão.

 

No encontro com outras culturas não europeias, os teólogos e estudiosos da Bíblia interpretaram e extrapolaram o texto bíblico dizendo que a cor da pele negra dos africanos seria possivelmente uma consequência da maldição lançada por Noé aos filhos de Cam, já que os habitantes da África supostamente eram descendentes de Cuxe, neto de Noé e filho de Cam.

 

A maldição sobre os filhos de Cam passou a ser empregada como justificativa para a escravização dos habitantes de regiões de descendência de Cam (Arábia, Egito, Sudão, Etiópia e o restante da África, que foi englobada como terras dos filhos dos filhos de Cam).

  

A interpretação dada à obra é a de que existe uma gradação da pigmentação da pele. No campo esquerdo, vê-se uma mulher negra mais velha, com as mãos erguidas para o céu em agradecimento. No centro, uma mulher negra mais jovem, que tem sobre os joelhos o filho quase branco. Ou seja do negro, passando para o moreno até chegar ao branco.

 

O mito de Cam é reinterpretado por Brocos que aponta, seguindo as teorias da sua época, que a salvação – ou “redenção” – dos descendentes de Cam se daria por meio do branqueamento da pele.

  

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A:  defesa da democracia racial.

 

A tese da democracia racial é posterior à produção da obra. É uma tese que surge a partir da década de 1930 e rebate a teoria do embranquecimento da população brasileira. Pela teoria da democracia racial, o país não teria preconceitos e racismos, pois as raças no Brasil viveriam em harmonia e de forma igualitária.

 

Letra B:  idealização do universo rural.

 

Não é isso que a imagem quer passar. A imagem tem um título próprio para designar as relações raciais no Brasil.

 

Letra C:  crise dos valores republicanos.

 

Não há elementos que demonstrem tal crise, mesmo que a República em seus primeiros anos tenha passado por algumas revoltas militares (Revoltas da Armada) e civis (Revolução Federalista).

 

Letra D:  constatação do atraso sertanejo.

 

Não há elementos na pintura que demonstrem o atraso sertanejo e não é disso do que a obra trata.

  

Referências:

 

Gênesis, Capítulo 9, versículos 18-27 e capítulo 10, versículos 6-7.

 

“A Redenção de Cam”. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra3281/a-redencao-de-cam. Acesso em: 15 ago. 2020. Verbete da Enciclopédia.

 

LOTIERZO, Tatiana. Racismo e pintura no Brasil: notas para uma discussão sobre cor, a partir da tela A redenção de Cam. 19&20, Rio de Janeiro, v. IX, n. 2, jul./dez. 2014. Disponível em: http://www.dezenovevinte.net/obras/tl_redencao_cam.htm. Acesso: 15 ago. 2020.

Continua após a publicidade..

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *