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A charge intitulada “O espeto obrigatório”, publicada em 1904, contextualiza a vacinação da população.

(https://acervo.estadao.com.br)

A charge

Resposta:

A alternativa correta é letra A) ironiza a campanha de vacinação obrigatória em massa, parte do projeto de regeneração e do esforço de saneamento e transformação urbana da capital brasileira.

Gabarito: Letra A

 

Ironiza a campanha de vacinação obrigatória em massa, parte do projeto de regeneração e do esforço de saneamento e transformação urbana da capital brasileira.

 

A charge, que apresenta 4 pessoas furadas em seus braços esquerdos por uma mesma flecha e se intitula “O espeto obrigatório”, ironiza a imposição pelo poder público da vacinação contra a varíola, que motivou a chamada Revolta da Vacina.

Ocorrida em1904, no Rio de Janeiro, no contexto das obras de modernização e saneamento da cidade do Rio, teve como motivo para a revolta a obrigatoriedade da vacina contra a varíola, imposta à população pelas forças governamentais.

Essa foi uma das revoltas urbanas ocorridas durante a Primeira República e que envolveu uma tensão entre os civis e as autoridades públicas não só devido a imposição da vacina em si, mas também porque essa não se fez acompanhar de um esclarecimento à população sobre a importância da vacinação e ocorria num contexto em que outras imposições do poder público já haviam ocorrido, como, por exemplo, a remoção da população mais pobre do centro da cidade e a derrubada de cortiços em nome das reformas urbana e sanitária pensadas e executadas pelo poder público de forma autoritária.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra B: destaca a contradição entre a obrigatoriedade da vacinação e o acelerado processo de redemocratização política e social por que o país passava.  

Primeiramente, o contexto em que a charge se insere não é o de redemocratização política e social do país, mas sim o das obras de remodelação e saneamento do centro da cidade do Rio de Janeiro. Depois, não havia nenhuma contradição entre as reformas de modernização e saneamento empreendidas na cidade pelo poder público e a vacinação obrigatória que fazia parte dessas reformas e da tentativa de dar ao Rio de Janeiro ares de uma cidade moderna, arejada e livre das epidemias que tanto assolaram a cidade no final do Império e início da República.

 

Letra C: satiriza a desinformação da população da capital brasileira, que temia os efeitos da vacinação obrigatória contra o sarampo, determinada pelo governo federal.

 

A vacinação obrigatória imposta pelo poder público à população da capital brasileira no início da Primeira República não era contra o sarampo, mas sim contra a varíola.

Letra D: reconhece as contraindicações e os riscos que a vacinação obrigatória poderia representar num período em que inexistiam estudos científicos sobre a prevenção de doenças.

 

Não há na charge nenhuma referência a contraindicações e riscos da vacinação obrigatória. A verdade é que, no período em que a vacinação obrigatória contra a varíola foi decretada no Rio de Janeiro já existiam estudos científicos sobre a prevenção de doenças, inclusive, sobre a vacinação como forma de proteção contra a varíola, mas a população do Rio de Janeiro, não possuía informações sobre os benefícios das vacinas e não obteve o necessário esclarecimento por parte do poder público, que não se preocupou com isso.

Letra E: celebra a iniciativa da prefeitura da capital brasileira de implantar um amplo programa de vacinação obrigatória da população pobre para conter o surto de malária.

 

A vacinação obrigatória imposta pelo poder público à população da capital brasileira no início da Primeira República não era contra a malária, mas sim contra a varíola. Além disso, nada na imagem dá a entender que há uma celebração da iniciativa, ao contrário, a forma que a vacinação em massa é apresentada demonstra uma crítica por parte do chargista.

 

Referências:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

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