A guerra civil deixou 10 mil vítimas, das quais mais de mil morreram degoladas. A prática da degola dos prisioneiros foi utilizada por ambos os lados, e era justificada pela incapacidade das forças em combate de fazer prisioneiros, mantê-los encarcerados e alimentá-los, pois as tropas lutavam em situação de grande penúria. Também teria por objetivo poupar munição. Muitos federalistas – calcula-se que em torno de 2.500 – emigraram para Montevidéu, enquanto outros foram para Buenos Aires.
ABREU, Alzira Alves. Revolução Federalista. In: ABREU,
Alzira Alves. Dicionário histórico-biográfico da Primeira República 1889-1930. CPDOC, com adaptações.
No que se refere aos levantes ocorridos no governo de Floriano Peixoto, julgue (C ou E) o item a seguir.
Apesar da convivência de autoridades regionais platinas e do apoio de movimentos populares, como a União Cívica Radical, aos insurgentes federalistas, as tropelias decorrentes da movimentação de revolucionários na região de fronteira não chegaram a comprometer a relação entre Rio de Janeiro e Buenos Aires.
- A) Certo
- B) Errado
Resposta:
A alternativa correta é letra A) Certo
Gabarito: CERTO
ABREU, Alzira Alves. Revolução Federalista. In: ABREU, Alzira Alves. Dicionário histórico-biográfico da Primeira República 1889-1930. CPDOC, com adaptações.
Infelizmente, optou o avaliador por lançar mão do plágio para compor este item. Nas páginas 181 e 182 da obra História da política exterior do Brasil (A. Cervo e C. Bueno), lê-se:
Uma vez passado o período de euforia republicana, as duas nações [Brasil e Argentina] voltaram a se observar com espírito de rivalidade, embora não houvesse qualquer problema grave e concreto a embaraçar-lhes as relações após a solução do litígio de Palmas, arbitrado pelo presidente dos Estados Unidos, Grover Cleveland. As tropelias decorrentes de movimentação de revolucionários nas fronteiras dos dois países não eram suficientes para estremecer as suas relações.
Nesse trecho, os autores estão chamando a atenção para os primeiros anos de relações bilaterais com a Argentina após a Proclamação da República (1889). Naqueles primeiros anos, ambos os países se saudavam amplamente, porque, finalmente, já não havia mais uma monarquia causando estranheza. Além disso, havia uma grande disposição brasileira nos primeiros anos de República para o chamado americanismo. Nessa visão, as relações com a Europa eram características do período monárquico pela afinidade entre as cassas reais; enquanto as relações com o continente americano se davam entre repúblicas, sendo, portanto, o lugar natural da da república brasileira.
O americanismo, no entanto, logo esbarraria na realidade e suas contradições. O americanismo, ao contrário do que supunham os republicanos brasileiros na primeira hora, não solucionava por si mesmo os litígios regionais; isto é, não havia uma harmonia perfeita entre regimes republicanos. Sinal claro disso seria a impossibilidade de resolver a Questão de Palmas bilateralmente, sendo necessário apelar para a arbitragem, o que havia sido acordado ainda no período monárquico.
Durante a Revolução Federalista (1893-1895), a província argentina de Corrientes, dominada no período pela força política da União Cívica Radical, foi de grande importância para os rebeldes federalistas. Além de servir como refúgio em momentos de desvantagem frente às tropas legais brasileiras, Corrientes foi um entreposto de tráfico de armas em favor dos revoltosos gaúchos, o que prolongou a guerra civil. Ainda que isso contasse com a conivência de autoridades argentinas, como ficou claro acima, não chegou a afetar diretamente o plano maior das relações bilaterais, que, apesar das rivalidades, conviveu bem após a Questão de Palmas. Assim, item CORRETO.
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