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A guerra ou movimento de Canudos é um episódio trágico que marca o processo de transição política que originou a república brasileira, no qual atuaram agentes sociais e políticos com diferentes interesses.


Nesse complexo teatro político, a guerra de Canudos

Resposta:

A alternativa correta é letra A) foi definida como uma rebelião monárquica ameaçadora da nova ordem institucional por parte dos segmentos políticos em confronto na recém‐inaugurada República, na passagem da liderança militar para o grupo dos cafeicultores do Sudeste.

GabaritoLetra A

 

Foi definida como uma rebelião monárquica ameaçadora da nova ordem institucional por parte dos segmentos políticos em confronto na recém‐inaugurada República, na passagem da liderança militar para o grupo dos cafeicultores do Sudeste.

 

Ocorrida no período Republicano, na região Nordeste, entre os anos de 1893 (constituição do povoado no sertão da Bahia) e 1897 (data da sua destruição pelas forças governamentais, após um ano de combate), a Guerra de Canudos foi o resultado do combate de latifundiários e autoridades políticas, que não pretendiam aceitar uma modificação da ordem social vigente, à tentativa de Antônio Conselheiro, líder messiânico, em criar, no Arraial de Canudos, uma comunidade baseada na propriedade coletiva da terra.

A comunidade de Canudos foi atacada pelas forças governistas sob o pretexto de ser um foco monarquista, já que Antônio Conselheiro considerava a República ilegítima, por acreditar que o Imperador destronado governava pela vontade de Deus, e por discordar de algumas das mudanças implementadas pela República.

Para justificar a destruição da comunidade de Canudos, que desagradava as elites políticas e os proprietários de terra da região, tanto pela ocupação de terras quanto pela insubordinação ao Estado, criou-se uma versão de que na comunidade viviam apenas fanáticos religiosos, loucos e monarquistas, que pretendiam restaurar a monarquia. Tal versão foi suficiente para angariar o apoio de diversos grupos da capital ao objetivo de reprimir e destruir a comunidade.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra B: recebeu a adesão de florianistas e jacobinos, grupo radical composto por intelectuais, parlamentares e políticos ligados a oligarquias estaduais, insatisfeitos com a orientação descentralizadora do governo de Prudente de Morais.

 

Canudos não recebeu adesão ou apoio de nenhum grupo ligado ao governo federal. A comunidade resistiu sozinha às investidas das forças do governo, apoiada por diversos grupos sociais, como estudantes, militares, escritores, jornalista, que acreditavam que a comunidade pretendia restaurar a monarquia.


Letra C: contou com o apoio das esferas eclesiásticas, desejosas de retomar o poder de decisão da igreja católica, subordinado à doutrina positivista republicana prevalecente nos segmentos militares e civis da elite política.
 

Canudos não recebeu adesão ou apoio de nenhum grupo. A comunidade resistiu sozinha às investidas das forças do governo, não recebendo apoio nem mesmo da Igreja Católica, que via em Antônio Conselheiro e seus seguidores um perigo, por desviar fiéis de sua instituição, que classificava como a real detentora da “verdadeira fé”.

 

Letra D: deu espaço às reivindicações da população sertaneja por maior participação política na vida civil baiana, para o que foi fundamental o braço armado de bandos de jagunços, que percorriam as vilas do sertão baiano divulgando os ideais dos conselheiristas.
 

A Guerra de Canudos não abriu espaço de participação política da população sertaneja, até porque o movimento não possuía essa reivindicação, sendo uma comunidade que apenas pretendia criar para si um novo sistema comunitário com maior justiça social e que independia do Estado brasileiro. A população sertaneja foi massacrada na Guerra, mesmo os que se renderam foram degolados, e a comunidade foi destruída.

 

Letra E: foi numericamente expressiva em função do aumento do número de habitantes do arraial de Canudos, graças à migração de trabalhadores agrícolas, que haviam sido expulsos das frentes pioneiras na região sul do país, engrossando as fileiras de devotos conselheiristas.

 

A comunidade de Canudos cresceu não pela migração de trabalhadores agrícolas expulsos das frentes pioneiras na região sul do país, mas sim pela adesão de novas famílias que fugiam da exploração dos latifundiários da região ou abandonavam regiões de origem devido à seca, ou ainda jagunços que serviam aos coronéis mas haviam caído e desgraça. Muitas pessoas se mudaram para Canudos, entre as quais podia se encontrar: sertanejos sem terras, vaqueiros, ex-escravos, pequenos proprietários pobres, homens e mulheres perseguidos por coronéis ou pela polícia. Todos buscavam paz e justiça em meio à fome e seca do sertão.

 

Referências:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

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