A respeito das revoltas ocorridas durante o período conhecido como República Velha, analise as afirmativas a seguir.
I. A Revolta da Chibata foi liderada por João Cândido Felisberto e tinha por objetivo protestar contra as más condições laborais e maus tratos sofridos pelos marinheiros. Este evento é considerado como a primeira crise do governo de Hermes da Fonseca.
II. A Guerra de Canudos é um conflito de caráter messiânico entre o exército brasileiro e uma comunidade rural que tinha por objetivo reclamar contra a pobreza da região. Durante a mobilização, a Igreja Católica interveio com o objetivo de recuperar fiéis.
III. A Revolta da Armada teve como objetivo alcançar maior participação da Marinha no governo republicano militar, desdobrado em dois momentos: o de contestação ao fechamento do congresso por parte de Deodoro Fonseca e o de imposição do respeito à constituição por parte de Floriano Peixoto.
Está correto o que se afirma em
- A) I, apenas.
- B) I e II, apenas.
- C) I e III, apenas.
- D) II e III, apenas.
- E) I, II e III.
Resposta:
A alternativa correta é letra E) I, II e III.
Gabarito: Letra E
A questão aborda aspectos sobre as revoltas ocorridas durante a Primeira República. Analisemos as afirmativas de forma a identificar as corretas:
Correta: A Revolta da Chibata ocorreu em 22 de novembro de 1910, na cidade do Rio de Janeiro, e levou aproximadamente dois mil marinheiros, liderados por João Cândido, a rebelarem-se contra os castigos físicos que recebiam na Marinha do Brasil, e também contra a má alimentação e os baixos salários. É uma das revoltas urbanas ocorridas durante a Primeira República, mais especificamente durante o período de governo do presidente Hermes da Fonseca (1910-1914).
Correta: Essa revolta messiânica, ocorreu no arraial de Canudos, no interior da Bahia, às margens do rio Vaza-Barris, onde várias pessoas se reuniram em torno do líder Antônio Conselheiro e fundaram na região do Belo Monte, uma comunidade formada por cerca de 20 a 30 mil habitantes e que possuía as seguintes características: praticava-se o sistema comunitário, em que as colheitas, os rebanhos e o fruto do trabalho eram repartidos e o excedente vendido ou trocado com os povoados vizinhos; não havia cobrança de tributos; eram proibidas a prostituição e a venda de bebidas alcóolicas.
A comunidade de Canudos, pelo seu crescimento e organização acabou assustando as elites baianas e os governos estaduais e federal que passaram a combate-la, enviando soldados para a região, sob a justificativa de que se tratava de uma comunidade monarquista que ameaçava a República. Além da oposição das autoridades estaduais e federal ao movimento, havia ainda a oposição da Igreja Católica, que considerava Canudos um perigo porque, ao seu ver, desviava fiéis dessa instituição e da “verdadeira fé”.
Correta: Durante a Primeira República ocorreram duas Revoltas da Armada. A primeira ocorreu, em contestação ao autoritarismo do governo de Deodoro da Fonseca, que em 1891 decidiu fechar o Congresso e prender seus principais líderes, pois não conseguia lidar com a oposição parlamentar. Em relação a essa primeira revolta, a situação crítica que se estabeleceu, com greve dos trabalhadores da Estrada de Ferro Central do Brasil e a ameaça de bombardeamento da cidade do Rio de Janeiro pelos revoltosos da Armada, fez com que o marechal Deodoro da Fonseca resolvesse renunciar ao cargo de presidente, em 23 de novembro de 1891, levando o marechal Floriano Peixoto a assumir o poder.
Já a Segunda Revolta da Armada, ocorreu no governo de Floriano Peixoto, que após a renúncia de Deodoro da Fonseca ocupou o poder e não convocou novas eleições como determinava a Constituição. Assim, oficiais da Marinha de Guerra posicionaram seus navios na baía de Guanabara e dispararam contra as cidade do Rio de Janeiro e Niterói, iniciando, em setembro de 1893, a Segunda Revolta da Armada, que se sustentou apenas até março do ano seguinte, desfazendo-se por falta de apoio da população, munição, alimentos e água, o que tornou a continuidade da revolta insustentável.
Referências:
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.
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