“A revolta não visava o poder, não pretendia vencer, não podia ganhar nada. Era somente um grito, uma convulsão de dor, uma vertigem de horror e indignação. Até que ponto um homem suporta ser espezinhado, desprezado e assustado? Quanto sofrimento é preciso para que um homem se atreva a encarar a morte sem medo? E quando a ousadia chega nesse ponto, ele é capaz de pressentir a presença do poder que o aflige nos seus menores sinais: na luz elétrica, nos jardins elegantes, nas estátuas, nas vitrines de cristal, nos bancos decorados dos parques, nos relógios públicos, nos bondes, nos carros, nas fachadas de mármore, nas delegacias, agências de correio e postos de vacinação, nos uniformes, nos ministérios e nas placas de sinalização.”
Nicolau Sevcenko. A revolta da vacina. São Paulo: Brasiliense, 1984, p. 68.
O texto trata da Revolta da Vacina, ocorrida em 1904, e associa a reação popular contra a vacinação obrigatória
- A) à irracionalidade da população do Rio de Janeiro e aos benefícios que a vacina traria para a saúde pública.
- B) ao programa higienizador empreendido pelo prefeito do Rio de Janeiro e ao amplo esclarecimento da opinião pública quanto aos benefícios da vacina.
- C) à participação de funcionários de todos os setores do governo federal na campanha de erradicação dos focos epidêmicos.
- D) ao projeto de reurbanização do Rio de Janeiro e às diversas formas de segregação e exclusão social que ele promoveu.
Resposta:
Resposta
A alternativa correta é letra D) ao projeto de reurbanização do Rio de Janeiro e às diversas formas de segregação e exclusão social que ele promoveu.
Explicação
O texto de Nicolau Sevcenko descreve a Revolta da Vacina, ocorrida em 1904, como uma reação popular contra a vacinação obrigatória e associa essa reação à percepção da população de que o poder público estava impondo medidas que afetavam sua vida cotidiana, como a luz elétrica, jardins elegantes, estátuas, vitrines de cristal, etc. Essas medidas faziam parte do projeto de reurbanização do Rio de Janeiro, que visava modernizar a cidade, mas também promovia a segregação e exclusão social.
A letra D) é a que melhor se relaciona com o texto, pois destaca a relação entre a Revolta da Vacina e o projeto de reurbanização do Rio de Janeiro, que promoveu a segregação e exclusão social.
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