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“As eleições de 2018 no Brasil podem representar um marco histórico de mudanças no país.” Nesse sentido e buscando entender melhor a “pseudomaturidade” política adquirida pelos eleitores brasileiros, observe a charge de Storni “As próximas eleições……de cabresto”, publicada na revista Careta em 1927.

Storni. Careta, 19/02/1927. Apud: Renato Lemos (Org.). Uma história do Brasil

através da caricatura. 1840-2006. Rio de Janeiro: Bom Texto, 2006, p.35.

Sobre a charge e sua relação com as práticas atuais em relação ao processo eleitoral brasileiro, analise as afirmativas a seguir e assinale V para as verdadeiras e F para as falsas:

(  ) A charge é uma sátira ao processo eleitoral da época, em que o eleitor, de forma metafórica, é considerado incompetente para votar.

(  ) O fato de o eleitor estar sendo “conduzido” pelo político indica que prevalece a vontade do político e não a do eleitor. Pode-se dizer que essa prática, conhecida como “voto de cabresto”, ainda é realizada nos dias atuais.

(  ) O eleitor carrega um caderno em suas mãos no que parece ser uma indicação explícita de ser letrado. Tal exigência, para exercer o direito ao voto, está expressa na Constituição Brasileira de 1988.

(  ) A imagem feminina representa, de forma explícita, o papel e a importância da mulher na política brasileira.

(  ) O político, indicado à época por coronéis (fazendeiros ou comerciantes ricos das cidades), conduz o “burro” eleitor. Esses coronéis mantinham o seu poder, pois faziam parte das oligarquias que controlavam os resultados das urnas por meio de seu “curral eleitoral”.

(  ) Ao invés de o eleitor, por vontade própria, levar o seu candidato à urna, é o “cabresto” que o fará comparecer à votação e determinará o seu voto. Essa prática é muito diferente das práticas adotadas atualmente nos processos eleitorais.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

Resposta:

A alternativa correta é letra B) V V F F V V.

Gabarito: Letra B

 

A sequência correta é: V V F F V V.

 

Vejamos as alternativas:

 

(V) A charge é uma sátira ao processo eleitoral da época, em que o eleitor, de forma metafórica, é considerado incompetente para votar.

 

 A charge apresenta uma crítica e uma sátira ao processo eleitoral da Primeira República na qual o eleitor era levado a votar conforme a vontade do coronel ou político local de sua região, figurando assim como incompetente para exercer o seu direito ao voto.

 

(V) O fato de o eleitor estar sendo “conduzido” pelo político indica que prevalece a vontade do político e não a do eleitor. Pode-se dizer que essa prática, conhecida como “voto de cabresto”, ainda é realizada nos dias atuais.

 

O voto de cabresto é como chamamos aquele voto que não parte da vontade e escolha política do eleitor, sendo esse, na verdade, conduzido a votar no candidato que o político indica. Essa prática, apesar de ilegal, continua presente nos dias atuais de diversas formas, tanto através da compra de votos, como da troca de favores políticos e de cargos, bem como através da coerção eleitoral.

 

(F) O eleitor carrega um caderno em suas mãos no que parece ser uma indicação explícita de ser letrado. Tal exigência, para exercer o direito ao voto, está expressa na Constituição Brasileira de 1988.

 

Não há na Constituição de 1988 a exigência do letramento para o exercício do direito ao voto, sendo assim, a Constituição de 1988 também permite o direito de voto a pessoas analfabetas, ainda que o alistamento eleitoral e o voto sejam facultativos para esse grupo de pessoas. 

 

(F) A imagem feminina representa, de forma explícita, o papel e a importância da mulher na política brasileira.

 

 A imagem feminina não representa o papel e importância da mulher na política brasileira, visto que, na época de criação dessa charge, as mulheres não possuíam direitos ao voto e à participação política, a imagem feminina nessa charge representa a “soberania popular”.

 

(V) O político, indicado à época por coronéis (fazendeiros ou comerciantes ricos das cidades), conduz o “burro” eleitor. Esses coronéis mantinham o seu poder, pois faziam parte das oligarquias que controlavam os resultados das urnas por meio de seu "curral eleitoral".

 

A imagem apresentada pela questão mostra a influência do coronelismo nas eleições da Primeira República, influência baseada em práticas de dominação e mando, alimentadas por violências, fraudes e uma rede clientelista que ampliava o poder de barganha desses coronéis. Através de seu poder de influência os coronéis reuniam pessoas em determinado local, chamado de curral eleitoral, para receber células eleitorais já preenchidas.

 

(V) Ao invés de o eleitor, por vontade própria, levar o seu candidato à urna, é o “cabresto” que o fará comparecer à votação e determinará o seu voto. Essa prática é muito diferente das práticas adotadas atualmente nos processos eleitorais.

 

A expressão “voto de cabresto” é usada para designar o voto controlado pelos coronéis e que não partia da vontade legitima do eleitor. Essa prática comum durante a Primeira República, beneficiava-se do fato de nessa época o voto ser aberto e não haver um sigilo que pudesse proteger o eleitor dos mandos e desmandos dos coronéis locais. Essa prática não se compara aos dias atuais, legalmente falando, porque a Justiça Eleitoral a trata como crime, proibindo a coerção do eleitor, garantindo-lhe o sigilo do voto e punindo quem busca descumprir a lei e tenta conduzir a vontade política do eleitor.

 

Referências:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

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