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Considerando a política externa brasileira no período conhecido como República Velha, julgue o item a seguir.

 

O afastamento brasileiro da Liga das Nações sinalizou o desengajamento da política externa brasileira no multilateralismo universal, que tinha, naquela época, seu núcleo nas potências europeias. A reorientação da política externa brasileira foi estimulada pelo governo norte-americano, que almejava estabelecer uma entente  Brasil – Estados Unidos, assentada no compartilhamento de uma retórica pan-americanista.

Resposta:

A alternativa correta é letra B) Errado

Gabarito: ERRADO

  

Considerando a política externa brasileira no período conhecido como República Velha, julgue o item a seguir.

 
  • O afastamento brasileiro da Liga das Nações sinalizou o desengajamento da política externa brasileira no multilateralismo universal, que tinha, naquela época, seu núcleo nas potências europeias. A reorientação da política externa brasileira foi estimulada pelo governo norte-americano, que almejava estabelecer uma entente  Brasil - Estados Unidos, assentada no compartilhamento de uma retórica pan-americanista.

O Brasil decidiu retirar-se da Liga das Nações em 1926, durante o governo Artur Bernardes. A celeuma se deu quando houve uma sinalização de que o país não seria reeleito para o Conselho da Liga - o órgão mais importante da organização - ao mesmo tempo em que não teria sucesso em seu reconhecimento como grande potência e em sua demanda para reforma do Conselho. A política externa do período entendia que era necessária uma reforma do Conselho para ampliar a sua representatividade e que o Brasil seria um candidato natural para um assento permanente, uma vez que a América não tinha nenhum país como membro fixo do conselho, já que os Estados Unidos acabaram por não aderir à própria Liga das Nações.

 

A janela de oportunidade vislumbrada pela diplomacia brasileira foi a necessidade de acomodar a ascendente Alemanha entre os membros permanentes do Conselho, o que abriria a discussão para um reforma mais ampla. No entanto, a Alemanha já era reconhecida como uma grande potência, enquanto as capacidades militares e a relevância geopolítica brasileiras deixavam o país como uma potência média. Ou seja, não preenchia os requisitos elementares para ser membro permanente do mais alto órgão da Liga.

 

Por outro lado, Bernardes viu na questão uma chance para sinalizar para o público brasileiro num momento em que amargava uma gravíssima impopularidade: demonstrar força internacionalmente como uma forma de unir o povo em favor do seu governo. Disposto a tanto, o governo brasileiro avançou voluntária e solitariamente para uma posição insustentável na diplomacia, exigindo a reforma do Conselho sob ameaça de abandonar a Liga das Nações. A reação internacional obrigou o país a escolher entre a humilhação e a retirada: não só não abriram as discussões exigidas pelo Brasil como incluíram a Alemanha sem nenhuma forma de reflexão sobre o status brasileiro. Em péssima posição política internacional e querendo demonstrar força internamente, Artur Bernardes retirou unilateralmente o Brasil da Liga das Nações em 1926, decisão que seria ratificada e formalizada já no governo de Washington Luís.

 

Ou seja, é descabido associar a ação brasileira frente à Liga a uma influência americana. Pelo contrário, tratou-se de uma ação visando o público brasileiro e com baixíssima aderência à realidade política internacional. Assim, item ERRADO.

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