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Entre o final do século XIX e as três primeiras décadas do século XX, criaram-se, no Brasil, as condições favoráveis para o surgimento de uma classe de trabalhadores assalariados e de um movimento operário organizado e atuante, que foi responsável por grandes mobilizações e greves, como a de 1917 em São Paulo. Considerando essa proposição, assinale a opção que NÃO condiz com uma ação característica desse contexto histórico.

Resposta:

A alternativa correta é letra D) Apoio dado, pelo governo de Getúlio Vargas, ao movimento operário, com a criação da CLT e com a política de plena liberdade sindical.

Gabarito: Letra D

 

Apoio dado, pelo governo de Getúlio Vargas, ao movimento operário, com a criação da CLT e com a política de plena liberdade sindical.

 

Foi durante a Era Vargas (1930-1945), e não durante a Primeira República (1889-1930), que o governo de Getúlio Vargas concedeu ao operariado brasileiro algumas reivindicações antigas com a criação de uma legislação trabalhista (salário-mínimo, férias remuneradas, jornada diária não superior a 8 horas, proteção ao trabalho da mulher e do menor, entre outros) que, em 1943, foi reunida na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

Contudo, não houve no governo Vargas uma política de plena liberdade sindical. Pelo contrário, durante o seu governo, Vargas buscou controlar o sindicalismo, o que conseguiu principalmente através da Lei de Sindicalização de 1931, que estipulava a existência de apenas um sindicato por categoria profissional em cada município, que precisava estar devidamente registrado no Ministério do Trabalho para que seus sindicalizados pudessem usufruir dos benefícios oferecidos pelo governo. Ao ser reconhecido oficialmente, deixava de ser um órgão livre, ficando impedido de fazer propaganda política, ideológica ou religiosa. O Ministério detinha o poder de fiscalizar as eleições para diretoria, as assembleias e a contabilidade dos sindicatos, e ainda podia nomear um interventor.

 

A questão quer saber qual das alternativas não corresponde ao contexto do período da Primeira República brasileira (1889-1930), todas as demais alternativas pertencem ao contexto da Primeira República e, portanto, não responderem corretamente ao que a questão pede.

 

Letra A: Chegada, ao Brasil, de migrantes europeus que traziam consigo princípios anarquistas e comunistas, e compuseram parte do operariado.
 

Entre fins do século XIX e início do século XX muitos imigrantes entraram no território brasileiro visando substituir a mão de obra escrava e dinamizar a industrialização do país, de modo que a Primeira República foi também marcada pela grande imigração, especialmente europeia, e pelo avanço industrial. Entraram no país durante esse período: italianos (33%), portugueses (29%), espanhóis (15%) e outros grupos percentualmente menores como alemães, japoneses, sírio-libaneses, russos, lituanos e austríacos, entre outros.

 

Letra B: Fundação, em 1922, do PCB, Partido Comunista Brasileiro, inspirado no partido Bolchevique russo, vitorioso na Revolução Russa de 1917.
 

Em 1917, o sucesso da Revolução Russa impressionou muitas lideranças operárias. Vários grupos simpatizantes do comunismo começaram a surgir no Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e em estados do Nordeste. Em março de 1922, vários desses grupos se reuniram para realizar um congresso e fundaram o chamado Partido Comunista de Brasil (PCB). Dois anos mais tarde, o partido brasileiro se filiou à Terceira Internacional Comunista.

 

Letra C: Tratamento dos problemas sociais do operariado, como uma questão de polícia, por parte dos governos da República Velha.

 

O avanço industrial verificado nesse período trouxe maior importância e visibilidade para o setor urbano e, como consequência, operários e grupos médios urbanos passaram a lutar pelo direito de participar das decisões políticas e econômicas do país, como foi o caso do movimento operário que passou a manifestar-se através de protestos e reivindicações, buscando conquistar melhores condições de trabalho e de vida, lutando por direitos trabalhistas e sociais. Contudo as elites políticas e econômicas do país viam as manifestações operárias como simples baderna e tratavam a questão social no Brasil como “caso de polícia”, conforme a fala do último presidente da Primeira República, Washington Luís. Assim, a maioria dos políticos e empresários dessa época não davam a devida atenção aos protestos dos trabalhadores e tratavam a questão por meio do uso da violência policial.

 

Referências:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

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