Entre os anos de 1912 e 1914 a região sul do Brasil foi palco da maior revolta civil do período republicano. Motivados, principalmente, por uma disputa pelas terras por onde passaria a estrada de ferro que ligaria o Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro e São Paulo, os estados de Santa Catarina e Paraná reivindicavam a posse das terras em um conflito que chegou a envolver metade do exército brasileiro e ficou conhecido como:
- A) Guerra dos Emboabas.
- B) Guerra do Contestado.
- C) Guerra da Cisplatina.
- D) Guerra dos Palmares.
Resposta:
A alternativa correta é letra B) Guerra do Contestado.
Gabarito: Letra B
Guerra do Contestado.
A Guerra do Contestado foi um conflito ocorrido entre 1912 e 1916, durante os governos de Hermes da Fonseca (1910-1914) e Venceslau Brás (1914-1918), no qual o governo buscou combater um movimento rural estabelecido na fronteira entre Paraná e Santa Catarina, em uma região contestada (disputada) pelos dois estados, que por isso ficou conhecida como Contestado.
No Contestado, os sertanejos começaram a se organizar sob a liderança do “monge” João Maria e após a sua morte assumiu a liderança outro monge que ficou conhecido como José Maria. Em torno desse líder agruparam-se posseiros expulsos de suas terras, devido à construção de uma ferrovia, estrada de ferro São Paulo – Rio Grande, e à ação dos coronéis locais, bem como os trabalhadores desempregados após o término da construção da ferrovia. Marginalizados e empobrecidos, esses sertanejos perambularam por localidades disputadas por catarinenses e paranaenses até reunirem-se sob a liderança de José Maria que com eles fundou a chamada “Monarquia Celeste”. Com governo próprio e normas igualitárias, a comunidade divergia das ordens das autoridades da República.
Apesar das inúmeras investidas dos governos estadual e federal contra o povoado estabelecido nessa região, somente em janeiro de 1916, o último líder dos sertanejos foi preso e a Guerra do Contestado chegou ao fim.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: Guerra dos Emboabas.
Conflitos estabelecidos entre paulistas e não paulistas após a descoberta de ouro na região das minas, no século XVIII. Os paulistas que haviam descoberto o ouro na região se sentiam no direito de explorá-la com exclusividade, entretanto, a descoberta de ouro atraiu população de outras regiões da colônia, incluindo também portugueses vindos da metrópole. Quando esses "de fora" começaram a controlar o abastecimento de mercadorias na região, a tensão entre esses dois grupos cresceu. Emboaba era o modo como os paulistas chamavam os forasteiros que adentraram na capitania.
Letra C: Guerra da Cisplatina.
Guerra ocorrida durante o contexto de independência do Brasil, quando a Província da Cisplatina, que havia sido anexada ao território luso-brasileiro em 1821, foi incorporada a Argentina, em 1825, motivo pelo qual D. Pedro I declarou guerra às Províncias Unidas do Prata (futura Argentina). A guerra chegou ao fim em 1828, quando a Cisplatina se tornou independente com o nome de República Oriental do Uruguai.
Letra D: Guerra dos Palmares.
Guerra envolvendo o quilombo de Palmares, formado durante o período de domínio holandês em Pernambuco. Localizado na serra da barriga, atual região de Alagoas, o quilombo do Palmares cresceu muito na segunda metade do século XVII. O crescimento de Palmares levaram as autoridades coloniais a empreenderem uma verdadeira guerra contra Palmares. Depois de muitas investidas conseguiram quebrar a resistência quilombola em 1695, com tropas comandadas pelo bandeirante Domingos Jorge Velho.
Referências:
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 2. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
VAINFAS, Ronaldo et ali. História: das sociedades sem Estado às monarquias absolutistas, volume 1. São Paulo: Saraiva, 2010.
VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o longo século XIX, volume 2. São Paulo: Saraiva, 2010.
VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.
Deixe um comentário