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Eu mesmo me apresento: sou Antônio:

sou Antônio Vicente Mendes Maciel

(provim da batalha de Deus versus demônio

Com a res publica marca de Caim).

Moisés, do Êxodo ao Deuteronômio,

Sou natural de Quixeramobim,

O Antônio Conselheiro deste chão

Que vai ser mar e o mar vai ser sertão.

 

ACCIOLY, M. Antônio Conselheiro. In: FERNANDES, R. (Org.). O clarim e a oração:

cem anos de Os sertões. São Paulo: Geração Editorial, 2001.

 

O poema, escrito em 2001, contribui para a construção de uma determinada memória sobre o movimento de Canudos, ao retratar seu líder como

Resposta:

A alternativa correta é letra A) crítico do regime político recém-proclamado.

Gabarito: Letra A

 

Crítico do regime político recém-proclamado.

 

De acordo com o poema, Antônio Conselheiro (Antônio Vicente Mendes Maciel), líder da comunidade formada no Arraial de Canudos, interior da Bahia, em 1877, teria provindo da batalha entre Deus e o demônio “com a res publica marca de Caim”, a forma que o autor do poema utilizou para fazer referência a contrariedade de Antônio Conselheiro ao regime republicano.

Quando a República foi proclamada, em 1889, a comunidade de Canudos já estava estabelecida. Antônio Conselheiro, católico e monarquista, a considerava ilegítima, pois acreditava que o imperador deposto governava pela vontade de Deus e, portanto, era o único legítimo para governar. Porém, apesar de não aceitar as leis da República, Antônio Conselheiro não representava um perigo para essa, pois não pretendia liderar um movimento para restaurar a monarquia. 

A ideia de que Canudos e Antônio Conselheiro faziam parte de um complô monarquista foi amplamente divulgada nas capitais dos Estados após um desentendimento entre comerciantes de Juazeiro e moradores de Canudos, ocorrido em 1896 devido a uma compra realizada e que não foi entregue à comunidade.

Foi a partir dessa ideia de complô monarquista que a sociedade da época apoiou e até mesmo pediu a intervenção do governo Federal na região, levando a um verdadeiro massacre de seus moradores que resistiram bravamente até outubro de 1897.

Assim, o poema que coloca Antônio Conselheiro como opositor do regime republicano contribui para essa memória de que Canudos representaria um movimento de restauração da monarquia, quando na verdade se tratava de pessoas em situação de pobreza que viram em Canudos uma forma de sobreviver em meio a fome e a seca do sertão e que ao serem atacadas pelas forças do Estado se viram diante da possibilidade de perder o pouco que haviam construído ali.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra B: partidário da abolição da escravidão.

 

O poema não retrata Antônio Conselheiro como partidário da abolição da escravidão e quando a comunidade de Canudos foi atacada pelas tropas dos governos Estadual e Federal a escravidão já havia sido abolida.

 

Letra C: contrário à distribuição da terra para os humildes.

 

O poema não retrata Antônio Conselheiro como contrário à distribuição da terra para os humildes, e a formação da comunidade em Canudos era uma tentativa de oferecer um pedaço de chão aqueles que a buscavam.

 

Letra D: defensor da autonomia política dos municípios.

 

O poema não retrata Antônio Conselheiro como defensor da autonomia política dos municípios, e essa não era uma questão para Antônio Conselheiro que estava mais preocupado com as normas e organização da própria comunidade de Canudos.

 

Letra E: porta-voz do catolicismo ortodoxo romano.

 

O poema não retrata Antônio Conselheiro como porta-voz do catolicismo ortodoxo romano. E na verdade não era mesmo, pois alguns membros da Igreja Católica, o viam como um perigo, porque desviava os fiéis dessa instituição e do que consideravam a “fé verdadeira”.

 

Referências:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

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