Leia, abaixo, a opinião de Olavo Bilac a respeito da reforma urbana do Rio de Janeiro, em 1904.
“Há poucos dias, as picaretas, entoando um hino jubiloso, iniciaram os trabalhos da construção da Avenida Central, pondo abaixo as primeiras casas condenadas.[…] No aluir das paredes, no esfarelar do barro, havia um longo gemido. Era o gemido soturno e lamentoso do Passado, do Atraso, do Opróbrio. A cidade colonial, imunda, retrógrada, emperrada nas suas velhas tradições, estava soluçando o soluçar daqueles apodrecidos materiais que desabavam.” (BILAC, Olavo. Crônica. In: Kosmos. Rio de Janeiro, n. 3, março de 1904.)
Considerando o fragmento apresentado, é possível dizer que Bilac, naquele contexto histórico,
- A) atribuiu um significado civilizatório ao trabalho de reformulação do Rio de Janeiro, condizente com o ideal de progresso estampado na bandeira republicana.
- B) foi uma voz solitária na defesa da necessidade da reforma da capital federal, para torná-la cartão postal do Brasil.
- C) representou os anseios da população desvalida do Rio de Janeiro, desejosa de se ver livre, a qualquer preço, das recorrentes epidemias.
- D) posicionou-se de maneira indiferente em relação à reforma urbana, não vendo nela nem ganhos nem perdas materiais e simbólicas para a cidade.
Resposta:
Resposta
A alternativa correta é A) atribuiu um significado civilizatório ao trabalho de reformulação do Rio de Janeiro, condizente com o ideal de progresso estampado na bandeira republicana.
Explicação
O texto de Olavo Bilac apresenta uma visão positiva da reforma urbana do Rio de Janeiro em 1904. Ele descreve a demolição das casas antigas como um "hino jubiloso" e o "gemido soturno e lamentoso do Passado, do Atraso, do Opróbrio" como um símbolo do fim de uma época retrógrada e imunda. Isso sugere que Bilac via a reforma como um passo em direção ao progresso e à modernização, valores que estavam em linha com o ideal republicano.
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