Leia o seguinte trecho.
“A partir da Constituição de 1891, republicana e federalista, as elites econômicas locais passaram a ter mais força no centro de decisão política. E tudo dentro da lei […]
Com a chegada ao poder do primeiro presidente civil, Prudente de Moraes (1894-1898), que nasceu em uma fazenda de café, e com o estabelecimento da chamada ‘política dos governadores’ por seu sucessor, Campos Sales (1898-1902), estava montada a fórmula da sucessão presidencial […].”
ELIAS, Rodrigo. Dossiê Café: Do cafezal ao
cafezinho. Revista de História da Biblioteca Nacional. Ano 05, Nº. 57. jun. 2010. p. 27.
Dentro do aparato descrito no trecho, estava a Comissão Verificadora das eleições no Congresso Nacional, pois não existia nessa época uma justiça eleitoral independente.
Essa Comissão Verificadora tinha como principal função:
- A) o clientelismo, ou seja, criar uma rede de favores públicos ao grupo de pessoas que demonstrava fidelidade aos coronéis.
- B) unir, por meio de uma coligação, os proprietários rurais de todo país em torno de um único candidato, criando apenas um opositor fantoche.
- C) de trabalhar em função do Executivo e distorcer o resultado das urnas, se necessário, aprovando nomes da situação e impondo obstáculos aos opositores.
- D) criar documentos falsos para eleitores, adulterar urnas e manipular a contagem dos votos.
Resposta:
A alternativa correta é letra C) de trabalhar em função do Executivo e distorcer o resultado das urnas, se necessário, aprovando nomes da situação e impondo obstáculos aos opositores.
Gabarito Letra C
(De trabalhar em função do Executivo e distorcer o resultado das urnas, se necessário, aprovando nomes da situação e impondo obstáculos aos opositores.)
Como nessa época não existia uma Justiça Eleitoral independente que averiguasse possíveis irregularidades nas eleições, quem julgava os resultados eleitorais era a Comissão Verificadora no Congresso Nacional, comissão que estava associada ao esquema de alianças e clientelismo que vigorou durante a Primeira República.
Assim, agindo em consonância com os interesses do grupo político dominante, essa comissão poderia distorcer os resultados da urna, impugnando a eleição de um candidato oposicionista, sob a alegação de fraude, ou aprovando os nomes de deputados e senadores que apoiavam o governo.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: o clientelismo, ou seja, criar uma rede de favores públicos ao grupo de pessoas que demonstrava fidelidade aos coronéis.
O clientelismo, ou seja, a prática de premiar com favores públicos seus apadrinhados que demonstravam fidelidade política, era praticado pelos coronéis e não pela Comissão Verificadora do Congresso Nacional.
Letra B: unir, por meio de uma coligação, os proprietários rurais de todo país em torno de um único candidato, criando apenas um opositor fantoche.
Essa era a função da chamada política dos governadores ou política dos estados, que unia o governo federal aos governos dos estados, reproduzindo a lógica clientelista, de troca de favores, também a nível federal e estadual.
Letra D: criar documentos falsos para eleitores, adulterar urnas e manipular a contagem dos votos.
Quem criava documentos falsos para eleitores, adulterava urnas e manipulava a contagem dos votos eram os “coronéis”, chefes ou líderes políticos das cidades ou regiões em que viviam.
Referências:
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.
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