Logo do Site - Banco de Questões
Continua após a publicidade..

Leia o Texto II, para responder a questão a questão.

 

Texto II

 

“Por ora, a cor do governo é puramente militar e deverá ser assim. O fato foi deles, deles só porque a colaboração do elemento civil foi quase nula. O povo assistiu àquilo tudo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava. Muitos acreditaram seriamente estar vendo uma parada!”

 

O Texto II faz parte de um artigo escrito pelo republicano Aristides Lobo em 18 de novembro de 1889 no jornal Diário Popular, de São Paulo. Nele, é possível inferir uma visão da Proclamação da República no Brasil, três dias após o evento, como:

Resposta:

A alternativa correta é letra A)  um golpe militar.

Gabarito: Letra A

 

Através do famoso texto do político Aristides Lobo deduzimos que os acontecimentos do dia 15 de novembro de 1889 se assemelharam mais a um desfile militar do que a uma mudança de regime.

 

As visões mais atuais da historiografia sobre a transição da monarquia para a República confirmam que a Proclamação da República foi de fato um golpe militar organizado por um pequeno grupo de oficiais do Exército, a chamada “mocidade militar” da Escola da Praia Vermelha, oficiais de patentes inferiores do Exército.

 

Para corroborar com a nossa resposta trouxemos a fala de Celso Castro:

 

“O golpe de 1889 foi um momento-chave no surgimento dos militares como protagonistas no cenário político brasileiro. (...) O golpe foi militar, em sua organização e execução. No entanto, ele foi fruto da ação de uma pequena e muito específica fração do Exército. Quase não houve participação da Marinha, nem de indivíduos na base da hierarquia militar. Também estiveram ausentes oficiais situados no topo da hierarquia. Dos generais, apenas Manuel Deodoro da Fonseca esteve presente. Os oficiais superiores podiam ser contados nos dedos, e o que mais se destacou entre eles não exercia posição de comando de tropa: o tenente-coronel Benjamin Constant Botelho de Magalhães, professor de matemática na Escola Militar.

 

Quem foram, então, os militares que conspiram pela República e se dirigiram ao Campo de Santana na manhã do dia 15 de novembro de 1889 dispostos a derrubar o Império? Basicamente, um conjunto de oficiais de patentes inferiores do Exército (alferes-alunos, tenentes e capitães) que possuíam educação superior ou “científica” obtida durante o curso da Escola Militar, então localizada na Praia Vermelha, Rio de Janeiro. Na linguagem da época, eles eram a “mocidade militar”.

  

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra B:  uma revolução popular.

 

O texto não permite deduzir que a Proclamação da República foi um movimento popular, mas que foi uma ação exclusiva dos militares.

 

Letra C:  um levante provincial.

 

A Proclamação da República não foi um levante provincial tal como aqueles que ocorreram durante a Era das Regências.

 

Letra D:  uma mobilização civil.

 

O texto não permite dizer que a Proclamação da República foi uma mobilização dos setores civis. Aristides Lobos menciona que a participação dos elementos civis foi quase nula, embora houvesse participação dos civis para movimentar os militares a organizar o golpe.

 

Letra E: uma encenação de continuidade monárquica

 

O texto não permite dizer que se tratou de uma continuidade monárquica, mas sim de uma encenação de uma parada militar.

  

Referências:

 

CASTRO, Celso. Proclamação da República. Disponível em: https://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/PROCLAMAÇÃO%20DA%20REPÚBLICA.pdf. Acesso: 14 jul. 2020.

 

FAUSTO, Boris. História do Brasil. 2ª edição. São Paulo: EdUSP, 1995.

Continua após a publicidade..

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *