Mesmo após a instalação da República no Brasil a elite brasileira continuava a exibir cruamente a sua mentalidade escravista, como se pode perceber ao analisar uma rebelião de marinheiros, a Revolta da Chibata, no Rio de Janeiro, em 1910. Essa revolta foi motivada essencialmente:
- A) pela extinção da chibata, que igualava os marinheiros insubordinados às condições de seus superiores hierárquicos;
- B) pelo alto grau de preparo e conhecimento intelectual de suas lideranças;
- C) pelos castigos corporais e pela má alimentação a que estavam sujeitos diariamente os marinheiros;
- D) pela participação de representantes da elite carioca na organização dos deveres dos marinheiros aprovados na Constituição.
Resposta:
A alternativa correta é letra C) pelos castigos corporais e pela má alimentação a que estavam sujeitos diariamente os marinheiros;
Gabarito: Letra C
Pelos castigos corporais e pela má alimentação a que estavam sujeitos diariamente os marinheiros;
A Revolta da Chibata ocorreu em 22 de novembro de 1910, na cidade do Rio de Janeiro e levou aproximadamente dois mil marinheiros, liderados pelo marinheiro João Cândido, a rebelarem-se contra os castigos físicos que recebiam na Marinha do Brasil, mas também contra a má alimentação e os baixos salários.
Isso porque, no início do século XX a Marinha do Brasil ainda mantinha um código disciplinar com normas estabelecidas nos séculos XVIII e XIX, entre as quais constava a punição de marinheiros, por faltas graves, com 25 chibatadas, punição a que todos os demais marinheiros eram obrigados a assistir.
O estopim para a revolta foi a punição aplicada a um marujo do encouraçado Minas Gerais, que recebeu 250 chibatadas, quantidade dez vezes superior ao limite estabelecido.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: pela extinção da chibata, que igualava os marinheiros insubordinados às condições de seus superiores hierárquicos;
A revolta não foi motivada pela extinção da chibata e sim por ela ser uma prática presente na Marinha do Brasil para castigar os marinheiros. Além disso, a sua extinção, como desejavam os marinheiros revoltados, não igualaria os marinheiros às condições de seus superiores hierárquicos, apenas acabaria com os castigos de açoite a que estavam sujeitos esses marinheiros.
Letra B: pelo alto grau de preparo e conhecimento intelectual de suas lideranças;
A revolta não foi motivada pelo alto grau de preparo e conhecimento intelectual de suas lideranças, visto que os marinheiros pertenciam a classe popular e reagiam ao castigo absurdo a que estavam sujeitos e, principalmente, a injustiça cometida contra um marinheiro do encouraçado Minas Gerais, que havia recebido dez vezes mais açoites que o estabelecido na regulamentação.
Letra D: pela participação de representantes da elite carioca na organização dos deveres dos marinheiros aprovados na Constituição.
A revolta não foi motivada pela participação de representantes da elite carioca na organização de deveres dos marinheiros, mas sim pela determinação de castigo sobre os seus corpos com a chibata, uma prática antiga da instituição da Marinha do Brasil e que já não era mais tolerada pelos marinheiros, principalmente diante dos abusos de seus superiores.
Referências:
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.
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