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Na passagem dos anos 1920 para a década seguinte, a política de valorização do café no Brasil

Resposta:

A alternativa correta é letra C) agravou a crise econômica, devido ao alto volume de café estocado e à redução significativa dos mercados estrangeiros para a mercadoria.

Gabarito: Letra C

 

Agravou a crise econômica, devido ao alto volume de café estocado e à redução significativa dos mercados estrangeiros para a mercadoria.

 

A política de valorização do café praticada durante a Primeira República foi o chamado Convênio de Taubaté, no qual ficou acordado que o governo federal passaria a comprar os excedentes de café assumindo os prejuízos e garantindo o lucro aos cafeicultores.

O Convênio de Taubaté foi essencial para que, no início da Primeira República – quando começaram as crises de superprodução, resultante do aumento desmedido da produção do café para além da capacidade de consumo – os preços internacionais do produto não caíssem, evitando, assim, o prejuízo dos cafeicultores.

Porém, tal acordo, no longo prazo, resultou no aumento contínuo dos estoques de café pelo governo, que nunca encontrava uma boa oportunidade para vender esse excedente no mercado externo.

Dessa forma, quando estourou a crise econômica internacional de 1929, que reduziu drasticamente as exportações do café brasileiro, já que o principal comprador do produto, os Estados Unidos, reduziram suas importações, o Brasil já possuía uma grande quantidade de café estocado sem um destino específico e não conseguiu evitar o desastre econômico que levou muitos cafeicultores à falência e o país à recessão. Com isso, o impacto da crise de 1929 para o Estado brasileiro foi enorme, porque a cafeicultura era a atividade mais dinâmica da economia brasileira e movimentava as demais, como a indústria, os transportes, a construção de estradas, ferrovias e portos, etc.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: impediu o avanço da produção de cacau, algodão e borracha, devido à concentração de recursos econômicos no Nordeste.

 

A política de valorização do café durante a Primeira República, não impediu o avanço na produção de cacau, algodão e borracha, produtos também voltados para a exportação nessa época, e não manteve a concentração de recursos econômicos no Nordeste. O café era o líder das exportações nesse período, e sua produção localizava-se na região sudeste do país, sendo nessa região que os recursos obtidos com exportações agrárias se concentravam.


Letra B: facilitou o deslocamento de capitais do setor industrial para o agrário, que aproveitava a estabilidade dos mercados externos para se desenvolver.

 

Pelo contrário, a política de valorização do café durante a Primeira República facilitou o deslocamento de capitais do setor agrário para o setor industrial, visto que os cafeicultores continuaram plantando café em larga escala e o problema da superprodução de café tornou-se um prejuízo para o governo, que comprava essas sacas de café excedentes, garantindo os lucros dos cafeicultores que passaram a investir no setor industrial.

 

Letra D: sustentou a hegemonia financeira da região Nordeste, que prolongou sua liderança e comando político por mais duas décadas.
 

A política de valorização do café durante a Primeira República não sustentou uma hegemonia financeira da região nordeste, mas sim da região sudeste. É preciso lembrar que a região nordeste era uma grande produtora de açúcar, que foi o principal produto agrícola brasileiro de exportação durante o período colonial, tendo sustentado essa posição até 1830, momento em que perdeu essa posição tanto pela ascensão da produção do café, quanto pela queda provocada devido à concorrência do açúcar antilhano no mercado internacional.

 

Letra E: foi compensada pela estratégia governamental de supervalorização do câmbio, o que permitiu o aumento significativo das exportações de café.

 

Não houve uma estratégia governamental de supervalorização de câmbio que tenha permitido um aumento significativo das exportações de café. As exportações num primeiro momento mantiveram-se estáveis pela compra dos excedentes de café pelo governo, mas não resistiram a crise de 1929 e sua queda levou muitos cafeicultores à falência e o país à recessão

 

Referências:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

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