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Na primeira década do século XX, reformar a cidade do Rio de Janeiro passou a ser o sinal mais evidente da modernização que se desejava promover no Brasil. O ponto culminante do esforço de modernização se deu na gestão do prefeito Pereira Passos, entre 1902 e 1906. “O Rio civilizava-se” era frase célebre à época e condensava o esforço para iluminar as vielas escuras e esburacadas, controlar as epidemias, destruir os cortiços e remover as camadas populares do centro da cidade.

 

OLIVEIRA, L. L. Sinais de modernidade na Era Vargas: vida literária, cinema e rádio. In: FERREIRA, J.; DELGADO, L. A. (Org.).

O tempo do nacional-estatismo: do início ao apogeu do

Estado Novo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.

 

O processo de modernização mencionado no texto trazia um paradoxo que se expressava no(a)

Resposta:

A alternativa correta é letra C) ideal de civilização acompanhado de marginalização.

Gabarito Letra C

 

 Ideal de civilização acompanhado de marginalização.

 

No início do século XX, Rodrigo Alves, presidente do Brasil  de 1902 a 1906, decidiu modernizar a capital do país, que naquela época era o Rio de Janeiro.

 

Assim, em 1902, começaram os trabalhos de remodelação da capital, visando a "civilizar" o Rio de Janeiro. O cais do Porto foi ampliado e as ruas centrais alargadas, foram construídos edifícios públicos, como a Biblioteca Nacional e o Teatro Municipal, assemelhando o Rio a grandes cidades europeias, postes de iluminação elétrica foram colocados no lugar dos antigos lampiões a gás e bondes elétricos começaram a circular pelas ruas da cidade.

 

Contudo, o esforço civilizatório teve também sua face cruel e contraditória. A busca por civilizar a cidade significou também a exclusão e expulsão de muitos moradores de imóveis desapropriados. Centenas de pequenas casas e cortiços foram derrubadas, o chamado “Bota-abaixo” promovido pelo prefeito da cidade Francisco Pereira Passos, seus moradores tiveram que se mudar para morros, onde construíam barracos, ou para bairros periféricos, deixados de lado pela reforma urbanística. Não houve nenhuma preocupação com a situação dos mais pobres e civilizar o Rio significou apenas a remodelação dos principais espaços da cidade.
 

Por que as demais estão incorretas?

 

A questão quer saber qual das alternativas expressa uma contradição. E as demais alternativas não expressam uma contradição.

 

Letra A:  substituição de vielas por amplas avenidas.

 

No processo de modernização do Rio de Janeiro, as vielas características das cidades brasileiras no início do século XX, foram substituídas por amplas ruas e avenidas. Tal fato não expressa uma contradição no processo civilizatório da cidade.
 

Letra B: impossibilidade de se combaterem as doenças tropicais.

 

A reforma urbanística expressou também a busca por combater as doenças tropicais comuns na cidade do Rio de Janeiro: febre amarela, varíola, cólera, peste bubônica. O combate as doenças tropicais foi parte do processo civilizatório e não uma contradição.

 

Letra D: sobreposição de padrões arquitetônicos incompatíveis.

 

A sobreposição de padrões arquitetônicos incompatíveis não expressa uma contradição, apenas a convivência de mais de um estilo.

 

Letra E: projeto de cidade incompatível com a rugosidade do relevo.

 

No projeto de remodelação da cidade do Rio de Janeiro, não houve incompatibilidade em relação ao relevo da cidade. E isso também não expressa uma contradição, mas sim uma inadaptação.
 

Referências:

 

AZEVEDO, Gislane Campos e SERIACOPI, Reinaldo. História: volume único. São Paulo: Ática, 2005.

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