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Nunca houve tempo em que se inventassem, com tanta perfeição, tantas ladroeiras legais. A fortuna particular de alguns, em menos de dez anos, quase que quintuplicou; mas o Estado, os pequenos burgueses e o povo, pouco a pouco, foram caindo na miséria mais atroz.

 

(LIMA BARRETO. In: ALENCAR ET AL. 1996).


A partir da análise do texto e dos conhecimentos sobre o primeiro período republicano brasileiro, é correto afirmar:

Resposta:

A alternativa correta é letra E) A Crise de 1929 contribuiu para o desequilíbrio da economia, devido à retração da demanda do café no mercado internacional e ao fracasso da política de valorização artificial desse produto.

 

Gabarito: Letra A

 

A Crise de 1929 contribuiu para o desequilíbrio da economia, devido à retração da demanda do café no mercado internacional e ao fracasso da política de valorização artificial desse produto.

 

O trecho de texto apresentado pela questão pertence ao escritor Lima Barreto, que foi um grande crítico da Primeira República brasileira.

No final da Primeira República ocorreu uma crise econômica e política que levou ao fim desse período inicial da republicano.

A crise econômica brasileira teve início com um importante acontecimento mundial a ser observado: a crise de 1929. A partir dessa crise, iniciada nos Estados Unidos, vários países foram abalados economicamente, inclusive o Brasil, ainda dependente da economia norte-americana.

No Brasil, a crise do capitalismo causou a queda brusca das exportações cafeeiras. Com a recessão econômica vivida pelos Estados Unidos e a consequente redução de vendas, comerciantes estadunidenses também reduziram suas compras. Isso afetou gravemente a economia das nações que dependiam das importações dos EUA.

Foi o caso do Brasil que já vinha produzindo café em grande escala e deixou de vender milhões de sacas para o mercado desse país. Como a política de valorização do café, estabelecida no Convênio de Taubaté, em 1906, havia se encerrado em 1924 e, em 1929, o presidente Washington Luís se negava a conceder novos financiamentos aos cafeicultores, levando-os ao enfraquecimento de seu poder econômico, estabeleceu-se também uma crise política e, nesse contexto, a transição da Primeira República para a Era Vargas.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: Uma aliança dos primeiros governos com o Partido Comunista, através da sua legalização e da participação de líderes comunistas em ministérios, permitiu o controle dos sindicatos pelo Governo Federal.
 

Não houve uma aliança dos primeiros governos republicanos com o Partido Comunista. Os primeiros governos da República brasileira destacaram-se pela presença de militares no poder e duraram até 1894. Já o Partido Comunista só seria fundado no Brasil em 1922.

 

Letra B: A “Política dos Governadores” foi responsável pela extinção de revoltas internas, como a de Canudos e a do Contestado, a primeira de caráter messiânico e a segunda de características apenas socioeconômicas.
 

A Política dos Governadores ou Política dos Estados, não foi uma política de extinção de revoltas internas. Na verdade tratava-se de uma aliança política que unia o governo federal aos governos dos estados, reproduzindo a lógica clientelista de troca de favores, que já ocorria a nível regional, também a nível federal e estadual. Além disso, tanto a revolta de Canudos quanto a do Contestado possuíam caráter messiânico.

 

Letra C: O Exército foi excluído da política governamental, passando a dedicar-se unicamente às questões da "caserna”.
 

O exército não foi excluído da política governamental durante a Primeira República. Ao contrário, foi um dos principais grupos envolvidos na proclamação e os primeiros governos republicanos foram chefiados por militares.

 

Letra D: A falta de uma ideologia política de classe tornou impossível a união do operariado, que se manteve, consequentemente, longe da política e incapacitado de lutar pelos seus direitos.

 

Nem faltou uma ideologia política a classe trabalhadora e nem essa se manteve longe da política durante a Primeira República, o movimento operário foi atuante no Brasil durante esse período.

 

Referências:

 

AZEVEDO, Gislane Campos e SERIACOPI, Reinaldo. História: volume único. São Paulo: Ática, 2005.

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

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