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“O coronelismo era fruto de alteração na relação de forças entre os proprietários rurais e o governo, e significava o fortalecimento do poder do Estado antes que o predomínio do coronel. Nessa concepção, o coronelismo é, então, um sistema político nacional, com base em barganhas entre o governo e os coronéis. O coronel tem o controle dos cargos públicos, desde o delegado de polícia até a professora primária. O coronel hipoteca seu apoio ao governo, sobretudo na forma de voto.”

CARVALHO, J. M. Pontos e bordados: escritos de história política. Belo Horizonte. Editora UFMG, 1998 (adaptado).

No contexto da Primeira República no Brasil, as relações políticas descritas baseavam-se na:

Resposta:

A alternativa correta é letra C) valorização do proselitismo partidário.

Gabarito da Banca: Letra C

Meu gabarito: Letra D

 

Disseminação de práticas clientelistas.

 

Conforme  descreve o próprio texto apresentado pela questão, as relações políticas da Primeira República giravam em torno do poder de influência dos coronéis de cada região nos resultados das eleições e do interesse dos governos Estaduais e Federal nesse domínio dos coronéis sobre o voto dos eleitores.

 

O poder de influência dos coronéis baseava-se nas relações clientelistas que eles mantinham com os eleitores de cada região e a sua capacidade de barganha. O que era possível graças ao prestígio do coronel e a sua capacidade de conceder empregos e cargos ou mesmo favores públicos ao grupo de pessoas apadrinhadas, que em troca lhe demonstrava fidelidade política, votando nos candidatos indicados pelo coronel.

 

Essas práticas, de conceder favores públicos em troca de votos, chamadas de clientelistas, estavam amplamente disseminadas na sociedade e na política da Primeira República, sendo baseadas numa estrutura de poder que ligava os coronéis mais influentes aos governos estaduais e federal.

 

Os coronéis ajudavam a eleger os governadores de seu Estado e esse retribuía destinando-lhes verbas e favores para as suas áreas de influência. Os governadores estaduais influenciavam, com a ajuda dos coronéis, a eleição do governo federal e eram também recompensados pela aliança estabelecida. Essas alianças estabelecidas nos diferentes níveis da política nacional faziam com que o poder permanecesse por longo tempo nas mãos de um mesmo grupo político.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: coação das milícias locais.

 

Não havia uma coação das milícias locais, mas sim uma coação dos jagunços ou capangas dos coronéis, mas que estava diretamente ligada à lógica clientelista e não funcionando à parte dela. Dessa forma, a coação e violência dos jagunços dos coronéis era utilizada nos casos em que os apadrinhados se negavam a votar no candidato indicado pelo coronel ou contra os inimigos e aqueles que lhe fossem infiéis.

 

Letra B:  estagnação da dinâmica urbana.

 

O coronelismo vigorava na sociedade predominantemente rural que existia durante a Primeira República, logo não estava baseado numa estagnação da dinâmica urbana, visto que essa dinâmica era limitada e predominava uma dinâmica rural na sociedade dessa época.

Letra C:  valorização do proselitismo partidário.

 

Dentro da estrutura política existente na Primeira República, com voto aberto, práticas clientelistas, falta de fiscalização adequada, fraudes e predomínio de grupos que já estavam inseridos nas relações políticas da época, não havia muito espaço aberto para um proselitismo partidário (tentativa de formar prosélitos, convencer ou converter pessoas a uma determinada visão, ideia ou partido político), visto que, a influência sobre os votos era estabelecida a partir de um lógica de trocas de favores e coação política e não através de um debate de ideias.

 

Referências:

 

CARVALHO, J. M. Pontos e bordados: escritos de história política. Belo Horizonte. Editora UFMG, 1998.

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

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