O mestre-sala dos mares
Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo marinheiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como o almirante negro
Tinha a dignidade de um mestre-sala
E ao navegar pelo mar com seu bloco de fragatas
Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas jorravam nas costas
dos negros pelas pontas das chibatas…
BLANC, A.; BOSCO, J. O mestre-sala dos mares. Disponível em: www.usinadeletras.com.br.
Acesso em: 19 jan. 2009.
Na história brasileira, a chamada Revolta da Chibata, liderada por João Cândido, e descrita na música, foi
- A) a rebelião de escravos contra os castigos físicos, ocorrida na Bahia, em 1848, e repetida no Rio de Janeiro.
- B) a revolta, no porto de Salvador, em 1860, de marinheiros dos navios que faziam o tráfico negreiro.
- C) o protesto, ocorrido no Exército, em 1865, contra o castigo de chibatadas em soldados desertores na Guerra do Paraguai.
- D) a rebelião dos marinheiros, negros e mulatos, em 1910, contra os castigos e as condições de trabalho na Marinha de Guerra.
- E) o protesto popular contra o aumento do custo de vida no Rio de Janeiro, em 1917, dissolvido, a chibatadas, pela polícia.
Resposta:
A alternativa correta é letra D) a rebelião dos marinheiros, negros e mulatos, em 1910, contra os castigos e as condições de trabalho na Marinha de Guerra.
Gabarito: Letra D
(a rebelião dos marinheiros, negros e mulatos, em 1910, contra os castigos e as condições de trabalho na Marinha de Guerra.)
A música é uma composição em homenagem a João Cândido, um marinheiro negro que liderou um protesto contra os castigos físicos usados como punição dentro da Marinha. Por isso, ele ficou conhecido como “Almirante Negro”.
Os protestos de marinheiros culminaram em uma rebelião onde foram tomados alguns navios ancorados na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Os marinheiros reivindicaram propostas como o fim dos castigos físicos, melhoria na alimentação e nos salários.
O governo concordou em atender às exigências. Rapidamente, os deputados aprovaram um projeto que acabava com as chibatadas e anistiava os revoltosos.
Mas, quando a situação ficou sob controle, o governo expulsou os marinheiros rebeldes e mandou prender os líderes da revolta. Diante da traição do governo, os marujos iniciaram outra rebelião. Dessa vez, o governo reagiu com mais violência. Dezenas de marinheiros foram mortos, centenas foram presos e enviados para a Amazônia e mais de mil foram expulsos da Marinha.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: a rebelião de escravos contra os castigos físicos, ocorrida na Bahia, em 1848, e repetida no Rio de Janeiro.
A música é uma homenagem a João Cândido, importante personagem da Revolta dos Marinheiros de 1910 ou mais conhecida como Revolta da Chibata.
Letra B: a revolta, no porto de Salvador, em 1860, de marinheiros dos navios que faziam o tráfico negreiro.
A música é uma homenagem a João Cândido, importante personagem da Revolta dos Marinheiros de 1910 ou mais conhecida como Revolta da Chibata.
Letra C: o protesto, ocorrido no Exército, em 1865, contra o castigo de chibatadas em soldados desertores na Guerra do Paraguai.
Não houve protestos no Exército contra castigos físicos por deserção na guerra. Os castigos físicos e outras penas eram aplicadas sempre que havia transgressão e em momentos de guerra não houve espaço para protesto como forma de resistência a essas punições.
Letra E: o protesto popular contra o aumento do custo de vida no Rio de Janeiro, em 1917, dissolvido, a chibatadas, pela polícia.
Não há menção na história de protestos dissolvidos a chibatadas pela polícia. Além disso, a alternativa traz como marco o ano de 1917, logo, posterior aos eventos da Revolta da Chibata, episódio relatado na música.
Referências:
COTRIM, Gilberto. Historiar, 9° ano: ensino fundamental: anos finais. São Paulo: Saraiva, 2018.
MAESTRI, Mário. Pranchada Infamante Resistência ao Castigo Físico do Soldado Imperial na Guerra contra o Paraguai. ESTUDIOS HISTÓRICOS – CDHRPyB- Año VII - Julio 2015 - Nº 14 – ISSN: 1688 – 5317. Uruguay
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