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Observe a charge de Storni, publicada na revista Careta em 19.02.1927.

 

 

Divulgada durante a Primeira República brasileira, a charge faz referência a uma

Resposta:

A alternativa correta é letra B) prática política que facilitava a continuidade do domínio oligárquico.

GabaritoLetra B

 

Prática política que facilitava a continuidade do domínio oligárquico.

 

A imagem ironiza as eleições durante a Primeira República e denúncia o chamado “voto de cabresto”, ou seja, o voto realizado com base no controle da vontade do eleitor por um coronel ou fazendeiro local interessado em dominar o resultado das eleições.

Durante a Primeira República, o governo central era marcado pelo predomínio das oligarquias agrárias, ou seja, por grandes proprietários rurais, que se tornaram verdadeiros chefes ou líderes políticos das cidades e regiões onde estavam estabelecidos, e por isso eram chamados de “coronéis”.

Como o voto era aberto, ou seja, os eleitores eram obrigados a revelar publicamente em que candidato votavam, os coronéis, podiam pressioná-los para controlar suas escolhas, por vezes até mesmo pelo uso de capangas e ameaças. Daí o termo coronelismo em referência às suas práticas de dominação e de mando e a expressão “voto de cabresto” para indicar a pressão exercida por esses coronéis sobre os eleitores. Os quais votavam por variados motivos: obediência, lealdade ou gratidão ao coronel, e também em busca de algum favor, como dinheiro, animais, serviços médicos e roupas.

Assim, na prática, as eleições eram caracterizadas pela fraude. Como não existia uma Justiça Eleitoral para fiscalizar as eleições, o próprio coronel organizava a eleição no município, produzia uma ata da sessão eleitoral na qual registrava o que queria, e garantia a continuidade de aliados políticos no poder, beneficiando-se também com essa  continuidade.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: ação corrupta que permitia o desvio de verbas públicas.

 

Na imagem vemos a mulher (que representa a República) perguntar ao coronel político se o eleitor que ele trazia no cabresto era o “Zé Besta”, ao que ele responde: “Não, é o Zé Burro”. Dessa forma, a imagem nos faz compreender que os eleitores eram controlados em sua vontade pelos políticos de influência dessa época. Nada na imagem nos permite ultrapassar essa interpretação e identificar nela a denúncia ou divulgação de uma ação corrupta que permitiria o desvio de verbas públicas.

 

Letra C: proposição constitucional que determinava a obrigatoriedade do voto.

 

Na imagem vemos a mulher (que representa a República) perguntar ao coronel político se o eleitor que ele trazia no cabresto era o “Zé Besta”, ao que ele responde: “Não, é o Zé Burro”. Dessa forma, a imagem nos faz compreender que os eleitores eram controlados em sua vontade pelos políticos de influência dessa época. Nada na imagem nos permite ultrapassar essa interpretação e identificar nela uma proposição constitucional determinando a obrigatoriedade do voto.

 

Letra D: experiência política que favorecia a soberania do voto popular.

 

Na imagem vemos a mulher (que representa a República) perguntar ao coronel político se o eleitor que ele trazia no cabresto era o “Zé Besta”, ao que ele responde: “Não, é o Zé Burro”. Dessa forma, a imagem nos faz compreender que os eleitores eram controlados em sua vontade pelos políticos de influência dessa época, logo, não havia uma soberania do voto popular.

 

Letra E: lei eleitoral que visava garantir a fidelidade do eleitor.

 

Na imagem vemos a mulher (que representa a República) perguntar ao coronel político se o eleitor que ele trazia no cabresto era o “Zé Besta”, ao que ele responde: “Não, é o Zé Burro”. Dessa forma, a imagem nos faz compreender que os eleitores eram controlados em sua vontade pelos políticos de influência dessa época. Nada na imagem nos permite ultrapassar essa interpretação e identificar nela uma lei eleitoral buscando garantir a fidelidade do eleitor, o que de fato não existia.

 

Referências:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

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