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Questões Sobre Primeira República - História - concurso

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101) “No dia 5 de julho, jovens oficiais do forte Copacabana rebelaram-se, com o apoio das guarnições do Distrito Federal, do Rio de Janeiro e do Mato Grosso. O objetivo era impedir a posse de Artur Bernardes. Embora a rebelião tenha fracassado, os jovens militares resolveram abandonar o forte e marchar pela praia de Copacabana para enfrentar as forças legalistas, numa atitude suicida da qual sobreviveram apenas os tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes. Esse episódio é conhecido como ‘os 18 do Forte'”.

  • A) Coronelismo.
  • B) Messianismo.
  • C) Federalismo.
  • D) Positivismo.
  • E) Tenentismo.

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A alternativa correta é letra E) Tenentismo.

Gabarito: ALTERNATIVA E

   

  

Escolha entre as abaixo aquela que menciona corretamente o nome desse movimento.

  • a)  Coronelismo.

O coronelismo era um fenômeno de controle das massas pelas oligarquias locais. Capazes de sequestrar o aparato estatal, os coronéis eram chefes da vida política dos municípios dos interior, fazendo do voto de cabresto a sua grande força, porque era capaz de controlar toda a vida eleitoral. Ou seja, o coronelismo era um fenômeno a ser combatido pelos movimentos citados no enunciado. Alternativa errada.

 
  • b)  Messianismo.

O messianismo era o fenômeno de lideranças religiosas, anunciando uma transformação de ordem metafísica, mobilizavam as massas em movimentos de contestação. Foi o caso, por exemplo de Canudos e da Revolta do Contestado. Alternativa errada.

 
  • c)  Federalismo.

Federalismo é a forma de organização do Estado, e não um movimento de contestação. Alternativa errada.

 
  • d)  Positivismo.

Importante corrente filosófica europeia do século XIX, o Positivismo animou as forças armadas na fundação da República brasileira. Os tenentistas eram profundamente influenciados pelo pensamento positivista. Alternativa errada.

 
  • e)  Tenentismo.

O tenentismo foi, de maneira geral, uma série de movimentos armados que partiram de parcelas do jovem oficialato do Exército que viam na República Velha uma traição aos princípios que animaram a Proclamação da República (1889). Para aqueles jovens, a realidade política brasileira e o estabelecimento das oligarquias agroexportadoras no centro do poder traíam os princípios fundamentais do positivismo que o próprio Exército encampara para derrubar a monarquia; e o tenentismo encarnava uma releitura e uma revitalização do pensamento positivista em ação na política brasileira. Sem abandonar certas reivindicações corporativistas e com os levantes armados de São Paulo (Revolta Paulista de 1924) e do Rio de Janeiro (Revolta dos 18 do Forte de 1922), o tenentismo, ainda que não tenha ameaçado de fato o governo central no campo de batalha, marcou uma posição importante na vida brasileira e abriu um ciclo de revoltas que marcaria a década de 1920. Entre 1925 e 1927, a Coluna Miguel Costa-Prestes percorreria todo o país sob esse horizonte positivista e com a vontade de superação do atraso estrutural brasileiro que era mantido pela República Velha. Desse caldo de cultura, Getúlio Vargas - claro herdeiro do positivismo gaúcho - disputaria as eleições presidenciais de 1930 com grandes chances de vitória após a cisão entre as oligarquias mineira e paulista. Sua candidatura contava com o apoio de elites descontentes com o governo central e dos dissidentes mineiros, que romperam com os paulistas após estes romperem os acordos de sucessão presidencial. ALTERNATIVA CORRETA.

   

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA E.

102) No contexto da Primeira República, emergiu o movimento tenentista. No que diz respeito a esse movimento, pode-se afirmar corretamente que

  • A) foi um movimento político-militar que ganhou apoio dos setores de alta patente do exército e eclodiu apenas na capital federal.
  • B) foi um movimento basicamente integrado por oficiais de baixa patente, que trouxe à superfície a revolta da corporação contra os baixos salários e precárias condições de trabalho.
  • C) assumiu uma conotação social explicitamente favorável à democracia liberal e bem condizente com ações democráticas no âmbito da corporação militar.
  • D) apesar de não ter ocorrido qualquer levante ou ação radical, os tenentes passaram a defender a instalação de um governo forte e centralizado, capaz de promover a salvação nacional.

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QUESTÃO: No contexto da Primeira República, emergiu o movimento tenentista. No que diz respeito a esse movimento, pode-se afirmar corretamente que:

  • A) foi um movimento político-militar que ganhou apoio dos setores de alta patente do exército e eclodiu apenas na capital federal.
  • B) foi um movimento basicamente integrado por oficiais de baixa patente, que trouxe à superfície a revolta da corporação contra os baixos salários e precárias condições de trabalho.
  • C) assumiu uma conotação social explicitamente favorável à democracia liberal e bem condizente com ações democráticas no âmbito da corporação militar.
  • D) apesar de não ter ocorrido qualquer levante ou ação radical, os tenentes passaram a defender a instalação de um governo forte e centralizado, capaz de promover a salvação nacional.

A resposta correta desta questão é:

A alternativa correta é letra B) foi um movimento basicamente integrado por oficiais de baixa patente, que trouxe à superfície a revolta da corporação contra os baixos salários e precárias condições de trabalho.

O movimento tenentista, surgido na Primeira República, foi liderado predominantemente por jovens oficiais de baixa patente do Exército, insatisfeitos com a situação interna das Forças Armadas e com o regime político oligárquico então vigente. Esses oficiais reivindicavam melhores condições de trabalho e salários mais justos, além de reformas políticas e sociais que modernizassem o país. O movimento teve várias manifestações, incluindo a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana em 1922 e a Revolução de 1930, que culminou na ascensão de Getúlio Vargas ao poder.

103) Atente ao seguinte excerto: “Em 1912, o governador do Estado de Santa Catarina, Vidal Ramos, advertia: ‘Nossos caboclos do mato são fáceis de se fanatizar, e se for exato o que se ouve, é necessário a ação enérgica’. Ele considerava perigoso para o poder local o ajuntamento de sertanejos pobres em torno do Curandeiro José Maria”.

  • A) se refere à Guerra do Contestado, que, para a imprensa e autoridades militares, era uma reedição do fanatismo de Canudos.
  • B) faz menção ao Movimento do Contestado, que foi um movimento religioso, com características messiânicas, no qual só ingressavam meninas virgens e meninos puros, para a construção de uma Nova Jerusalém.
  • C) trata do Movimento do Contestado, cujo líder foi José Maria, um missionário franciscano alemão que atuou no Planalto Catarinense entre 1890 e 1930.
  • D) faz referência à Guerra do Contestado, cuja população envolvida era muito religiosa, louvava a monarquia e o retorno da Casa Real de Bragança ao trono brasileiro.

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Sobre o excerto acima, é correto afirmar que:

  • A) se refere à Guerra do Contestado, que, para a imprensa e autoridades militares, era uma reedição do fanatismo de Canudos.
  • B) faz menção ao Movimento do Contestado, que foi um movimento religioso, com características messiânicas, no qual só ingressavam meninas virgens e meninos puros, para a construção de uma Nova Jerusalém.
  • C) trata do Movimento do Contestado, cujo líder foi José Maria, um missionário franciscano alemão que atuou no Planalto Catarinense entre 1890 e 1930.
  • D) faz referência à Guerra do Contestado, cuja população envolvida era muito religiosa, louvava a monarquia e o retorno da Casa Real de Bragança ao trono brasileiro.

A resposta correta desta questão é:

A alternativa correta é letra A) se refere à Guerra do Contestado, que, para a imprensa e autoridades militares, era uma reedição do fanatismo de Canudos.

A Guerra do Contestado (1912-1916) foi um conflito que ocorreu na região sul do Brasil, envolvendo sertanejos e caboclos que foram desalojados de suas terras devido à construção da Ferrovia São Paulo–Rio Grande e à concessão de terras para empresas estrangeiras. Tal como Canudos, o movimento tinha um forte componente messiânico e religioso, liderado pelo monge José Maria, e foi visto pelas autoridades como uma ameaça à ordem estabelecida.

104) “A revolta não visava o poder, não pretendia vencer, não podia ganhar nada. Era somente um grito, uma convulsão de dor, uma vertigem de horror e indignação. Até que ponto um homem suporta ser espezinhado, desprezado e assustado? Quanto sofrimento é preciso para que um homem se atreva a encarar a morte sem medo? E quando a ousadia chega nesse ponto, ele é capaz de pressentir a presença do poder que o aflige nos seus menores sinais: na luz elétrica, nos jardins elegantes, nas estátuas, nas vitrines de cristal, nos bancos decorados dos parques, nos relógios públicos, nos bondes, nos carros, nas fachadas de mármore, nas delegacias, agências de correio e postos de vacinação, nos uniformes, nos ministérios e nas placas de sinalização.”

  • A) à irracionalidade da população do Rio de Janeiro e aos benefícios que a vacina traria para a saúde pública.
  • B) ao programa higienizador empreendido pelo prefeito do Rio de Janeiro e ao amplo esclarecimento da opinião pública quanto aos benefícios da vacina.
  • C) à participação de funcionários de todos os setores do governo federal na campanha de erradicação dos focos epidêmicos.
  • D) ao projeto de reurbanização do Rio de Janeiro e às diversas formas de segregação e exclusão social que ele promoveu.

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Resposta

A alternativa correta é letra D) ao projeto de reurbanização do Rio de Janeiro e às diversas formas de segregação e exclusão social que ele promoveu.

Explicação

O texto de Nicolau Sevcenko descreve a Revolta da Vacina, ocorrida em 1904, como uma reação popular contra a vacinação obrigatória e associa essa reação à percepção da população de que o poder público estava impondo medidas que afetavam sua vida cotidiana, como a luz elétrica, jardins elegantes, estátuas, vitrines de cristal, etc. Essas medidas faziam parte do projeto de reurbanização do Rio de Janeiro, que visava modernizar a cidade, mas também promovia a segregação e exclusão social.

A letra D) é a que melhor se relaciona com o texto, pois destaca a relação entre a Revolta da Vacina e o projeto de reurbanização do Rio de Janeiro, que promoveu a segregação e exclusão social.

105) Sobre a Primeira República do Brasil é correto afirmar:

  • A) o Brasil manteve-se neutro na Primeira Guerra, não oferecendo seus préstimos e homens para lutar nesse conflito;
  • B) a Questão do Acre significou a derrota dos interesses brasileiros para a ambição territorial dos bolivianos;
  • C) ao longo da Primeira República, os governos se opuseram definitiva e fortemente aos Estados Unidos;
  • D) teve-se o surto de industrialização em todo Brasil;
  • E) a Revolta da Armada (1893-1894) foi um movimento que opôs a Marinha ao Exército, com a eclosão da força naval contra a continuidade do governo de Floriano Peixoto.

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A alternativa correta é letra E) a Revolta da Armada (1893-1894) foi um movimento que opôs a Marinha ao Exército, com a eclosão da força naval contra a continuidade do governo de Floriano Peixoto.

A Revolta da Armada foi um movimento militar que ocorreu entre 1893 e 1894, durante o governo de Floriano Peixoto. O movimento foi liderado por oficiais da Marinha que se opunham ao governo de Floriano Peixoto e ao Exército, que era a força mais poderosa do país na época. A revolta foi motivada por questões políticas e institucionais, como a disputa pelo poder e a influência entre as duas forças armadas.

As outras alternativas estão erradas porque:

  • A) O Brasil não se manteve neutro na Primeira Guerra Mundial. Inicialmente, o país se manteve neutro, mas em 1917, declarou guerra à Alemanha.
  • B) A Questão do Acre foi um conflito territorial entre o Brasil e a Bolívia, que resultou na vitória brasileira e na anexação do território do Acre ao Brasil.
  • C) Ao longo da Primeira República, os governos brasileiros mantiveram relações diplomáticas e econômicas com os Estados Unidos, e não houve uma oposição definitiva e forte.
  • D) A industrialização no Brasil durante a Primeira República foi lenta e concentrada em algumas regiões, como o Sudeste, e não houve um surto de industrialização em todo o país.

106) Analise as afirmativas a seguir a respeito dos movimentos sociais organizados durante a Primeira República, assinalando com V as verdadeiras e com F as falsas.

  • A) F V V F
  • B) V V F V
  • C) V F V F
  • D) F F F V

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Para a questão sobre os movimentos sociais organizados durante a Primeira República, as afirmativas corretas são as seguintes:

  1. (F) O Contestado estava relacionado à construção da Ferrovia São Paulo–Rio Grande, que gerou o desalojamento de sertanejos paranaenses e catarinenses.
  2. (V) Propagando boatarias populares, a imprensa carioca potencializou as contestações relacionadas à Revolta da Vacina.
  3. (V) Líder do arraial de Canudos, Antônio Conselheiro era defensor da restauração do regime monárquico no Brasil.
  4. (F) Os membros envolvidos na Revolta da Chibata asseguraram a proibição dos castigos físicos na Marinha Brasileira.

Portanto, a sequência correta é A) F V V F. As alternativas B, C e D possuem pelo menos uma afirmativa incorreta.

ESTA QUESTÃO FOI ANULADA, NÃO POSSUI ALTERNATIVA CORRETA

107) Fenômenos sociais como a Revolta de Canudos e o Cangaço, no Nordeste, são explicados historicamente por diversos fatores, tais como

  • A) seca prolongada, a exploração do trabalho e a falta de perspectiva de futuro, motivos que levavam os sertanejos a lutarem por uma sociedade igualitária e democrática, objetivo das ações de ambos os movimentos.
  • B) falência do coronelismo, em um momento em que esse tipo de poder era obrigado a ceder espaço às forças federais republicanas, que desestruturaram as elites locais e o sistema de apadrinhamento então vigente.
  • C) crise econômica e política provocada pela queda do preço do açúcar no mercado internacional, acompanhada de migrações para o norte e da fuga de famílias inteiras que passaram a integrar bandos e comunidades religiosas, em busca de subsistência.
  • D) crescente politização da população de baixar renda após as revoltas ocorridas durante o Segundo Reinado, repercutindo em levantes contra o Império, contra o mandonismo local e contra o catolicismo.
  • E) miséria e descaso do poder público com as populações sertanejas, expostas à intensa violência de diversas ordens e atraídas por movimentos que prometiam condições de vida diferentes e/ou a sensação de proteção.

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A alternativa correta é letra E) miséria e descaso do poder público com as populações sertanejas, expostas à intensa violência de diversas ordens e atraídas por movimentos que prometiam condições de vida diferentes e/ou a sensação de proteção.

Vamos analisar cada alternativa, para identificar os fatores que explicam historicamente fenômenos sociais como a Revolta de Canudos e o Cangaço, no Nordeste.

 

A) Seca prolongada, a exploração do trabalho e a falta de perspectiva de futuro, motivos que levavam os sertanejos a lutarem por uma sociedade igualitária e democrática, objetivo das ações de ambos os movimentos.

INCORRETO. Embora a seca prolongada, a exploração do trabalho e a falta de perspectiva de futuro sejam fatores que influenciaram os fenômenos sociais mencionados, não é correto afirmar que estes levavam os sertanejos a lutarem por uma sociedade igualitária e democrática. Tanto a Revolta de Canudos quanto o Cangaço foram movimentos complexos, que refletiam as condições de vida extremamente difíceis do sertão nordestino, mas não tinham como objetivo a construção de uma sociedade igualitária e democrática. Canudos, por exemplo, foi uma comunidade que se organizou em torno da liderança carismática de Antônio Conselheiro e que se opunha ao governo republicano, mas não tinha um projeto político de transformação social. O Cangaço, por sua vez, era um fenômeno social caracterizado pela violência e pela resistência à ordem estabelecida, mas não tinha um projeto político definido.

 

B) Falência do coronelismo, em um momento em que esse tipo de poder era obrigado a ceder espaço às forças federais republicanas, que desestruturaram as elites locais e o sistema de apadrinhamento então vigente.

INCORRETO. A falência do coronelismo não é um fator que explique a Revolta de Canudos e o Cangaço. O coronelismo, sistema de poder político baseado em relações pessoais e clientelistas, continuou a existir no Nordeste durante o período em que ocorreram esses fenômenos sociais. Além disso, a Revolta de Canudos e o Cangaço não foram reações à desestruturação das elites locais pelo poder federal republicano, mas sim expressões de resistência à opressão e à miséria.

 

C) Crise econômica e política provocada pela queda do preço do açúcar no mercado internacional, acompanhada de migrações para o norte e da fuga de famílias inteiras que passaram a integrar bandos e comunidades religiosas, em busca de subsistência.

INCORRETO. A crise econômica e política provocada pela queda do preço do açúcar no mercado internacional foi um fator que influenciou a realidade do Nordeste no período, mas não é suficiente para explicar a Revolta de Canudos e o Cangaço. Além disso, a migração para o norte e a fuga de famílias inteiras que passaram a integrar bandos e comunidades religiosas são fenômenos que ocorreram, mas não são causas dessas revoltas.

 

D) Crescente politização da população de baixar renda após as revoltas ocorridas durante o Segundo Reinado, repercutindo em levantes contra o Império, contra o mandonismo local e contra o catolicismo.

INCORRETO. A ideia de uma crescente politização da população de baixa renda é uma simplificação que não corresponde à realidade do período. Além disso, a Revolta de Canudos e o Cangaço não foram levantes contra o Império (que já havia sido derrubado quando esses fenômenos ocorreram), contra o mandonismo local (que eles de certa forma reproduziam) e contra o catolicismo (que era parte integrante da cultura sertaneja).

 

E) Miséria e descaso do poder público com as populações sertanejas, expostas à intensa violência de diversas ordens e atraídas por movimentos que prometiam condições de vida diferentes e/ou a sensação de proteção.

CORRETO. A miséria e o descaso do poder público com as populações sertanejas são fatores que explicam a Revolta de Canudos e o Cangaço. Esses fenômenos sociais foram respostas à violência, à opressão e à exclusão social a que estavam submetidos os sertanejos. A Revolta de Canudos e o Cangaço representavam, para muitos, a possibilidade de uma vida diferente, longe da opressão das elites locais e da indiferença do poder público.

 

Portanto, a alternativa correta é a LETRA E.

108) Com relação ao quadro geral das relações sociais características da Primeira República, assinale V para a afirmação verdadeira e F para a falsa.

  • A) F, V e F.

  • B) F, V e V.

  • C) V, F e F.

  • D) V, V e F.

  • E) F, F e V.

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A alternativa correta é letra E) F, F e V.

Gabarito: Letra E

 

A sequência correta é: F, F e V.

 

Analisemos as afirmativas:

 

(F) A organização do movimento operário em torno dos ideais anarquistas, em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, teve como efeito a aprovação de uma legislação trabalhista mínima, que garantia jornada de oito horas semanais e férias remuneradas.

 

A aprovação de uma legislação mínima, que garantia jornada de oito horas diárias (não semanais) e férias remuneradas só foi aprovada e realmente colocada em prática durante o período da Era Vargas (1930-1945), não houve isso durante a Primeira República.

Ideais anarquistas e socialistas, trazidos para o Brasil por imigrantes europeus, estiveram presentes nas lutas operárias da Primeira República. Em julho de 1917, os anarquistas lideraram uma grande greve em São Paulo que logo ganhou a adesão dos trabalhadores do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul. Calcula-se que somente na cidade de São Paulo 700 mil trabalhadores tenham paralisado suas atividades. A onda grevista foi provocada principalmente pela brusca queda do poder aquisitivo dos trabalhadores, em um momento que, devido a Primeira Guerra Mundial, o custo de vida subiu sem que os salários acompanhassem esse aumento.

Como resultado dessa primeira greve geral da história do Brasil, o governo e os patrões resolveram negociar e concederam reajustes salariais. Mas a partir daí, a perseguição policial aos anarquistas se tornou sistemática. Na década seguinte, o Congresso Nacional chegou a discutir e aprovar algumas leis sociais, como limitação da jornada de trabalho infantil, férias e a formação de um sistema de aposentadorias, porém, na prática, nenhuma dessas leis chegou a ser implementada.


(F) Os movimentos sociais como Canudos, na Bahia, e Contestado, em Santa Catarina, resultaram da combinação de conteúdo religioso e carência social, na medida em que seus líderes pregavam ideais ascéticos de vida combinados com o desprendimento de bens materiais como a posse da terra.

 

Chamados de messiânicos, os dois principais movimentos sociais ligados a líderes político-religiosos (conhecidos como líderes messiânicos) da Primeira República foram o de Canudos, no sertão baiano, e o do Contestado, na fronteira entre Paraná e Santa Catarina, numa região contestada (disputada) por esses dois estados. Tais movimentos reuniram milhares de sertanejos de áreas rurais pobres que sob o comando de um líder religioso fundaram comunidades.

Essas comunidades messiânicas foram criadas por e para pessoas castigadas pelo sofrimento cotidiano, pela miséria e pelas injustiças sociais e que tinham necessidade de ter esperança em uma vida melhor. Contudo seus líderes não pregavam os desprendimentos de bens sociais, como a posse da terra, e sim buscavam possuir um pedaço de terra onde pudessem desenvolver um sistema comunitário igualitário e com normas próprias. Inclusive, um dos lemas principais de Antônio Conselheiro, líder do movimento de Canudos, era “A terra não tem dono, a terra é de todos”.


(V) O clientelismo representou a forma geral das relações sociopolíticas na Primeira República, tendo como exemplo a influência dos coronéis, que eram a base local de poder no âmbito dos municípios.

 

As relações políticas da Primeira República giravam em torno do poder de influência, dominação e mando dos coronéis de cada região nos resultados das eleições, processo possível graças ao fim do voto censitário e instituição do voto aberto, que permitia, fraudes, manipulações e o exercício de uma pressão política sobre os eleitores, seja através da violência, seja através das relações clientelistas.

 

Uma das principais características do coronelismo eram as relações clientelistas que eles mantinham com os eleitores de cada região e a sua capacidade de barganha. O que era possível graças ao prestígio do coronel e a sua capacidade de conceder empregos e cargos ou mesmo favores públicos ao grupo de pessoas apadrinhadas, que em troca lhe demonstrava fidelidade política, votando nos candidatos indicados pelo coronel.

 

Essas práticas, de conceder favores públicos em troca de votos, chamadas de clientelistas, estavam amplamente disseminadas na sociedade e na política da Primeira República, sendo baseadas numa estrutura de poder que ligava os coronéis mais influentes aos governos estaduais e federal.

  

Referências:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

109) Rio de Janeiro: novembro de 1904. A divulgação do projeto de regulamentação da lei que tornara obrigatória a vacinação antivariólica transforma a cidade em praça de guerra. Durante uma semana, em meio a agitações políticas e tentativa de golpe militar, milhares de pessoas saem às ruas e enfrentam as forças da polícia, do exército e até do corpo de bombeiros e a marinha. O saldo da refrega, segundo os jornais da época: 23 mortos, dezenas de feridos, quase mil presos, sendo que centenas destes enfrentariam um breve “estágio” na ilha das Cobras e, em seguida uma viagem sem regresso para o Acre.

  • A) as transformações urbanas radicais por que passava a capital do país a partir do fim do século XIX.

  • B) um movimento de rebeldia de jovens oficiais das Forças Armadas, que combatiam as fraudes eleitorais.

  • C) a criação do Imposto do Selo, que imediatamente encareceu os gêneros de primeira necessidade.

  • D) a grande crise econômica, com forte desemprego e inflação, derivada do fracasso do Encilhamento.

  • E) a violência pratica pelos moradores do Rio de Janeiro contra os novos imigrantes que chegaram após o fim da escravidão.

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A resposta correta desta questão é:

Alternativa A) as transformações urbanas radicais por que passava a capital do país a partir do fim do século XIX.

A Revolta da Vacina esteve relacionada com as transformações urbanas radicais pelas quais o Rio de Janeiro passava na época. No final do século XIX, a cidade estava em um processo intenso de modernização e remodelação urbana, com a implementação de projetos de saneamento, demolição de cortiços e construção de novos bairros.

Essas transformações causaram muitos impactos sociais e afetaram diretamente a população mais pobre, que vivia em condições precárias nos cortiços. A obrigatoriedade da vacinação antivariólica foi vista como uma imposição autoritária do governo, que não levou em consideração as condições de vida dessas pessoas.

A revolta foi uma manifestação popular contra as medidas sanitárias impostas e também uma forma de resistência à modernização forçada da cidade. Milhares de pessoas saíram às ruas em protesto, enfrentando as forças de segurança e resultando em confrontos violentos.

Portanto, a alternativa A) é a correta, pois a Revolta da Vacina esteve diretamente relacionada às transformações urbanas radicais pelas quais o Rio de Janeiro passava no final do século XIX.

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110) “Quem não quer vacinar-se poderá ser infectado. E, ao sê-lo, transmitirá a doença a quem não deseja ser doente. Se colidir com o bem comum, aí sim! a liberdade individual converte-se em tirania.”

  • A) o caráter democrático de Oswaldo Cruz.
  • B) a preocupação em discutir a aplicação da vacina.
  • C) o medo irracional do povo em tomar uma vacina pouco testada.
  • D) os riscos que envolviam o processo de vacinação.
  • E) a crítica à obrigatoriedade da lei de vacinação.

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A alternativa correta é letra E) a crítica à obrigatoriedade da lei de vacinação.

Gabarito: Letra E

 

A questão versa a respeito de uma das revoltas da Primeira República que ficou conhecida como Revolta da Vacina. Analisemos as alternativas em busca da afirmativa correta.

 

a)  o caráter democrático de Oswaldo Cruz.

 

Alternativa Incorreta: A condução da Saúde Pública pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz teve caráter autoritário e não democrático, visto que o mesmo convenceu o presidente da República a decretar a lei de vacinação obrigatória contra a varíola, sem um esclarecimento prévio da população sobre a importância e funcionamento da vacina.
 

b)  a preocupação em discutir a aplicação da vacina.
 

Alternativa Incorreta: Não houve por parte do Estado a preocupação de discutir e esclarecer a população sobre a importância da aplicação da vacina da varíola nesse período.

 

c)  o medo irracional do povo em tomar uma vacina pouco testada.
 

Alternativa Incorreta: Não havia um medo irracional por parte da população visto que esse medo, bem como a revolta, se justificava pela falta de maiores esclarecimentos, os quais o Estado não teve a preocupação de oferecer à população, e pela imposição de algo considerado imoral (aplicação de injeção em mulheres) e que feria o direito de liberdade individual.

 

d)  os riscos que envolviam o processo de vacinação.
 

Alternativa Incorreta: Justamente o contrário, a afirmação fala sobre os riscos que envolviam a falta da vacinação e a partir daí defende que por esses riscos a vacinação deveria ser obrigatória estando acima da liberdade individual. Sobre o processo da vacinação em si, a população pouco sabia acerca do funcionamento.

 

e)  a crítica à obrigatoriedade da lei de vacinação.

 

Alternativa Correta: A afirmação demonstra uma crítica à obrigatoriedade da lei de vacinação através do argumento de que essa obrigatoriedade estaria passando por cima do direito de liberdade individual. Ocorrida entre os dias 10 e 15 de novembro de 1904, no Rio de Janeiro, no contexto das obras de modernização e saneamento da cidade do Rio, a revolta teve como motivo justamente a imposição à população, pelas forças governamentais, da vacina contra a varíola, o que ocorreu através da lei de vacinação obrigatória decretada pelo poder público. A Revolta da Vacina é uma das revoltas urbanas ocorridas durante a Primeira República e que envolveu uma tensão entre os civis e as autoridades públicas não só devido a imposição da vacina em si, mas também porque essa não se fez acompanhar de um esclarecimento à população sobre a importância da vacinação e ocorria num contexto em que outras imposições do poder público já haviam acontecido.

 

Referências:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volum 2348437e 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

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