Questões Sobre Primeira República - História - concurso
111) Os episódios de perseguição contra João Maria foram motivados pelo temor da concentração de gente pobre do campo. As autoridades, em sua maioria grandes fazendeiros e oficiais da Guarda Nacional, sentiam que tinham como missão subjugar os sertanejos que não se submetiam aos coronéis. Formavam-se grupos autônomos, com fortes vínculos religiosos, nos quais expectativas místicas mesclavam-se à crítica social. […] A linguagem cabocla passou a ser tratada pelas autoridades como “puro fanatismo”.
- A) sociabilidade dos caboclos, determinada por vínculos religiosos.
- B) liderança de um monge, orientada pela observação da fé.
- C) estratégia das elites, voltada para a estigmatização dos rebeldes.
- D) disputa de terras, caracterizada pela manipulação dos miseráveis.
A alternativa correta é letra C) estratégia das elites, voltada para a estigmatização dos rebeldes.
Gabarito: ALTERNATIVA C
Os episódios de perseguição contra João Maria foram motivados pelo temor da concentração de gente pobre do campo. As autoridades, em sua maioria grandes fazendeiros e oficiais da Guarda Nacional, sentiam que tinham como missão subjugar os sertanejos que não se submetiam aos coronéis. Formavam-se grupos autônomos, com fortes vínculos religiosos, nos quais expectativas místicas mesclavam-se à crítica social. [...] A linguagem cabocla passou a ser tratada pelas autoridades como “puro fanatismo”.
(MACHADO, Paulo Pinheiro. “Tragédia anunciada”. In: Revista de História l. N.º 85 / outubro. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 2012. Disponível em: <http://www.rhbn.com.br/revista/edicao/85>. Acesso em 21/03/2016.)
- Ao analisar o episódio conhecido como Guerra do Contestado (1912-1916), o autor trata o fanatismo religioso como resultado da
Note bem o estudante que a banca esperava nesta questão um exercício de interpretação de texto, e não propriamente de reflexões sobre a Guerra do Contestado. Deve-se, portanto, indicar qual alternativa corresponde à interpretação apresentada por Paulo Pinheiro Machado. Assim, observemos as alternativas que seguem.
- a) sociabilidade dos caboclos, determinada por vínculos religiosos.
Ora, se as interpretações sobre o fanatismo religioso derivassem diretamente da sociabilidade dos caboclos, isso não se apresentaria como uma surpresa no momento da Guerra do Contestado. Foram fatores externos que acabaram galvanizando vários aspectos desse fanatismo. Ou seja, não é razoável atribuí-lo aos formas tradicionais de socialização. Alternativa errada.
- b) liderança de um monge, orientada pela observação da fé.
De fato, a morte prematura de José Maria de Santo Agostinho em meio aos enfrentamentos da Guerra do Contestado transbordou os horizontes simbólicos daquelas populações. Isto é, dotaram de certo sentido messiânico o conflito, interpretando-o como uma guerra santa. No entanto, não é este o argumento do autor e, além disso, não o processo não podia ser resumido à ideia de uma "observação da fé", havendo muitos outros fenômenos concorrendo para a posição fanática dos combatentes. Alternativa errada.
- c) estratégia das elites, voltada para a estigmatização dos rebeldes.
Essa alternativa capta a essência do argumento apresentado. As elites, empenhadas no processo de modernização geral do Oeste de Santa Catarina e do Paraná e na instalação das ferrovias, entendiam aquelas áreas como territórios bravios, interpretando aquelas populações caboclas como um entrave ao esforço de desenvolvimento e de crescimento econômico. A agressividade dessas elites nos esforços de desapropriação de terras e de realização das obras - gerando certo grau de anomia na região - foi um catalisador importante para as interpretações messiânicas que os rebeldes desenvolveram. Como aponta o autor, o movimento conjugava perspectivas místicas com a duríssima realidade enfrentada por aqueles camponeses, gerando um vértice de guerra santa disposta a toda sorte de resistências. Por sua vez, o discurso acusatório sobre o fanatismo dos caboclos derivou de uma forte estigmatização coordenada pelas elites: as formas simbólicas caboclas de assimilação e de resistência aos avanços modernizantes foram logo associadas à irracionalidade e ao delírio religioso. Isso implica reconhecer que o rótulo do fanatismo criou uma simplificação muito grosseira sobre os horizontes culturais e sociais daquelas populações que estavam sendo vítimas de graves violências. ALTERNATIVA CORRETA.
- d) disputa de terras, caracterizada pela manipulação dos miseráveis.
De maneira alguma os camponeses rebelados são interpretados como miseráveis manipulados em meio aos conflitos. Ainda que houvesse, sim, uma questão fundiária no centro das disputas da Guerra do Contestado, não se pode reduzir o pensamento religioso daquelas pessoas à simples interesse da posse tampouco da manipulação. Aliás, o texto citado contraria exatamente esse tipo de visão simplificadora sobre aqueles camponeses. Alternativa errada.
Sem mais, está correta a ALTERNATIVA C.
112) Segundo Roberto Ventura, existe muita diferença entre o que pensava Antônio Conselheiro e a versão que Euclides da Cunha fez dele e do movimento de Canudos. Escreveu Ventura que Euclides da Cunha percebia Conselheiro como um líder “guiado por forças obscuras e ancestrais e por maldições hereditárias, que o levaram à insanidade e ao conflito com a ordem” republicana. Viu Canudos como “desvio histórico capaz de ameaçar a linha reta republicana”. Contudo, os sermões do Conselheiro, recolhidos em dois volumes manuscritos a que Euclides não teve acesso, mostram um líder religioso muito diferente “do fanático místico ou do profeta milenarista retratado em Os sertões. Revelam um sertanejo letrado, capaz de exprimir, de forma articulada, suas concepções políticas e religiosas, que se vinculavam a um catolicismo tradicional, corrente na Igreja do século XIX”.
- A) fuga da população rural oprimida pelos coronéis da Bahia e pelos bispos e padres locais que os exploravam. Em Canudos essa população era militarizada e armada para o confronto direto com os políticos da capital, vistos como ateus e guiados por forças obscuras e monarquistas.
- B) refúgio sagrado contra as secas e as leis seculares da República, como o casamento e o registro civil. Por essa razão, Canudos gerou conflitos com os proprietários de terras e com a Igreja Católica. Também serviu de pretexto à repressão aos grupos monarquistas, contribuindo para a implantação da política dos governadores, criada pelo presidente Campos Sales (1898-1902).
- C) esconderijo de jagunços e cangaceiros, que lutavam por uma melhor distribuição de renda, roubando dos ricos proprietários e distribuindo o montante entre a população de Canudos. Isso gerou conflitos com os ricos proprietários e, apesar da intervenção da Igreja Católica, Conselheiro acabou preso e condenado à forca.
- D) abrigo para a população pobre e vítima da seca nordestina e da constante migração para o centro sul do Brasil republicano. Apesar das boas intenções e de seus estudos, Conselheiro tinha uma política religiosa arcaica e via a República como um “desvio histórico”, por isso foi combatido e morto.
A alternativa correta é letra B) refúgio sagrado contra as secas e as leis seculares da República, como o casamento e o registro civil. Por essa razão, Canudos gerou conflitos com os proprietários de terras e com a Igreja Católica. Também serviu de pretexto à repressão aos grupos monarquistas, contribuindo para a implantação da política dos governadores, criada pelo presidente Campos Sales (1898-1902).
Gabarito: Letra B
Trata-se de uma questão que recorreu a um texto com um posicionamento do autor.
Segundo Ventura, Antônio Conselheiro criou o Arraial de Belo Monte como refúgio sagrado contra as secas da região e as leis seculares da República.
O autor entende que a Guerra de Canudos (1896-1897) ocorreu devido a uma série de conflitos que envolveram:
- as facções oligárquicas na Bahia
- a atuação da Igreja contra a atuação pouco ortodoxa dos beatos e pregadores
- as pressões dos proprietários de terras contra a comunidade, cuja expansão trazia escassez de mão de obra e rompia o equilíbrio político da região.
Além do mais, Canudos também foi o centro de disputas políticas a nível nacional, pois os dois principais grupos políticos republicanos (civis e militares) travaram batalhas ideológicas a respeito do povoado, de modo, que também podemos dizer que a guerra foi mobilizada pela opinião pública.
A guerra serviu de pretexto à repressão aos grupos monarquistas e aos setores jacobinos, tendo contribuído para a implantação da política dos governadores, criada pelo presidente Campos Sales (1898-1902), em que as lideranças civis de Minas Gerais e de São Paulo passaram a se alternar no poder.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: A população do Arraial era militarizada, mas para a proteção do próprio povoado, visto que já existiam hostilidades entre os coronéis vizinhos de Canudos. Portanto, as milícias de Canudos não se armaram para combater os políticos da capital, mas para se defender dos jagunços e capangas dos coronéis.
Letra C: Essa alternativa apresenta os seguintes erros: dizer que os jagunços e cangaceiros escondidos em Canudos buscavam uma melhor distribuição de renda, roubando dos fazendeiros e distribuindo entre os canudenses. Canudos vivia intensas relações comerciais com a vizinhança, vendendo couro e produtos artesanais. Além do mais, o Conselheiro não foi condenado à forca. Não se sabe exatamenre as causas da morte do Conselheiro. Atribui-se aos ferimentos causados por uma granada.
Letra D: O erro aqui é dizer que a população que chegava a Canudos era oriunda da região centro-sul, quando na verdade, recebia migrantes de outras áreas do sertão nordestino e de Minas Gerais.
Resposta baseada nas fontes:
GALVÃO, Walnice Nogueira. O Império do Belo Monte: vida e morte de Canudos. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2001.
VENTURA, Roberto. Canudos como cidade iletrada: Euclides da Cunha na urbs monstruosa. Rev. Antropol., São Paulo , v. 40, n. 1, p. 165-181, 1997 . Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-77011997000100006&lng=en&nrm=iso. Acesso: 04 Jan. 2020.
113) No dia 05 de julho de 1922, jovens oficiais resolveram abandonar o forte e marchar pela praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, para enfrentar as forças legalistas. Esse episódio é conhecido como Revolta dos Dezoito do Forte. Com relação a este episódio na história brasileira assinale a única alternativa correta.
- A) provocou, imediatamente, a queda do último presidente da República do "Café-com- Leite".
- B) provocou a renúncia do Presidente Artur Bernardes.
- C) levou o Governo Federal a transferir a Escola de Formação de Oficiais do Rio de Janeiro para Porto Alegre.
- D) deu início a um período ditatorial, interrompido apenas com a Revolução de 1930.
- E) originou o movimento denominado de Tenentismo.
Resposta
A alternativa correta é letra E) originou o movimento denominado de Tenentismo.
Explicação
A Revolta dos Dezoito do Forte, ocorrida em 5 de julho de 1922, foi um episódio importante na história brasileira. Nesse dia, jovens oficiais decidiram abandonar o forte e marchar pela praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, para enfrentar as forças legalistas. Essa revolta é considerada o marco inicial do movimento tenentista, que foi um movimento político-militar que ocorreu no Brasil durante a Primeira República.
O Tenentismo foi um movimento que questionava a ordem política e social vigente na época, e que defendia a reforma política e a modernização do país. Os tenentes, que eram oficiais de baixa patente do Exército, se sentiam marginalizados e excluídos do poder político, e decidiram tomar uma atitude para mudar a situação.
Portanto, a alternativa E) originou o movimento denominado de Tenentismo é a resposta correta, pois a Revolta dos Dezoito do Forte foi o início do movimento tenentista.
114) Na República Velha, alguns movimentos populares tiveram caráter religioso. Dentre elas:
- A) Revolta da Vacina e Revolta da Chibata.
- B) Revolta do Contestado e Guerra de Canudos.
- C) Revolta da Chibata e Revolta do Contestado.
- D) Revolta da Vacina e Guerra de Canudos.
- E) Revolta da Chibata e Guerra de Canudos.
A alternativa correta é letra B) Revolta do Contestado e Guerra de Canudos.
Na República Velha, tanto a Revolta do Contestado quanto a Guerra de Canudos foram movimentos populares de caráter religioso. A Revolta do Contestado, que ocorreu entre 1912 e 1916, teve origem na insatisfação dos sertanejos com a exploração econômica e a falta de assistência social na região contestada entre Paraná e Santa Catarina. Já a Guerra de Canudos, que aconteceu entre 1896 e 1897, foi um conflito entre o governo republicano e os seguidores de Antônio Conselheiro, líder de um movimento religioso no sertão da Bahia. Ambos os eventos tiveram forte influência religiosa em suas causas e mobilização popular.
115) O período regencial foi marcado pela abdicação do trono do então imperador Dom Pedro I e pela ascensão de seu sucessor Pedro de Alcântara, ainda uma criança, situação que tornava inviável sua real efetivação no poder. O país então passou a ser comandado por regentes até que Dom Pedro II atingisse sua maioridade. Entretanto, a disputa pelo controle do governo gerou uma grave crise política que culminou no surgimento de inúmeras revoltas pelo império. São revoltas do período regencial, EXCETO:
- A) Cabanagem.
- B) Revolta dos Malês.
- C) Guerra de Canudos.
- D) Guerra dos Farrapos.
A alternativa correta é letra C) Guerra de Canudos.
Gabarito: alternativa C)
Devemos assinalar a única alternativa que não apresenta uma revolta no contexto do período regencial do Brasil imperial (1831-1840).
a) Cabanagem.
Incorreta. A Cabanagem foi uma revolta que ocorreu na província do Grão-Pará, de 1835 a 1840, no contexto do governo regencial. Entre as principais motivações, estavam o desejo por uma maior autonomia nas decisões político administrativas, disputas territoriais e a luta por melhores condições de vida. Naquele contexto, a elite do Grão-Pará aproveitou a insatisfação popular para mobilizar as populações contra o governo regencial.
b) Revolta dos Malês.
Incorreta. A Revolta dos Malês aconteceu em Salvador, em 1835, também no período regencial. Essa rebelião foi protagonizada por negros islâmicos, que além de lutar por igualdade e pelo fim da imposição do catolicismo, lutavam pela criação de uma república islâmica.
c) Guerra de Canudos.
Correta! Esse é o único conflito mencionado que não ocorre no período regencial. Os conflitos da Guerra de Canudos aconteceram entre 1896 e 1897, quando o Brasil já era uma República.
Canudos foi fundada às margens do rio Vaza-Barris no sertão baiano, região marcada pela pobreza naquela época. Seu fundador foi Antônio Conselheiro, líder messiânico que possuía milhares de seguidores e era conhecido como milagreiro.
A vida comunitária em Canudos fazia com que trabalhadores fugissem de fazendas, o que começou a incomodar os coronéis e o governo. Até mesmo a Igreja Católica via Canudos como uma ameaça, pois achavam que os seguidores de Antônio Conselheiro estavam desviados da verdadeira fé cristã.
Canudos chegou a resistir ao conflito contra coronéis locais e contra o governo estadual baiano, mas a cidade foi arrasada por tropas do governo federal em 1897.
d) Guerra dos Farrapos.
Incorreta. Também conhecida como Revolução Farroupilha, a Guerra dos Farrapos aconteceu no Rio Grande do Sul, de 1835 a 1845, portanto, começou no período regencial e o atravessou. Entre os principais motivos dessa revolta, estava a insatisfação com os altos impostos sobre o charque produzido no Rio Grande do Sul. Os estancieiros gaúchos, elite que encabeçou a revolta, também queriam uma maior autonomia política.
Referências:
FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil. 3. ed. São Paulo: Edusp, 2008.
116) A Era Vargas é o nome que se dá ao período em que Getúlio Vargas governou o Brasil por 15 anos, de forma contínua (de 1930 a 1945). Esse período foi um marco na história brasileira, em razão das inúmeras alterações que Getúlio Vargas fez no país tanto sociais quanto econômicas.
- A) Revolução de 1930.
- B) Guerra de Canudos.
- C) O Golpe do Exército.
- D) Governo provisório.
- E) Estado Novo.
A alternativa correta é letra B) Guerra de Canudos.
A Guerra de Canudos ocorreu entre 1896 e 1897, durante a Primeira República, portanto, antes do início da Era Vargas em 1930. Esse conflito foi uma revolta popular no sertão da Bahia contra o governo republicano. Já os demais eventos citados (Revolução de 1930, Golpe do Exército, Governo Provisório e Estado Novo) estão diretamente relacionados ao período em que Getúlio Vargas esteve no poder, marcando mudanças significativas na política e na estrutura social do Brasil.
117) Em fevereiro de 1893, Silveira Martins, um dos líderes do movimento restaurador, incendiou o país com a revolta “Federalista”, no Rio Grande do Sul, contra o governo de Júlio de Castilhos. Em seguida, veio a Revolta da Armada, na Capital Federal, principiada por um republicano, Custódio de Melo, mas prontamente endossada por monarquistas da Marinha. O governo então legalizou o estado de exceção, encompridado nas ruas por “batalhões patrióticos”, ocupados em salvar a pátria com canhões, porretes e baionetas.
- A) convocação de novas eleições.
- B) dissolução do Congresso Brasileiro.
- C) compra da chamada “frota de papel”.
- D) renúncia do Presidente da República.
- E) modificação da Constituição Brasileira.
A alternativa correta é letra D) renúncia do Presidente da República.
Gabarito: Letra D
Renúncia do Presidente da República.
A Revolta da Armada ocorreu durante a Primeira República, em contestação ao autoritarismo do governo de Deodoro da Fonseca, que em 1891 decidiu fechar o Congresso e prender seus principais líderes, pois não conseguia lidar com a oposição parlamentar.
Diante da situação crítica que se estabeleceu, com greve dos trabalhadores da Estrada de Ferro Central do Brasil e a ameaça de bombardeamento da cidade do Rio de Janeiro pelos revoltosos da Armada, o marechal Deodoro da Fonseca resolveu renunciar ao cargo de presidente, em 23 de novembro de 1891, e o marechal Floriano Peixoto assumiu o poder.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: convocação de novas eleições.
Após a renúncia de Deodoro da Fonseca, assumiu a presidência o marechal Floriano Peixoto. Esse último deveria, segundo a Constituição, convocar novas eleições, mas não o fez, pelo contrário, enfrentou de maneira energética seus adversários políticos e permaneceu no poder até o final do mandato iniciado por Deodoro.
Letra B: dissolução do Congresso Brasileiro.
A dissolução do Congresso Brasileiro com a prisão dos seus principais líderes foi a causa, e não a consequência, da Primeira Revolta da Armada.
Letra C: compra da chamada “frota de papel”.
A frota de navio norte-americanos adquirida pelo Brasil, e apelidada de “frota de papel” foi consequência da Segunda Revolta da Armada, e não da primeira.
Letra E: modificação da Constituição Brasileira.
A Primeira Revolta da Armada defendia o respeito à Constituição, e não a sua modificação, portanto, não houve uma modificação na Constituição brasileira como consequência dessa revolta.
Referências:
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.
118) O período da História do Brasil, compreendido entre 1889 e 1930, é denominado por muitos historiadores de República Velha. Neste período, diversas revoltas e movimentos sociais ocorreram. Leia atentamente as seguintes afirmativas sobre essas revoltas e movimentos sociais:
- A) Apenas a proposição IV é verdadeira.
- B) Apenas as proposições I e II são verdadeiras.
- C) Apenas as proposições I, II e IV são verdadeiras.
- D) Apenas as proposições I e IV são verdadeiras.
- E) Apenas as proposições I, II e III são verdadeiras.
A alternativa correta é letra D) Apenas as proposições I e IV são verdadeiras.
Gabarito: Letra D (Apenas I e IV são verdadeiras)
Essa questão fala de alguns aspectos de revoltas urbanas e rurais ocorridas durante a Primeira República.
Vamos analisar afirmativa a afirmativa para encontrarmos as verdadeiras e as falsas.
I - A Revolta da Chibata denunciava o rígido código disciplinar da marinha que punia as faltas graves com chibatadas, além da má alimentação e dos miseráveis soldos que os marinheiros recebiam .(VERDADEIRA)
A Revolta da Chibata ou Revolta dos Marinheiros foi um movimento ocorrido em 1910 na cidade do Rio de Janeiro, capital federal, onde os marinheiros se rebelaram contra os castigos corporais aplicados pela marinha como penalidades por terem transgredido alguma norma. As chibatadas eram as penas mais comuns naquele contexto e relembravam o resquício do passado escravista. Além do fim dos castigos corporais, os marinheiros reivindicaram alimentação de boa qualidade, melhoria nos soldos e possibilidade de mudança de patente.
II - A Guerra do Contestado (1912-1916) ocorreu na fronteira entre Paraná e São Paulo. (FALSA)
A Guerra do Contestado (1912-1916) foi um conflito no mundo rural em uma área contestada pelos estados de Santa Catarina e do Paraná.
III - João Maria foi o principal líder da Revolta de Canudos, a qual reuniu milhares de pessoas, entre elas sertanejos que não possuíam terras. (FALSA)
José Maria foi o principal líder da Guerra do Contestado, a qual reuniu milhares de pessoas, entre elas trabalhadores do campo que não possuíam terras e pessoas que ficaram desempregadas em função da importação de mão de obra para a construção da ferrovia. Além disso, o principal líder da Revolta de Canudos foi Antônio Conselheiro.
IV - A Revolta da Vacina ocorreu no Rio de Janeiro em virtude do excesso de ações tomadas em nome da modernização e das péssimas condições de vida de grande parte da população, que teve como estopim a obrigatoriedade da vacina contra a varíola. (VERDADEIRA)
A Revolta da Vacina ocorreu no Rio de Janeiro em função do excesso de ações modernizadoras, como, por exemplo, as reformas urbanas que abriram avenidas, alteraram o código de postura da cidade, proibindo comércios, criação e transporte de animais em áreas centrais, além de remover boa parte dos moradores dessa região para os morros do entorno da região portuária. O estopim do movimento foi a obrigatoriedade da vacina contra a varíola. A erradicação de doenças tropicais era parte da agenda modernizadora do governo federal naquele período.
Referências:
COTRIM, Gilberto e RODRIGUES, Jaime. Historiar, 9° ano: ensino fundamental: anos finais. São Paulo: Saraiva, 2018.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2000.
119) Em agosto de 2016, completaram-se 100 anos do fim da Guerra do Contestado e o ano de 2017 marcará os 120 anos da queda de Canudos, ocorrida em outubro de 1897, frente à poderosa expedição militar enviada pelo Estado republicano brasileiro. Sobre esses dois eventos, é correto afirmar que
- A) se caracterizam pela oposição dos senhores de terra ao novo modelo político da República que implantara o fim do escravismo e a igualdade legal entre os brasileiros.
- B) marcam reações negativas dos setores médios da população urbana contra as mudanças promovidas pela modernização e pela República, que reduziram seus privilégios.
- C) demonstram a capacidade do Estado brasileiro daquela época em lidar com questões sociais, como a distribuição de terras e riquezas, de forma pacífica e integradora.
- D) se caracterizam pelo messianismo de seus líderes, aliado aos descontentamentos em relação às condições concretas de vida das populações rurais exploradas.
A alternativa correta é letra D) se caracterizam pelo messianismo de seus líderes, aliado aos descontentamentos em relação às condições concretas de vida das populações rurais exploradas.
A Guerra do Contestado e a Guerra de Canudos foram dois movimentos sociais que ocorreram durante a Primeira República brasileira. Ambos os movimentos tinham como líderes figuras messiânicas, que alegavam ter uma missão divina de redenção e justiça social. Esses líderes, como Antônio Conselheiro em Canudos e José Maria em Contestado, mobilizaram as populações rurais pobres e exploradas, que estavam insatisfeitas com as condições de vida e trabalho.
Esses movimentos não se caracterizavam pela oposição dos senhores de terra ao novo modelo político da República, nem pela reação negativa dos setores médios da população urbana contra as mudanças promovidas pela modernização e pela República. Além disso, não demonstram a capacidade do Estado brasileiro daquela época em lidar com questões sociais de forma pacífica e integradora, pois ambos os movimentos foram reprimidos violentamente pelo Estado.
120) Atente ao seguinte enunciado: “Episódios mais notórios, como a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, em 1922, e a Revolução Paulista de 1924, ou um evento pouco citado nos livros de História, como a Comuna de Manaus, também ocorrido em 1924, são partes do mesmo movimento a que pertence a Coluna Prestes, que, de 1925 a 1927, percorreu cerca de 25.000 Km pelo interior do território brasileiro combatendo as forças oligárquicas e espalhando sua ideologia”.
- A) Tenentismo, que marcava o descontentamento de parte da jovem oficialidade do exército com as características políticas da República Velha.
- B) Restauracionismo, que uniu militares e religiosos em lutas com o objetivo de depor a República e restaurar a monarquia no Brasil.
- C) Messianismo, movimento por meio do qual os líderes religiosos faziam uso de sua influência para eleger os grupos políticos que apoiavam o fim das mudanças promovidas pela República.
- D) Coronelismo, no qual senhores de terra e líderes políticos locais tentaram impedir avanços socialistas propostos pelo Presidente da República Artur Bernardes.
A alternativa correta é letra A) Tenentismo, que marcava o descontentamento de parte da jovem oficialidade do exército com as características políticas da República Velha.
O enunciado apresenta uma série de eventos que ocorreram durante a Primeira República, como a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, a Revolução Paulista de 1924 e a Comuna de Manaus, todos ligados ao movimento tenentista. O Tenentismo foi um movimento político-militar que surgiu na década de 1920, liderado por jovens oficiais do Exército que se opunham às práticas políticas da República Velha, como o coronelismo e a oligarquia. Eles defendiam a modernização do país e a democratização do sistema político.