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Questões Sobre Primeira República - História - concurso

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121) Tendo de um lado federalistas e de outro republicanos, a Revolução Federalista, como se tornou conhecida, ganhou nova dimensão e se expandiu para outros estados do sul, em decorrência da eclosão de outra revolta denominada de:

  • A) A Revolta da Armada.
  • B) A Revolta da Vacina.
  • C) A Revolta Popular.
  • D) A Revolta da chibata.
  • E) A Revolta do Contestado.

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A alternativa correta é letra A) A Revolta da Armada.

A Revolução Federalista, que ocorreu entre 1893 e 1895, foi uma revolta que envolveu federalistas e republicanos no Brasil. A eclosão da Revolta da Armada, em 1893, contribuiu para o aumento da dimensão e expansão da Revolução Federalista para outros estados do sul.

A Revolta da Armada foi uma revolta naval que ocorreu em 1893, liderada pelo Almirante Custódio de Melo, que se opunha ao governo do Presidente Floriano Peixoto. A revolta foi motivada por questões políticas e econômicas, e teve como objetivo derrubar o governo de Floriano Peixoto.

As outras opções não estão relacionadas à Revolução Federalista ou à expansão da revolta para outros estados do sul. A Revolta da Vacina ocorreu em 1904, em resposta à campanha de vacinação obrigatória contra a varíola empreendida pelo governo do Presidente Rodrigues Alves. A Revolta da Chibata foi uma revolta de marinheiros em 1910, que protestavam contra a prática de punição física na Marinha. A Revolta do Contestado foi uma revolta camponesa que ocorreu entre 1912 e 1916, no sul do Brasil. A Revolta Popular não é um evento histórico específico relacionado à Revolução Federalista.

122) Na fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim, em 1894, ocorreu um dos mais tristes episódios da história catarinense, o fuzilamento de catarinenses acusados de participação em um movimento político que se opôs ao governo do Marechal Floriano Peixoto.

  • A) Revolução Praieira
  • B) Revolução Farroupilha
  • C) Revolução Federalista
  • D) Guerra do Contestado
  • E) Movimento dos 18 do forte

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Resposta

A alternativa correta é letra C) Revolução Federalista

Explicação

O texto menciona o fuzilamento de catarinenses acusados de participação em um movimento político que se opôs ao governo do Marechal Floriano Peixoto em 1894. Este evento histórico é conhecido como a Revolução Federalista, que ocorreu entre 1893 e 1895 e foi uma reação contra o governo de Floriano Peixoto.

123) Um dos mais graves problemas sociais e ao mesmo tempo econômico que o Brasil enfrenta é a pobreza de sua população. Sabe-se que, comumente, governos brasileiros têm utilizado políticas indutivas de crescimento econômico como medida redutora da pobreza, sem no entanto, obter resultados satisfatórios ou permanentes. Sabe-se também que, dentre as regiões que mais sofrem com a pobreza, no país, estão a Norte e Nordeste.

  • A) V, F, V, V, V
  • B) V, F, V, F, V
  • C) F, F, V, V, F
  • D) V, V, V, V, V
  • E) V, F, F, F, V

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A alternativa correta é letra A) V, F, V, V, V

Gabarito: Letra A
Meu gabarito: Anulação

 

A questão aborda um conflito no mundo rural durante a Primeira República. Esse conflito ficou conhecido como Guerra de Canudos.


Tratou-se de uma questão polêmica, pois o gabarito preliminar trouxe como resposta a letra D e o gabarito definitivo mudou para a letra A.


Vamos comentar assertiva por assertiva:


“A situação do Nordeste brasileiro, no final do século XIX, era muito precária. Fome, seca, miséria, violência e abandono político afetavam os nordestinos, principalmente a população mais carente. Toda essa situação, em conjunto com o fanatismo religioso, desencadeou um grave problema social.”


A visão do fanatismo religioso perdurou nos estudos sobre Canudos até a década de 90, quando decidiu-se revisitar o acontecimento para entender o que foi esse conflito. Essa visão do fanatismo foi entendida como uma visão dos vencedores, ou seja, do governo federal republicano que precisava intervir no Arraial para conter o avanço do povoado para outras regiões do Nordeste. O fanatismo, portanto, foi um discurso usado à época para deflagrar as expedições do exército contra os habitantes de Canudos.


Uma nova leitura historiográfica atribuiu à Guerra de Canudos como sendo um acontecimento em que se disputava a terra e que foi tornado um problema grave para a ordem republicana muito pela mobilização da opinião pública, isso porque após uma série de atritos entre os habitantes do Arraial e a segurança pública baiana, a opinião pública mobilizou uma campanha criticando o governo federal por não intervir nos acontecimentos do Arraial.

 

Como o primeiro governo civil do presidente Prudente de Morais ainda era frágil, recheado de ataques por parte de grupos mais radicais, a fim de evitar um possível golpe de Estado, Prudente de Morais autorizou o envio de tropas federais para eliminar da República, uma comunidade entendida como atrasada, monarquista e fanática.


Assim, essa alternativa seria Falsa para mim, pois ainda traz uma visão estereotipada dos acontecimentos.


“Em novembro de 1896, no sertão da Bahia, foi iniciado um conflito civil que ficou conhecido como Guerra de Canudos. Esta guerra durou quase um ano, até 05 de outubro de 1897, e, devido à força adquirida, o governo da Bahia pediu o apoio da República para conter este movimento formado por fanáticos, jagunços e sertanejos sem emprego.

 

A Guerra de Canudos foi um conflito civil que começou em novembro de 1896, terminando em outubro de 1897. O exército republicano interveio após a solicitação do governo da Bahia que não conseguiu controlar o movimento de Canudos. Novamente a assertiva fala dos fanáticos, reproduzindo a visão dos vencedores, e, portanto, de uma historiografia mais tradicional.

 

O interessante é que no Arraial de Canudos viviam jagunços, desempregados, trabalhadores do campo, ex-escravos, pessoas que abriram mão de suas posses para viver junto ao Conselheiro e até mesmo índios.


Assim, essa alternativa seria Falsa para mim, pelo mesmo motivo já citado.


“O beato Conselheiro, homem que passou a ser conhecido logo depois da Proclamação da República, era quem liderava este movimento. Ele acreditava que havia sido enviado por Deus para acabar com as diferenças sociais e também com os pecados republicanos, entre estes, estavam o casamento civil e a cobrança de impostos.”


“Antônio Conselheiro por acreditar que era um enviado de Deus conseguiu reunir um grande número de adeptos que acreditavam em sua liderança e, em razão disso, ele, realmente poderia, libertá-los da situação de extrema pobreza na qual se encontravam.”

 

O Conselheiro já era uma figura conhecida desde 1875 no Nordeste. Conforme aponta Walnice Galvão, ao peregrinar por regiões do sertão com o intuito de construir ou reparar igrejas, estradas e açudes, já era temido pelas forças policiais e pelos proprietários da região. Ou seja, Antônio Conselheiro já era alguém conhecido.

 

Além do mais, há uma discussão se Antônio Conselheiro acreditava ser enviado por Deus para criar um mundo novo, livre das desigualdades e injustiças. Parte da historiografia não consegue enxergar Canudos como um movimento messiânico, ou seja, movimento que pretendia transformar uma sociedade através da religião. 

 

Assim, essas duas alternativas seriam falsas para mim.

 

“Devido à enorme proporção que este movimento adquiriu, o governo da Bahia não conseguiu por si só segurar a grande revolta que acontecia em seu Estado; por esta razão, pediu a interferência da República.”


Essa seria a única alternativa verdadeira.

 

Resposta baseada na fonte:


GALVÃO, Walnice Nogueira. O império de Belo Monte: vida e morte de Canudos. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2001.

124) “A notícia correu pelos sertões: fazendas e vilas despovoavam-se porque em Belo Monte ‘havia descido o céu’. Não tinha polícia e o trabalho era igual pra todos […].”

  • A) O de ser uma revolta popular.
  • B) A desorganização social vigente entre os revoltosos.
  • C) O messianismo que permeou as ações desse episódio histórico.
  • D) O caráter antirrepublicano que moldou as ações de Conselheiro.

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A alternativa correta é letra C) O messianismo que permeou as ações desse episódio histórico.

O trecho citado se refere ao movimento de Canudos, liderado por Antônio Conselheiro, que tinha características messiânicas muito marcantes. O messianismo foi central na mobilização e na liderança espiritual que Conselheiro exercia sobre seus seguidores. Ele pregava um retorno aos valores religiosos e uma crítica ao secularismo e à modernidade trazidos pela República, o que atraiu principalmente camponeses e sertanejos descontentes com as mudanças sociais e econômicas da época.

125) Observe a imagem a seguir.

  • A) à Revolta da Chibata.

  • B) à Guerra do Contestado.

  • C) à comunidade de Canudos.

  • D) à Revolta da Vacina.

  • E) à Revolta Tenentista.

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A alternativa correta é letra D) à Revolta da Vacina.

Gabarito: Letra D

 

Essa questão trabalha a utilização de uma imagem para que os candidatos e candidatas reconheçam em qual contexto ela foi produzida.

 

Uma dica poderia ser encontrada no ano trazido pela referência, como o ano de 1904.

 

Neste ano ocorreu uma revolta urbana na cidade do Rio de Janeiro em função da obrigatoriedade da vacinação de varíola determinada pelo governo federal.

 

A população carioca se envolveu em uma série de conflitos com a polícia na chamada Revolta da Vacina.

 

Dentre as causas da revolta pode-se destacar:

  
  • A falta de conscientização do governo federal sobre a vacinação.
  • Um choque de ideias entre ideologia científica e ideologias populares.
  • Circulação de ideias por parte de uma ala do exército criticando o governo federal.
  • As reformas urbanas do governo municipal de Pereira Passos que provocaram várias desapropriações, perda de empregos, além da segregação social.
 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: A revolta da Chibata ou dos Marinheiros ocorreu em 1910 contra a permanência dos castigos físicos na Marinha e contra a discriminação de marinheiros de cor que não tinham mobilidade na instituição.

 

Letra B: Episódio ocorrido entre 1912 e 1916 que envolveu disputas territoriais entre as províncias de Santa Catarina, Paraná e comunidades rurais que não desejavam ter suas terras expropriadas ou invadidas por madeireiras ou ferrovias multinacionais.

 

Letra C: Movimento ocorrido entre 1896 e 1897 no interior da Bahia. Envolveu uma comunidade inteira contra as tropas republicanas. Dentre as causas pode-se destacar a perda de mão de obra nas fazendas para o Arraial de Canudos, as circulações de ideias no Rio de Janeiro traçando um quadro de que canudos era um resquício do atraso e da monarquia que precisava ser eliminada da república, os diversos conflitos entre Antônio Conselheiro e a igreja católica que perdia fiéis no interior do sertão.

 

Letra E: Episódio ocorrido em 1922 quando um grupo de tenentes saiu às ruas para protestar contra a política oligárquica. Depois desse levante, os tenentes que restaram saíram em marcha pelo interior do país em colunas pregando ideais nacionalistas, o fim da corrupção eleitoral, voto secreto, modernização industrial e fortalecimento do estado.

 

Resposta baseada nas fontes:

  

SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

 

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

126) Leia as seguintes afirmativas sobre as revoltas sociais ocorridas no Brasil da Primeira República:

  • A) Revoltada da Vacina, Revolta da Armada, Guerra do Contestado.

  • B) Revoltada da Vacina, Revolta da Chibata e Guerra de Canudos.

  • C) Revolta da Vacina, Revolta da Chibata e Guerra do Contestado.

  • D) Revolta da Chibata, Revolta da Vacina e Guerra de Canudos.

  • E) Revolta da Armada, Revolta da Chibata e Guerra do Contestado.

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Resposta

A alternativa correta é letra C) Revolta da Vacina, Revolta da Chibata e Guerra do Contestado.

Explicação

Afirmativa I refere-se à Revolta da Vacina, que ocorreu em 1904 no Rio de Janeiro, quando o prefeito Pereira Passos implementou medidas autoritárias para modernizar a cidade, incluindo a vacinação obrigatória contra a varíola, o que gerou forte insatisfação popular.

Afirmativa II refere-se à Revolta da Chibata, que ocorreu em 1910, quando marinheiros se revoltaram contra as violências e maus-tratos sofridos na Marinha Brasileira.

Afirmativa III refere-se à Guerra do Contestado, que ocorreu entre 1912 e 1916, quando um pregador itinerante, José Maria, criou uma comunidade que criticava a República e foi reprimida pelo Estado, resultando em conflitos e mortes.

Portanto, as afirmativas I, II e III se referem, respectivamente, à Revolta da Vacina, Revolta da Chibata e Guerra do Contestado.

127) Entre as manifestações místicas presentes no Nordeste brasileiro no final do Império e nas primeiras décadas da República, identificam se

  • A) as pregações do Padre Ibiapina, relacionadas à defesa do protestantismo calvinista, e a literatura de cordel, que cantava os mitos e as lendas da região.
  • B) o cangaço, que realizava saques a armazéns para roubar alimentos e distribuí-los aos famintos, e o coronelismo, com suas práticas assistencialistas.
  • C) a liderança do Padre Cícero, vinculada à dinâmica política tradicional da região, e o movimento de Canudos, com características de contestação social.
  • D) a peregrinação de multidões a Juazeiro do Norte, para pedir graças aos padres milagreiros, e a liderança messiânica do fazendeiro pernambucano Delmiro Gouveia.
  • E) a ação catequizadora de padres e bispos ligados à Igreja católica e a atuação do líder José Maria, que comandou a resistência na região do Contestado.

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A alternativa correta é letra C) a liderança do Padre Cícero, vinculada à dinâmica política tradicional da região, e o movimento de Canudos, com características de contestação social.

Gabarito: Letra C

 

A liderança do Padre Cícero, vinculada à dinâmica política tradicional da região, e o movimento de Canudos, com características de contestação social.
 

Podem ser consideradas manifestações místicas do nordeste brasileiro durante o final do Império e o período inicial da primeira república, o movimento de Canudos, liderado por Antônio Conselheiro, e o movimento de Juazeiro, mobilizado pela figura de Padre Cícero.

O movimento em torno do Padre Cícero, que estava ligado a política local, foi provocado pela notícia de um suposto milagre realizado pelo mesmo, em fins do século XIX, na região do Vale do Cariri, no povoado de Juazeiro do Norte, sul do Estado do Ceará. A mobilização ou revolta dos seus seguidores foi motivada pela decisão das autoridades eclesiásticas de desestimular práticas religiosas fora do controle da Igreja (especialmente devido ao prestígio do padre Cícero após o milagre) e, assim, decretar a falsidade do milagre em Juazeiro do Norte para impedir que Padre Cícero pregasse ou ouvisse confissões.

Já a Guerra de Canudos ocorreu no arraial de mesmo nome no interior da Bahia, às margens do rio Vaza-Barris, onde várias pessoas se reuniram em torno do líder Antônio Conselheiro e fundaram o povoado chamado de Belo Monte, uma comunidade formada por cerca de 20 a 30 mil habitantes e que possuía as seguintes características: praticava-se o sistema comunitário, em que as colheitas, os rebanhos e o fruto do trabalho eram repartidos e o excedente vendido ou trocado com os povoados vizinhos; não havia cobrança de tributos; eram proibidas a prostituição e a venda de bebidas alcóolicas.

A comunidade de Canudos, pelo seu crescimento e organização acabou assustando as elites baianas e os governos estaduais e federal que passaram a combate-la sob a justificativa de que se tratava de uma comunidade monarquista que ameaçava a República. Além da oposição das autoridades estaduais e federal ao movimento, havia ainda a oposição da Igreja Católica, que considerava Canudos um perigo porque, ao seu ver, desviava fiéis dessa instituição e da “verdadeira fé”.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: As pregações do Padre Ibiapina, relacionadas à defesa do protestantismo calvinista, e a literatura de cordel, que cantava os mitos e as lendas da região.
 

As pregações do Padre Ibiapina não estavam relacionadas a defesa do protestantismo calvinista ou a literatura de cordel e mitos da região. Além disso, a atuação do padre Ibiapina foi anterior ao período inicial da Primeira República. 

 

Letra B: O cangaço, que realizava saques a armazéns para roubar alimentos e distribuí-los aos famintos, e o coronelismo, com suas práticas assistencialistas.


Nem o cangaço nem o coronelismo estão entre as manifestações místicas do final do Império e início da República. Além disso, as práticas do coronelismo eram clientelistas e não assistencialistas. 

 

Letra D: a peregrinação de multidões a Juazeiro do Norte, para pedir graças aos padres milagreiros, e a liderança messiânica do fazendeiro pernambucano Delmiro Gouveia.
 

As multidões que peregrinavam até Juazeiro do Norte o faziam motivados por um padre milagreiro, o Padre Cícero. Além disso, o fazendeiro Delmiro Gouveia não era uma liderança messiânica. 

 

Letra E: a ação catequizadora de padres e bispos ligados à Igreja católica e a atuação do líder José Maria, que comandou a resistência na região do Contestado.

   

A ação catequizadora de padres e bispos ligados à Igreja Católica, era uma ação institucional e não era considerada um movimento messiânico ou místico da Primeira República.

   

Referências:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

128) Quase dois anos após a implantação da República, o Brasil não estava pacificado, nem o regime consolidado. Entre 1892-95, os gaúchos vivenciaram a Revolta Federalista, um conflito armado envolvendo latifundiários e estancieiros, quando mais de doze mil combatentes foram mortos. De um lado estavam os pica paus (usavam quepe em forma de uma ave bicuda), defensores de Castilho e do presidencialismo fortalecido, enquanto do outro, estavam os federalistas, chamados de maragatos (alguns eram uruguaios, descendentes de espanhóis de Maragateia, estabelecidos em solo rio grandense) sob a liderança do comandante Gumercindo Saraiva. Devido à gravidade, o conflito adquiriu âmbito nacional, ameaçando, além do poder estadual, o próprio regime republicano, por isso Floriano Peixoto enviou tropas legalistas contra os inimigos que, fugindo ao cerco, se deslocaram para o norte do estado, alcançando depois Santa Catarina e Paraná, onde foram detidos, frustrando sua tentativa de chegar à capital da República. Assinale a alternativa que apresenta o nome da forte resistência aos federalistas e que deu a vitória aos legalistas.

  • A) Cerco da Misericórdia.
  • B) Cerco de Canudos.
  • C) Cerco da Lapa.
  • D) Cerco das Araucárias.

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A alternativa correta é letra C) Cerco da Lapa.

Gabarito: ALTERNATIVA C

 

  • Quase dois anos após a implantação da República, o Brasil não estava pacificado, nem o regime consolidado. Entre 1892-95, os gaúchos vivenciaram a Revolta Federalista, um conflito armado envolvendo latifundiários e estancieiros, quando mais de doze mil combatentes foram mortos. De um lado estavam os pica paus (usavam quepe em forma de uma ave bicuda), defensores de Castilho e do presidencialismo fortalecido, enquanto do outro, estavam os federalistas, chamados de maragatos (alguns eram uruguaios, descendentes de espanhóis de Maragateia, estabelecidos em solo rio grandense) sob a liderança do comandante Gumercindo Saraiva. Devido à gravidade, o conflito adquiriu âmbito nacional, ameaçando, além do poder estadual, o próprio regime republicano, por isso Floriano Peixoto enviou tropas legalistas contra os inimigos que, fugindo ao cerco, se deslocaram para o norte do estado, alcançando depois Santa Catarina e Paraná, onde foram detidos, frustrando sua tentativa de chegar à capital da República. Assinale a alternativa que apresenta o nome da forte resistência aos federalistas e que deu a vitória aos legalistas.

A Revolução Federalista foi uma guerra civil originada no Rio Grande do Sul que se irradiou por Santa Catarina e Paraná entre 1893 e 1895. Na oportunidade, havia uma grave cisão política dentro do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR) por conta da crise de liderança do positivista Júlio de Castilhos, até aquele momento o principal nome republicano do estado. Castilhos se manteve fiel a Deodoro da Fonseca e a Floriano Peixoto mesmo com as claras sinalizações de ambos os presidentes na direção de um regime de corte autoritário. O fechamento do Parlamento em 1892 e a Revolta da Armada aprofundaram decisivamente as divisões internas do PRR, enfraquecendo decisivamente a posição de Castilhos e fazendo surgir o Partido Republicano Federal sob a liderança de Gaspar Silveira Martins. O PRF entendia que era necessária uma reforma institucional para corrigir alguns vícios da República, que, na sua visão, havia se distanciado de suas bases positivistas. Para esses federalistas (que compunham desde velhos monarquistas até republicanos desiludidos), era necessário se instituir um parlamentarismo e forçar uma reforma geral das Constituições estaduais em favor do fortalecimento da União federal. Por outro lado, os republicanos castilhistas insistiam no presidencialismo calcado nas oligarquias estaduais fortalecidas, inclusive com limitações às liberdades individuais sob o mote de "ordem e progresso". A debandada dos amotinados da Revolta da Armada em direção ao sul e o agravamento da crise política gaúcha precipitaram o início da guerra civil, quando, em fevereiro de 1893, uma força paramilitar dos federalistas invadiu o Rio Grande do Sul pelo Uruguai em ações rápidas e efetivas, que se espalhariam por Santa Catarina e Paraná em combates sangrentos, que custaram cerca de dez mil vidas. Em socorro a Júlio de Castilhos e aos republicanos gaúchos, partiriam tanto tropas federais quanto auxílios materiais paulistas, o que agravaria as assimetrias de forças da guerra civil, comprometendo os planos dos federalistas. No caso paranaense, especificamente, os ataques federalistas seguiam a lógica rápida e devastadoras das outras regiões, mas sofreram um revés gravíssimo em 1894 na cidade da Lapa, a sessenta quilômetros da capital estadual. Estabelecido o Cerco da Lapa, os federalistas foram forçados a uma debandada desorganizada de volta para o Sul, enquanto as forças regulares atacavam suas posições em Santa Catarina sob ordens de Floriano Peixoto. Portanto, o Cerco da Lapa marcou a grande derrota federalista no Paraná, livrando o estado da guerra civil e selando parte da sorte dos revoltosos. Assim, observemos as alternativas propostas.

 

  • a)  Cerco da Misericórdia.

Trata-se de um roteiro de celebrações litúrgicas da fé católica. Alternativa errada.

 

  • b)  Cerco de Canudos.

A Guerra de Canudos ocorreu no sertão da Bahia entre 1896 e 1897; ou seja, não tem nenhuma relação direta com a experiência paranaense. Alternativa errada.

 

  • c)  Cerco da Lapa.

ALTERNATIVA CORRETA.

 

  • d)  Cerco das Araucárias.

Não consta na bibliografia nenhum "Cerco das Araucárias".

 

 

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA C.

129) O conflito ocorrido no final do Século XIX, caracterizado pelo caráter messiânico (religioso) e de contestação social, foi a

  • A) Guerra do Contestado.
  • B) Revolta da Armada.
  • C) Revolta Federalista.
  • D) Revolta da Vacina.
  • E) Guerra de Canudos.

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A alternativa correta é letra E) Guerra de Canudos.

Gabarito: ALTERNATIVA E

 

O conflito ocorrido no final do Século XIX, caracterizado pelo caráter messiânico (religioso) e de contestação social, foi a

  • a)  Guerra do Contestado.

A Guerra do Contestado (1912-1916) se desenrolou no interior dos estados de Santa Catarina e do Paraná durante os governos de Hermes da Fonseca e de Venceslau Brás. O conflito em si foi deflagrada pelo processo de desalojamento de grande número de famílias camponesas resultante da construção de uma estrada de ferro entre o Rio Grande do Sul e São Paulo. Sob a liderança do monge José Maria, essas famílias se organizaram sob um poderoso aparato religioso contra a República, identificando na nova forma de governo a raiz de todas as suas mazelas. A região do Oeste catarinense e paranaense vinha se transformando rapidamente com a expansão ferroviária e a instalação de madeireiras, alterando profundamente a vida daqueles camponeses. Ainda que não houvesse uma motivação política claramente organizada, todas as insatisfações se voltaram contra o símbolo da República. Ou seja, ainda que tivesse, sim, uma combinação de elementos religiosos e sociais, o Contestado não pertence ao momento histórico solicitado no enunciado. Alternativa errada.

 

  • b)  Revolta da Armada.

Ocorrida entre 1893 e 1894, a Revolta da Armada foi o levante de unidades da Marinha do Brasil contra o governo de Floriano Peixoto, que vinha tomando ares ditatoriais. Desprestigiada com a queda da monarquia, a Marinha olhava com muitas reservas o rumo da vida republicana brasileira sob o controle dos marechais e sob grande influência do Exército. Desde o fechamento do Parlamento por Deodoro da Fonseca em 1891, a possibilidade de o sonho republicano se converter numa ditadura militar era uma realidade gravíssima no país. As unidades rebeldes chegaram a bombardear fortes do Exército na costa fluminense, o que prenunciava uma guerra civil, que acabaria sendo debelada por Floriano Peixoto. Alternativa errada.

  • c)  Revolta Federalista.

A Revolução Federalista foi uma guerra civil originada no Rio Grande do Sul que se irradiou por Santa Catarina e Paraná entre 1893 e 1895. Na oportunidade, havia uma grave cisão política dentro do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR) por conta da crise de liderança do positivista Júlio de Castilhos, até aquele momento o principal nome republicano do estado. Castilhos se manteve fiel a Deodoro da Fonseca e a Floriano Peixoto mesmo com as claras sinalizações de ambos os presidentes na direção de um regime de corte autoritário. O fechamento do Parlamento em 1892 e a Revolta da Armada aprofundaram decisivamente as divisões internas do PRR, enfraquecendo decisivamente a posição de Castilhos e fazendo surgir o Partido Republicano Federal sob a liderança de Gaspar Silveira Martins. O PRF entendia que era necessária uma reforma institucional para corrigir alguns vícios da República, que, na sua visão, havia se distanciado de suas bases positivistas. Para esses federalistas (que compunham desde velhos monarquistas até republicanos desiludidos), era necessário se instituir um parlamentarismo e forçar uma reforma geral das Constituições estaduais em favor do fortalecimento da União federal. Por outro lado, os republicanos castilhistas insistiam no presidencialismo calcado nas oligarquias estaduais fortalecidas, inclusive com limitações às liberdades individuais sob o mote de "ordem e progresso". A debandada dos amotinados da Revolta da Armada em direção ao sul e o agravamento da crise política gaúcha precipitaram o início da guerra civil, quando, em fevereiro de 1893, uma força paramilitar dos federalistas invadiu o Rio Grande do Sul pelo Uruguai em ações rápidas e efetivas, que se espalhariam por Santa Catarina e Paraná em combates sangrentos, que custaram cerca de dez mil vidas. Em socorro a Júlio de Castilhos e aos republicanos gaúchos, partiriam tanto tropas federais quanto auxílios materiais paulistas, o que agravaria as assimetrias de forças da guerra civil, comprometendo os planos dos federalistas. No caso paranaense, especificamente, os ataques federalistas seguiam a lógica rápida e devastadoras das outras regiões, mas sofreram um revés gravíssimo em 1894 na cidade da Lapa, a sessenta quilômetros da capital estadual. Estabelecido o Cerco da Lapa, os federalistas foram forçados a uma debandada desorganizada de volta para o Sul, enquanto as forças regulares atacavam suas posições em Santa Catarina sob ordens de Floriano Peixoto. Portanto, o Cerco da Lapa marcou a grande derrota federalista no Paraná, livrando o estado da guerra civil e selando parte da sorte dos revoltosos. Alternativa errada.

  • d)  Revolta da Vacina.

Em 1904, o Rio de Janeiro estava vivendo as suas grandes reformas urbanísticas e sanitárias sob o comando do prefeito Pereira Passos. Por um lado, havia o plano da modernização e do embelezamento à europeia de toda a capital da República, abrindo largas avenidas e transformando a arquitetura do Rio de Janeiro. Por outro, havia um esforço de sanitização urbana, combatendo doenças endêmicas e enfrentando grandes desafios de saneamento básico e de higienização. No entanto, ao fundo de todas essas medidas, estava uma série de políticas públicas de baixíssima sensibilidade social, fazendo com que as classes menos favorecidas sofressem parte significativa das perdas e das perseguições em meio às reformas. Para a abertura das novas avenidas no antigo centro carioca, foram demolidos prédios que serviam de cortiços aos mais pobres, bem como se perseguia abertamente o entretenimento popular em nome da moralidade pública da capital. Consequentemente, uma grande massa de desvalidos foi condenada à repressão policial e a um gravíssimo achatamento da qualidade de vida: excluídos para subúrbios distantes, vendo o custo de vida disparar e sentindo a criminalização do seu cotidiano. As insatisfações sociais com as reformas chegavam a patamares explosivos sem que fosse dada qualquer forma de atenção mais séria. Em 1904, sob a orientação de Oswaldo Cruz, seria lançada a vacinação obrigatória contra a varíola, doença endêmica que afetava gravemente a cidade. Sem nenhuma forma de comunicação efetiva com a população, a campanha foi lançada sobre os mais pobres com a rotineira violência policial, impondo a vacinação e abrindo espaço para toda sorte de hipóteses conspiratórias depois de tantos abusos contra essa mesma população. Temendo a vacinação, a população se amotinou num movimento espontâneo e altamente explosivo, levando a capital ao caos social por dias. Alternativa errada.

 

  • e)  Guerra de Canudos.

A Guerra de Canudos se desenrolou entre 1896 e 1897 no sertão baiano. Sob a liderança messiânica de Antônio Conselheiro, toda uma sociedade sertaneja levantou o arraial de Canudos no semiárido da Bahia logo nos primeiros anos da Primeira República (1889-1930). Com um discurso profundamente marcado pela religião, Conselheiro dava um sentido maior àquela comunidade marcada pela seca e pelas iniquidades da região, identificando na República uma corrupção contra a ordem divina, esperando um restabelecimento mítico da ordem monárquica, o que revelaria um período novo àquela população. Entre o milagre da fé popular e a compreensão aguda das dificuldades da vida sertaneja, a vida em Canudos ecoava tanto uma forma de sebastianismo tropical quanto uma crítica social contundente. O positivismo da República e do Exército brasileiro interpretou aquela manifestação como um risco maior à ordem geral do país, optando pelo enfrentamento armado após o arraial mostrar resistência às ordens do governo regular. ALTERNATIVA CORRETA.

 

 

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA E.

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130) Dentre as revoltas ocorridas durante a Primeira República, houve uma na década de 1910, vencida pelas tropas federais, conhecida como:

  • A) Revolta da Vacina.
  • B) Guerra de Canudos.
  • C) Revolução Federalista.
  • D) Guerra do Contestado.
  • E) Revolta da Armada.

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A alternativa correta é letra D) Guerra do Contestado.

Gabarito: ALTERNATIVA D

 

 

  • a)  Revolta da Vacina.

Ocorrida entre 10 e 15 de novembro de 1904 (durante o governo Rodrigues Alves), a Revolta da Vacina ocorreu no Rio de Janeiro e teve como seu estopim a imposição da vacinação obrigatória contra varíola para toda a população da cidade. Tratava-se de uma política geral de urbanização e higienização da cidade, num contexto de reformas sanitaristas para o desenvolvimento urbano adequado. Ao longo da revolta, houve cerca de trinta mortes e de mil detenções. Alternativa errada.

 

  • b)  Guerra de Canudos.

O arraial de Canudos foi erguido sob a liderança messiânica de Antônio Conselheiro no sertão da Bahia. Com causas difusas e certas acusações gerais contra a república, Conselheiro atraía multidões de sertanejos desvalidos, que acabaram formando um maciço arraial em torno da igreja de Conselheiro. O poder central via nisso uma explosiva configuração de resistência popular ao poder republicano e ordenou a destruição do arraial, que demandou o envio de quatro expedições do Exército para Canudos entre 1896 e 1897. Alternativa errada.

 

  • c)  Revolução Federalista.

A Revolução Federalista foi uma guerra civil originada no Rio Grande do Sul que se irradiou por Santa Catarina e Paraná entre 1893 e 1895. Na oportunidade, havia uma grave cisão política dentro do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR) por conta da crise de liderança do positivista Júlio de Castilhos, até aquele momento o principal nome republicano do estado. Castilhos se manteve fiel a Deodoro da Fonseca e a Floriano Peixoto mesmo com as claras sinalizações de ambos os presidentes na direção de um regime de corte autoritário. O fechamento do Parlamento em 1892 e a Revolta da Armada aprofundaram decisivamente as divisões internas do PRR, enfraquecendo decisivamente a posição de Castilhos e fazendo surgir o Partido Republicano Federal sob a liderança de Gaspar Silveira Martins. O PRF entendia que era necessária uma reforma institucional para corrigir alguns vícios da República, que, na sua visão, havia se distanciado de suas bases positivistas. Para esses federalistas (que compunham desde velhos monarquistas até republicanos desiludidos), era necessário se instituir um parlamentarismo e forçar uma reforma geral das Constituições estaduais em favor do fortalecimento da União federal. Alternativa errada.

 

  • d)  Guerra do Contestado.

A Guerra do Contestado (1912-1916) se desenrolou no interior dos estados de Santa Catarina e do Paraná durante os governos de Hermes da Fonseca e de Venceslau Brás. Deflagrada pelo processo de desalojamento de grande número de famílias camponesas resultante da construção de uma estrada de ferro entre o Rio Grande do Sul e São Paulo, a Guerra do Contestado tinha claro recorte messiânico. Sob a liderança do monge José Maria, essas famílias se organizaram sob um poderoso aparato religioso contra a República, identificando na nova forma de governo a raiz de todas as suas mazelas. A região do Oeste catarinense e paranaense vinha se transformando rapidamente com a expansão ferroviária e a instalação de madeireiras, alterando profundamente a vida daqueles camponeses. Ainda que não houvesse uma motivação política claramente organizada, todas as insatisfações se voltaram contra o símbolo da República. Seriam, no entanto, duramente reprimidos pelas forças legalistas, resultando em pesadas baixas civis e na vitória do poder central contra os revoltosos. ALTERNATIVA CORRETA.

 

  • e)  Revolta da Armada.

Ocorrida entre 1893 e 1894, a Revolta da Armada foi o levante de unidades da Marinha do Brasil contra o governo de Floriano Peixoto, que vinha tomando ares ditatoriais. Desprestigiada com a queda da monarquia, a Marinha olhava com muitas reservas o rumo da vida republicana brasileira sob o controle dos marechais e sob grande influência do Exército. Desde o fechamento do Parlamento por Deodoro da Fonseca em 1891, a possibilidade de o sonho republicano se converter numa ditadura militar era uma realidade gravíssima no país. As unidades rebeldes chegaram a bombardear fortes do Exército na costa fluminense, o que prenunciava uma guerra civil, que acabaria sendo debelada por Floriano Peixoto. No entanto, nenhum dos acontecimentos têm uma ligação direta com o Paraná. Alternativa errada.

 

 

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA D.

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