Questões Sobre Primeira República - História - concurso
141) “[…] O movimento tenentista (é) conhecido como o primeiro movimento político comandado pelos setores médios do Brasil […]. A oposição ao pacto conservador da República Velha, com suas eleições fraudadas e restritas, era o ponto de união entre os tenentistas. Dentro do movimento, no entanto, conviviam desde as demandas liberais por voto secreto e por maior liberdade de imprensa até o desejo de um Estado forte como meio de se contrapor ao mandonismo rural. […]”
- A) ancorado na oposição ao pacto conservador da Primeira República, as classes médias, por meio do Tenentismo, unificaram sua luta e propostas para o Estado brasileiro.
- B) considerado como reserva moral da sociedade, o Exército tomou para si, por meio do Tenentismo, a tarefa de moralizar o Estado brasileiro com a implantação de um governo ditatorial.
- C) mantendo os tenentes à frente da luta contra o pacto conservador da República Velha, os setores médios descolocavam o olhar de si, não se indispondo com os grupos dominantes nacionais.
- D) utilizando um discurso moralizador da política brasileira, contra as fraudes eleitorais, o Tenentismo uniu a diversa classe média na luta contra a oligarquia cafeeira nos anos 1920.
A alternativa correta é letra D) utilizando um discurso moralizador da política brasileira, contra as fraudes eleitorais, o Tenentismo uniu a diversa classe média na luta contra a oligarquia cafeeira nos anos 1920.
Gabarito: Letra D
De acordo com Jessé de Souza, apesar do tenentismo ter sido protagonizado por jovens oficiais militares de baixa e média patente, a partir dos anos 1920, o movimento refletia uma sociedade mais urbana e moderna que estava sendo criada e na qual se desenvolveu a chamada classe média, bem como o discurso moralista contrário a corrupção do Estado presente no tenentismo.
De fato, o movimento tenentista tinha entre as suas principais reivindicações: a moralização da administração pública e o fim da corrupção eleitoral; a instituição do voto secreto e de uma Justiça Eleitoral confiável; a proteção da economia nacional contra a exploração de empresas e capital estrangeiro e a reforma da educação pública com ensino gratuito e obrigatório para todos.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: ancorado na oposição ao pacto conservador da Primeira República, as classes médias, por meio do Tenentismo, unificaram sua luta e propostas para o Estado brasileiro.
As classes médias, por meio do Tenentismo, unificaram a sua luta de oposição ao pacto conservador da Primeira República, mas não as suas propostas para o Estado brasileiro, visto que, dentro do movimento apresentavam-se diversas maneiras de se pensar o estado.
Letra B: considerado como reserva moral da sociedade, o Exército tomou para si, por meio do Tenentismo, a tarefa de moralizar o Estado brasileiro com a implantação de um governo ditatorial.
O movimento tenentista não era formado por todo Exército, apenas por jovens oficiais militares de baixa e média patente, chamados de tenentes. Além disso, dentro do movimento existia diferentes maneiras de se pensar o Estado, segundo Jessé de Souza, variando entre demandas liberais e o desejo de um Estado forte, centralizado.
Letra C: mantendo os tenentes à frente da luta contra o pacto conservador da República Velha, os setores médios descolocavam o olhar de si, não se indispondo com os grupos dominantes nacionais.
O Tenentismo representava a luta da classe média contra as oligarquias que dominavam o cenário político durante a Primeira República, logo, tenentes e setores médios estavam unidos numa mesma oposição aos grupos dominantes.
Referências:
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
SOUZA, Jessé de. A Elite do Atraso. Da escravidão à lava jato. Rio de Janeiro: Leya, 2017.
VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.
142) Durante a Revolução de 1924, ocorre uma das primeiras ações de guerra psicológica da história militar brasileira, promovida pelo Tenente da Força Pública, João Cabanas, enquanto os revolucionários retiravam-se da capital paulista. Em que consistia essa ação?
- A) Os revolucionários distribuíram panfletos pela cidade de São Paulo, exortando a população a continuar a luta contra os representantes da política do “Café com Leite”.
- B) Narrativas de atos de crueldade foram difundidas pelos jornais do estado, com o intuito de minar possível resistência durante a passagem dos revoltosos em fuga pelas cidades do interior.
- C) Mensagens que superestimavam o efetivo e o equipamento bélico dos revoltosos foram transmitidas às estações telegráficas das cidades por onde passaria o contingente em retirada.
- D) Mensagens de apoio aos revoltosos em fuga foram difundidas à população, pelas estações clandestinas de rádio, instaladas durante o período de ocupação da capital paulista.
- E) Notícias de que mulheres e crianças, aprisionadas durante a ocupação da capital, foram distribuídas nos vagões dos trens utilizados pelos revoltosos para fugir, garantiu uma retirada sem resistências.
A alternativa correta é letra C) Mensagens que superestimavam o efetivo e o equipamento bélico dos revoltosos foram transmitidas às estações telegráficas das cidades por onde passaria o contingente em retirada.
Gabarito: Letra C
O enunciado faz menção à Revolução de 1924, entendida como uma revolta militar em São Paulo, articulada pelo general reformado Isidoro Dias Lopes, pelo major Miguel Costa, comandante do Regimento de Cavalaria da Força Pública do estado, e pelo tenente Joaquim Távora, este último morto durante os combates. Tiveram ainda participação destacada os tenentes Juarez Távora, Eduardo Gomes, João Cabanas, Filinto Müller e Newton Estillac Leal.
Essa revolta está inserida dentro de um contexto de levantes na década de 20 contra o governo federal e contra a situação política. Basta lembrarmos que estávamos vivenciando o período da República Oligárquica, onde imperavam os coronéis, o voto de cabresto e o clientelismo.
Esses movimentos foram chamados de levantes tenentistas e haviam começado em 1922, quando 18 militares deixaram o Forte de Copacabana no Rio de Janeiro iniciando um protesto.
Em São Paulo, os militares pretendiam derrubar o Governo do presidente do estado e o governo do presidente Artur Bernardes (1922-1926). Houve conflitos entre as tropas rebeldes e tropas do governo federal com bombardeios a prédios e habitações na capital paulista.
Com as tropas rebeldes em cerco houve uma decisão pela retirada. Nesse processo de evasão da capital, os rebeldes usavam de sua propaganda política contra o regime oligárquico e contra o tradicionalismo brasileiro, além da guerra psicológica, onde superestimavam os combates ocorridos na cidade bem como o equipamento bélico que possuíam. Essa tática também foi utilizada mais tarde no movimento chamado de Colunas, lideradas por Prestes, Dias Lopes e Miguel Costa.
Baseada nas fontes:
Dossiê FGV/CPDOC: https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/CrisePolitica/Levantes1924
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 2ª Ed. São Paulo: Edusp, 1995.
143) Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras (V) e as falsas (F) sobre acontecimentos do Contestado.
- A) V • V • V • F • V
- B) V • V • V • F • F
- C) V • F • V • V • F
- D) F • V • V • V • F
- E) F • V • V • F • V
Resposta:
A alternativa correta é letra A) V • V • V • F • V
Explicação:
Afirmativa 1: Verdadeira (V). Os caboclos da região do Contestado viviam em fazendas, pequenas propriedades e vilas ligadas por caminhos abertos na mata.
Afirmativa 2: Verdadeira (V). Autoridades governamentais, pastores e padres eram personagens que raramente se faziam presentes na região.
Afirmativa 3: Verdadeira (V). Os habitantes da região recebiam a ajuda e as bênçãos dos monges, como João Maria, que não eram sacerdotes da igreja Católica.
Afirmativa 4: Falsa (F). Os ataques das tropas do exército aos caboclos iniciaram-se em 1912 e os conflitos bélicos se estenderam por cerca de 4 anos, não mais de uma década.
Afirmativa 5: Verdadeira (V). Há tradições, como o Terço Cantado, os Batizados em Casas e a fé nos Poços de São João Maria, que ainda são cultuadas.
144) O fenômeno político do coronelismo no Brasil esteve associado a um modo de política que caracterizou a República, a partir de 1894, como:
- A) República dos oligarcas.
- B) República dos generais.
- C) República da espada.
- D) República parlamentar.
- E) República imperial.
Resposta correta:
Alternativa A) República dos oligarcas.
O fenômeno político do coronelismo esteve associado à República dos oligarcas, um período que se estende de 1894 até 1930. Durante essa fase, o poder político no Brasil era dominado por grandes proprietários de terras, conhecidos como "coronéis", que exerciam uma enorme influência local e regional. Esses líderes locais controlavam votos e garantiam a eleição de candidatos que defendessem seus interesses, perpetuando um sistema de favores e dependências. Esse controle político permitiu a manutenção de uma estrutura oligárquica, onde poucos detinham o poder e a maioria da população tinha pouca ou nenhuma influência nas decisões políticas.
145) Ao discutir sobre a história dos movimentos sociais no Brasil, Boris Fausto destaca um movimento social que, antes de 1930, possuía uma característica e, depois de 1930, esse mesmo movimento evidenciou outras particularidades: no primeiro momento, foi conhecido pela sua força de rebeldia contra o governo da república; já no segundo momento, entrou no cerne do governo, dando um outro rumo aos seus objetivos. A qual movimento o historiador se refere?
- A) Movimento dos Negros.
- B) Tenentismo.
- C) Coluna Prestes.
- D) Movimento dos Trabalhadores Rurais.
- E) União Democrática Brasileira.
A alternativa correta é letra B) Tenentismo.
O Tenentismo foi um movimento social que surgiu no Brasil na década de 1920, durante a Primeira República. Inicialmente, caracterizou-se por sua oposição ao governo e ao sistema político vigente, com os tenentes (oficiais de baixa patente do Exército) liderando revoltas e rebeliões contra o governo. No entanto, após 1930, com a Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder, o Tenentismo mudou de rumo e passou a integrar o governo, influenciando as políticas públicas e contribuindo para a formação do Estado Novo.
146) Os seus líderes terminaram presos e assassinados. A “marujada” rebelde foi inteiramente expulsa da esquadra. Num sentido histórico, porém, eles foram vitoriosos. A “chibata” e outros castigos físicos infamantes nunca mais foram oficialmente utilizados; a partir de então, os marinheiros – agora respeitados – teriam suas condições de vida melhoradas significativamente. Sem dúvida fizeram avançar a História.
- A) engajamento de civis analfabetos após a emergência de guerras externas.
- B) insatisfação de militares positivistas após a consolidação da política dos governadores.
- C) rebaixamento de comandantes veteranos após a repressão a insurreições milenaristas.
- D) sublevação das classes populares do campo após a instituição do alistamento obrigatório.
- E) manutenção da mentalidade escravocrata da oficialidade após a queda do regime imperial.
A alternativa correta é letra E) manutenção da mentalidade escravocrata da oficialidade após a queda do regime imperial.
Gabarito: ALTERNATIVA E
Os seus líderes terminaram presos e assassinados. A “marujada” rebelde foi inteiramente expulsa da esquadra. Num sentido histórico, porém, eles foram vitoriosos. A “chibata” e outros castigos físicos infamantes nunca mais foram oficialmente utilizados; a partir de então, os marinheiros - agora respeitados - teriam suas condições de vida melhoradas significativamente. Sem dúvida fizeram avançar a História. MAESTRI, M. 1910: a revolta dos marinheiros - uma saga negra. São Paulo: Global, 1982.
- A eclosão desse conflito foi resultado da tensão acumulada na Marinha do Brasil pelo (a)
Como é típico do ENEM, a estrutura da questão está voltada para a interpretação de texto bastante simples e sem exigir um conhecimento aprofundado sobre o tema em si. O trecho citado do livro de Mário Maestri Filho faz referência à vitória, em perspectiva histórica, dos marinheiros revoltosos de 1910: o fim dos castigos físicos na Marinha brasileira. Ora, se este é o sintoma da vitória de longo prazo, pode-se inferir que o motivo das tensões que levaram à revolta era a aplicação desses castigos sobre os marinheiros - correlação lógica bastante evidente. De toda forma, é interessante que o estudante saiba que a Revolta dos Marinheiros de 1910 (também conhecida como Revolta da Chibata) foi um levante de quatro dias ocorrido em novembro daquele ano sob a liderança de João Cândido. Naquele momento, a Marinha estava sendo modernizada ao mesmo tempo em que mantinha práticas de disciplina e de controle sobre os subalternos bastante atrasadas; na prática, isso implicava em restringir a participação negra aos postos mais baixos da hierarquia ao mesmo tempo em que essa mesma hierarquia permitia que os oficiais (praticamente todos brancos) pudessem usar de castigos físicos contra os subalternos mesmo para transgressões leves. O plano dos amotinados foi assumir o controle dos dois modernos couraçados recém-adquiridos pela Marinha além de algumas outras embarcações centrais para o funcionamento da Força. Com os marinheiros no controle dos navios sem a possibilidade de resposta violenta sem grandes prejuízos pelo Estado, o governo foi forçado a negociar e o Parlamento agiu para aprovar leis que flexibilizassem as relações entre os marinheiros negros e a Marinha e que proibiam o açoite como medida disciplinar. Ainda que os revoltosos tenham sido anistiados num primeiro momento, acabaram sendo perseguidos e expulsos da carreira militar nos meses seguintes. À luz desses primeiros esclarecimentos, observemos as alternativas que seguem.
- a) engajamento de civis analfabetos após a emergência de guerras externas.
Em 1910, fazia exatos quarenta anos que o Brasil não se engajava em nenhuma guerra, tendo sido a última a Guerra do Paraguai (1864-1870). Além disso, foi o Exército, e não a Marinha, quem sofreu as transformações mais importantes depois do conflito no Paraguai, sendo necessário reorganizar a maneira de pensar os efetivos armados do país. Alternativa errada.
- b) insatisfação de militares positivistas após a consolidação da política dos governadores.
De fato, havia uma expressiva insatisfação dos militares positivistas com os governos civis da Primeira República (1889-1930), que organizou a política dos governadores para que as oligarquias controlassem o Estado pela manutenção do status quo, o que implicava no aparelhamento estatal a favor dos interesses das oligarquias de São Paulo e de Minas Gerais. Na prática, isso significava o aprofundamento da agroexportação e o distanciamento dos ideias de modernização e de profissionalismo do positivismo, fundamentais no momento da Proclamação da República. No entanto, essas insatisfações militares com base no pensamento positivista só se adensariam de maneira decisiva na década de 1920 no momento do tenentismo, quando vários movimentos armados partiram dos quartéis para contestar a estrutura política brasileira. Alternativa errada.
- c) rebaixamento de comandantes veteranos após a repressão a insurreições milenaristas.
As insurreições milenaristas são aquelas fundamentadas num radicalismo religioso segundo o qual o triunfo da insurreição resultaria no retorno de Jesus Cristo para estabelecer um reino de mil anos. Ou seja, uma mistura de messianismo com fundamentalismo sendo vocalizada por um movimento armado contra uma ordem instaurada, que, na visão dos revoltosos, concentraria todos os vícios condenados pela fé. No Brasil, houve algumas claras insurreições dessa natureza, como a Guerra do Contestado (1912-1916), o caso da Pedra Bonita (1836-1838) e o caso do Catulé (1955). Apenas na Guerra do Contestado houve uma intervenção militar mais forte e dela não resultou nenhuma punição contra os oficiais, cuja ação de força foi apoiada pelo governo central. Alternativa errada.
- d) sublevação das classes populares do campo após a instituição do alistamento obrigatório.
Ora, como está bem claro no texto citado no enunciado, tratou-se de uma rebelião na Marinha entre marinheiros já bem estabelecidos. Ou seja, não há correlação nenhuma com o campo brasileiro ou com novos conscritos. Alternativa errada.
- e) manutenção da mentalidade escravocrata da oficialidade após a queda do regime imperial.
O corte racista inerente ao escravismo brasileiro permaneceu em muitas estruturas sociais durante muitas décadas. No caso da Marinha, os castigos físicos refletiam e aprofundavam esta questão, uma vez que dava aos oficiais brancos dispor fisicamente dos seus subalternos negros sem nenhuma forma efetiva de controle ou de limitação. O abuso perpetuado no tempo adensou contradições no Brasil republicano numa revolta grave contra as práticas anacrônicas da Marinha, ainda pertencentes, em parte, às mentalidades escravocratas do período monárquico. ALTERNATIVA CORRETA.
Note bem o estudante que a banca só fez associar os castigos físicos à mentalidade escravocrata opondo o oficialato branco aos marinheiros negros no contexto da Revolta da Chibata. Sem mais, está correta a ALTERNATIVA E.
147) A chamada Guerra de Canudos, revolução de Canudos ou insurreição de Canudos, foi o confronto entre um movimento popular de fundo sócio-religioso e o Exército da República, que durou de 1896 a 1897, na então comunidade de Canudos, no interior do estado do(a):
- A) Roraima.
- B) Amazonas.
- C) Bahia.
- D) Paraíba.
- E) Piauí.
A alternativa correta é letra C) Bahia.
A Guerra de Canudos foi um conflito entre o Exército da República e um movimento popular de fundo sócio-religioso que ocorreu entre 1896 e 1897 na comunidade de Canudos, localizada no interior do estado da Bahia.
Essa guerra foi liderada por Antônio Conselheiro, um líder religioso que pregava a volta do Império e a derrubada da República. O conflito terminou com a derrota dos seguidores de Antônio Conselheiro e a destruição da comunidade de Canudos.
148) Leia.
- A) Revolta de Canudos.
- B) Guerra do Contestado.
- C) Revolta de 1924.
- D) Revolta da Vacina.
A alternativa correta é letra B) Guerra do Contestado.
A resposta correta é a letra B) Guerra do Contestado porque o excerto descreve um movimento messiânico ocorrido na fronteira entre o Paraná e Santa Catarina, o que é característico da Guerra do Contestado. Além disso, a presença de fazendeiros e empresas norte-americanas na região também é consistente com a Guerra do Contestado, que ocorreu entre 1912 e 1916.
149) A Revolta da Chibata foi um importante movimento social ocorrido, no início do século XX, na cidade
- A) de Salvador.
- B) de Recife.
- C) do Rio de Janeiro.
- D) de Santos.
Resposta correta:
Alternativa C) do Rio de Janeiro.
A Revolta da Chibata foi um movimento social ocorrido no Rio de Janeiro, entre 1910 e 1911, protagonizado por marinheiros insatisfeitos com os castigos físicos (chibatadas) impostos pela hierarquia naval da época. Liderados pelo marinheiro João Cândido, os revoltosos exigiram o fim das punições cruéis e melhores condições de trabalho e vida para os marinheiros. A revolta teve grande repercussão e resultou na abolição do uso da chibata como forma de punição na Marinha brasileira, marcando um momento significativo de luta por direitos e dignidade dentro das Forças Armadas durante a Primeira República.
150) “Coronéis locais, forças estaduais e exército se uniram para combater as “cidades santas”, territórios autônomos criados por caboclos. Cerca de 200 seguidores do monge e curandeiro José Maria estão reunidos em Irani. Todos eles homens simples, sertanejos, refugiaram-se ali na esperança de evitar um confronto com as forças do governo. Mas é tarde demais: a essa altura, o simples agrupamento – em uma região de conflitos fronteiriços e de instabilidade social – já é considerado uma atitude hostil às autoridades. Em resposta à ameaça, o governo resolve atacar: uma força de 58 soldados do Regimento de Segurança do Paraná entra em combate com os sertanejos. Morrem 21 pessoas, entre elas os chefes dos grupos em confronto – o coronel João Gualberto Gomes de Sá e o monge José Maria.” MACHADO, Paulo Pinheiro. Tragédia anunciada. Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 7, n. 85, p. 17, out. 2012
- A) O território contestado entre Santa Catarina e Paraná é o local do desdobramento de outros conflitos que envolviam políticas nacionais ainda baseadas na lei de terras de 1850, no capitalismo surgente no país e na religiosidade popular.
- B) O grupo político articulado em torno da companhia Southern Brazil Lumber & Colonization Company de Percival Farquhar reconheceu a posse das terras e tratou dos desalojamentos ressarcindo os prejuízos dos caboclos.
- C) O coronelismo catarinense, diferentemente de outras regiões do país, era responsável por uma política de relacionamento paternalista com os caboclos, e por sua vez, a guerra travada fora ocasionada pelo messianismo dos monges.
- D) A força militar mobilizada para o conflito em território catarinense, incluindo até aviões, era resultado do temor inspirado pelo ressurgimento de Canudos e a existência de outro conselheiro que iria unir os dois movimentos ocorridos simultaneamente.
A alternativa correta é letra A) O território contestado entre Santa Catarina e Paraná é o local do desdobramento de outros conflitos que envolviam políticas nacionais ainda baseadas na lei de terras de 1850, no capitalismo surgente no país e na religiosidade popular.
Essa alternativa é correta porque o texto apresenta um conflito entre as forças do governo e os seguidores do monge José Maria em uma região de fronteira entre Santa Catarina e Paraná. O conflito está relacionado a questões de terras, religiosidade popular e capitalismo, que eram temas importantes na época da Primeira República.