Questões Sobre Primeira República - História - concurso
261) São Paulo, 18 de agosto de 1929.
- A) a simpatia de Drummond pela candidatura Vargas e o desencanto de Mário de Andrade com as composições políticas sustentadas por Vargas.
- B) a veneração de Drummond e Mário de Andrade ao gaúcho Getúlio Vargas, que se aliou à oligarquia cafeeira de São Paulo.
- C) a concordância entre Mário de Andrade e Drummond quanto ao caráter inovador de Vargas, que fez uma ampla aliança para derrotar a oligarquia mineira.
- D) a discordância entre Mário de Andrade e Drummond sobre a importância da aliança entre Vargas e o paulista Júlio Prestes nas eleições presidenciais.
- E) o otimismo de Mário de Andrade em relação a Getúlio Vargas, que se recusara a fazer alianças políticas para vencer as eleições.
A alternativa correta é letra A) a simpatia de Drummond pela candidatura Vargas e o desencanto de Mário de Andrade com as composições políticas sustentadas por Vargas.
Gabarito: ALTERNATIVA A
São Paulo, 18 de agosto de 1929.
Carlos [Drummond de Andrade],
Achei graça e gozei com o seu entusiasmo pela candidatura Getúlio Vargas – João Pessoa. É. Mas veja como estamos... trocados. Esse entusiasmo devia ser meu e sou eu que conservo o ceticismo que deveria ser de você. (...).
Eu... eu contemplo numa torcida apenas simpática a candidatura Getúlio Vargas, que antes desejara tanto. Mas pra mim, presentemente, essa candidatura (única aceitável, está claro) fica manchada por essas pazes fragílimas de governistas mineiros, gaúchos, paraibanos (...), com democráticos paulistas (que pararam de atacar o Bernardes) e oposicionistas cariocas e gaúchos. Tudo isso não me entristece. Continuo reconhecendo a existência de males necessários, porém me afasta do meu país e da candidatura Getúlio Vargas. Repito: única aceitável.
Mário [de Andrade]
Renato Lemos. Bem traçadas linhas: a história do Brasil em cartas pessoais. Rio de Janeiro: Bom Texto, 2004, p. 305.
Acerca da crise política ocorrida em fins da Primeira República, a carta do paulista Mário de Andrade ao mineiro Carlos Drummond de Andrade revela
- a) a simpatia de Drummond pela candidatura Vargas e o desencanto de Mário de Andrade com as composições políticas sustentadas por Vargas.
Como é muito típico das questões do ENEM, esta nada mais exigia do que uma elementar interpretação de texto. Mário de Andrade escreve para Carlos Drummond exatamente para deixar claro o seu desencanto com as composições políticas organizadas por Vargas para poder disputar com mais força as eleições presidenciais de 1930. Se Mário de Andrade considerava as propostas de Vargas as únicas aceitáveis naquele cenário eleitoral, via com péssimos olhos a coligação eleitoral na qual se articulava esse projeto, compondo com forças conservadores e outrora antagonistas entre si. Por sua vez, é bem claro, na carta, que havia um diálogo prévio entre os poetas e que Drummond insistia em olhar com simpatia para candidatura de Vargas, apesar das transformações político-eleitorais da chapa. ALTERNATIVA CORRETA.
- b) a veneração de Drummond e Mário de Andrade ao gaúcho Getúlio Vargas, que se aliou à oligarquia cafeeira de São Paulo.
Vargas foi um grande opositor da oligarquia cafeeira paulista e sua candidatura em 1930 à Presidência do Brasil era exatamente um esforço para romper com o monopólio político dessa elite paulista sobre o Estado. De qualquer forma, em nenhum momento, a carta deixa entrever qualquer aspecto de "veneração" de Drummond pela candidatura varguista, ainda que o poeta mineiro fosse seu declarado entusiasta. Além disso, e esse é o ponto mais fácil para a superação da alternativa, é mais do que patente a desilusão e a postura crítica de Mário de Andrade contra os rumos da candidatura de Vargas, ainda que reconhecesse que o cenário político fosse tão adverso que apenas aquelas propostas fossem minimamente adequadas. Alternativa errada.
- c) a concordância entre Mário de Andrade e Drummond quanto ao caráter inovador de Vargas, que fez uma ampla aliança para derrotar a oligarquia mineira.
O tom geral da carta de Mário de Andrade a Carlos Drummond não é de concordância, mas sim de respeitoso e compreensível dissídio quanto aos rumos político-eleitorais da composição de Vargas para a eleição de 1930. Se ambos, inicialmente, estavam entusiasmados com muitas das propostas de Vargas para enfrentar a oligarquia paulista (e não mineira); Mário de Andrade vai se desiludindo ao longo do percurso e se afasta da candidatura, ainda que deixe muito claro, na carta, que votará em Vargas. Drummond, por sua vez, ao que tudo indica, mantinha-se entusiasmado com a possibilidade da renovação política, mesmo se, para isso, fosse necessária uma composição eleitoral mais ampla do que o desejável. Alternativa errada.
- d) a discordância entre Mário de Andrade e Drummond sobre a importância da aliança entre Vargas e o paulista Júlio Prestes nas eleições presidenciais.
Júlio Prestes era o candidato governista - e, portanto, apoiado pela oligarquia cafeeira paulista - para a eleição presidencial de 1930. Portanto, a candidatura de Getúlio Vargas era a principal força de oposição frente ao grande apoio estatal e oligárquico em torno da chapa de Júlio Prestes. Além disso, o nome do político paulista sequer é citado na carta exposta no enunciado, sendo necessário que o candidato tenha a sensibilidade de olhar com desconfiança para uma alternativa como esta, ainda que não conheça nada do tema. Ademais, Mário de Andrade foi bem claro ao expor a ruptura da oligarquia paulista com as demais forças políticas do país, inclusive com os "democráticos paulistas", que se aliavam ao próprio Getúlio Vargas. Alternativa errada.
- e) o otimismo de Mário de Andrade em relação a Getúlio Vargas, que se recusara a fazer alianças políticas para vencer as eleições.
Mais da metade da carta, Mário de Andrade dedica a enumerar as alianças políticas que Getúlio Vargas construíra para fortalecer a sua candidatura à Presidência em 1930. Ou seja, é risível afirmar que Vargas se "recusara a fazer alianças políticas para vencer as eleições". De toda forma, o tom geral da carta é de pessimismo e de desconfiança, sendo impossível aceitar esta alternativa como correta. No texto, Mário de Andrade é claro sobre o seu afastamento e desencanto com o projeto varguista, ainda que reconhecesse este como o único aceitável entre os apresentados. Alternativa errada.
Trata-se de uma questão típica do ENEM: privilegia a interpretação básica de texto em detrimento de um aferimento mais sério de um conhecimento histórico. Pouco ou nada sobre a crise final da Primeira República, o aluno precisaria saber para identificar os erros elementares presentes nas alternativas: o único imperativo para superar a questão seria, de fato, a leitura atenta do enunciado. Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.
262) Em um contexto de crise acentuada, Vargas, ministro da Fazenda de Washington Luís, tornou-se candidato por proposta da Aliança Liberal, sendo indicado para a vice-presidência João Pessoa, que recusou seu apoio aos candidatos oficiais do Catete: Júlio Prestes (de São Paulo) e Vital Soares (da Bahia.) Contestada a vitória de Júlio Prestes, definiu-se o processo que levou Getúlio Vargas ao poder, com o apoio de Antonio Carlos, de Minas, onde irrompeu o levante.
- A) A Revolução de 1930 foi liderada por Getúlio Vargas, um gaúcho que não chegou a participar da República Velha.
- B) Inscrita na bandeira paraibana, a palavra “nego” remete à negativa do governador do estado em apoiar o golpe ditatorial do Estado Novo.
- C) Candidato a vice-presidente na chapa liderada por Vargas, o paraibano João Pessoa, embora eleito, não chegou a tomar posse.
- D) Contestar os resultados das eleições na República Velha, como em 1930, era comum em face de um processo eleitoral repleto de fraudes.
- E) O assassinato de João Pessoa foi o estopim que levou à revolução que depôs Getúlio Vargas em 1945.
A alternativa correta é letra D) Contestar os resultados das eleições na República Velha, como em 1930, era comum em face de um processo eleitoral repleto de fraudes.
Gabarito: ALTERNATIVA D
Em um contexto de crise acentuada, Vargas, ministro da Fazenda de Washington Luís, tornou-se candidato por proposta da Aliança Liberal, sendo indicado para a vice-presidência João Pessoa, que recusou seu apoio aos candidatos oficiais do Catete: Júlio Prestes (de São Paulo) e Vital Soares (da Bahia.) Contestada a vitória de Júlio Prestes, definiu-se o processo que levou Getúlio Vargas ao poder, com o apoio de Antonio Carlos, de Minas, onde irrompeu o levante.
Idem, ibidem, p. 632.
Relativamente ao tema abordado no texto acima, assinale a opção correta.
- a) A Revolução de 1930 foi liderada por Getúlio Vargas, um gaúcho que não chegou a participar da República Velha.
De fato, o texto citado faz referência à Revolução de 1930, que deporia Washington Luís e levaria Getúlio Vargas ao poder. O movimento revolucionário teve sua raiz no Rio Grande do Sul em torno de Vargas, que já contava com a convergência de importantes oligarquias pelo país já em decorrência da Aliança Liberal e da corrida eleitoral de 1930. No entanto, é completamente errado se atribuir a Vargas as características de alguém alheio à ordem da Primeira República (1889-1930, também referida como República Velha). Oriundo de importante família de estancieiros ligados a Júlio de Castilhos, que governaria o estado em duas oportunidades, totalizando quinze anos; Vargas já era uma figura expressiva da vida gaúcha quando se lançou ao movimento revolucionário. Em 1928, sucedera Borges de Medeiros, que governara o estado por vinte e cinco anos, à frente do governo gaúcho, cargo em que permaneceu até assumir a presidência em 1930. Além disso, Vargas já fora deputado estadual e federal, alcançando o posto de Ministro da Fazenda em 1926, compondo o gabinete de Washington Luís, presidente que ele mesmo destituiria. Alternativa errada.
- b) Inscrita na bandeira paraibana, a palavra “nego” remete à negativa do governador do estado em apoiar o golpe ditatorial do Estado Novo.
A palavra "Nego" na bandeira paraibana faz referência ao telegrama enviado por João Pessoa, governador do estado, em resposta ao pedido do governo federal de apoio ao candidato governista nas eleições de 1930. Naquele momento, o Partido Republicano da Paraíba, sob sua presidência deliberara por unanimidade recusar o apoio à candidatura de Júlio Prestes, lançada de maneira unilateral pelo Partido Republicano Paulista, que era aliado dos paraibanos. Cabendo a João Pessoa o envio do telegrama em 1929, o momento ficou marcado como um ponto de ruptura fundamental na direção da formação da Aliança Liberal e da crise que levaria ao movimento revolucionário. O assassinato de João Pessoa no ano seguinte aprofundaria decisivamente o imaginário em torno do referido telegrama, levando ao novo batismo da capital paraibana e a nova bandeira. O golpe do Estado Novo, por sua vez, só ocorreria em 1937, num contexto bastante diferente desse discutido acima. Alternativa errada.
- c) Candidato a vice-presidente na chapa liderada por Vargas, o paraibano João Pessoa, embora eleito, não chegou a tomar posse.
A eleição presidencial de 1930 foi objeto de gravíssimas fraudes por ambos os protagonistas na disputa, mas o controle da máquina pública foi decisiva para se encaminhar a vitória da chapa encabeçada por Júlio Prestes. A chapa governista seria composta com o Partido Republicano da Bahia, que lançaria Vital Soares para a vice-presidência. A Aliança Liberal, formada por Vargas com outras oligarquias descontentes, convergiria para João Pessoa, governador da Paraíba, para a vice-presidência - um corolário do rompimento nordestino com o sistema de governabilidade. Tal como Vargas, João Pessoa sairia derrotado no resultado eleitoral, tendo obtido cerca de 40% dos votos. No entanto, nem Júlio Prestes nem Vital Soares chegariam a tomar posse, porque o processo revolucionário romperia a ordem institucional antes. Alternativa errada.
- d) Contestar os resultados das eleições na República Velha, como em 1930, era comum em face de um processo eleitoral repleto de fraudes.
Sem uma autoridade central para organizar os pleitos, a Primeira República tinha um processo eleitoral extremamente falho, além de uma legislação excludente. Nas principais cidades, eram recorrentes as ironias às fraudes eleitorais e ao voto de cabresto decorrente do voto aberto. Em 1930, tanto as oligarquias governistas quanto aquelas ligadas à Aliança Liberal cometeram fraudes eleitorais bastante evidentes. Os resultados finais, no entanto, cumulavam tantas fraudes que não tinham qualquer correspondência lógica com os apoios recebidos pelos oposicionistas e isso foi usado como uma grande justificativa para a revolução. ALTERNATIVA CORRETA.
- e) O assassinato de João Pessoa foi o estopim que levou à revolução que depôs Getúlio Vargas em 1945.
Como comentado acima, João Pessoa foi assassinado em 1930 e sua morte serviu de estopim para o processo revolucionário decorrente, que levaria Vargas ao poder. Alternativa errada.
Sem mais, está correta a ALTERNATIVA D.
263) É difícil encontrar um texto sobre a Proclamação da República no Brasil que não cite a afirmação de Aristides Lobo, no Diário Popular de São Paulo, de que “o povo assistiu àquilo bestializado”. Essa versão foi reIida pelos enaltecedores da Revolução de 1930, que não descuidaram da forma republicana, mas realçaram a exclusão social, o militarismo e o estrangeirismo da fórmula implantada em 1889. Isto porque o Brasil brasileiro teria nascido em 1930.
- A) valorizar as propostas políticas democráticas e liberais vitoriosas.
- B) resgatar simbolicamente as figuras políticas ligadas à Monarquia.
- C) criticar a política educacional adotada durante a República Velha.
- D) legitimar a ordem política inaugurada com a chegada desse grupo ao poder.
- E) destacar a ampla participação popular obtida no processo da Proclamação.
A alternativa correta é letra D) legitimar a ordem política inaugurada com a chegada desse grupo ao poder.
Gabarito: Letra D
A questão está situada no contexto da crise da 1ª República (conhecida como República Oligárquica ou República Velha), período que vai de 1889 a 1930.
Recapitulando a história:
A 1ª República foi caracterizada pela aliança entre oligarquias para perpetuação do poder. Dentre as oligarquias, as que se mais se destacaram foram as do estado de São Paulo e Minas Gerais, que se revezavam na escolha do presidente do Brasil. Era a chamada política do café com leite.
Além disso, essa política nacional era marcada pelo sistema coronelista, pelo voto de cabresto e pelo clientelismo.
Assim, nas eleições de 1930, quando as oligarquias paulistas escolheram como candidato um paulista e não um mineiro, houve rompimento da aliança inicial.
As oligarquias mineiras decidiram apoiar como candidato Getúlio Vargas. Vargas perdeu as eleições, mas ele e outros militares decidiram tomar o poder, impedindo a posse do presidente eleito, Júlio Prestes. Foi um golpe para muitos, revolução para outros.
O trecho fala que os grupos vitoriosos da “Revolução de 1930 realçaram a exclusão social, o militarismo e o estrangeirismo” existentes a partir de 1889.
Os vitoriosos pretendiam construir a imagem de um novo Brasil, tanto, que denominaram o período que vai de 1889 a 1930 como o período da República Velha.
Portanto, desejavam legitimar uma nova ordem inaugurada em 1930.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: O grupo que chegou ao poder em 1930 ainda não havia formulado propostas para o Brasil.
Letra B: O trecho aponta que os vitoriosos de 1930 não descuidaram da forma republicana, ou seja, permaneceram com o ideal republicano, mas pretendiam dar uma nova roupagem. Portanto, era necessário caracterizar o período anterior como velho, excludente, atrasado.
Letra C: O trecho não menciona a política educacional da República Velha.
Letra E: Ainda há uma discussão historiográfica se houve participação popular ou não na proclamação da República. Há uma corrente majoritária que enxerga a não adesão da população ao novo regime implantado em 1889.
264) Até que ponto, a partir de posturas e interesses diversos, as oligarquias paulista e mineira dominaram a cena política nacional na Primeira República? A união de ambas foi um traço fundamental, mas que não conta toda a história do período. A união foi feita com a preponderância de uma ou de outra das duas frações. Com o tempo, surgiram as discussões e um grande desacerto final.
- A) riqueza gerada pelo café deve à oligarquia paulista a prerrogativa de indicar os candidatos à presidência, sem necessidade de alianças.
- B) As divisões políticas internas de cada estado da federação invalidavam o uso do conceito de aliança entre estados para este período.
- C) As disputas políticas do período contradiziam a suposta estabilidade da aliança entre mineiros e paulistas.
- D) A centralização do poder no executivo federal impedia a formação de uma aliança duradoura entre as oligarquias.
- E) A diversificação da produção e a preocupação com o mercado interno unificavam os interesses das oligarquias.
A alternativa correta é letra C) As disputas políticas do período contradiziam a suposta estabilidade da aliança entre mineiros e paulistas.
Gabarito: Letra C
Trata-se de uma questão que busca a interpretação dos candidatos e candidatas, mas que envolva também conhecimentos sobre o período da República Oligárquica ou República Velha.
Os textos mencionam que apesar da aliança entre paulistas e mineiros, em alguns momentos do período, essas relações eram conflituosas, com várias divergências políticas e econômicas.
Durante alguns episódios da 1ª República, São Paulo e Minas Gerais estiveram em lados opostos, como na campanha presidencial de 1910. Na ocasião, Hermes da Fonseca foi apoiado pelas oligarquias mineiras e Ruy Barbosa foi apoiado pelas oligarquias paulistas.
Após essa divergência inicial, paulistas e mineiros voltaram a se entender nas eleições de 1914, mas se desentenderam novamente nas eleições de 1919. Voltaram a se entender em 1922 até o rompimento na corrida eleitoral de 1930, quando os paulistas deveriam apoiar um mineiro como candidato e decidiram apoiar outro paulista.
Portanto, notamos que não havia uma estabilidade nessa aliança entre paulistas e mineiros. Houve momentos de oscilações nas escolhas dos candidatos. O que nos leva a concluir que a Letra C é a correta.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: São Paulo precisava de apoio político porque Minas Gerais tinha a maior bancada na câmara dos Deputados. Assim, os paulistas precisavam do apoio dos mineiros para que os projetos fossem aprovados caso um presidente eleito fosse paulista.
Letra B: Não invalidavam porque em boa parte da 1ª República houve entendimento dos paulistas e mineiros para o governo do Brasil.
Letra D: na verdade, o executivo federal precisava da aliança das oligarquias regionais. Era o sistema do coronelismo em que os coronéis garantem apoio ao governo estadual que garante apoio ao presidente da República.
Letra E: A diversificação da produção e a preocupação com o mercado interno eram objetivos perseguidos pelos mineiros. Os paulistas preocupavam-se com a valorização do café para venda no mercado externo.
Resposta baseada na fonte:
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 2ª Ed. São Paulo: Edusp, 1995.
265) O principal objetivo da Coluna Prestes era:
- A) Apoiar a Campanha Civilista.
- B) Combater o sistema oligárquico vigente.
- C) Defender a ordem no governo Artur Bernardes.
- D) Promover a constitucionalização do país.
A alternativa correta é letra B) Combater o sistema oligárquico vigente.
A Coluna Prestes foi uma marcha militar liderada por Luís Carlos Prestes e Miguel Costa, que ocorreu entre 1925 e 1927, durante o governo de Artur Bernardes. O principal objetivo da Coluna Prestes era combater o sistema oligárquico vigente, que concentrava o poder político e econômico nas mãos de poucas famílias ricas e influentes. A Coluna Prestes pretendia promover uma reforma política e social no Brasil, combatendo a corrupção e a injustiça social.
266) Em meados de 1929, após várias conversações, as oposições lançaram as candidaturas de Getúlio Vargas à presidência e de João Pessoa à vice-presidência.
- A) venceram legalmente as eleições, mas Vargas e seu vice foram impedidos de tomar posse, fato que provocou o estopim da Revolução de 1930, marcando o fim da Primeira República e o início do Estado Novo no Brasil.
- B) saíram derrotadas nas eleições, apesar de contarem com amplo apoio político, fato que, somado ao assassinato de João Pessoa, mobilizou as camadas populares da sociedade a tomarem o poder e a conduzirem a Revolução.
- C) sequer chegaram a concorrer de fato, pois o presidente em exercício, Washington Luís, empossou Júlio Prestes como seu sucessor antes das eleições, gerando grande indignação por parte dos tenentes e dos estados do Norte e do Nordeste.
- D) representaram uma aliança nacional entre tenentes, anarquistas, comunistas e “coronéis” de todos os estados do país, com o objetivo de combater a política do café com leite e instaurar um regime federalista e democrático.
- E) foram lançadas pela Aliança Liberal, para concorrer com a candidatura de Júlio Prestes à presidência, nome que representava os interesses da oligarquia cafeeira paulista, então detentora do poder em nível federal.
A resposta correta é a letra E) foram lançadas pela Aliança Liberal, para concorrer com a candidatura de Júlio Prestes à presidência, nome que representava os interesses da oligarquia cafeeira paulista, então detentora do poder em nível federal.
Essa alternativa é correta porque as candidaturas de Getúlio Vargas e João Pessoa foram lançadas pela Aliança Liberal, uma coalizão de partidos políticos que se opunham ao governo de Washington Luís e à candidatura de Júlio Prestes, que representava os interesses da oligarquia cafeeira paulista. A Aliança Liberal foi formada para concorrer com a candidatura de Júlio Prestes e defender os interesses dos estados do Norte e do Nordeste, que se sentiam marginalizados pelo poder central.
267) No que se refere à República brasileira entre 1889 e 1964, julgue o próximo item.
- A) Certo
- B) Errado
A alternativa correta é letra A) Certo
Gabarito: CORRETO
No que se refere à República brasileira entre 1889 e 1964, julgue o próximo item.
- A Revolução de 1930 foi motivada pelo rompimento da política do café com leite, tendo sido eleito um presidente paulista em vez de um presidente mineiro. Em resposta, um grupo de militares depôs o presidente Washington Luis e transferiu o poder político a Getúlio Vargas.
A chamada Política do Café com Leite preconizava um pacto tácito entre mineiros e paulistas segundo o qual as duas elites se mobilizariam em prol de um único candidato para a presidência, o que, na prática, estabelecia tanto o controle eleitoral quanto garantia a estabilidade política do regime. Em 1918, sucedendo o mineiro Venceslau Brás, o Partido Republicano Paulista (PRP) voltava à presidência com Rodrigues Alves; no entanto, o presidente eleito morreria antes de tomar posse, o que, seguindo a Constituição de 1891, exigia a realização de novas eleições. A oligarquia mineira tomaria para si a frente da nova eleição, mas os paulistas insistiriam na questão da alternância; disso resultaria na escolha e na vitória do paraibano Epitácio Pessoa, membro do Partido Republicano Mineiro (PRM), que governaria entre 1919 e 1922, cumprindo o mandato que coubera inicialmente a Rodrigues Alves e ao PRP. Até então, apenas o gaúcho marechal Hermes da Fonseca fora eleito presidente sem ser oriundo nem de São Paulo nem de Minas Gerais.
Quando da sucessão de Pessoa, o PRM entendeu que lhe competia a primazia para indicar o candidato à presidência, já que a última eleição fora marcada pela morte do candidato paulista e pela escolha de uma "terceira via". Nesse sentido, foi lançada a candidatura de Artur Bernardes pelo PRM numa eleição muito acirrada contra Nilo Peçanha, que contava com o apoio de importantes elites descontentes com o acordo entre paulistas e mineiros. Bernardes chegaria à presidência em 1922 em meio a uma grave crise com setores do Exército, na eminência dos levantes tenentistas que acabariam por marcar o seu governo e com a situação política no Rio Grande do Sul se deteriorando para uma guerra civil. Com todo o quadro de instabilidade se agravando, o novo presidente decretaria o estado de sítio logo no primeiro ano de governo e assim manteria até o final do mandato.
Em 1926, o PRP retornaria ao poder com Washington Luís, que não renovaria o estado de sítio, mas que não conseguiria reverter o esgarçamento político entre as elites, tampouco faria refluir de fato a insatisfação expressa pelo tenentismo. Em 1930, o PRP reclamaria para si o direito de indicar o presidente seguinte, uma vez que houvera dois mandatos consecutivos encabeçados pelo PRM (Epitácio Pessoa e Artur Bernardes), o qual, por sua vez, discordava dos paulistas pelas condições excepcionais da eleição de Pessoa. Sem acordo entre as oligarquias, o PRP lançaria Júlio Prestes como candidato e o PRM se aliaria com as demais elites descontentes em torno da candidatura de Getúlio Vargas pela Aliança Liberal. Num processo eleitoral eivado por fraudes escandalosas, Júlio Prestes foi eleito presidente, mas a crise política tinha chegado a um ponto insustentável sem que houvesse mais a força do acordo entre as duas grandes oligarquias. Sem força política e com a ordem pública fragilizada por quase uma década de contestações, Washington Luís foi apeado do poder nos últimos dias do seu mandato pela Revolução de 1930. Assim, Prestes sequer chegou a tomar posse de seu mandato presidencial e Getúlio Vargas foi alçado ao poder por meio de um golpe de Estado.
Note bem o estudante que, tendo como ponto focal a crise da Política do Café com Leite, o avaliador conseguiu incluir uma série de observações menores para aferir o conhecimento sobre a República Velha. Sem mais, o item está CORRETO.
268) O período entre guerras foi uma época de radicalização política e de instalação de regimes autoritários na Europa e na América. Sobre o ensino do tópico a Revolução de 1930, Estado e industrialização: os avanços e recuos da cidadania: extensão dos direitos sociais versus cerceamento dos direitos políticos e civis, de acordo com as orientações pedagógicas da Secretaria de Educação de Minas Gerais, assinale a alternativa incorreta.
- A) É preciso abordar as condições econômicas da Europa pós-guerra, o nacionalismo e revanchismo dos alemães e italianos, o crescimento do nazifascismo, via organização partidária e da propaganda, na Alemanha e na Itália.
- B) A Revolução de 1930 no Brasil marca uma ruptura com a antiga política de domínio de uma burguesia comercial que dominava o país.
- C) São aspectos importantes, do período, a serem relacionados: a república velha, o domínio das oligarquias rurais e o clientelismo, a revolução russa, o movimento anarquista, a Semana da Arte de 1922, a Coluna Prestes, a crise de 1929 e suas repercussões na economia brasileira e o tenentismo.
- D) O movimento de 30 tornou-se um marco político importante inaugurando algumas reformas no campo econômico e social e a emergência de um Estado forte preocupado em regulamentar as relações de trabalho, incentivar o desenvolvimento das indústrias, sem contudo alterar a estrutura agrária baseada no latifúndio.
A alternativa correta é letra B) A Revolução de 1930 no Brasil marca uma ruptura com a antiga política de domínio de uma burguesia comercial que dominava o país.
Gabarito: ALTERNATIVA B
O período entre guerras foi uma época de radicalização política e de instalação de regimes autoritários na Europa e na América. Sobre o ensino do tópico a Revolução de 1930, Estado e industrialização: os avanços e recuos da cidadania: extensão dos direitos sociais versus cerceamento dos direitos políticos e civis, de acordo com as orientações pedagógicas da Secretaria de Educação de Minas Gerais, assinale a alternativa incorreta.
- a) É preciso abordar as condições econômicas da Europa pós-guerra, o nacionalismo e revanchismo dos alemães e italianos, o crescimento do nazifascismo, via organização partidária e da propaganda, na Alemanha e na Itália.
Há um flagrante desacordo conceitual entre a alternativa (e o entendimento da banca) com a melhor bibliografia estabelecida sobre o tema. Claramente, o avaliador tentava se referir ao período de 1919 a 1939, mais conhecido como "período entre-guerras", por estar confinado entre a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais. O pós-guerra é empregado pela bibliografia para designar o período que sucedeu ao fim da Segunda Guera Mundial, como a reconstrução da Europa e a estruturação da Guerra Fria. As demais observações da alternativa são absolutamente corretas: a chamada Era Vargas (1930-1945) estabeleceu franco diálogo com as transformações e as contradições europeias do período, vendo a ascensão e revanchismo teuto-italiano ser acompanhado pelo nazifascismo e por toda a máquina de opressão e de avanço político desses sistemas totalitários. Inclusive, o projeto de industrialização e de reforma nacionais brasileiros, por período expressivo, guardaram similitudes com esses regimes europeus. Quanto à alternativa, o candidato mais criterioso poderia, sim, sustentar que a imprecisão conceitual faz vacilar a validade de todo o período - e estaria respaldado pela bibliografia.
- b) A Revolução de 1930 no Brasil marca uma ruptura com a antiga política de domínio de uma burguesia comercial que dominava o país.
O erro da alternativa reside fundamentalmente na avaliação equivocada que faz sobre a Primeira República (1889-1930). A Revolução de 1930 eclodiu como forma de romper decisivamente com o chamado teatro das oligarquias, isto é, o controle do Estado por parte das elites agroexportadoras de bases estaduais. Essa configuração anterior foi jocosamente batizada como a "política do café com leite", referência aos barões do café paulistas e à elite mineira. O pacto das oligarquias estabeleceu um amplo domínio sobre a política brasileira, o que incluía desde a destinação de recursos públicos até fraudes eleitorais. Portanto, não se tratava de uma disputa contra a burguesia comercial, mas sim às oligarquias associadas à agroexportação. E, de fato, com a Revolução de 1930, esses grupos foram apeados do poder central de maneira bastante significativa. Por conter erro, esta pode ser considerada a ALTERNATIVA CORRETA.
- c) São aspectos importantes, do período, a serem relacionados: a república velha, o domínio das oligarquias rurais e o clientelismo, a revolução russa, o movimento anarquista, a Semana da Arte de 1922, a Coluna Prestes, a crise de 1929 e suas repercussões na economia brasileira e o tenentismo.
A Revolução de 1930 está inserida em todo um processo complexo brasileiro da década de 1920. A República Velha (1889-1930) chegava ao esplendor e ao travamento do teatro oligárquico em torno do poder central: o domínio das oligarquias mineira e paulista sobre a política nacional se equilibrava em relações clientelistas com os governadores estaduais e suas respectivas elites, o que mantinha um projeto reacionário de poder no centro da vida política. Essa ordem sofria pressões externas em nome da modernização do país e os movimentos tenentistas - entre os quais se insere a Coluna Prestes - foram a expressão mais extrema dessa insatisfação, que também era elaborada pelo nascente movimento operário brasileiro, que dialogava tanto com o anarco-sindicalismo quanto com ecos da Revolução Russa (1917). Internamente, no entanto, esse pacto de elites também sofria abalos expressivos: a crise de 1929 e a depreciação internacional do valor do café desorganizavam as bases econômicas dessas elites. Culturalmente, é curioso, filhos dessas oligarquias voltavam da Europa com ideias modernizadoras, contrariando, portanto, as forças que os financiaram originalmente. A expressão mais bem acabada dessa pressão cultural pela modernização brasileira seria a Semana de Arte Moderna de 1922, que abriria as portas para experimentações muito distantes da ordem vigente. A Revolução de 1930, que encerraria a ordem da Primeira República, emergiu dessas pressões modernizantes, principalmente do tenentismo de bases positivistas. Sem erros na alternativa.
- d) O movimento de 30 tornou-se um marco político importante inaugurando algumas reformas no campo econômico e social e a emergência de um Estado forte preocupado em regulamentar as relações de trabalho, incentivar o desenvolvimento das indústrias, sem contudo alterar a estrutura agrária baseada no latifúndio.
A alternativa aborda pontos centrais do movimento revolucionário de 1930. Com forte inspiração positivista de corte conservador, o movimento pretendia a modernização do país por meio da orientação direta do Estado sem comprometer as bases da propriedade privada e da ordem social. As reformas econômicas e sociais sob um Estado forte se dariam com vistas ao desenvolvimento econômico baseado na industrialização e na urbanização, mas sem alterar as estruturas fundiárias brasileiras, estas dominadas pelo latifúndio há séculos. A modernização brasileira seria pensada com bases urbanas num país essencialmente rural, buscando reformar as instituições e orientar a formação de uma identidade nacional organizada e disciplina em direção ao mundo industrial. Sem erros na alternativa.
De maneira bastante contestável, a banca reproduziu nas alternativas C e D o texto já apresentado em uma questão de outro concurso organizado pela própria banca: 2015, concurso da Secretaria de Educação de MG para professor primário. Prática que deve estar no campo de observação dos candidatos, porque, infelizmente, pode isso acaba favorecendo quem tem mais intimidade com provas anteriores da banca. Além disso, a confusão conceitual da primeira alternativa poderia abrir espaço para a anulação da questão, mas o candidato pragmático há de observar que os erros verificados na alternativa B são bem mais expressivos, o que deveria chamar mais a atenção no momento da prova. Ainda que se possa argumentar pela anulação da questão por razões conceituais, os erros são mais claros na ALTERNATIVA B.
269) A Revolução de 1930 no Brasil marca uma ruptura com a antiga política de domínio de uma elite rural oligárquica que dominava o país. Sobre o ensino desse tópico, com base nas orientações do Centro de Referência Virtual da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, assinale a alternativa incorreta.
- A) São aspectos importantes, do período, a serem relacionados: a república velha, o domínio das oligarquias rurais e o clientelismo, a revolução russa, o movimento anarquista, a Semana da Arte de 1922, a Coluna Prestes, a crise de 1929 e suas repercussões na economia brasileira e o tenentismo.
- B) Em vez de indicar um paulista para a presidência como era o hábito do rodízio das oligarquias do PRP e do PRM, Washington Luís preferiu apoiara candidatura do mineiro Júlio Prestes.
- C) O professor deverá ensinar o momento político da sucessão presidencial, a aliança liberal, o governo provisório, revolução constitucionalista.
- D) O movimento de 1930 tornou-se um marco político importante inaugurando algumas reformas no campo econômico e social e a emergência de um Estado forte preocupado em regulamentar as relações de trabalho, incentivar o desenvolvimento das indústrias, sem contudo alterara estrutura agrária baseada no latifúndio.
A alternativa correta é letra B) Em vez de indicar um paulista para a presidência como era o hábito do rodízio das oligarquias do PRP e do PRM, Washington Luís preferiu apoiara candidatura do mineiro Júlio Prestes.
Gabarito: ALTERNATIVA B
A Revolução de 1930 no Brasil marca uma ruptura com a antiga política de domínio de uma elite rural oligárquica que dominava o país. Sobre o ensino desse tópico, com base nas orientações do Centro de Referência Virtual da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, assinale a alternativa incorreta.
- a) São aspectos importantes, do período, a serem relacionados: a república velha, o domínio das oligarquias rurais e o clientelismo, a revolução russa, o movimento anarquista, a Semana da Arte de 1922, a Coluna Prestes, a crise de 1929 e suas repercussões na economia brasileira e o tenentismo.
A Revolução de 1930 está inserida em todo um processo complexo brasileiro da década de 1920. A República Velha (1889-1930) chegava ao esplendor e ao travamento do teatro oligárquico em torno do poder central: o domínio das oligarquias mineira e paulista sobre a política nacional se equilibrava em relações clientelistas com os governadores estaduais e suas respectivas elites, o que mantinha um projeto reacionário de poder no centro da vida política. Essa ordem sofria pressões externas em nome da modernização do país e os movimentos tenentistas - entre os quais se insere a Coluna Prestes - foram a expressão mais extrema dessa insatisfação, que também era elaborada pelo nascente movimento operário brasileiro, que dialogava tanto com o anarco-sindicalismo quanto com ecos da Revolução Russa (1917). Internamente, no entanto, esse pacto de elites também sofria abalos expressivos: a crise de 1929 e a depreciação internacional do valor do café desorganizavam as bases econômicas dessas elites. Culturalmente, é curioso, filhos dessas oligarquias voltavam da Europa com ideias modernizadoras, contrariando, portanto, as forças que os financiaram originalmente. A expressão mais bem acabada dessa pressão cultural pela modernização brasileira seria a Semana de Arte Moderna de 1922, que abriria as portas para experimentações muito distantes da ordem vigente. A Revolução de 1930, que encerraria a ordem da Primeira República, emergiu dessas pressões modernizantes, principalmente do tenentismo de bases positivistas. Sem erros na alternativa.
- b) Em vez de indicar um paulista para a presidência como era o hábito do rodízio das oligarquias do PRP e do PRM, Washington Luís preferiu apoiara candidatura do mineiro Júlio Prestes.
A alternativa erra ao tentar organizar o ponto de ruptura entre as oligarquias mineira e paulista. De fato, os partidos republicanos mineiro (PRM) e paulista (PRP) vinham se sucedendo na presidência há tempos com pequenos sobressaltos. A morte prematura de Rodrigues Alves (PRP), no entanto, estabeleceu um hiato na alternância, porque lhe sucederam Epitácio Pessoa e Artur Bernardes, ambos do PRM. Washington Luís, paulista apoiado pelo PRM, reconduziu o PRP ao poder e restabeleceu a prática, mas entendeu que era direito dos paulistas ter um presidente consecutivo a exemplo do que fizeram os mineiros, que argumentavam que o período Pessoa-Bernardes se dera por uma exceção. Nesse momento, o pacto das oligarquias se fraturou decisivamente, com o presidente Washington Luís insistindo em fazer do paulista Júlio Prestes o seu sucessor. Parte da elite mineira preferiu se alinhar à Aliança Liberal liderada por Getúlio Vargas, candidatura que seria derrotada em 1930 em eleições fraudulentas, que elegeram Júlio Prestes. No entanto, o candidato vitorioso não alcançaria a presidência por conta da Revolução de 1930, que levou Vargas ao poder. Por ser a única que apresenta erros, esta é a ALTERNATIVA CORRETA.
- c) O professor deverá ensinar o momento político da sucessão presidencial, a aliança liberal, o governo provisório, revolução constitucionalista.
Como apontado acima, a tensão da sucessão presidencial de 1930 e a Aliança Liberal estavam intimamente ligadas à crise final que levou à Revolução de 1930. O Governo Provisório foi sua resultante imediata, com Getúlio Vargas governando o país sem uma Constituição e sob poderes discricionários entre 1930 a e 1934. Nesse ínterim, a elite paulista organizou a Revolução Constitucionalista de 1932 para questionar a legitimidade do governo provisório varguista, exigir uma nova Constituição e o restabelecimento da normalidade democrática depois de dois anos de ruptura institucional. Sem erros na alternativa.
- d) O movimento de 1930 tornou-se um marco político importante inaugurando algumas reformas no campo econômico e social e a emergência de um Estado forte preocupado em regulamentar as relações de trabalho, incentivar o desenvolvimento das indústrias, sem contudo alterara estrutura agrária baseada no latifúndio.
A alternativa aborda pontos centrais do movimento revolucionário de 1930. Com forte inspiração positivista de corte conservador, o movimento pretendia a modernização do país por meio da orientação direta do Estado sem comprometer as bases da propriedade privada e da ordem social. As reformas econômicas e sociais sob um Estado forte se dariam com vistas ao desenvolvimento econômico baseado na industrialização e na urbanização, mas sem alterar as estruturas fundiárias brasileiras, estas dominadas pelo latifúndio há séculos. A modernização brasileira seria pensada com bases urbanas num país essencialmente rural, buscando reformar as instituições e orientar a formação de uma identidade nacional organizada e disciplina em direção ao mundo industrial. Sem erros na alternativa.
Sem mais, a única a apresentar erros é a ALTERNATIVA B.
270) Leia o texto a seguir.
- A) composto por membros da aristocracia cafeeira e apoiou a candidatura de Júlio Prestes.
- B) influenciado pelo movimento tenentista e apoiou a candidatura de Júlio Prestes, candidato lançado pelo governo.
- C) composto por membros das classes médias e seguiu a orientação de Luís Carlos Prestes que se recusou a apoiar algum candidato.
- D) um movimento de base majoritariamente operária e seguiu aos posições defendidas pelo Partido Comunista.
- E) formado por dissidentes do Partido Republicano Paulista (PRP) e apoiou a candidatura de Getúlio Vargas.
A alternativa correta é letra E) formado por dissidentes do Partido Republicano Paulista (PRP) e apoiou a candidatura de Getúlio Vargas.
Gabarito: Letra E
O Partido Democrático foi criado em 1926 em São Paulo como uma alternativa ao Partido Republicano Paulista (PRP). Muitos dos políticos que ingressaram no Partido Democrático eram dissidentes do PRP ou estavam insatisfeitos com o partido dominantes.
Segundo Boris Fausto, até 1930 os membros do partido eram formados por profissionais liberais, filhos de fazendeiros do café e alguns membros da classe média.
Tinha como programa político:
Voto secreto e obrigatório
Independência dos três poderes
Fiscalização eleitoral através do poder judiciário
Nas eleições de 1927 conseguiu eleger três deputados estaduais para não eleger mais devido à máquina eleitoral desenvolvida pelo PRP. Então, após 1929, o PD aderiu à candidatura de Getúlio Vargas à presidência da República, entendendo que era uma proposta possível para vencer as oligarquias estaduais e a máquina do PRP.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: composto por membros da aristocracia cafeeira e apoiou a candidatura de Júlio Prestes.
O PRP era composto por membros da aristocracia cafeeira e lançou Júlio Prestes como candidato às eleições presidenciais de 1930.
Letra B: influenciado pelo movimento tenentista e apoiou a candidatura de Júlio Prestes, candidato lançado pelo governo.
O PD era opositor das oligarquias, portanto, não apoiou a candidatura de Júlio Prestes às eleições presidenciais de 1930. Apoiou a Aliança Liberal que tinha Vargas como candidato à presidência.
Letra C: composto por membros das classes médias e seguiu a orientação de Luís Carlos Prestes que se recusou a apoiar algum candidato.
O PD tinha nos seus quadros membros das classes médias, mas não era orientado por Luís Carlos Prestes, uma vez que este personagem não era parte do partido democrático.
Letra D: um movimento de base majoritariamente operária e seguiu aos posições defendidas pelo Partido Comunista.
O PD não era uma agremiação de esquerda.
Referências:
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 2ª edição. São Paulo: EdUSP, 1995.
Verbete “Partido Democrático de São Paulo”. FGV/CPDOC. Disponível em: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/partido-democratico-de-sao-paulo-pd. Acesso: 17 set. 2020.