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Questões Sobre Primeira República - História - concurso

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321)   Texto associado

  • A) promover o isolamento cultural brasileiro.
  • B) adotar os padrões internacionais nas artes.
  • C) retomar valores arcaicos da cultura nacional.
  • D) despersonalizar a expressão artística brasileira.
  • E) promover as singularidades nacionais nas artes.

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A alternativa correta é letra E) promover as singularidades nacionais nas artes.

Gabarito: ALTERNATIVA E

   

O autor do poema "Canto de um Pracinha Só", Oswald de Andrade, tornou-se, com Mario de Andrade, um dos ícones do Movimento Modernista de 1922 que, no período entre- guerras, tinha como objetivo

  • a)  promover o isolamento cultural brasileiro.

Uma das bases do modernismo brasileiro era a "antropofagia cultural". Isso significava uma postura de absorver as influências internacionais, mas sem perder de vista a singularidade brasileira. Ou seja, pretendia-se inserir o Brasil de maneira madura nas discussões de arte moderna, sem mais emular os padrões internacionais tampouco negá-los, mas sim absorvê-los e transformá-los. Alternativa errada.

 
  • b) adotar os padrões internacionais nas artes.

Como explicado acima, não queriam os modernistas brasileiros uma adoção acrítica dos padrões internacionais. Essa era a postura combatida por eles, inclusive. Tratava-se de deglutir as influências, digeri-las e formar novas configurações e possibilidades, respeitando a singularidade brasileira. Alternativa errada.

 
  • c) retomar valores arcaicos da cultura nacional.

Há de se ter cuidado com o verbo "retomar" aqui. A ideia de retomar os valores do modernismo não era no sentido de reproduzi-los, mas sim de transformá-los. Buscar referências indígenas e coloniais passou a ser uma preocupação importante, mas não no sentido de emular um momento passado, mas sim de ajudar a projetar a singularidade brasileira para o futuro. Alternativa errada.

 
  • d) despersonalizar a expressão artística brasileira.

Pelo contrário, como já explicado, buscava-se afirmar a expressão artística brasileira, buscando no próprio Brasil as soluções para as contradições e os dilemas nacionais. O diálogo maduro com as formas importadas permitia essa afirmação do local. Alternativa errada.

 
  • e) promover as singularidades nacionais nas artes.

Conforme já explicado acima, a singularidade brasileira era a base do pensamento antropofágico. Não no sentido de negar as outras culturas, mas sim na perspectiva da integração absolutamente original e singular do Brasil. Era necessário afirmar esses elementos sem perder de vista a discussão sobre a arte moderna, abandonando o academicismo tradicional e buscando novas formas de construção singular para as artes nacionais. ALTERNATIVA CORRETA.

   

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA E.

322) Analise a imagem a seguir.

  • A) consagra o poder do governante, ao instituir uma áurea santa ao arbítrio do Estado e de seu representante.
  • B) promove a emancipação das mulheres, ao utilizar a efígie feminina como símbolo de liberdade.
  • C) reconhece os princípios do interesse público, ao personificar o regime político em uma figura anônima.
  • D) fortalece a instituição familiar como fundamento da sociedade, ao associar a imagem feminina à dignidade e à virtude.

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A resposta correta para a questão é:

Letra C) reconhece os princípios do interesse público, ao personificar o regime político em uma figura anônima.

A representação da república por meio de alegorias femininas, como na imagem publicada na Revista Illustrada, em comemoração à Proclamação da República no Brasil, está associada à ideia de personificar o regime político em uma figura anônima, reconhecendo os princípios do interesse público. Essa representação simboliza a ideia de que a república deve estar voltada para o bem comum, representando os interesses coletivos da sociedade.

323) Analise a imagem a seguir.

  • A) escolarização de meninas, rompendo com a tradição patriarcal colonial.
  • B) formação progressista, valorizando os vínculos com a herança da Belle Époque europeia.
  • C) atividade recreativa, objetivando o esquecimento dos acontecimentos da Primeira Guerra Mundial.
  • D) educação formal, almejando a reprodução dos padrões de comportamento tradicionais.

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A resposta correta para a questão é:

Letra D) educação formal, almejando a reprodução dos padrões de comportamento tradicionais.

Analisando a imagem e o contexto de sua publicação, podemos observar que o anúncio do fabricante de chocolate apresenta uma concepção de escola que valoriza a educação formal. A ideia transmitida é que a escola é um espaço onde as crianças são ensinadas a seguir os padrões de comportamento tradicionais, reforçando a manutenção da ordem social estabelecida.

324) Encarregado de instalar postos telegráficos unindo o extremo oeste brasileiro ao restante do país, o militar Cândido Mariano da Silva Rondon realizou expedições na floresta amazônica, que valeram a Rondônia seu nome de batismo. É correto afirmar que a chamada Missão Rondon:

  • A) não guarda relação com os fluxos migratórios para a região do atual estado de Rondônia, provocados pela demanda da borracha amazônica.

  • B) permitiu a abertura de estradas, servindo de base topográfica para a futura BR- 364.

  • C) foi marcada pela política de extermínio dos povos indígenas da região.

  • D) foi decisiva para o surgimento de novas cidades, como Porto Velho e Guajará- Mirim.

  • E) não teve impacto significativo sobre as condições de comunicação da época, já que o rádio era o meio mais utilizado.

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A resposta correta para a questão é:

Letra B) permitiu a abertura de estradas, servindo de base topográfica para a futura BR- 364.

A chamada Missão Rondon, liderada por Cândido Mariano da Silva Rondon, teve como objetivo instalar postos telegráficos na região oeste do Brasil. Durante as expedições realizadas na floresta amazônica, foram abertas estradas que posteriormente se tornaram a base topográfica para a construção da BR-364. Essa rodovia foi fundamental para a integração e desenvolvimento da região, facilitando o acesso e a comunicação entre os estados do Mato Grosso e Rondônia.

325) A Semana de Arte Moderna foi um marco na história cultural brasileira. Foi um momento de transgressão da ordem vigente, mas, ao mesmo tempo, criou uma atmosfera de possíveis transformações que agitariam o Brasil por um longo período e que hoje passaram a ser importantes referências históricas. No que se refere à Semana de Arte Moderna, assinale a alternativa correta.

  • A) A Semana de Arte Moderna teve efeito imediato nos meios culturais, políticos e sociais brasileiros devido aos padrões de influência que se manifestaram junto à sociedade, que prontamente se agradou do movimento.
  • B) A Semana de Arte Moderna teve como grande desafeto o escritor paulista Monteiro Lobato, que não concordava com o espírito nacionalista apresentado pelo movimento cultural.
  • C) As apresentações se estenderam ao longo de uma semana completa e se revezavam em peças teatrais, concertos musicais, poesias recitadas com entusiasmo marcadas pela riqueza de informações e artistas com trajes que se esmeravam em requinte e elegância.

  • D) A Semana de Arte Moderna ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo, em 1922, tendo como objetivo mostrar as novas tendências artísticas europeias. Essa nova forma de expressão não foi compreendida pela elite paulista que sofria influência das formas estéticas mais conservadoras.
  • E) A Semana de Arte Moderna, ocorrida entre 11 e 18/2/1922, foi a explosão de ideias conservadoras que reforçavam por completo a perfeição estética tão apreciada no século XIX.

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A alternativa correta é letra D) A Semana de Arte Moderna ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo, em 1922, tendo como objetivo mostrar as novas tendências artísticas europeias. Essa nova forma de expressão não foi compreendida pela elite paulista que sofria influência das formas estéticas mais conservadoras.

 

GabaritoLetra D

 

 

O movimento modernista teve como marco inicial a Semana de Arte Moderna, realizada na cidade de São Paulo entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922. Tendo como palco o Teatro Municipal de São Paulo, a Semana contou com recitais de poesia, exposições de pintura e escultura, festivais de música e conferências dobre arte. Os nomes que mais se destacaram foram os dos escritores Mário de Andrade, Menotti del Picchia, Ronald de Carvalho e Oswaldo de Andrade; dos músicos Heitor Villa-Lobos e Ernani Braga; e dos artistas plásticos Emiliano Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Victor Brecheret.

 

Um dos principais objetivos do movimento modernista foi a reação crítica contra os padrões considerados arcaicos de nossa arte (pintura, escultura, literatura) e a invasão cultural estrangeira, que despersonalizava a expressão artística no Brasil.

 

Os modernista de 1922 criticavam o comodismo cultural de uma produção transplantada da Europa. O Manifesto Antropofágico, escrito por Oswaldo de Andrade, publicado em 1928, nos dá uma melhor ideia de como os modernistas entendiam que deveria ser a arte brasileira. O autor propunha a deglutição (aproveitamento de tudo que fosse útil) da cultura europeia, que seria remodelada pelas entranhas (a realidade) das terras brasileiras.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: A Semana de Arte Moderna teve efeito imediato nos meios culturais, políticos e sociais brasileiros devido aos padrões de influência que se manifestaram junto à sociedade, que prontamente se agradou do movimento.

 

Na verdade, as obras e ideias apresentadas na Semana de Arte Moderna tiveram forte reação de setores conservadores, e só com o tempo elas conseguiram se impor.


Letra B: A Semana de Arte Moderna teve como grande desafeto o escritor paulista Monteiro Lobato, que não concordava com o espírito nacionalista apresentado pelo movimento cultural.

 

Monteiro Lobato era nacionalista convicto, logo, não pode ser esse o motivo de discordância (não desafeto) para com o movimento modernista. De acordo com o historiador Vladimir Sacchetta, a crítica ao movimento, feita por Monteiro Lobato a partir de sua crítica a exposição da pintora Anita Malfatti, inaugurada em dezembro de 1917, esteve relacionada ao que entendia como reprodução acrítica de valores estéticos das vanguardas europeias, ou seja, a crítica era voltada para o estrangeirismo, observado nas obras de Anita Malfatti, e não para a inovação.


Letra C: As apresentações se estenderam ao longo de uma semana completa e se revezavam em peças teatrais, concertos musicais, poesias recitadas com entusiasmo marcadas pela riqueza de informações e artistas com trajes que se esmeravam em requinte e elegância.

 

As apresentações foram realizadas na cidade de São Paulo entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922 e contou com recitais de poesias, exposições de pintura e escultura, festivais de música e conferências sobre arte. Porém, na verdade, as apresentações não ocorreram ao longo de uma semana completa, foram apenas três noites de apresentação.


Letra E:  A Semana de Arte Moderna, ocorrida entre 11 e 18/2/1922, foi a explosão de ideias conservadoras que reforçavam por completo a perfeição estética tão apreciada no século XIX.

 

Pelo contrário, a Semana de Arte Moderna trazia ideias inovadoras e que não foram, à princípio, bem aceitas e bem compreendidas por setores mais conservadores. A proposta dos modernistas de 1922 era criar uma arte nacional, dialogando com a arte europeia, mas afirmando as singularidades nacionais dentro do contexto internacional. Um país que reproduzia exclusivamente os padrões europeus não os interessava, tanto que, um dos principais objetivos do movimento modernista era reagir contra os padrões considerados arcaicos da arte brasileira e à invasão cultural estrangeira.

 

Resposta baseada nas fontes:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

NASSIF, Luis. “Monteiro Lobato e os modernistas”. Jornal GGN, 14 de fev. 2012. Disponível em: https://jornalggn.com.br/cultura/monteiro-lobato-e-os-modernistas/#:~:text=De%20acordo%20com%20o%20historiador,inaugurada%20em%20dezembro%20de%201917. Acesso em 22 de jun. de 2020.

 

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

326) O movimento de imigração de italianos (a partir do final do século XIX) e japoneses (desde o início do século XX) para o Brasil pode ser associada:

  • A) À abolição do tráfico escravocrata e à política interna de incentivo industrial;
  • B) Aos acordos internacionais com a Itália e o Japão para exportação de matérias-primas e mão de obra;
  • C) Aos efeitos diretos advindos das Primeira e Segunda Guerras Mundiais sofridos pela Itália e Japão, sobretudo os resultados negativos que tiveram nos campos político e social;
  • D) A uma política nacional de atração de mão de obra para a lavoura e às transformações sociais provocadas pelo capitalismo naqueles dois países;
  • E) Incentivos brasileiros para atender a mão de obra para a indústria que crescia exponencialmente no país.

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Resposta:

A alternativa correta é D) A uma política nacional de atração de mão de obra para a lavoura e às transformações sociais provocadas pelo capitalismo naqueles dois países.

Explicação:

O movimento de imigração de italianos e japoneses para o Brasil, que ocorreu respectivamente a partir do final do século XIX e início do século XX, está relacionado à política nacional de atração de mão de obra para a lavoura e às transformações sociais provocadas pelo capitalismo naqueles dois países.

Com a abolição da escravatura em 1888, o Brasil precisava encontrar uma nova fonte de mão de obra para suprir a demanda da agricultura e da indústria. Além disso, o capitalismo estava em expansão em países como a Itália e o Japão, gerando transformações sociais que levaram muitos trabalhadores a buscar oportunidades em outros países.

Assim, o governo brasileiro implementou políticas de atração de imigrantes, oferecendo incentivos e condições favoráveis para que eles viessem trabalhar no país. Isso atraiu muitos italianos e japoneses, que vieram para o Brasil em busca de melhores oportunidades de trabalho e vida.

327) De modo geral, os logradouros de Fortaleza, até meados do século XIX, eram conhecidos por designações surgidas da tradição ou de funções e edificações que lhes caracterizavam. Assim, chamava-se Travessa da Municipalidade (atual Guilherme Rocha) por ladear o prédio da Intendência Municipal; S. Bernardo (hoje Pedro Pereira) por conta de igreja homônima; Rua do Cajueiro (atual Pedro Borges) por abrigar uma das mais antigas e populares árvores da capital. Já a Praça José de Alencar, na década de 1850, era popularmente designada por Praça do Patrocínio, pois em seu lado norte se encontrava uma igreja homônima.

  • A) formas de promover os nomes das autoridades imperiais.

  • B) modos oficiais e populares de produção da memória nas cidades.

  • C) recursos arquitetônicos funcionais à racionalização do espaço urbano.

  • D) maneiras de hierarquizar estratos sociais e dividir as populações urbanas.

  • E) mecanismos de imposição dos itinerários sociais e fluxos econômicos na cidade.

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A alternativa correta é letra B) modos oficiais e populares de produção da memória nas cidades.

Gabarito: Letra B

(modos oficiais e populares de produção da memória nas cidades.)

 

Conforme o trecho indica, até meados do século XIX, os logradouros de Fortaleza eram conhecidos por designações surgidas da tradição, como por exemplo, a Rua do Cajueiro, que era identificada por abrigar uma das mais antigas e populares árvores da capital.

 

Portanto, essa identificação de logradouro era feita de modo popular.

 

Mas a mesma rua foi rebatizada por um órgão oficial com a denominação de uma autoridade, no caso, a rua passou a se chamar Pedro Borges. Isso implicou a renomeação por modo oficial.

 

Então, podemos observar que um logradouro pode ser conhecido de forma popular ou de forma oficial e as duas formas marcam espaços de memórias diferentes por grupos sociais diferentes.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: formas de promover os nomes das autoridades imperiais.

 

Os nomes apresentados são de autoridades do Ceará que viveram tanto no Império quanto na República. Um bom exemplo, é o logradouro conhecido como Rua Pedro Borges, que homenageia um político que foi presidente da província do Ceará durante os primeiros anos da República ou mesmo Rua Guilherme Rocha que também faz referência a um político cearense dos primeiros anos da República.

  

Letra C: recursos arquitetônicos funcionais à racionalização do espaço urbano.

 

Não notamos no trecho indícios de recursos arquitetônicos funcionais para racionalizar o espaço urbano. Alguns logradouros receberam nomes de autoridades que não guardam referências com paisagens arquitetônicas, como, por exemplo, uma rua que seja conhecida por causa de uma edificação ou um monumento.

  

Letra D: maneiras de hierarquizar estratos sociais e dividir as populações urbanas.

 

Não notamos no trecho indícios de hierarquização de espaço ou camadas sociais. O que o trecho nos informa é que alguns logradouros eram conhecidos de maneira mais popular e depois foram rebatizados para nomes oficiais. O mecanismo principal do trecho é a produção da memória que deixa de ser popular e passa a ser oficial.

  

Letra E: mecanismos de imposição dos itinerários sociais e fluxos econômicos na cidade.

 

Não notamos no trecho indícios de imposição de itinerários sociais e de fluxos econômicos na cidade. O que o trecho nos informa é que alguns logradouros eram conhecidos de maneira mais popular e depois foram rebatizados para nomes oficiais.

 

Referência:

 

Dicionário de ruas de Fortaleza. Disponível em: http://www.dicionarioderuasfortaleza.com.br. Acesso: 08 dez. 2020.

328) Na primeira década do século XX, reformar a cidade do Rio de Janeiro passou a ser o sinal mais evidente da modernização que se desejava promover no Brasil. O ponto culminante do esforço de modernização se deu na gestão do prefeito Pereira Passos, entre 1902 e 1906. “O Rio civilizava-se” era frase célebre à época e condensava o esforço para iluminar as vielas escuras e esburacadas, controlar as epidemias, destruir os cortiços e remover as camadas populares do centro da cidade.

  • A) substituição de vielas por amplas avenidas.

  • B) impossibilidade de se combaterem as doenças tropicais.

  • C) ideal de civilização acompanhado de marginalização.

  • D) sobreposição de padrões arquitetônicos incompatíveis.

  • E) projeto de cidade incompatível com a rugosidade do relevo.

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A alternativa correta é letra C) ideal de civilização acompanhado de marginalização.

Gabarito Letra C

 

 Ideal de civilização acompanhado de marginalização.

 

No início do século XX, Rodrigo Alves, presidente do Brasil  de 1902 a 1906, decidiu modernizar a capital do país, que naquela época era o Rio de Janeiro.

 

Assim, em 1902, começaram os trabalhos de remodelação da capital, visando a "civilizar" o Rio de Janeiro. O cais do Porto foi ampliado e as ruas centrais alargadas, foram construídos edifícios públicos, como a Biblioteca Nacional e o Teatro Municipal, assemelhando o Rio a grandes cidades europeias, postes de iluminação elétrica foram colocados no lugar dos antigos lampiões a gás e bondes elétricos começaram a circular pelas ruas da cidade.

 

Contudo, o esforço civilizatório teve também sua face cruel e contraditória. A busca por civilizar a cidade significou também a exclusão e expulsão de muitos moradores de imóveis desapropriados. Centenas de pequenas casas e cortiços foram derrubadas, o chamado “Bota-abaixo” promovido pelo prefeito da cidade Francisco Pereira Passos, seus moradores tiveram que se mudar para morros, onde construíam barracos, ou para bairros periféricos, deixados de lado pela reforma urbanística. Não houve nenhuma preocupação com a situação dos mais pobres e civilizar o Rio significou apenas a remodelação dos principais espaços da cidade.
 

Por que as demais estão incorretas?

 

A questão quer saber qual das alternativas expressa uma contradição. E as demais alternativas não expressam uma contradição.

 

Letra A:  substituição de vielas por amplas avenidas.

 

No processo de modernização do Rio de Janeiro, as vielas características das cidades brasileiras no início do século XX, foram substituídas por amplas ruas e avenidas. Tal fato não expressa uma contradição no processo civilizatório da cidade.
 

Letra B: impossibilidade de se combaterem as doenças tropicais.

 

A reforma urbanística expressou também a busca por combater as doenças tropicais comuns na cidade do Rio de Janeiro: febre amarela, varíola, cólera, peste bubônica. O combate as doenças tropicais foi parte do processo civilizatório e não uma contradição.

 

Letra D: sobreposição de padrões arquitetônicos incompatíveis.

 

A sobreposição de padrões arquitetônicos incompatíveis não expressa uma contradição, apenas a convivência de mais de um estilo.

 

Letra E: projeto de cidade incompatível com a rugosidade do relevo.

 

No projeto de remodelação da cidade do Rio de Janeiro, não houve incompatibilidade em relação ao relevo da cidade. E isso também não expressa uma contradição, mas sim uma inadaptação.
 

Referências:

 

AZEVEDO, Gislane Campos e SERIACOPI, Reinaldo. História: volume único. São Paulo: Ática, 2005.

329) O cangaço, a Coluna Prestes e a ação de Padre Cícero Romão Batista desenvolveram-se no interior do Brasil, ao longo dos anos 1920 ou 1930. É correto dizer que os três movimentos

  • A) foram duramente reprimidos pelo exército nacional, embora todos contassem com a participação direta de militares em sua direção.

  • B) contaram com forte e contínuo apoio popular e estabeleceram alianças e apoios políticos recíprocos.

  • C) expressaram a insatisfação popular com a Primeira República e defendiam o retorno à monarquia.

  • D) evidenciam contradições e impasses sociais da Primeira República, embora tivessem objetivos e práticas diferentes.

  • E) defendiam a instalação imediata de um governo popular e socialista, embora recorressem a estratégias de luta distintas.

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Resposta Correta: D) Evidenciam contradições e impasses sociais da Primeira República, embora tivessem objetivos e práticas diferentes.

A alternativa correta é a letra D) porque os três movimentos mencionados (cangaço, Coluna Prestes e ação de Padre Cícero Romão Batista) desenvolveram-se no interior do Brasil durante os anos 1920 e 1930 e, embora tenham objetivos e práticas diferentes, todos eles expressam contradições e impasses sociais da Primeira República.

O cangaço, liderado por Lampião, foi um movimento de banditismo social que contestava a ordem estabelecida e a exploração dos sertanejos. A Coluna Prestes, liderada por Luís Carlos Prestes, foi uma marcha de protesto contra o governo federal e a oligarquia rural. Já a ação de Padre Cícero Romão Batista foi um movimento messiânico que atraiu milhares de seguidores em busca de uma sociedade mais justa e igualitária.

Todos esses movimentos evidenciam as contradições e impasses sociais da Primeira República, como a desigualdade social, a pobreza, a falta de acesso à terra e a exploração dos trabalhadores. Embora tenham objetivos e práticas diferentes, eles compartilham um denominador comum: a insatisfação com a ordem estabelecida e a busca por mudanças sociais.

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330) Para motivar a reflexão sobre a formação da sociedade brasileira e sua diversidade étnica e cultural, o professor apresentou a reprodução do quadro Operários (1933), de Tarsila do Amaral.

  • A) se somente a afirmativa I for verdadeira.

  • B) se somente a afirmativa II for verdadeira.

  • C) se somente a afirmativa III for verdadeira.

  • D) se somente as afirmativas I e II forem verdadeiras.

  • E) se todas as afirmativas forem verdadeiras.

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A alternativa correta é letra E) se todas as afirmativas forem verdadeiras.

Gabarito: Letra E

 

Se todas as afirmativas forem verdadeiras.

 

Vamos analisar as afirmativas:

 

I. Os alunos observaram que a miscigenação é representada na obra de Tarsila pela presença de pessoas de diferentes etnias e culturas, muitas das quais migraram para São Paulo, para trabalhar em uma cidade fortemente industrializada e urbanizada, como indicado pelas chaminés e pela fileira contínua de prédios ao fundo. (Correta)

 

Ao notar cada rosto desenhado pela artista podemos perceber diferentes traços físicos e de vestimentas, como no caso da moça de burca no canto inferior da tela, demonstrando a grande diversidade cultural que formava o grupo representado. Essa diversidade é explicada de um lado pelo grande incentivo à imigração para o Brasil desde meados do século XIX e sobretudo nas décadas de 1910 e 1920, e, de outro lado pelo avanço industrial no país que elevou o número de operários no Brasil. Esses dois processos foram especialmente marcantes no estado de São Paulo que recebeu o maior número de imigrantes (aproximadamente 57% do total) e que se tornou o principal centro da industrialização brasileira em 1930 (concentrando 31% das indústrias).

 

II. Os estudantes perceberam que a pintora escolheu retratar todas as pessoas de frente, deixando aparecer apenas as cabeças e parte do colo. Essa postura dá a sensação de que, apesar de serem de culturas diferentes, elas foram padronizadas pelo mesmo ritmo de vida e trabalho. (Correta)

 

Ao observar o quadro de Tarsila do Amaral, pintado em 1933, podemos observar uma sequência de diferentes rostos posicionados um ao lado do outro, alguns sobrepostos, formando uma curva crescente, de pirâmide, que deixa transparecer ao fundo da tela as imagens das chaminés de uma fábrica, indicando tratar-se de operários a grande massa de trabalhadores retratados, padronizados pelo ritmo de vida e trabalho da fábrica.

 

III. Os estudantes concluíram que uma das marcas culturais da sociedade brasileira é a mistura, presente desde a colonização e retratada no quadro por homens e mulheres de várias idades e origens. (Correta)

 

É preciso assinalar que a vinda massiva, para o Brasil, desde o início da colonização, de pessoas de diferentes origens (etnias africanas, italianos, portugueses, espanhóis, alemães, japoneses, sírio-libaneses, russos, lituanos, austríacos etc) colaborou para a mudança de diversos aspectos da vida social brasileira e sobretudo levou-nos a uma verdadeira miscigenação, que relacionou elementos da cultura nativa, africana, europeia e oriental. No quadro de Tarsila do Amaral essa mistura fica clara pelos diferentes rostos que compõem a cena por ela pintada.

 

Referências:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

Dossiê A Era Vargas: dos anos 20 a 1945. FGV/CPDOC. Disponível em: https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/CafeEIndustria/Imigracao Acesso em 20 de set. de 2021.

LOPES, Jonas. Quadro: “Operários”, de Tarsila do Amaral. Veja São Paulo. Publicado em 21 de janeiro de 2011. Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/cidades/quadro-operarios-de-tarsila-do-amaral-sao-paulo/ Acesso em 17 de set. de 2021.

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