Questões Sobre Primeira República - História - concurso

A alternativa correta é letra B) diversidade cultural

Gabarito: Letra B

Diversidade cultural

Ao observar o quadro de Tarsila do Amaral, pintado em 1933, podemos observar uma sequência de diferentes rostos posicionados um ao lado do outro, alguns sobrepostos, formando uma curva crescente, de pirâmide, que deixa transparecer ao fundo da tela as imagens das chaminés de uma fábrica, indicando tratar-se de operários a grande massa de trabalhadores retratados.

Ao notar cada rosto desenhado pela artista podemos perceber diferentes traços físicos (negros, brancos, mulatos) e de vestimentas, como no caso da moça coberta com um pano no canto inferior da tela, demonstrando a grande diversidade cultural que formava o grupo representado.

Essa diversidade é explicada de um lado pelo grande incentivo à imigração para o Brasil desde meados do século XIX e sobretudo nas décadas de 1910 e 1920, e, de outro lado pelo avanço industrial no país que elevou o número de operários no Brasil. Esses dois processos foram especialmente marcantes no estado de São Paulo que recebeu o maior número de imigrantes (aproximadamente 57% do total) e que se tornou o principal centro da industrialização brasileira em 1930 (concentrando 31% das indústrias).

É preciso assinalar que a vinda contínua, para o Brasil, de imigrantes de diferentes origens (italianos, portugueses, espanhóis, alemães, japoneses, sírio-libaneses, russos, lituanos, austríacos etc) colaborou para a mudança de diversos aspectos da vida social brasileira, transformando hábitos de alimentação, rotinas de trabalho, valores culturais, diversificando culturalmente o país.

Por que as demais estão incorretas?

Letra A: defasagem salarial

Não é possível presumir a partir da tela quanto ganha cada um dos operários retratados, logo, não é possível dizer que a tela nos permite observar a defasagem salarial dos operários brasileiros.

Letra C: associativismo sindical

Não é possível presumir a partir da tela que todos os operários retratados são associados sindicalmente, a tela retrata uma saída da fábrica, não apresentando nenhum elemento que pudéssemos associar ao sindicalismo.

Letra D: disparidade educacional

Não é possível presumir a partir da tela o nível de educação de cada um dos operários retratados, logo, não é possível dizer que a tela nos permite observar uma disparidade educacional entre os mesmos.

Referências:

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

Dossiê A Era Vargas: dos anos 20 a 1945. FGV/CPDOC. Disponível em: https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/CafeEIndustria/Imigracao Acesso em 20 de set. de 2021.

LOPES, Jonas. Quadro: “Operários”, de Tarsila do Amaral. Veja São Paulo. Publicado em 21 de janeiro de 2011. Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/cidades/quadro-operarios-de-tarsila-do-amaral-sao-paulo/ Acesso em 17 de set. de 2021.

BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985.

(BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985.)

Dentre as diversas manifestações culturais que compõem os anos 1920 no Brasil, está presente, de forma relevante, a Semana de Arte Moderna, que ocorreu nos dias 13 (segunda‐feira), 15 (quarta‐feira) e 17 (sexta‐feira) de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de São Paulo. Era o Ano do Centenário da Independência de um País oligárquico. O evento abalou a elite paulista. Entre os poemas apresentados no segundo dia, está “O Sapo” de Manuel Bandeira.

• A) Um movimento de cunho artístico, dissociado de intenções políticas e com forte apologia e expansão da cultura estrangeira.
• B) Uma ruptura definitiva entre a cultura popular e a cultura erudita, definido claramente as classes sociais que cada uma representava.
• C) Um momento de grande repercussão cultural, embora não muito bem entendido e que provocou certo repúdio da plateia na época em que ocorreu.
• D) Um reflexo das vanguardas de movimentos europeus, embora com uma releitura tropical, em busca de um relato propriamente brasileiro e da construção de identidade.

<span style="font-

A alternativa correta é letra A) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.

Gabarito: ALTERNATIVA A

Leia abaixo a definição de “refugiado”:

De acordo com a Convenção de 1951 relativa ao Estatuto dos Refugiados, são refugiados as pessoas que se encontram fora do seu país por causa de fundado temor de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, opinião política ou participação em grupos sociais, e que não possa (ou não queira) voltar para casa. Posteriormente, definições mais amplas passaram a considerar como refugiados as pessoas obrigadas a deixar seu país devido a conflitos armados, violência generalizada e violação massiva dos direitos humanos.

(Agência da ONU para refugiados (ACNUR). Disponível em: <http://www.acnur.org/t3/portugues/informacao-geral/perguntas-e-respostas/>.)

Sobre eventos históricos referentes à existência de refugiados na história contemporânea, considere as seguintes afirmativas:

• 1. Após a I Guerra Mundial, com a dissolução dos Impérios Otomano e Austro-Húngaro e a instauração do princípio de nacionalidade, milhões de refugiados europeus migraram dentro e fora da Europa.

A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) significou o colapso de quatro grandes impérios europeus (russo, alemão, austro-húngaro e otomano), desorganizando fronteiras e exigindo novas repostas internacionais. Especificamente na Áustria-Hungria e no Império Otomano, a dissolução significou a formação de uma série de novos Estados menores, estes, sim, baseados em critérios de nacionalidade - enquanto os velhos impérios se declaravam pluri-nacionais. Isso significava que, num período de poucas semanas, milhões de pessoas passavam a não pertencer mais como cidadãs a Estado algum: entre o desaparecimento do velho império e a estabilização dos novos Estados-nação, há um hiato de grande agonia para os indivíduos. As minorias étnicas foram as principais afetadas nessas transformações, exigindo grandes deslocamentos internos e gerando grandes ondas de imigração para fora da Europa. Ou seja, ao mesmo tempo em que esses novos Estados afirmavam ideias de pertencimento nacional, seus processos de formação implicaram em ondas de refugiados que outrora pertenciam à ordem de impérios. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

• 2. Desde a criação do Estado de Israel, em 1948, milhões de palestinos ganharam dupla cidadania, resolvendo sua situação de refugiados durante o mandato britânico na Palestina.

A criação do Estado de Israel, em 1948, foi acompanhada pela recusa palestina pela divisão territorial da região, dando início a um dos mais graves conflitos internacionais do século XX. Os palestinos não eram refugiados, mas sim viviam sob mandato internacional britânico e, com a criação de Israel, passaram à grave celeuma internacional repleta de indefinições. É, portanto, completamente descabido se falar em dupla cidadania para palestinos na região e numa solução estabilizada para a Palestina. Alternativa errada.

• 3. O governo Vargas foi contrário à entrada de judeus no Brasil, quando muitos deles tornaram-se refugiados, migrando para fora da Europa, durante os anos 1930 e a II Guerra Mundial.

De fato, o governo Vargas (1930-1945) não fez qualquer sinalização no sentido de amparar os judeus que fugiam das gravíssimas perseguições sofridas na Europa nas décadas de 1930 e 1940. Além de um mal-disfarçado antissemitismo, pesava na decisão a simpatia e a colaboração do governo brasileiro com as potências do Eixo. Principalmente após a instalação do Estado Novo em 1937, Getúlio Vargas se aproximou perigosamente do totalitarismo e do nazifascismo tanto em medidas domésticas quanto em sua política externa. Ainda que o Brasil tenha lutado contra o fascismo na Segunda Guerra Mundial, não se pode esquecer que importantes relações com a Alemanha nazista foram mantidas no final da década de 1930 com uma agenda que ia desde a ampliação comercial até a divulgação cultural. Além disso, é notório o caso da extradição de Olga Benário Prestes, comunista de origem judaica presa no Brasil e enviada grávida para a Alemanha, onde seria assassinada numa câmara de gás. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

• 4. Entre o final do século XIX e o início do século XX, o Brasil recebeu uma grande quantidade de refugiados italianos, espanhóis, poloneses, japoneses e alemães.

De fato, entre o final do século XIX e o início do século XX, o Brasil recebeu grandes ondas imigratórias oriundas da Europa e da Ásia. No entanto, não se tratavam de refugiados, mas sim de imigrantes espontâneos que viam na América a possibilidade de uma vida nova e de conquistas materiais impossíveis em seus países natais. Além disso, o Brasil empreendia desde o século XIX uma intensa campanha de atração de imigrantes, principalmente para o trabalho na lavoura e na nascente indústria nacional. Portanto, não se pode chamar essas pessoas de refugiados, já que, como fica claro no enunciado, essa classificação não envolve o deslocamento voluntário. Afirmativa falsa.

Assim, são verdadeiras as afirmativas 1 e 3.

Assinale a alternativa correta.

a)  Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.

b)  Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.

c)  Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.

d)  Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.

e)  As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.

A alternativa correta é letra A) as explicações positivistas e evolucionistas sobre o impacto da mistura de raças na formação do caráter nacional brasileiro.

Gabarito: Letra A

(as explicações positivistas e evolucionistas sobre o impacto da mistura de raças na formação do caráter nacional brasileiro.)

Sem entrar em discussões de quando começa e termina a Belle Époque no Brasil, o que podemos perceber é que o país busca se enquadrar sob o símbolo da modernidade e do capitalismo. Ao mesmo tempo em que põe fim à escravidão, permite a entrada de imigrantes e organiza a mudança para um regime republicano, podemos notar que boa parte das elites políticas e intelectuais não desejam abrir o regime para novos atores sociais, ou seja, não pretendem estender a cidadania republicana a outras pessoas.

Estamos falando do contexto de pensar o que é o Brasil e os brasileiros. Quem é o povo brasileiro e como deve ser esse povo? 

Nesses debates podemos localizar pensamentos, que inspirados pelas teorias europeias do evolucionismo e do positivismo, acabam por transformar as raças como um problema social. É o momento em que surgem as ideias da degeneração das raças pela miscigenação e do embranquecimento como solução para acabar com esse fenômeno.

Por que as demais estão incorretas?

Letra B: os projetos de valorização dos vínculos entre o caráter nacional brasileiro e os produtos da indústria cultural norte- americana.

Os EUA eram um importante mercado comprador dos produtos brasileiros e ainda não havia impactado o Brasil como ocorrerá na Segunda Guerra Mundial e no pós-guerra, quando o consumismo estadunidense passa a ser uma constante no país, que importará os produtos dos EUA.

Letra C: o reconhecimento e a celebração da origem africana da maioria dos brasileiros e a rejeição das tradições europeias.

Ocorre o contrário, uma valorização da cultura e da sociedade europeia como um modelo a ser seguido. Poucos intelectuais brasileiros recorrem às tradições africanas para contrapor a essas tradições europeias como formadores da cultura nacional.

Letra D: a percepção de que o país estava plenamente inserido na modernidade e havia assumido a condição de potência mundial.

Os intelectuais e políticos percebiam que o país não estava na modernidade capitalista e, portanto, tomaram medidas para que o Brasil ingressasse nela, como, por exemplo, realizar reformas urbanas de inspiração francesa ou dos EUA.

Letra E: o desejo de retornar ao período anterior à chegada dos europeus e de recuperar padrões culturais e cotidianos indígenas.

Boa parte das elites intelectuais e políticas buscavam construir a ideia de Brasil com as influências europeias. A Europa era o continente a ser seguido e não a África ou os povos indígenas. Estes também deverão ingressar nos quadros da modernidade capitalista, para que deixem de ser selvagens e afastados da civilização.

A alternativa correta é letra E) Tiradentes

Gabarito: ALTERNATIVA E

Segundo Carvalho (1993 ), na luta em torno do mito de origem da república brasileira, houve grande dificuldade de construir um herói para o novo regime. Depois de vários nomes, trazidos à baila e descartados, devido a inúmeros inconvenientes, a figura do mito do “herói da República Brasileira” acabou se fixando em:

• a)  Deodoro

Primeiro presidente da República brasileiro, o marechal Deodoro da Fonseca foi a primeira figura a ser colocado como grande herói da república. Principal nome da proclamação da República (1889), Deodoro foi muito festejado nos primeiros anos, inclusive sendo elevado à condição de generalíssimo das Forças brasileiras. No entanto, a grave crise econômica do Encilhamento corroeria a popularidade da sua figura, bem como o final do seu mandato seria bastante acidentado. Com isso, sua imagem ficaria bastante fragilizada nessa construção. Alternativa errada.

• b)  Benjamin Constant

Militar de carreira, Benjamin Constant foi uma importante influência positivista dentro do Exército, o que seria decisivo para a adesão dos militares brasileiros à causa republicana. Ainda que tenha sido bastante festejado pelos militares positivistas, Constant jamais gozou de grande popularidade, sendo difícil traduzir para a população a sua importância na república brasileira. Alternativa errada.

• c)  José Bonifácio

Considerado o patriarca da independência, José Bonifácio é uma figura central na construção da memória do período monárquico. Ainda que os republicanos reconhecessem sua importância, sua ligação profunda com a monarquia era um problema para se compor o panteão republicano. Alternativa errada.

• d)  Floriano Peixoto

Segundo presidente brasileiro, Floriano Peixoto também foi uma importante figura na origem da república brasileira. No entanto, seu projeto autoritário de implantação gerou grande divisão entre a população e a elite. Seu governo acabou sofrendo com a Revolta da Armada e seu nome ficou cercado por contradições por conta do seu projeto centralizador. Alternativa errada.

• e)  Tiradentes

Tiradentes foi uma das grandes construções da república quanto aos seus heróis. Personagem renegada durante o período monárquico, Tiradentes foi tomado pela república como uma construção primeira da identidade nacional, uma figura que teria lutado pela independência do Brasil contra a monarquia portuguesa. Ou seja, sua figura faziam coincidir dois vetores importantes: a identidade nacional e a opção pela república. Principalmente a partir da década de 1930, Tiradentes foi tomado como símbolo maior dessa identidade nacional, criando uma noção de pertencimento anterior à monarquia; ou seja, sem depender da ação monárquica de Pedro I para criar uma noção de país. ALTERNATIVA CORRETA.

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA E.

A alternativa correta é letra D) V F V V.

Gabarito: Letra D

A sequência correta é: V,F,V,V

Vamos analisar as proposições.

(V) Imigrantes, especialmente alemães e italianos, instalaram-se no sul do Brasil e se dedicaram ao cultivo de pequenas lavouras e à criação de animais.

Os imigrantes italianos foram o grupo populacional com maior entrada no país, estabelecendo-se principalmente em todo estado de São Paulo, em Minas e nos três estados do Sul do Brasil. Assim, como eles, os alemães também se instalaram nessa última região e passaram a dividir o trabalho agrícola com os italianos. As duas etnias contribuíram para a criação de várias colônias no sul do país, que mais tarde, se transformaram em cidades.

(F) No período entre 1880 e 1940, entraram, no Brasil, aproximadamente 100 mil sírios, instalando-se principalmente em São Paulo e no sul do país, dedicando-se ao comércio.

Tomando como referência dados contidos na texto de Lilia M. Schwarcz, intitulado "População e sociedade", a imigração de sírios não chegou a 30 mil pessoas entre 1884 e 1940. Os sírios adentraram no Brasil e se instalaram principalmente na cidade de São Paulo, onde se dedicavam ao comércio, inicialmente como mascates, vendendo artigos de porta em porta. Mais tarde, vários deles se tornaram proprietários de comércios e lojas, além de industriais.

(V) Com a chegada do navio a vapor Kasato Maru ao porto de Santos, teve início a imigração japonesa, que se fixou no Brasil, a fim de trabalhar nas fazendas de café.

A imigração japonesa parece ter como marco fundador o ano de 1908, quando o navio a vapor Kasato Maru atracou no porto de Santos trazendo a primeira leva de imigrantes japoneses que se destinaram às fazendas de café do interior de São Paulo. Recorrendo aos mesmos dados contidos no texto de Lilia M. Schwarcz, o contingente de japoneses que adentraram no país foi da ordem de mais de 180 mil entre 1908 e 1940.

(V) A insatisfação com as condições de trabalho nas fazendas gerou o êxodo urbano dos imigrantes em busca de melhores oportunidades.

A imigração para o Brasil não se destinou exclusivamente ao mundo rural. Houve uma migração também para as principais cidades brasileiras onde foram trabalhar no comércio e nas primeiras fábricas de tecidos, calçados, alimentos e bebidas. Ao lado desses primeiros migrantes, as cidades também receberam aqueles trabalhadores do mundo rural que se encontravam insatisfeitos com as condições de trabalho nas fazendas, onde estiveram sujeitos a o controle por parte dos proprietários de terras e pela falsa promessa de aquisição de terra.

Referências:

FAUSTO, Boris. História do Brasil. 2ª edição. São Paulo: EdUSP, 1995.

SCHWARCZ, Lilia M. "População e sociedade". In: SCHWARCZ, Lilia M. (Coord.) História do Brasil Nação: 1808-2010. A abertura para o mundo (1889-1930), volume 3. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

A alternativa correta é letra C) estimulou os hibridismos culturais, apresentando releituras de escolas europeias e buscando explorar temáticas e formas artísticas a partir de referenciais locais, que pudessem ser identificadas à brasilidade e às nossas idiossincrasias.

A) recusou os cânones artísticos europeus e propôs uma arte essencialmente brasileira, a partir de nossas raízes negras e indígenas e nosso folclore, sem a interferência de estéticas estrangeiras.

INCORRETO. O movimento modernista no Brasil não recusou completamente os cânones artísticos europeus. Na verdade, o movimento modernista brasileiro foi fortemente influenciado pelas vanguardas europeias, especialmente o Futurismo e o Cubismo. Ao mesmo tempo, o movimento modernista brasileiro buscou incorporar elementos da cultura brasileira em suas obras. No entanto, a ideia de que o movimento modernista brasileiro propôs uma arte "essencialmente brasileira" e sem "interferência de estéticas estrangeiras" é uma simplificação excessiva e, portanto, imprecisa.

B) reformulou a noção de mestiçagem, substituindo a definição tradicional, calcada na fusão das três raças, pela concepção subversiva de transculturação, a partir da percepção de que o Brasil era um caldeirão cultural sem identidade.

INCORRETO. O movimento modernista brasileiro não propôs uma concepção de "transculturação" que implicasse em uma "ausência de identidade". Na verdade, o movimento modernista brasileiro buscou redefinir a identidade brasileira, incorporando elementos de diversas culturas, incluindo a africana, a indígena e a europeia. Portanto, a ideia de que o movimento modernista brasileiro viu o Brasil como um "caldeirão cultural sem identidade" é imprecisa.

C) estimulou os hibridismos culturais, apresentando releituras de escolas europeias e buscando explorar temáticas e formas artísticas a partir de referenciais locais, que pudessem ser identificadas à brasilidade e às nossas idiossincrasias.

CORRETO. Esta alternativa descreve com precisão a abordagem do movimento modernista brasileiro. O movimento modernista brasileiro foi caracterizado por um intenso hibridismo cultural, que combinou elementos de diversas culturas, incluindo a africana, a indígena e a europeia. Além disso, o movimento modernista brasileiro buscou redefinir a identidade brasileira, explorando temas e formas artísticas que refletissem a realidade brasileira e suas idiossincrasias.

D) problematizou o papel elitista da arte, questionando os privilégios do artista, as instituições formais, recusando patrocinadores e inovando tanto ao levar a arte para o povo como ao retratar pessoas humildes em suas obras, postura assumida em conjunto pelos modernistas e denominada obreirismo dialético.

INCORRETO. Embora o movimento modernista brasileiro tenha buscado democratizar a arte e torná-la mais acessível ao público em geral, a descrição desta alternativa é imprecisa e exagerada. O termo "obreirismo dialético" não é comumente associado ao movimento modernista brasileiro.

E) propos a noção de antropofagia cultural, que consistia na ideia de que deveríamos nos alimentar culturalmente de todas as vanguardas contemporâneas, para produzir uma paródia das mesmas, de linguagem universal e cosmopolita, que nos inserisse no campo artístico mundial.

INCORRETO. Embora a noção de "antropofagia cultural" seja um conceito importante associado ao modernismo brasileiro, a descrição desta alternativa é imprecisa. A "antropofagia cultural" não se referia a uma "paródia" das vanguardas contemporâneas. Em vez disso, a "antropofagia cultural" se referia à ideia de que o Brasil deveria "devorar" influências culturais estrangeiras e transformá-las em algo único e distintamente brasileiro.

Portanto, a alternativa correta é a LETRA C.