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Questões Sobre Primeira República - História - concurso

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341) “Acordei em meio duma maravilhosa aurora de verão. A baía esplendia com seus morros e enseadas. Seriam talvez quatro horas da manhã. E vi imediatamente na baía, frente a mim, navios de guerra, todos de aço, que se dirigiam em fila para a saída do porto. Reconheci o encouraçado Minas Gerais que abria a marcha. […] Eu estava diante da revolução. Pontos de fogo, estrondos. […] O seu chefe, o negro João Cândido, imediatamente guindado ao posto de almirante, tinha se revelado um hábil condutor de navios. […] A revolta teve o mais infame dos desfechos […]”

  • A) Ao Encilhamento.
  • B) À Questão Christie.

  • C) À Revolta da Chibata.

  • D) À Revolta da Armada.

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Esse trecho de Oswald de Andrade, ícone da semana de arte Moderna no Brasil, refere-se:

  • A) Ao Encilhamento.
  • B) À Questão Christie.
  • C) À Revolta da Chibata.
  • D) À Revolta da Armada.

A alternativa correta é letra C) À Revolta da Chibata.

A Revolta da Chibata ocorreu em 1910 e foi liderada por marinheiros da Marinha do Brasil, que se rebelaram contra os castigos físicos aplicados na marinha, como a chibata. O líder do movimento foi o marinheiro João Cândido Felisberto, mencionado no trecho como "o negro João Cândido". Eles tomaram navios de guerra, incluindo o Minas Gerais, e exigiram o fim dos castigos corporais. A revolta terminou com promessas de anistia e melhorias, mas muitos dos líderes foram posteriormente presos ou mortos.

342)

  • A) No Brasil da década de 1930, acreditava-se que a mestiçagem, aliada ao meio tropical, impelia o Brasil a atingir o estágio de civilização cujo modelo era a sociedade burguesa europeia.
  • B) Principalmente após a Semana de Arte Moderna, um marco cultural e ideológico da década de 1930, a mentalidade brasileira de uma maneira geral sofreu grandes mudanças e o modelo europeu foi rechaçado, dando lugar ao tropicalismo nacionalista.
  • C) Muitos autores e artistas famosos, impelidos pelo modismo da época, defendiam o aumento da cultura europeia como forma de “sarar” o povo brasileiro de doenças tipicamente culturais, como as parasitoses, viroses e outras provocadas pelo analfabetismo.
  • D) O higienismo e a eugenia marcavam a visão das elites sobre as classes populares. Esses movimentos, disseminados na sociedade capitalista, implícitos em diversos setores, buscavam a higienização social, através da exclusão do “diferente” dos padrões da época e da “purificação da raça”.

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A alternativa correta é letra D) O higienismo e a eugenia marcavam a visão das elites sobre as classes populares. Esses movimentos, disseminados na sociedade capitalista, implícitos em diversos setores, buscavam a higienização social, através da exclusão do “diferente” dos padrões da época e da “purificação da raça”.

Gabarito: alternativa D)

 

A questão traz uma imagem de uma imagem que apresenta um diálogo entre o escritor Monteiro Lobato e um personagem criado por ele, chamado Jeca Tatu. O personagem foi criado nas primeiras décadas do século XX e suas histórias traziam muitas críticas sobre a sociedade brasileira da época. 

 

Devemos assinalar que apresenta uma leitura correta da imagem e do contexto socioeconômico em que tal imagem circulou. 

 

Jeca Tatu era uma forma do escritor expressar as suas opiniões sobre temas ligados à saúde no Brasil das primeiras décadas do século XX. O discurso que Monteiro Lobato está usando na imagem é permeado pelo higienismo e pela eugenia


Esses dois movimentos tiveram seus discursos difundidos por médicos, pela imprensa e por intelectuais, como Monteiro Lobato, sobretudo na década de 1920. Esse discurso falava em uma "melhoria da raça dos brasileiros" e criticava a mestiçagem por defender uma "purificação da raça". 

 

Portanto, o gabarito é d)  O higienismo e a eugenia marcavam a visão das elites sobre as classes populares. Esses movimentos, disseminados na sociedade capitalista, implícitos em diversos setores, buscavam a higienização social, através da exclusão do “diferente” dos padrões da época e da “purificação da raça”.

 

Referências: 

 

BIAZEVIC, Maria Gabriela Haye et al. Discussões sobre saúde e doença: revisitando a obra adulta de Monteiro Lobato. Saúde e Sociedade [online], v. 21, n. 2, pp. 290-301, 2012. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0104-12902012000200004>. Acesso em 20/09/2021.

343) Cândido Mariano da Silva Rondon, militar do exército brasileiro, nascido na segunda metade do século XIX, teve grande importância no processo de interiorização do Brasil. Com o objetivo de construir as bases da integração nacional, Cândido Rondon chefiou, principalmente:

  • A) a instalação das mineradoras que extraiam cassiterita.

  • B) expedições para instalação de linhas de telégrafo.

  • C) a assinatura dos Tratados de Petrópolis e de Madrid.

  • D) a divisão entre os estados do Mato Grosso e Rondônia.

  • E) batalhões durante a guerra contra o Paraguai.

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A alternativa correta é letra B) expedições para instalação de linhas de telégrafo.

Cândido Rondon foi um militar brasileiro que teve um papel fundamental no processo de interiorização do Brasil durante a Primeira República. Ele liderou expedições para instalar linhas de telégrafo no interior do país, o que permitiu a integração das regiões mais remotas com o restante do Brasil. Essas expedições contribuíram para a construção das bases da integração nacional.

344) O cangaço tem suas origens históricas por volta do século XVIII; se constituiu num movimento social relacionado à questão fundiária do Nordeste e teve seu auge entre os anos de 1919 e 1927. São nomes relacionados ao Cangaço, EXCETO:

  • A) Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião.
  • B) Cristiano Gomes da Silva Cleto, o Corisco.

  • C) Manuel Batista de Morais, o Antônio Silvino.

  • D) Antônio Vicente Maciel, o Antônio Conselheiro.

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A alternativa correta é letra D) Antônio Vicente Maciel, o Antônio Conselheiro.

Gabarito: alternativa D)

 

A questão traz uma breve definição do cangaço. Devemos assinalar o único nome apresentado pelas alternativas que não possui relação com esse movimento.

 

a)  Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião.

Correta. Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião (1898-1938) é considerado o "Rei do Cangaço". O pernambucano junto com a sua esposa, Maria Bonita, tornaram-se os personagens mais famosos da história desse movimento.

 

O seu bando era conhecido por invadir fazendas, saquear comerciantes e distribuir parte do que recolhia com pessoas pobres. Temido e muito procurado pelos seus crimes, Lampião foi morto por militares em Sergipe, no ano de 1938.


b)  Cristiano Gomes da Silva Cleto, o Corisco.

Correta. Corisco era um dos cangaceiro do bando de Lampião, também era muito conhecido pela alcunha de "Diabo Louro".

 

c)  Manuel Batista de Morais, o Antônio Silvino.

Correta. Antes de Lampião começar a atuar, Antônio Silvino foi o cangaceiro mais famoso. O pernambucano também era conhecido pelo apelido "Rifle de Ouro".

 

d)  Antônio Vicente Maciel, o Antônio Conselheiro.

Incorreta. Esse é o único da lista que não era um cangaceiro.  O cearense Antônio Conselheiro (1830-1897) foi o líder messiânico do movimento religioso que reuniu milhares de pessoas para viver no Arraial de Canudos. Com a sua fama de milagreiro, Antônio Conselheiro esteve à frente da resistência na Guerra de Canudos (1896-1897).

 

Dessa forma, o único nome que não faz parte do cangaço está na alternativa D).

 

Gabarito:  d)  Antônio Vicente Maciel, o Antônio Conselheiro.

 

Referências:

 

DOMINGUES, Petrônio. O "Corisco Preto": cangaço, raça e banditismo no Nordeste brasileiro. Revista de História (São Paulo) [online]. 2017, n. 176. Disponível em: <https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2017.119973>. Acesso em 24/09/2021.

345) “As primeiras transmissões radiofônicas no Brasil foram realizadas em 1922, durante os festejos do primeiro centenário da Independência. Na década de 40 surgiu a primeira rede nacional de radiofonia e com a popularização do rádio diversos artistas se transformaram em ídolos nacionais. Considerada uma das maiores intérpretes da música popular brasileira foi eleita, em 1953, a rainha do rádio. Um dos grandes sucessos interpretados por ela foi Chiquita Bacana, cantado nas marchinhas de carnaval até os dias atuais.” Trata-se de:

  • A) Emilinha Borba.

  • B) Elizeth Cardoso.

  • C) Carmen Miranda.

  • D) Chiquinha Gonzaga.

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A alternativa correta é letra A) Emilinha Borba.

Gabarito: alternativa A)

 

O texto traz algumas informações sobre uma das maiores intérpretes da música popular brasileira. Devemos assinalar a alternativa que apresenta seu nome corretamente. 

 

Temos as seguintes dicas:

 

- Eleita a rainha do rádio em 1953.

- Cantora da famosa marchinha de carnaval Chiquita Bacana.

 

A carioca Emilinha Borba tinha uma profunda ligação como o carnaval e venceu muitos prêmios e concursos musicais, as décadas de 1940 e 1950 marcam o seu auge. Ela é a cantora de Chiquita Bacana, marchinha de carnaval muito famosa, sobretudo, no Rio de Janeiro.

 

Portanto, o gabarito é a)  Emilinha Borba.

 

Referências:

 

PAOLA GIULIANA, BORGES. Cantoras do rádio e mulheres: um estudo sobre representações femininas no Brasil na década de 1950 construídas pela Revista do Rádio. Anais do XXIX Simpósio Nacional de História - contra os preconceitos: história e democracia, Brasília, 2017.

346)

  • A)  defesa da democracia racial.

  • B)  idealização do universo rural.

  • C)  crise dos valores republicanos.

  • D)  constatação do atraso sertanejo.

  • E)  embranquecimento da população.

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A alternativa correta é letra E)  embranquecimento da população.

Gabarito: Letra E

 

(embranquecimento da população.)

  

A obra “A redenção de Cam” do pintor espanhol radicado no Brasil, Modesto Brocos, faz alusão à passagem bíblica no qual o filho de Noé, Cam, zomba do seu pai por estar nu e bêbado. De acordo com a Bíblia, Noé amaldiçoa o filho de Cam, Canaã a se tornar escravo dos tios e descendentes destes, sendo assim uma marca da escravidão ou da servidão.

 

No encontro com outras culturas não europeias, os teólogos e estudiosos da Bíblia interpretaram e extrapolaram o texto bíblico dizendo que a cor da pele negra dos africanos seria possivelmente uma consequência da maldição lançada por Noé aos filhos de Cam, já que os habitantes da África supostamente eram descendentes de Cuxe, neto de Noé e filho de Cam.

 

A maldição sobre os filhos de Cam passou a ser empregada como justificativa para a escravização dos habitantes de regiões de descendência de Cam (Arábia, Egito, Sudão, Etiópia e o restante da África, que foi englobada como terras dos filhos dos filhos de Cam).

  

A interpretação dada à obra é a de que existe uma gradação da pigmentação da pele. No campo esquerdo, vê-se uma mulher negra mais velha, com as mãos erguidas para o céu em agradecimento. No centro, uma mulher negra mais jovem, que tem sobre os joelhos o filho quase branco. Ou seja do negro, passando para o moreno até chegar ao branco.

 

O mito de Cam é reinterpretado por Brocos que aponta, seguindo as teorias da sua época, que a salvação – ou “redenção” – dos descendentes de Cam se daria por meio do branqueamento da pele.

  

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A:  defesa da democracia racial.

 

A tese da democracia racial é posterior à produção da obra. É uma tese que surge a partir da década de 1930 e rebate a teoria do embranquecimento da população brasileira. Pela teoria da democracia racial, o país não teria preconceitos e racismos, pois as raças no Brasil viveriam em harmonia e de forma igualitária.

 

Letra B:  idealização do universo rural.

 

Não é isso que a imagem quer passar. A imagem tem um título próprio para designar as relações raciais no Brasil.

 

Letra C:  crise dos valores republicanos.

 

Não há elementos que demonstrem tal crise, mesmo que a República em seus primeiros anos tenha passado por algumas revoltas militares (Revoltas da Armada) e civis (Revolução Federalista).

 

Letra D:  constatação do atraso sertanejo.

 

Não há elementos na pintura que demonstrem o atraso sertanejo e não é disso do que a obra trata.

  

Referências:

 

Gênesis, Capítulo 9, versículos 18-27 e capítulo 10, versículos 6-7.

 

“A Redenção de Cam”. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra3281/a-redencao-de-cam. Acesso em: 15 ago. 2020. Verbete da Enciclopédia.

 

LOTIERZO, Tatiana. Racismo e pintura no Brasil: notas para uma discussão sobre cor, a partir da tela A redenção de Cam. 19&20, Rio de Janeiro, v. IX, n. 2, jul./dez. 2014. Disponível em: http://www.dezenovevinte.net/obras/tl_redencao_cam.htm. Acesso: 15 ago. 2020.

347) TEXTO I

  • A)  domínio do academicismo, que dificultava a recepção da vertente realista na obra de Anita Malfatti.

  • B)  dissonância entre as vertentes artísticas, que divergiam sobre a validade do modelo estético europeu.

  • C)  exaltação da beleza e da rigidez da forma, que justificavam a adaptação da estética europeia à realidade brasileira.

  • D)  impacto de novas linguagens estéticas, que alteravam o conceito de arte e abasteciam a busca por uma produção artística nacional.

  • E)  influência dos movimentos artísticos europeus de vanguarda, que levava os modernistas a copiarem suas técnicas e temáticas.

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A alternativa correta é letra D)  impacto de novas linguagens estéticas, que alteravam o conceito de arte e abasteciam a busca por uma produção artística nacional.

Gabarito: Letra D

 

No primeiro quartel do século XX, vemos surgir o que ficou conhecido como movimento modernista, que impactou o cenário nacional com novas linguagens estéticas, ideias inovadoras e que não foram, à princípio, bem aceitas e bem compreendidas por setores mais conservadores.

 

O movimento modernista teve como marco inicial a Semana de Arte Moderna, realizada na cidade de São Paulo entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922. Tendo como palco o Teatro Municipal de São Paulo, a Semana contou com recitais de poesia, exposições de pintura e escultura, festivais de música e conferências dobre arte. Os nomes que mais se destacaram foram os dos escritores Mário de Andrade, Menotti del Picchia, Ronald de Carvalho e Oswaldo de Andrade; dos músicos Heitor Villa-Lobos e Ernani Braga; e dos artistas plásticos Emiliano Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Victor Brecheret.

 

Um dos principais objetivos do movimento modernista foi a reação crítica contra os padrões considerados arcaicos de nossa arte (pintura, escultura, literatura) e contra a invasão cultural estrangeira, que despersonalizava a expressão artística no Brasil.

 

Os modernistas de 1922 criticavam o comodismo cultural de uma produção transplantada da Europa. O Manifesto Antropofágico, escrito por Oswaldo de Andrade, publicado em 1928, nos dá uma melhor ideia de como os modernistas entendiam que deveria ser a arte brasileira. O autor propunha a deglutição (aproveitamento de tudo que fosse útil) da cultura europeia, que seria remodelada pelas entranhas (a realidade) das terras brasileiras.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: domínio do academicismo, que dificultava a recepção da vertente realista na obra de Anita Malfatti.

 

Levando em conta que, ao falar do cenário artístico brasileiro no primeiro quartel do século XX, estamos falando do movimento modernista, e que Anita Malfatti foi um dos nomes de destaque do movimento modernista brasileiro, não está correto dizer que a obra de Anita Malfatti era de vertente realista, a vertente apresentada pela artista foi a moderna. Ao falar de movimento modernista, não estamos falando de domínio do academicismo e sim de uma reação crítica contra os padrões considerados arcaicos de nossa arte (pintura, escultura, literatura) e contra a invasão cultural estrangeira, que despersonalizava a expressão artística no Brasil.

 

Letra B: dissonância entre as vertentes artísticas, que divergiam sobre a validade do modelo estético europeu.

 

Levando em conta que, ao falar do cenário artístico brasileiro no primeiro quartel do século XX, estamos falando do movimento modernista, a característica desse período não era de dissonância das vertentes artísticas sobre a validade do modelo estético europeu, mesmo sendo válido, o movimento modernista irá defender que era necessário dialogar com a arte europeia, mas não simplesmente copiá-la, era preciso aproveitá-la, mas afirmando as singularidades nacionais dentro do contexto internacional.

 

Letra C: exaltação da beleza e da rigidez da forma, que justificavam a adaptação da estética europeia à realidade brasileira.

 

Levando em conta que, ao falar do cenário artístico brasileiro no primeiro quartel do século XX, estamos falando do movimento modernista, a característica desse período não foi a exaltação da beleza e da rigidez da forma, na verdade essas características faziam parte de uma arte arcaica a qual os modernistas se propuseram reagir criticamente, o que se buscou foram as singularidades nacionais como diferenciais da arte brasileira.

 

Letra E: influência dos movimentos artísticos europeus de vanguarda, que levava os modernistas a copiarem suas técnicas e temáticas.

 

Levando em conta que, ao falar do cenário artístico brasileiro no primeiro quartel do século XX, estamos falando do movimento modernista, a característica desse período não era ou não se propunha a ser uma cópia de técnicas e temáticas de movimentos artísticos europeus. Um país que reproduzia exclusivamente os padrões europeus não os interessava, tanto que, um dos principais objetivos do movimento modernista era reagir contra os padrões considerados arcaicos da arte brasileira e à invasão cultural estrangeira.

 

Referências:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

348)

  • A) reforma urbana – qualificação da mão de obra
  • B) combate à insalubridade – incremento da imigração
  • C) ampliação da rede hospitalar – controle da natalidade
  • D) expansão do saneamento básico – erradicação da pobreza

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A alternativa correta é letra B) combate à insalubridade – incremento da imigração

Gabarito: Letra B

(combate à insalubridade – incremento da imigração)

Lilia M. Schwarcz destaca que dois fenômenos caracterizaram o Brasil na virada do século XIX para o XX: a entrada da imigração estrangeira em larga escala, com incentivo dos governos ou não e a aceleração do crescimento e da modernização das grandes cidades.

Os dois fenômenos estão diretamente ligados nas primeiras décadas republicanas. Enquanto o fim da escravidão modificou a situação da mão de obra no país onde procurou-se incentivar o ingresso de imigrantes europeus e asiáticos para inicialmente realizarem trabalhos na lavoura, mais tarde com a crise da agricultura em fins da década de 1900, parte dos braços imigrantes deslocou-se para as principais cidades do país para trabalhos nas fábricas de calçados, tecidos e no comércio em geral.

Em relação às cidades, eram comuns os discursos de "civilização" defendidos pelas elites intelectuais e políticas, que eram a favor do ingresso de alguns espaços urbanos na lógica da modernidade. Assim, a fala do presidente Rodrigues Alves associa-se a esse contexto que procurou remodelar o espaço físico e social da capital federal. O Rio de Janeiro era uma cidade com crescimento populacional, mas que enfrentava problemas sanitários e de insalubridade. Problemas que eram vistos como entraves ao desenvolvimento do capitalismo na cidade.

Assim, as reformas urbanas na capital visaram ampliar e modernizar a estrutura portuária a fim de expandir o comércio externo e ao combate às epidemias e aos focos de insalubridade que eram marcas do atraso do país. As reformas levaram a um reordenamento do espaço social da cidade que atrairia mais pessoas para o mercado de trabalho e também para a aplicação de investimentos.

Por que as demais estão incorretas?

Letra A: reforma urbana – qualificação da mão de obra

Essa alternativa traz uma opção correta que são as reformas urbanas como ações do governo para desenvolver a capital da República, mas está incorreta quando uma de suas consequências foi a qualificação da mão de obra, uma vez que boa parte dos trabalhos não precisavam de pessoas qualificadas para o exercício. Embora, os imigrantes estrangeiros fossem uma mão de obra qualificada, estes disputavam os postos de trabalho com os nacionais, recém-saídos da escravidão ou desempregados pela falta de uma política de geração de empregos.

Letra C: ampliação da rede hospitalar – controle da natalidade

Não houve ampliação da rede hospitalar. O foco da saúde pública nesse momento eram os combates aos transmissores das doenças a fim de erradicá-los. Não existiu uma política pública de criação de hospitais, bem como de controle da natalidade.

Letra D: expansão do saneamento básico – erradicação da pobreza

Os primeiros anos da República ainda eram de ausência de políticas voltadas a solucionar o problema do saneamento básico, bem como da pobreza e da renda.

Referência:

SCHWARCZ, Lilia M. “População e sociedade”. In: SCHWARCZ, Lilia M (Org.) História do Brasil Nação: 1808-2010, volume 3, a abertura para o mundo (1889-1930). Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

349) Atende ao que se afirma a respeito das primeiras associações mutualistas — também chamadas associações de mútuo socorro — surgidas no Brasil, nos últimos anos do século XIX.

  • A) I e II apenas.
  • B) II e III apenas.
  • C) I e III apenas.
  • D) I, II e III.

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A alternativa correta é letra C) I e III apenas.

Gabarito: ALTERNATIVA C

   

 

    Ora, as associações mutualistas têm por princípio prestar socorros a seus membros em momentos de necessidade justamente porque, de outra forma, esses indivíduos não teriam nenhum outro amparo, já que inexistia uma rede estatal de amparo social. Então, nada mais natural que essas associações estejam intimamente ligadas à inexistência de direito previdenciário; ao passo que essas organizações se dissolveram a partir da década de 1930 em decorrência da formação de um sistema previdenciário no Brasil. No final do século XIX, observe bem o estudante, os primeiros grandes centros urbanos começavam a se organizar em decorrência da expansão do trabalho urbano (serviços e indústria) e do declínio de setores da agricultura (açúcar nordestino e café no Vale do Paraíba). Longe da produção rural, os trabalhadores sem mais condições laborais ficavam expostos à pior miséria urbana, condenados a situações em que eram incapazes de garantir a mais elementar subsistência. Se no campo essas pessoas conseguiam garantir acesso básico à alimentação, nas cidades a miséria se apresentava com riscos graves à segurança alimentar. Consequentemente, o país passava a enfrentar desafios urbanos até então desconhecidos sem que o Estado oferecesse qualquer rede de proteção efetiva a esses indivíduos - sendo o caso dos escravos libertos em 1888 o maior dos flagelos. Para isso, essas associações mutualistas foram sendo organizadas para garantir uma rede mínima de seguridade social sem qualquer intermediação estatal. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

     

      De fato, o surgimento do mutualismo no Brasil foi contemporâneo à formação de sindicatos, mas não é correto inferir uma necessária ligação entre as duas formas de organização. Algumas associações mutualistas tinham, sim, uma raiz sindical, sendo organizadas a partir de categorias trabalhistas e formando uma associação com o sindicato para ajudar a organizar o movimento de luta por direitos ao mesmo tempo em que se formava uma rede de proteção social. No entanto, é completamente errado se falar que, no final do século XIX houvesse uma associação direta dessas instituições com os partidos políticos; pelo contrário, essas agremiações políticas eram dominadas pelas oligarquias e, dado o grande controle destas sobre o aparato estatal, não tinham necessidade de manter conexões reais com as massas. Ou seja, ainda houvesse movimentações de ordem política ligadas a sindicatos e ao mutualismo, não se pode dizer que, no final do século retrasado, estivessem associadas com partidos políticos ou participassem de fato da vida eleitoral brasileira. Afirmativa falsa.

       

        Esta afirmativa foi plagiada do texto Plataformas digitais: existe vínculo empregatício?, publicado por Yasmim Beatriz na plataforma JusBrasil. No texto em tela, lê-se:

         

        Existiam também associações mantidas por sindicatos que em momentos de necessidade, os filiados podiam contar com atendimento hospitalar, remédios, auxílio funeral, pensões para viúvas, auxílio a idosos e inválidos, dentre outros benefícios. Por fim, sem um sistema público de previdência social, as associações mutualistas apoiaram muitos trabalhadores em dificuldades.

         

        Destaque-se que temos aqui apenas uma descrição do funcionamento das associações mutualistas, que organizavam seus associados em contribuição de cotas para formar um fundo. A partir desse fundo, os associados poderiam ser auxiliados em momentos de necessidade, como as situações descritas na afirmativa, contando com o montante construído coletivamente para assegurar uma rede básica de suporte aos associados. De toda forma, é inadmissível a ação do avaliador na construção do item, uma vez que ele é remunerado para construir questões originais buscando a melhor seleção entre os candidatos. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

         

        Assim, são verdadeiras as afirmativas I e III.

         

        É correto o que se afirma em
        a)  I e II apenas.
        b)  II e III apenas.
        c)  I e III apenas.
        d) 
         I, II e III.

         

        Sem mais, está correta a ALTERNATIVA C.

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        350) “A República foi proclamada. Mas não bastava a força para sustentar o novo regime. Era preciso persuadir a sociedade. Por isso, os republicanos tiveram que formular novos símbolos, imagens e rituais que mostrassem à sociedade a legitimidade do novo regime político. Esses símbolos deviam marcar também as diferenças entre a República e a Monarquia, comprovando as vantagens da primeira sobre a segunda.”

        • A) Tiradentes foi eleito como herói histórico a ser cultuado como um símbolo cívico no Brasil.

        • B) O Hino Nacional foi substituído por uma música cuja letra lembrasse de maneira mais marcante os ideais republicanos.

        • C) A figura da Princesa Isabel como redentora dos escravos brasileiros deveria ser difundida por ser a abolição um marco na História do Brasil.

        • D) A bandeira brasileira foi totalmente reconfigurada para que nenhuma de suas características pudesse lembrar a tradição da família imperial.

        • E) A imagem de uma mulher foi consolidada como símbolo da República brasileira, sendo que a figura feminina adotada foi praticamente um decalque do símbolo francês.

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        A alternativa correta é letra A) Tiradentes foi eleito como herói histórico a ser cultuado como um símbolo cívico no Brasil.

        Os republicanos buscaram construir novos símbolos, imagens e rituais para legitimar o novo regime político da República. Nesse contexto, Tiradentes foi eleito como um herói histórico a ser cultuado como um símbolo cívico no Brasil, representando os ideais republicanos de liberdade e luta pela independência, marcando a diferença entre a República e a Monarquia.

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