Questões Sobre Primeira República - História - concurso

A alternativa correta é letra B) As melhorias feitas no Rio de Janeiro atenderam a uma parcela da população, mas expulsou outra parcela para a periferia e os morros.

Vamos analisar cada alternativa, para identificar os impactos da modernização no Rio de Janeiro sobre a população.

A) A modernização do Rio de Janeiro beneficiou as camadas mais baixas da sociedade, uma vez que ganharam moradias melhores.

INCORRETO. O texto não menciona que a população de baixa renda tenha se beneficiado com a modernização do Rio de Janeiro. A modernização resultou na demolição de cortiços e prédios velhos, mas não há indicação de que essas pessoas tenham sido realocadas para moradias melhores. Alternativa errada.

B) As melhorias feitas no Rio de Janeiro atenderam a uma parcela da população, mas expulsou outra parcela para a periferia e os morros.

CORRETO. A modernização do Rio de Janeiro, com a demolição de cortiços e prédios velhos e a construção de grandes avenidas, modernos edifícios, praças e jardins, beneficiou uma parcela da população, provavelmente as camadas mais altas da sociedade. No entanto, é razoável inferir que a população que vivia nos cortiços e prédios demolidos foi deslocada para outras áreas da cidade, provavelmente para a periferia e os morros, uma vez que o texto não menciona a construção de novas moradias para essa população.

C) Através da modernização do Rio de Janeiro a cidade se tornou o “túmulo dos estrangeiros”, pois a transmissão de doenças cresceu.

INCORRETO. O texto menciona que o Rio de Janeiro era conhecido como o "túmulo dos estrangeiros" ANTES da modernização, devido aos graves problemas urbanos e à proliferação de várias doenças. Não há indicação de que a transmissão de doenças tenha aumentado após a modernização. Alternativa errada.

D) Com a modernização do Rio de Janeiro a população só ganhou melhorias, como a construção de largas avenidas, praças e jardins.

INCORRETO. Embora a modernização tenha trazido melhorias como a construção de largas avenidas, praças e jardins, não é correto afirmar que TODA a população se beneficiou dessas melhorias. Como mencionado na alternativa B, é provável que a população que vivia nos cortiços e prédios demolidos tenha sido deslocada para outras áreas da cidade, sem garantia de que tenham recebido moradias melhores. Alternativa errada.

Portanto, a alternativa correta é a LETRA B.

A alternativa correta é letra C) a quantidade de imigrantes de maneira geral aumentou, devido ao crescimento industrial do país, apesar da redução de portugueses, italianos e espanhóis.

Vamos analisar cada alternativa à luz dos dados apresentados na tabela.

A) a maior quantidade de imigrantes era de nacionalidade portuguesa, pela facilidade de adaptação em relação à língua, na primeira década do século XX.

CORRETO. De acordo com a tabela, na primeira década do século XX, o maior grupo de imigrantes era de fato de nacionalidade portuguesa, com um total de 195.586 imigrantes. No entanto, é importante notar que a questão não fornece informações suficientes para afirmar que a facilidade de adaptação em relação à língua foi a razão para essa imigração. Portanto, embora a primeira parte da afirmação esteja correta, a segunda parte é uma suposição.

B) a quantidade de imigrantes italianos aumentou durante as três primeiras décadas do século XX, atraídos pelo desenvolvimento da indústria brasileira.

INCORRETO. Ao contrário do que a alternativa sugere, a quantidade de imigrantes italianos diminuiu durante as três primeiras décadas do século XX. Em 1900-09, havia 221.394 imigrantes italianos; em 1910-19, esse número caiu para 138.168; e em 1920-29, para 106.835. Portanto, a afirmação está incorreta.

C) a quantidade de imigrantes de maneira geral aumentou, devido ao crescimento industrial do país, apesar da redução de portugueses, italianos e espanhóis.

CORRETO. A tabela mostra que o número total de imigrantes aumentou de 622.407 em 1900-09 para 846.647 em 1920-29. Embora o número de imigrantes portugueses, italianos e espanhóis tenha diminuído durante esse período, o número total de imigrantes aumentou, sugerindo que outros grupos de imigrantes podem ter aumentado. No entanto, a questão não fornece informações suficientes para afirmar que o crescimento industrial do país foi a causa desse aumento na imigração.

D) a quantidade de japoneses no país diminuiu durante a Primeira República, devido ao impedimento imposto à entrada de asiáticos no Brasil.

INCORRETO. A tabela mostra que o número de imigrantes japoneses aumentou de 861 em 1900-09 para 58.284 em 1920-29. Portanto, a afirmação está incorreta.

Portanto, a alternativa correta é a LETRA C.

A alternativa correta é letra D) tinha as suas brincadeiras amplamente praticadas nas ruas da cidade.

Vamos analisar cada alternativa à luz do texto apresentado.

A) apresentava brincadeiras de bom gosto, e por isso merecia elogios da imprensa.

INCORRETO. O texto apresenta uma visão crítica do carnaval, descrevendo-o como "sujos a dar com o pau" e mencionando uma "brincadeira de mau gosto" que é a "guerra às cartolas". Não há qualquer menção a elogios da imprensa às brincadeiras do carnaval. Portanto, essa alternativa está incorreta.

B) era entediante porque repetia as mesmas brincadeiras todos os anos.

INCORRETO. O texto menciona que o carnaval "foi o que costuma ser todos os anos", mas não há indicação de que isso era visto como entediante. O autor critica o carnaval, mas não por ser repetitivo. Portanto, essa alternativa está incorreta.

C) era uma manifestação cultural popular, da qual a elite não participava.

INCORRETO. O texto não fornece informações suficientes para afirmar que a elite não participava do carnaval. O autor menciona "cidadãos que passeiam com suas famílias" sendo vítimas da "guerra às cartolas", o que sugere que pessoas de diferentes classes sociais participavam do carnaval. Portanto, essa alternativa está incorreta.

D) tinha as suas brincadeiras amplamente praticadas nas ruas da cidade.

CORRETO. O texto descreve diversas brincadeiras que aconteciam nas ruas durante o carnaval, como "grupos de zé-pereiras a zabumbarem por aí além", "dominós em quantidade e mudos como frades de pedra", "homens vestidos de mulher", "mulheres vestidas de homens", e a "guerra às cartolas". Isso indica que as brincadeiras do carnaval eram, de fato, amplamente praticadas nas ruas da cidade. Portanto, essa alternativa está correta.

Portanto, a alternativa correta é a LETRA D.

A alternativa correta é letra A) 2. Revolta da Chibata; 3. Sufragista; 4. Canudos; 7. Primeira engenheira negra brasileira.

Gabarito: ALTERNATIVA A

Relacione os seguintes personagens da história brasileira do início do século passado aos fatos aos quais estão ligados e assinale a alternativa com a correspondência correta.

• 1. José Maria.

José Maria de Santo Agostinho foi o beato que liderou as primeiras movimentações da Guerra do Contestado (1912-1916). Identificando na República o epicentro de todos os males e de todas as desordens brasileiras por considerar que apenas a monarquia seria um governo legítimo para o país, José Maria associou a grave crise social do interior de Santa Catarina à ilegitimidade do governo. No período, o governo federal e os governos estaduais do Paraná e de Santa Catarina estavam realizando séries de investimentos e de obras na região para a modernização geral e a integração pela ferrovia. No processo, muitos sertanejos estavam sendo desalojados e toda a vida econômica e social na região estava em colapso por conta da desorganização geral das formas tradicionais. José Maria, que já se destacava por pregar contra o governo, liderou o primeiro levante armado da região, quando foi morto em combate apesar da vitória do seu grupo contra as forças policiais. Nos anos seguintes, os combates se seguiram sob a inspiração inicial do beato José Maria, que associava a vontade divina ao combate contra a República.

• 2. João Cândido Felisberto.

Membro da Marinha do Brasil, João Cândido foi o principal líder da Revolta da Chibata (1910). Filho de ex-escravos, Cândido foi alistado à força em sua juventude na Marinha, na qual participou de algumas missões relevantes. No entanto, eram notórios os maus tratos dedicados pelos oficiais aos subalternos, principalmente aos marinheiros negros, o que incluía castigos físicos e a aplicação da chibata. Em 1910, ocorreu um levante generalizado em navios de guerra brasileiros contra as aviltantes condições de trabalho e contra a permanência dos castigos físicos. João Cândido foi o líder maior dos revoltosos, assumindo o comando da esquadra e apontando os canhões para o Rio de Janeiro para exigir a abolição dos castigos físicos e da discriminação na Marinha. Apesar da promessa de anistia geral feita pelo governo brasileiro, João Cândido e alguns de seus companheiros acabariam expulsos da Marinha.

• 3. Bertha Lutz.

Bertha Lutz, além de brilhante pesquisadora de ciências naturais especializada em anfíbios, foi uma das grandes ativistas feministas do início do século XX com especial destaque para sua atuação em favor do sufrágio universal. Além de filha do ímpar Adolfo Lutz, Bertha Lutz teve uma carreira de grande destaque na ciência brasileira, trabalhando por anos junto ao Museu Nacional e sendo a segunda mulher admitida no serviço público brasileiro (1918). Além disso, teria destaca atuação política, tanto organizando debates em torno da questão feminina na política quanto atuando na vida eleitoral, chegando à Câmara Legislativa do Rio de Janeiro em 1936. Cumpre ainda destacar seus longos anos dedicados ao desenvolvimento da educação e da ciência no Brasil, o que lhe rendeu destacadas homenagens.

• 4. Antônio Vicente Mendes Maciel.

Curioso a banca ter utilizado o nome completo do beato Antônio Conselheiro, o que é bastante incomum na bibliografia. Antônio Conselheiro foi o grande líder da Guerra de Canudos (1896-1897). Com sua compreensão messiânica do mundo, Conselheiro entendia que a República, fundada em 1889, era uma fonte geral de corrupção e de desordem na vida brasileira por ter desalojado a monarquia, sob a qual, no seu pensamento, reinaria a vontade divina. A fundação do arraial de Canudos no sertão baiano sob sua liderança foi capaz de galvanizar os excluídos do Brasil profundo sob um discurso contra as iniquidades e as dificuldades gerais para formar uma nova sociedade. Entendendo que a república era a fonte de todas as mazelas daquela população, Conselheiro insistia na narrativa messiânica de restaurar a monarquia para garantir o restabelecimento da vontade divina e da ordem real.

• 5. Francisca Edwiges Neves Gonzaga.

Mais uma vez, a banca utiliza o nome completo da personagem apesar de nem mesmo a bibliografia especializada fazê-lo. Trata-se, aqui, de Chiquinha Gonzaga, pioneira musicista brasileira a discutir, com suas bases clássicas, as formas e as feições da música popular brasileira. Enfrentando uma série de preconceitos de gênero e vendo questionada sua escolha pela música popular, Chiquinha Gonzaga teve uma importante atuação na formação da música brasileira do século XX.

• 6. Narcisa Amália de Campos.

A fluminense Narcisa Amália de Campos foi a primeira mulher a se profissionalizar jornalista no Brasil. Poeta importante da segunda metade do século XIX, a Amália de Campos começou a se destacar na cena intelectual brasileira por volta de 1880, antes mesmo de completar trinta anos. Suas recepções literárias ficariam bastante famosas naqueles últimos anos da monarquia brasileira, chegando a receber o próprio imperador. A partir de 1884, passa a atuar profissionalmente na imprensa, escrevendo em defesa da condição da mulher no Brasil, questionando graves contradições sociais e advogando pela Abolição e pela República.

• 7. Enedina Alves Marques.

A curitibana Enedina Alves Marques ficou marcada por dois ineditismo importantes ao se formar em Engenharia Civil na Universidade Federal do Paraná em 1945. Marques foi a primeira mulher engenheira a se formar no Paraná e a primeira mulher negra a se tornar engenheira no Brasil.

• 8. José Martinez.

José Martinez foi um anarco-sindicalista paulista nos primórdios da industrialização brasileira. Associado à Federação Operária de São Paulo e à Confederação Operária Brasileira, Martinez, aos 21 anos, estava participando de uma greve numa tecelagem paulistana quando foi morto durante a intervenção policial. Sua morte causou grande comoção pelas principais cidades brasileiras e serviu de estopim para a Greve Geral de 1917, quando o movimento operário brasileiro coordenou greves em várias cidades, o que paralisaria importantes setores da economia.

a)  2. Revolta da Chibata; 3. Sufragista; 4. Canudos; 7. Primeira engenheira negra brasileira.

b)  1. Canudos; 6. Primeira jornalista profissional brasileira; 7. Sufragista; 8. Anarquista.

c)  4. Contestado; 5. Musicista; 6. Sufragista; 8. Revolta da Chibata.

d)  3. Primeira jornalista profissional brasileira; 5. Sufragista; 6. Anarquista; 8. Comunista.

e)  1. Contestado; 3. Musicista; 4. Canudos; 6. Comunista.

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.

A alternativa correta é letra D) I, II, IV e V.

A característica definidora das pandemias é o surto epidêmico de abrangência global. Não há consenso quanto aos números, mas se estima que a Peste Bubônica, conhecida como Peste Negra, tenha vitimado, aproximadamente, um terço da população europeia em meados do século XIV. O norte da África e parte da Ásia, particularmente o Oriente Próximo, também foram duramente atingidos pela epidemia.

Sobre as pandemias, analise as afirmativas a seguir.

I. A prática da quarentena começou durante o século XIV, em um esforço para proteger as cidades costeiras das epidemias de peste. As autoridades portuárias cautelosas exigiram que os navios que chegassem a Veneza dos portos infectados estivessem ancorados por quarenta dias antes do desembarque.

CORRETA. O termo quarentena, do italiano quaranta, nasceu na Europa no século XIV quando o continente estava sendo atingido pela peste negra, ou peste bubônica. Essa doença devastou cidades e regiões inteiras com uma alta taxa de letalidade, dizimando cerca de um terço da população europeia. Diante desse cenário, foram adotadas medidas para conter sua transmissão. 

Em Ragusa (atual Dubrovnik, na Croácia), que pertencia à República de Veneza no século XIII, servia como um porto avançado de Veneza no Mediterrâneo. Durante a pandemia da peste bubônica, as autoridades decidiram que os navios deveriam ficar ancorados em alto mar no período de 30 dias antes de atracar no porto e desembarcar seus passageiros. Cerca de um século depois o senado de Veneza modificou a quantidade de dias para o cenário de epidemias, passando de 30 dias para “quaranta giorni” (quarenta dias, em italiano), surgindo assim o termo quarentena.

II. A maioria das pandemias emergentes são zoonoses, isto é, doenças infecciosas causadas por bactérias, vírus, parasitas ou príons, que saltaram de hospedeiros não humanos, usualmente vertebrados, para os humanos.

CORRETA. Zoonoses são infecções e doenças transmissíveis dos animais aos seres humanos. A infecção pode ser adquirida diretamente dos animais, ou através da ingestão de alimentos contaminados. Estudos destacam que 70% das doenças emergentes no mundo, como ebola e zika, e quase todas as pandemias (influenza, HIV/aids, covid-19) são zoonoses, ou seja, causadas por micróbios que infectavam originalmente animais. E o surgimento dessas doenças entre as pessoas está se acelerando.

Além disso, pesquisadores estimam que possam existir cerca de 1,7 milhão de vírus hoje desconhecidos tendo como hospedeiros mamíferos, em especial os morcegos – como ocorreu com a própria covid-19 -, ou aves. Desses, entre 540 mil e 850 mil poderiam chegar a dar o salto das espécies e contaminar humanos. Observe a imagem abaixo.

III. O aquecimento global, o desmatamento, a destruição dos habitats selvagens, a domesticação e a criação de aves e mamíferos em escala industrial destroem o equilíbrio evolutivo entre as espécies, dificultando as condições para saltos desses vírus de uma espécie a outra, inclusive a nossa.

ERRADA. A última parte do item está incorreta. O que vem acontecendo desde o início deste milênio é um ‘salto de espécies’, ou seja, o vírus salta de uma espécie animal em que é parasita habitual para a espécie humana. Em resumo, o aquecimento global, o desmatamento, a destruição dos habitats selvagens, a domesticação e a criação de aves e mamíferos em escala industrial destroem o equilíbrio evolutivo entre as espécies, facilitando as condições para saltos desses vírus de uma espécie a outra, inclusive a nossa.

IV. Noventa anos depois da Gripe Espanhola, uma nova cepa do vírus H1N1 Influenza voltou a circular e causou nova pandemia. Originalmente, a doença era chamada de gripe suína porque havia a suspeita de que o vírus tivesse sido transmitido ao homem a partir de porcos. A doença começou a ser registrada inicialmente no México e depois se espalhou pelos Estados Unidos.

CORRETA. A pandemia de gripe suína – Influenza A (H1N1), em 2009, atingiu mais de 70 países e provocou a morte de mais de 150 mil pessoas. A doença começou a ser registrada inicialmente no México e depois se espalhou pelos Estados Unidos.

O vírus era altamente contagioso e se espalhou rapidamente, o que fez com que a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitisse um alerta de pandemia, em abril de 2009. . A maior parte das mortes inicialmente ocorreu no México. A incidência e a mortalidade da gripe suína pelo H1N1 é mais alta entre adultos jovens e de meia-idade e mais baixa nos pacientes idosos do que as de uma gripe sazonal, possivelmente pelo fato de que pessoas mais jovens não terem sido expostas previamente a vírus da influenza semelhantes. A pandemia entrou em um período pós-pandemia em agosto de 2010.

V. No Brasil, a epidemia da Gripe Espanhola chegou em setembro de 1918, por meio do navio inglês Demerara, vindo de Lisboa. Dele, desembarcaram pessoas em Recife, Salvador e Rio de Janeiro, contaminando, em pouco mais de duas semanas, a população dessas cidades e outras localidades do nordeste e São Paulo.

CORRETA. Os historiadores acreditam que a epidemia da Gripe Espanhola chegou no Brasil em setembro de 1918. O navio inglês "Demerara", vindo de Lisboa, desembarca doentes em Recife, Salvador e Rio de Janeiro (então capital federal). No mesmo mês, marinheiros que prestaram serviço militar em Dakar, na costa atlântica da África, desembarcaram doentes no porto de Recife. Em pouco mais de duas semanas, surgiram casos de gripe em outras cidades do Nordeste e em São Paulo.

Diante do desconhecimento de medidas terapêuticas para evitar o contágio ou curar os doentes, as autoridades aconselhavam apenas que se evitasse as aglomerações. Estima-se que entre outubro e dezembro de 1918, período oficialmente reconhecido como pandêmico, 65% da população adoeceu. Só no Rio de Janeiro, foram registradas 14.348 mortes.  Em São Paulo, outras 2.000 pessoas morreram.

Logo, os itens I, II IV e V estão corretos e o item III está incorreto.

A alternativa correta é letra A) Padre Cícero.

Gabarito: ALTERNATIVA A

Durante a Primeira República, o domínio dos “coronéis” no campo era quase absoluto. Contudo, mostrou-se insuficiente para impedir que muitos trabalhadores rurais seguissem líderes messiânicos, que acenavam com a promessa de uma sociedade justa e fraterna. Vale a pena destacar o seguinte líder religioso desse período:

• a)  Padre Cícero.

Radicado no Ceará a partir de Juazeiro do Norte, o Padre Cícero Romão Batista foi uma das mais importantes forças políticas do Nordeste durante a Primeira República (1889-1930). Ganharia grande fama no semiárido depois que um milagre teria ocorrido em 1889 durante uma missa conduzida por ele, o que lhe atrairia grande força popular. A partir da década de 1910, teria uma intensa participação política, tornando-se o primeiro prefeito de Juazeiro do Norte e uma força política comparável aos coronéis. Curiosamente, o cangaceiro Virgulino Lampião era devoto de Padre Cícero e, a mando do clérigo, perseguiria a Coluna Prestes em sua passagem pelo Nordeste. O padre ainda seria eleito deputado federal, mas não chegaria a tomar posse do cargo; e seria uma voz intensa no combate ao comunismo no país. ALTERNATIVA CORRETA.

• b)  Padre Diogo de Feijó.

O Padre Feijó foi uma figura central durante o Período Regencial (1831-1840). Membro do Partido Liberal, seria o regente uno de 1835 a 1837, período em que trabalhou pela descentralização do poder. Alternativa errada.

• c)  Padre João Ribeiro.

Ao lado do Frei Caneca, foi um dos vários religiosos a se envolver diretamente com a Revolução Pernambucana (1817). À época, a capitania de Pernambuco se levantou contra a corte portuguesa no Rio de Janeiro cujos gastos haviam ampliado sobremaneira a carga tributária sobre o Nordeste, que já vivia a decadência do açúcar. Alternativa errada.

• d)  Frei Caneca.

Como explicado acima, Frei Caneca foi uma das lideranças da Revolução Pernambucana - inclusive, seria condenado à morte e executado por isso. Ou seja, trata-se de uma figura muito anterior ao período solicitado nesta questão. Alternativa errada.

• e)  Raimundo Gomes, o “Cara Preta”.

Raimundo Gomes foi um vaqueiro que liderou o início da Balaiada no Maranhão em 1838. Tratou-se de uma das várias rebeliões provinciais ocorridas durante o período regencial. Alternativa errada.

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.

A alternativa correta é letra E) reestruturação do espaço urbano.

Gabarito: LETRA E

Era o gemido soturno e lamentoso do Passado, do Atraso, do Opróbrio. A cidade colonial, imunda, retrógrada, emperrada nas velhas tradições, estava soluçando no soluçar daqueles apodrecidos materiais que desabavam. Mas o hino claro das picaretas abafava esse projeto impotente. Com que alegria cantavam elas — as picaretas regeneradoras! E como as almas dos que ali estavam compreendiam o que elas diziam, no clamor incessante e rítmico, celebrando a vitória da higiene, do bom gosto e da arte.

BILAC, O. Crônica (1904). Apud SEVCENKO, N. Literatura como missão: tensões sociais e criação cultural na Primeira República. São Paulo: Brasiliense, 1995.

O texto faz referência às importantes reformas urbanísticas ocorridas no início do século XX no Rio de Janeiro. Em 1904, o Rio de Janeiro estava vivendo as suas grandes reformas urbanísticas e sanitárias sob o comando do prefeito Pereira Passos. Por um lado, havia o plano da modernização e do embelezamento à europeia de toda a capital da República, abrindo largas avenidas e transformando a arquitetura do Rio de Janeiro. Por outro, havia um esforço de sanitização urbana, combatendo doenças endêmicas e enfrentando grandes desafios de saneamento básico e de higienização. No entanto, ao fundo de todas essas medidas, estava uma série de políticas públicas de baixíssima sensibilidade social, fazendo com que as classes menos favorecidas sofressem parte significativa das perdas e das perseguições em meio às reformas. Para a abertura das novas avenidas no antigo centro carioca, foram demolidos prédios que serviam de cortiços aos mais pobres, bem como se perseguia abertamente o entretenimento popular em nome da moralidade pública da capital. Consequentemente, uma grande massa de desvalidos foi condenada à repressão policial e a um gravíssimo achatamento da qualidade de vida: excluídos para subúrbios distantes, vendo o custo de vida disparar e sentindo a criminalização do seu cotidiano. As insatisfações sociais com as reformas chegavam a patamares explosivos sem que fosse dada qualquer forma de atenção mais séria. Em 1904, sob a orientação de Oswaldo Cruz, seria lançada a vacinação obrigatória contra a varíola, doença endêmica que afetava gravemente a cidade. E era nesse processo que vibravam "as picaretas civilizatórias". Assim, observemos as alternativas propostas.

a)  erradicação dos símbolos monárquicos.

b)  restauração das edificações seculares.

c)  interrupção da especulação imobiliária.

d)  reconstrução das moradias populares.

e)  reestruturação do espaço urbano.

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA E.

A alternativa correta é letra A) Acrítica permite compreender que, apesar da mudança de regime político, as elites republicanas permaneceram adeptas da cultura cosmopolita e europeia.

Gabarito: Letra A

A crítica permite compreender que, apesar da mudança de regime político, as elites republicanas permaneceram adeptas da cultura cosmopolita e europeia.

Em sua fala o senador Rui Barbosa tece uma crítica ao uso do maxixe intitulado Corta-jaca na recepção presidencial realizada no início do mês de novembro de 1914.

Tratando a música e a dança como selvagem, “irmã gêmea do batuque, do cateretê e do samba”, Rui Barbosa desvaloriza a produção nacional e popular enaltecendo, em contrapartida, a música europeia, em sua fala representada pela citação do compositor de música clássica alemão Richard Wagner. De acordo com a visão de Rui Barbosa, que aqui representa as elites republicanas, a recepção presidencial deveria prezar por apresentar as culturas mais distintas e reservadas, ou seja, a música clássica cultuada pelos mais nobres e mais ricos da sociedade brasileira.

Por que as demais estão incorretas?

Letra B: O discurso elogia os esforços para compatibilizar a cultura republicana com as práticas e tradições dos grupos populares.
 

O discurso faz uma crítica, e não um elogio, a essa compatibilização entre cultura republicana e música popular.

Letra C: A eclosão da Primeira Guerra Mundial contribuiu para a difusão de uma política cultural de caráter nacionalista e excludente.
 

O ano de 1914 foi o ano de eclosão da Primeira Guerra Mundial, mas essa não contribuiu para a difusão de uma política cultural de caráter nacionalista e excludente. Além disso, no Brasil, as elites cultuavam ainda uma cultura clássica europeia, e não nacionalista.

Letra D: O programa musical adotado na recepção revelava tendências modernistas ao conferir status de arte às danças populares.
 

O programa musical adotado na recepção não revelava tendências modernistas, pois o movimento modernista brasileiro só ocorreria anos depois, em 1922.

Letra E: A apresentação do maxixe Corta- jaca indicava uma resposta para contornar a xenofobia e eugenia presentes na cultura oficial.

Não existia uma xenofobia ou uma eugenia na cultura oficial republicana dessa época. A cultura seguida pelas elites era europeia e não nacional, e as teses eugênicas ainda estavam chegando ao Brasil.

Referência:

Discurso do senador Rui Barbosa, Diário do Congresso Nacional, 8/11/1914, p. 2789.

A alternativa correta é letra B) F, F, V, F.

Gabarito: ALTERNATIVA B

“No começo do século XX, era um desafio para escritores e artistas divulgarem suas produções, num país de dimensões continentais cheio de contrastes, onde quase 80% da população era analfabeta representando um obstáculo ao acesso à cultura.” (SALIBA, 2012, p.239)

• (F) Após a abolição formal o trabalho escravo continuou marcando a vida de muitos brasileiros e, por isso, a cultura popular prevaleceu diante da cultura letrada, a exemplo da literatura de cordel que passou a ser divulgada inicialmente nas feiras livres e posteriormente ganhou espaço nas principais livrarias da época.

Ora, se, como diz o enunciado, o analfabetismo era uma realidade abundante no final do século XIX. Portanto, como poderia a literatura de cordel poderia ser um meio importante de difusão cultural? Perceba o estudante que a afirmativa não faz sentido em seus próprios termos. Com níveis tão elevados de analfabetismo, predominam as formas orais de difusão cultural entre as massas, ao passo que apenas uma pequena parcela da população tem acesso aos meios formais. AFIRMATIVA FALSA.

• (F) Após a Proclamação da República, a supremacia cultural do Rio de Janeiro cedeu lugar para os Estados de Minas Gerais e São Paulo. Esses Estados se transformaram em epicentros catalizadores de toda cultura nacional devido à política café-com-leite.

Ao contrário de outros estados, a cidade do Rio de Janeiro tinha níveis de analfabetismo mais baixos, girando em torno dos 60% da população. A liderança de Minas Gerais e de São Paulo se dava nos planos econômico e político, e não no cultural. Culturalmente, a capital da república continuaria sendo o centro mais vibrante, principalmente nos primeiros anos do século XX, quando passaria por uma série de reformas urbanas inspiradas em Paris. AFIRMATIVA FALSA.

• (V) Com formatação moderna, focada sobretudo no público urbano, feminino e infantil, o novo jornalismo foi destaque no campo cultural: algumas revistas ganharam destaque no Rio: Revista da Semana (1900), O Malho (1902), Kosmos (1904), Fon-Fon (1907), Careta (1908).

Como destacado acima, o analfabetismo era um pouco menos calamitoso no Rio de Janeiro em comparação com o restante do país. Isso permitiu o surgimento de uma nova imprensa na capital focada no público urbano. A efervescência cultural da cidade ensejou uma série de publicações de jornais e revistas para diversos públicos. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

• (F) Com a criação do Ministério da educação e cultura, após a Proclamação da República, o mercado editorial ganhou impulso. No entanto, o acesso à leitura continuou restrito ao pequeno número de alfabetizados.

O Ministério da Educação e Cultura só seria criado em 1930, depois da queda da Primeira República (1889-1930). Portanto, não faz sentido se associar diretamente a criação do MEC à Proclamação da República. AFIRMATIVA FALSA.

Assim, temos a sequência: F - F - V - F.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA de preenchimento dos parênteses:
a)  V, V, F, F.
b)  F, F, V, F.
c)  F, F, V, V.
d)  F, V, V, F.
e)  F, V, V, V.

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA B.

A alternativa correta é letra E) I, IV e V.

Gabarito: ALTERNATIVA E

(SEVCENKO, 1995, p.36).

A afirmativa praticamente repete aquilo que é dito no trecho citado no enunciado, não havendo muito espaço para dúvidas. O único ponto a ser observado é que a Rua do Ouvidor, no final do século XIX, era um ponto nevrálgico do comércio carioca, cujas lojas atraíam a elite da capital brasileira com produtos vindos da Europa. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

Ora, o texto é muito claro sobre o enviesamento cultural vivido pelo Brasil naquele início de República. A ideia de modernização estava intimamente ligada à negação sobre a cultura popular, buscando nos costumes europeus a tradução maior da civilização e das boas práticas. Os elementos brasileiros eram antes compreendidos como marca maior de atraso em relação à Europa e de corrupção dos costumes. Afirmativa falsa.

Como dito acima, as manifestações populares eram antes compreendidas como um problema pelo projeto modernizador brasileiro. E o carnaval era uma dessas manifestações vistas como menores na medida em que não reproduzia os hábitos europeus. O que ocorreu foi antes a europeização do carnaval nos salões nobres da cidade, ao passo que o carnaval de rua ficou sendo entendido como algo menor. Além disso, o Carnaval das escolas de samba só surgiria na década de 1930, quando essas agremiações populares vão se organizar de fato. Afirmativa falsa.

Nesta afirmativa, o avaliador simplesmente descreve os elementos da vida europeia importados pelo Rio de Janeiro da virada do século. Data desse momento, por exemplo, a construção do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e a conformação da Cinelândia, além da multiplicação dos cafés pelo centro da cidade. Sempre atentos à estética europeia, os membros dessa elite tentavam emular os costumes parisienses nas mais diversas expressões do lazer e do cotidiano. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

Como explicado acima, a cultura popular passou a ser compreendida como um obstáculo à modernização do país, e não como uma marca da singularidade brasileira. Principalmente no início do século XX, houve uma criminalização geral da ludicidade e do lazer populares. Além das festas populares, há de se observar que as formas de lazer como os jogos, as rodas de samba e o cotidiano dos botequins passaram a ser alvo da repressão policial em nome do projeto modernizador. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

Assim, são verdadeiras as afirmativas I, IV e V.

É CORRETO o que se afirma apenas em:
a)  I e IV.
b)  I, II e III.
c)  II, III e V.
d)  IV e V.
e)  I, IV e V.

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA E.