Questões Sobre Primeira República - História - concurso

A alternativa correta é letra C) as brechas que indivíduos negros abriam no sistema elitista da sociedade da Primeira República, fundamentado na teoria do branqueamento, que atribuía o atraso socioeconômico brasileiro à questão racial.

Gabarito: ALTERNATIVA C

A história da Dra. Maria Odília Teixeira simboliza, no contexto da luta pela conquista de direitos no Brasil,

• a)  a superação da legislação estabelecida pela Constituição de 1824, que proibia o negro liberto e alforriado de participar do processo eleitoral – mesmo tendo condições econômicas – e de exercer cargos públicos, após a independência política.

O caso de Maria Odília Teixeira não faz referência do direito ao voto, que, aliás, era vetado às mulheres até 1932. Além disso, a Constituição de 1824 não proibia o negro livre de participar das eleições, apenas exigia uma progressiva renda para exercer a cidadania plena. Alternativa errada.

• b)  a supressão da exclusão racial no Segundo Império, quando a proibição do tráfico negreiro e a posterior abolição da escravidão integrou o negro à sociedade brasileira, restringindo a entrada de imigrantes europeus no Brasil.

O caso se passa no início do século XX; ou seja, já durante a Primeira República (1889-1930), que sucedeu ao Segundo Reinado (1840-1889). De toda forma, o processo de desmonte das estruturas da escravidão jamais foi seguido por um processo de real integração do negro à sociedade brasileira. Pelo contrário, foram sistematicamente excluídos ao mesmo tempo em que as estruturas sociais do racismo eram mantidas intactas. Por sua vez, durante todo o Segundo Reinado, houve grande incentivo à entrada de europeus no país como forma de garantir mão de obra assalariada para as lavouras brasileiras ao mesmo tempo em que se levava a cabo um projeto de embranquecimento populacional. Alternativa errada.

• c)  as brechas que indivíduos negros abriam no sistema elitista da sociedade da Primeira República, fundamentado na teoria do branqueamento, que atribuía o atraso socioeconômico brasileiro à questão racial.

O pensamento cientificista do final do século XIX identificou na miscigenação brasileira as causas fundamentais do atraso geral do país, entendendo que o elemento negro era um símbolo de decadência e de degeneração na sociedade brasileira. Para "corrigir" o processo de miscigenação, insistiu-se no branqueamento populacional por meio da imigração, que atrairia brancos para o país. Esse horizonte de pensamento foi dominante durante a Primeira República e o caso abordado no enunciado mostra uma exceção à regra: o negro conseguindo passar pelas frestas de uma sociedade hierarquizada e excludente. ALTERNATIVA CORRETA.

• d)  a consolidação do nacionalismo populista getulista que, ao acelerar o processo de urbanização e industrialização, extinguiu as disparidades regionais, econômicas, sociais e étnicas existentes.

O populismo getulista se concentrou entre 1930 e 1945; ou seja, em momento posterior ao caso citado no enunciado. Além disso, o processo de urbanização e de industrialização no período Vargas tinha o Sudeste como seu principal cavalo de batalha, aprofundando as disparidades em relação à decadente economia nordestina. Alternativa errada.

• e)  o apoio que o regime ditatorial civil-militar estabeleceu em relação a pautas minoritárias como a questão racial, buscando desviar a atenção dos problemas advindos da concentração de renda e da repressão política.

A ditadura brasileira ocorreu de 1964 a 1985; ou seja, em momento muito posterior ao caso citado no enunciado. Além disso, o regime militar brasileiro tinha um corte absolutamente conservador, pouco afeito às minorias e sem nenhuma afinidade com a questão racial. Alternativa errada.

Note o estudante, por fim, que se tratava de um esforço de cronologia. Bastava, para solucionar a questão, enquadrar o ano de 1909, baliza fornecida pelo enunciado, dentro da Primeira República (1889-1930). Ou seja, um simples esforço de interpretação de texto com compreensões básicas sobre a história brasileira seriam suficientes para a resolução. Sem mais, está correta a ALTERNATIVA C.

A alternativa correta é letra D) o descompasso entre as propostas renovadoras da vanguarda e o gosto tradicional do público.

Gabarito: ALTERNATIVA D

Observe a charge de Belmonte, publicada na primeira página da Folha da Noite, em 20 de fevereiro de 1922.

• Ao representar a Semana de Arte Moderna, a charge ironiza

A questão se trata de um simples exercício de interpretação da charge, devendo o estudante identificar a alternativa que mais bem se encaixa ao estímulo visual. A Semana de Arte Moderna de 1922 foi muito mal recebida pelo público tradicional, que não identificava na arte moderna os elementos tradicionais de arte. A charge mostra esse descompasso: ser artista é julgado pelo público como algo negativo, algo em franco desacordo com as compreensões tradicionais de arte e de sociabilidade. Assim, observemos as alternativas propostas.

a)  o atraso da arte brasileira em relação ao que era produzido no resto do Ocidente. b)  a inexistência de preocupações, entre os artistas da vanguarda, com a cultura popular. c)  a irracionalidade que caracterizava a produção dos participantes da vanguarda. d)  o descompasso entre as propostas renovadoras da vanguarda e o gosto tradicional do público. e)  a formação técnica limitada dos artistas, que não conseguiam obter efeitos realistas.

As propostas renovadoras dos artistas modernos de 1922 chocaram a audiência tradicional, que não compreendia aquelas expressões artísticas. Todas as outras alternativas tratavam de questões absolutamente alheias à representação da charge. Sem mais, está correta a ALTERNATIVA D.

A alternativa correta é letra C) 3, 1, 2, 4.

Gabarito: Letra C
 

A sequência correta é 3,1,2,4

Essa questão não é tão simples quanto parece e deveria ter sido anulada. Pois um grupo de imigrantes se espalhou por mais de uma região geográfica citada pelo enunciado da questão. Por exemplo, os italianos e japoneses estiveram presentes tanto em São Paulo quanto no Paraná.
 

A banca usou como referência o livro didático que reuniu uma série de autores e autoras de vários campos de estudo das ciências humanas. A partir dessa fonte vamos comentar a sequência.
 

( 3 ) Eslavos (poloneses e ucranianos).
 

Os imigrantes eslavos eram, em geral, poloneses e ucranianos, e a maioria estabeleceu-se no Paraná, principalmente em Curitiba, formando colônias nos vales dos rios Negro e Ivaí.

( 1 ) Alemães.
 

Os alemães se instalaram na região sul, ocupando principalmente o Rio Grande do Sul e Santa Catarina onde receberam pequenos lotes e fundaram colônias que se transformaram nas cidades de Joinville e Blumenau.

( 2 ) Italianos.
 

De acordo com as autoras, os italianos se instalaram em terras devolutas do planalto de Santa Catarina, onde praticavam a agricultura familiar em pequenas propriedades, dedicando-se à cultura da vinha e ao trabalho nas vinícolas, que se tornaram tradição regional. No sudeste do estado, os italianos fundaram as cidades de Criciúma e Urussanga. 

( 4 ) Japoneses.

 A imigração japonesa para o Brasil começou em 1908, mas a maior parte chegou no decênio 1925-1935. As autoras apontam que mais de três quartos dos imigrantes japoneses estabeleceram-se no estado de São Paulo, seja na capital ou em outros municípios como Tupã, Bastos, Marília, na região do Vale do Paraíba paulista e no Vale do Ribeira. 

Referência:
 

BRAICK, Patrícia Ramos et al. Ciências humanas e sociais aplicadas. Sociedade, economia e política. Editora Moderna Plus. São Paulo, 2020.

A alternativa correta é letra A) Tiradentes.

Gabarito: Letra A

Tiradentes

Em seu livro A Formação das Almas, o imaginário da República no Brasil, José Murilo de Carvalho afirma que a transformação dos participantes do 15 de Novembro em heróis nacionais foi feita com grande esforço, mas não vingou e nem foi tão poderosa tal como ocorreu com a figura de Tiradentes.

Tiradentes começou a ser resgatado como um importante figura histórica e mártir republicano a partir da segunda metade do século, ainda durante o Segundo Reinado, principalmente pelos políticos liberais mais radicais que desafiaram o esforço do governo monárquico em produzir a memória sobre si ao tentar elevar D. Pedro I à condição de herói nacional.

Foi ainda durante o Segundo Reinado que a figura de Tiradentes passou a ser comparada a de Cristo, através de poemas e caricaturas e que faziam analogia entre o suplício de Cristo e o de Tiradentes. Com a instalação da República, a imagem sagrada de Tiradentes foi reforçada com o estabelecimento de um feriado nacional no dia 21 de abril, quando ocorreram desfiles cívicos, além da criação de estátuas e de pinturas para o mártir.

Por que as demais estão incorretas?

Letra B: Floriano Peixoto.

Pelo seu caráter autoritário na repressão das revoltas da Armada e Federalista não foi considerado como um grande herói republicano. Somente os republicanos mais radicais (jacobinos) e uma parcela do Exército o enxergavam como herói nacional. Não teve apelo entre os republicanos liberais e nem entre outros setores das Forças Armadas.

Letra C: Marechal Deodoro.

Segundo José Murilo de Carvalho, Deodoro não foi visto como um herói republicano pela desconfiança que se tinha do marechal, pelo fato de ser amigo de D. Pedro II, por defender a monarquia e por não ter apelo popular.

Letra D: Benjamin Constant.

Benjamin Constant, um dos principais nomes do golpe que derrubou a monarquia, não teve apelo popular e nem dos militares.

Referência:

CARVALHO, José Murilo de. A formação das almas: O imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

A alternativa correta é letra C) Lei Adolfo Gordo.

Gabarito: ALTERNATIVA C

Como forma de tentar fiscalizar e dominar esses indivíduos, o Congresso Nacional aprovou em 1907 o(a):

• a)  Lei de Imigração.

A primeira Lei de Imigração brasileira seria promulgada em 1980, estabelecendo o Conselho Nacional de Imigração e as condições de circulação de estrangeiros dentro do território brasileiro em tempos de paz. Alternativa errada.

• b)  Lei Glicério.

Promulgada em 1890, a Lei Glicério previa facilitar a imigração para o Brasil como forma de garantir a expansão do contingente de mão de obra no país. No seu artigo primeiro, a referida lei estabelecia que:

 É inteiramente livre a entrada, nos portos da Republica, dos indivíduos válidos e aptos para o trabalho, que não se acharem sujeitos á ação criminal do seu país, excetuados os indígenas da Ásia, ou da África que somente mediante autorização do Congresso Nacional poderão ser admitidos de acordo com as condições que forem então estipuladas.

Alternativa errada.

• c)  Lei Adolfo Gordo.

As Leis Adolfo Gordo foram um conjunto de leis que começaram a ser promulgadas em 1907, com a Primeira Lei de Expulsão de Estrangeiros. Com a atração de imigrantes europeus para o Brasil, imigrou para o país um importante contingente de anarquistas e sindicalistas experimentes, sobretudo oriundos da Itália. Já no início do século XX, esses trabalhadores passariam a questionar a própria sociedade brasileira em suas iniquidades mais arraigadas. As leis de expulsão de imigrantes previam formas de debelar essas manifestações e formas de organização dos trabalhadores incentivadas pelos estrangeiros. ALTERNATIVA CORRETA.

• d)  Estatuto do Estrangeiro.

Trata-se de legislação da década de 1980, completamente fora da janela que se tem em questão. Alternativa errada.

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA C.

A alternativa correta é letra E) buscaram a liberdade na composição de suas figuras, ressignificando temas nacionais.

Gabarito: ALTERNATIVA E

É correto afirmar que os modernistas

• a)  libertaram a arte brasileira da influência e domínio dos padrões acadêmicos europeus.

A alternativa leva a pensar em uma das tensões fundamentais do modernismo brasileiro: a "antropofagia cultural" do Manifesto Pau-Brasil não se baseava na negação da existência das vanguardas e das escolas europeias, mas na absorção crítica, seletiva e miscigenada de seus princípios. Isto é, ao mesmo tempo em que se rompia com os modelos estéticos europeus na representação, dialogava-se com suas vanguardas para ajudar a compor uma interpretação terminalmente brasileira sobre as artes e sobre o próprio país. A base nacional do modernismo brasileiro lhe impunha uma dinâmica de assimilação e diálogo muito inovadores para as artes no Brasil. Alternativa errada.

• b)  usaram temas, cores e formas nacionais criando a primeira arte efetivamente brasileira.

É muito complicado se falar em "arte efetivamente brasileira", uma vez que as expressões artísticas dificilmente podem ser resumidas à vivência de um país. Como explicado acima, os modernistas brasileiros tinham pontos de contato significativos com as vanguardas europeias, assim como outras formas artísticas nacional também estavam em diálogos com escolas artísticas de outros países. O que não impediu de surgir experiências muito fortes com características profundamente brasileiras, como o caso do nosso barroco e das expressões do nosso romantismo. Além disso, não se pode descartar as múltiplas manifestações artísticas populares por todo o território, o que não pode ser descartado também como expressões da brasilidade nas artes. Alternativa errada.

• c)  representavam uma expressão de arte voltada ao rural e ao indígena ante a urbanização.

A noção de predomínio dos temas indígenas sobre a realidade urbana brasileira era mais presente no Romantismo brasileiro, escola artística predominante do século XIX e, portanto, anterior ao Modernismo. Os artistas modernistas brasileiros não negariam as feições rurais do país, mas também estariam atentos ao crescente processo de urbanização e de industrialização do país. Assim, pensavam o país não só a partir de suas raízes agroexportadoras, mas também projetavam suas possibilidades desenvolvimentistas no século XX. Alternativa errada.

• d)  mantiveram como tema personas históricas poderosas, mas com liberdade de forma.

Um dos aspectos mais recorrentes nas artes plásticas modernas brasileiras seria o olhar renovado para a população, pensando na massa em detrimento do predomínio das narrativas dominadas pelas grandes figuras históricas. Não são raras as obras que se dedicam a retratar as pessoas comuns, os operários das novas indústrias e os trabalhadores das velhas lavouras cafeeiras. Alternativa errada.

• e)  buscaram a liberdade na composição de suas figuras, ressignificando temas nacionais.

A lógica das belas artes ainda dominava o cenário artístico brasileiro naquele início do século XX. As grandes transformações estéticas e intelectuais do fin de siècle e as possibilidades daquele início de entreguerras pareciam passar completamente ao largo da vida cultural brasileira, mesmo num centro econômico importante como São Paulo. O esforço daqueles jovens artistas modernistas passava pela proposição de um grande choque estético da cidade para uma renovação geral das artes. Compreender as questões brasileiras em franco diálogo - e não submissão - estético e artístico com as principais vanguardas europeias era uma urgência e, portanto, a organização de uma Semana de Arte capaz de demonstrar várias vertentes desse nascente modernismo brasileiro, como a música, a poesia, a pintura e a escultura. Ou seja, os temas nacionais estavam, sim, presentes nessas discussões, mas não mais nos moldes tradicionais do nacionalismo romântico e em diálogo amplo e crítico com as vanguardas europeias e com os rumos do Brasil. ALTERNATIVA CORRETA.

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA E.

A alternativa correta é letra A) Semana de Arte Moderna.

Gabarito: ALTERNATIVA A

• No ano de 1922, em São Paulo, ocorreu um evento importante para arte brasileira em geral. As obras expostas e apresentadas nesse evento demonstravam certo rompimento com o padrão artístico vigente. Alguns dos principais artistas presentes nessa exposição foram Tarsila do Amaral, Mário e Oswald de Andrade, Di Cavalcanti, entre outros. Esse evento recebeu o nome de

O enunciado faz referência ao momento do Modernismo das artes brasileiras, que teve seu marco fundador na Semana de Arte Moderna de 1922, ocorrida entre 13 e 17 de fevereiro e concentrada no Theatro Municipal de São Paulo. À época, buscava-se uma nova expressão artística brasileira em diversos campos com a participação de jovens artistas e intelectuais, como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Heitor Villa-Lobos, Mário de Andrade, Victor Brecheret, Manuel Bandeira e Oswald de Andrade. O "Manifesto da Poesia Pau-Brasil" dava densidade a muitos dos princípios artísticos e estéticos que orientavam aquela geração. No entanto, a Semana de Arte Moderna foi muito mal recebida pelo público tradicional, que não identificava na arte moderna os elementos tradicionais de arte. A partir dessa base, analisemos as alternativas que se seguem.

a)  Semana de Arte Moderna.
b)  Mês da Arte Moderna.
c)  Grande Exposição de Arte Contemporânea.
d)  Exposição de Arte Moderna.
e)  Semana de Arte Vanguardista.

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.

A alternativa correta é letra C) A política de associar o cinema à exposição do centenário da independência evidencia uma vontade do Estado em propagandear um país moderno.

Gabarito: Letra C

A política de associar o cinema à exposição do centenário da independência evidencia uma vontade do Estado em propagandear um país moderno.

O estado brasileiro na década de 1920 procurou construir através da intelectualidade e de alguns políticos a sua face mais moderna. E essa visão moderna seria cristalizada nas comemorações do centenário da Independência em 1922. Antes da realização do evento, algumas medidas foram tomadas para apagar o que restava do passado colonial, como, por exemplo, a derrubada definitiva do Morro do Castelo na capital federal, que abriu novas avenidas no centro da cidade bem como possibilitou a realização da exposição do centenário em um espaço mais amplo.

Além disso, o estado incentivou pela primeira vez a realização de documentários sobre o país, que comemorava 100 anos de soberania, isentando os produtores contratados para as filmagens do pagamento da taxa de importação dos negativos e dos materiais químicos para revelação.

Segundo Morettin, o objetivo dessa política de incentivo de documentários era a utilização do cinema como veículo de propaganda, de forma a expressar a pretendida modernidade nacional. A ocasião do centenário era considerada propícia, dada a presença de representantes de diversos Estados estrangeiros, oportunidade única para mostrar ao mundo o retrato do desenvolvimento do país.

Por que as demais estão incorretas?

Letra A: Este evento apostou no cinema e na exposição para exibir de modo tradicional, aos brasileiros, um país ibérico, associado às navegações modernas.

O centenário da Independência apostou no cinema e na exposição para exibir aos brasileiros e estrangeiros um país moderno e livre do passado colonial.

Letra B: Esta política de celebração de centenários datava do século XIX, envolvendo esporadicamente os serviços diplomáticos do ocidente.

A política de celebração de centenários foi bastante comum no século XIX, tomando como exemplos, a exposição universal da Filadélfia em 1876, quando se comemorou também o centenário da independência dos EUA ou mesmo o centenário da república francesa em 1893. Essas celebrações mobilizavam os serviços diplomáticos dos países, pois eram encarregados de fazer convites aos representantes dos estados para que pudessem apreciar os eventos, além disso, era necessário toda uma organização para recepcionar os chefes de estados, o que denotou importante participação e ação das diplomacias.

Letra D: O cinema e a exposição eram veículos de propaganda política, continuando um projeto de tornar o Rio de Janeiro o cartão postal da monarquia brasileira.

O cinema e a exposição eram veículos de propaganda política, continuando um projeto de tornar o Rio de Janeiro o cartão postal da república brasileira, como havia sido pensado nas primeiras décadas republicanas, sobretudo, no governo de Rodrigues Alves, quando houve a reforma do porto e da área central do Rio de Janeiro.

Referências:

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1996.

MORETTIN, Eduardo Victorio. "Um apóstolo do modernismo na Exposição Internacional do Centenário: Armando Pamplona e a Independência Film". Significação, 2012, n. 37.

SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

A alternativa correta é letra B) V – F – V.

Gabarito: Letra B

A sequência correta é: V-F-V

Vamos analisar as proposições.

( V ) A gripe infectou brasileiros a partir de 1918, no contexto das viagens marítimas motivadas pela participação do Brasil no patrulhamento do Atlântico Sul, como parte do esforço de guerra ao lado dos Aliados.

A gripe infectou brasileiros a partir de 1918, no contexto das viagens marítimas de patrulhamento e socorro médico que saíam do país em direção ao continente africano e à Europa. O Brasil participou da Primeira Guerra enviando navios que patrulhavam o Atlântico e também socorriam outros navios que eram afundados por submarinos alemães. A presença nesses espaços fez com que uma série de navios brasileiros voltassem ao país contaminados com o vírus da gripe e sem qualquer atitude de desinfecção e até mesmo de conhecimento da doença, que era recente, propiciou a disseminação da gripe em solo brasileiro.

( F ) O Presidente Wenceslau Braz convocou o sanitarista Carlos Chagas para controlar a doença no Rio de Janeiro, e este aproveitou a crise para criar o primeiro sistema público universal de saúde na capital.

O presidente Wenceslau Braz convocou o sanitarista Carlos Chagas para ser diretor geral da Saúde Pública e, assim, controlar a doença na capital federal. Inicialmente, Carlos Chagas recusou o convite e a diretoria foi assumida por Theophilo Torres, mas a imprensa e o clamor popular fizeram com que Chagas assumisse a diretoria geral de Saúde Pública a fim de combater a epidemia. O erro nessa alternativa está em dizer que houve a criação do primeiro sistema público universal de saúde. Este é uma criação recente, adotado a partir de final da década de 1980.

(V) A gripe espanhola disseminou-se fortemente nos centros urbanos com maior concentração populacional, e a maioria de suas vítimas provinha das camadas populares e dos grupos chamados de indigentes.

A gripe denominada espanhola espalhou-se pelas principais cidades do país, locais de maior contingente populacional naquele período. A doença foi especialmente violenta em áreas que apresentavam deficiente estrutura sanitária, como os subúrbios e cortiços espalhados pela cidade, e sobre indivíduos com deficiências nutricionais e de saúde.

Referência:

GOULART, Adriana da Costa. "Revisitando a espanhola: a gripe pandêmica de 1918 no Rio de Janeiro". História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 12, n. 1, p. 101-42, jan.-abr. 2005.