Logo do Site - Banco de Questões

Questões Sobre Primeira República - História - concurso

Continua após a publicidade..

421) Durante os embates relacionados à disputa entre Brasil e Bolívia pelo controle da região do atual estado do Acre, destacou-se a atuação do Barão de Rio Branco e de Assis Brasil, que, em novembro de 1903 conseguiram, por meio da diplomacia, aprovar a assinatura de um acordo entre as duas nações, o qual ficou conhecido como:

  • A) Tratado de Madri. ·

  • B) Tratado de Santo Ildefonso.

  • C) Tratado de Petrópolis.

  • D) Tratado Badajoz.

  • E) Tratado de Utrecht.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra C) Tratado de Petrópolis.

Gabarito: Letra C

 

(Tratado de Petrópolis)

  

O Acre antes de ingressar como território federal era uma área pertencente em parte à Bolívia e ao Peru.

 

A partir de 1850, essa área que contava com a ocupação de populações indígenas passou a receber frentes de trabalhadores, patrões, comerciantes, mascates e aventureiros em busca do látex dos seringais.

 

Esse aumento populacional dará origem a uma série de disputas entre populações locais e governos de Brasil, Bolívia e Peru.

 

Uma primeira tentativa de delimitar fronteiras entre Brasil e Bolívia foi a assinatura do Tratado de Ayacucho em 1867. No entanto, essa demarcação foi contestada porque não precisava os pontos de fronteira e tampouco a extensão da linha demarcatória. Além do mais era cada vez mais constante o número de brasileiros que avançavam para o lado boliviano.

 

As fronteiras com a Bolívia só seriam definidas em 1903 pelo Tratado de Petrópolis que anexou o Acre ao Brasil graças à atuação do Barão do Rio Branco e de Assis Brasil, que concretizaram o acordo com o governo boliviano.

  

Por que as demais estão incorretas?

  

Letra A: Tratado de Madri. ·

 

O Tratado de Madri foi assinado em 1750 entre as coroas portuguesa e espanhola, definindo as fronteiras de suas colônias na América do Sul.

 

Letra B: Tratado de Santo Ildefonso.

 

O Tratado de Santo Ildefonso foi assinado em 1777 entre as coroas portuguesa e espanhola, definindo as fronteiras de suas colônias na América do Sul.

 

Letra D: Tratado Badajoz.

 

O Tratado de Badajoz foi assinado em 1801 entre as coroas portuguesa e espanhola para resolver a disputa entre esses dois reinos na Europa e acabou impactando as definições de fronteiras em suas colônias na América do Sul.

 

Letra E: Tratado de Utrecht.

 

Houve dois tratados de Utrecht. O primeiro assinado em 1713 definiu os limites do norte do Brasil e o segundo assinado em 1715 entre espanhóis e portugueses definiu as fronteiras do sul.

  

Referência:

 

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2000.

422) Depois de uma sene de debates e litígios foi concretizada a anexação da região do Acre ao território brasileiro culminando com a assinatura de um acordo diplomático entre o Brasil e a Bolívia. Em troca os bolivianos deveriam receber:

  • A) O direito de livre trânsito pelos rios brasileiros e terras na região de Rondônia.

  • B) O pagamento de 10 milhões de libras esterlinas, o direito de dupla nacionalidade para os habitantes da região e algumas terras do Estado de Rondônia.

  • C) A construção da Ferrovia Madeira-Mamoré e parte do Estado do Amazonas.

  • D) Liberdade para explorar os seringais da localidade e uma indenização de cinco milhões de dólares.

  • E) O pagamento de dois milhões de libras esterlinas, parte do território do Estado do Mato Grosso, além da construção, por parte do Brasil, da Ferrovia Madeira-Mamoré.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra E) O pagamento de dois milhões de libras esterlinas, parte do território do Estado do Mato Grosso, além da construção, por parte do Brasil, da Ferrovia Madeira-Mamoré.

Gabarito: Letra E

 

(O pagamento de dois milhões de libras esterlinas, parte do território do Estado do Mato Grosso, além da construção, por parte do Brasil, da Ferrovia Madeira-Mamoré.)

 

Depois de muitos debates, litígios e uma guerra, a anexação do Acre foi concluída em 1903 pelos governos do Brasil e da Bolívia.

 

O Barão do Rio Branco, ministro que negociou a aquisição do Acre à época, acreditava que a melhor maneira de assegurar o território acreano era dar compensações ao governo boliviano. O texto final do acordo incluía a permuta de territórios entre os dois países, o compromisso de pagamento de dois milhões de libras esterlinas à Bolívia e a promessa, por parte do Brasil, de construir a estrada de ferro Madeira-Mamoré, que possibilitaria o escoamento de produtos bolivianos até o Mato Grosso e o consequente acesso à bacia do Prata através do rio Paraguai.

 

Coube à Bolívia um trecho de 2.296 Km², entre os rios Abunã e Madeira, permitindo-lhe o acesso ao oceano Atlântico, mediante a navegação do rio Amazonas e afluentes. O Brasil ainda transferiu para a Bolívia uma área de 723 Km², na margem do rio Paraguai, que pertencia ao Mato Grosso, de modo que os bolivianos pudessem alcançar o Atlântico também pela navegação dessa via fluvial e do Paraná.

  

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: O direito de livre trânsito pelos rios brasileiros e terras na região de Rondônia.

 

O tratado assegurou o livre trânsito pelos rios brasileiros e terras na região do Mato Grosso para que os produtos e comerciantes bolivianos chegassem até o Atlântico.

  

Letra B: O pagamento de 10 milhões de libras esterlinas, o direito de dupla nacionalidade para os habitantes da região e algumas terras do Estado de Rondônia.

 

O valor acordado foi da ordem de 2 milhões de libras esterlinas para o governo boliviano.

  

Letra C: A construção da Ferrovia Madeira-Mamoré e parte do Estado do Amazonas.

 

O tratado previa a construção da Ferrovia Madeira-Mamoré, mas cedia uma parte das terras do Mato Grosso e não do Amazonas.

  

Letra D: Liberdade para explorar os seringais da localidade e uma indenização de cinco milhões de dólares.

 

A indenização foi da ordem de 2 milhões de libras esterlinas, moeda britânica.

  

Referências:

 

DORATIOTO, Francisco. “O Brasil no mundo/idealismos, novos paradigmas e voluntarismo”. In: SCHWARCZ, Lilia M. (Org.) História do Brasil Nação: 1808-2010, volume 3 – abertura para o mundo (1889-1930). Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

 

MOURA, Cristina Patriota de. Verbete CPDOC/FGV. “Tratado de Petrópolis”. Disponível em: http://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/TRATADO%20DE%20PETRÓPOLIS.pdf

423) Qual a participação do Brasil na Primeira Guerra Mundial?

  • A) Ofereceu o Estado do Pará para instalação de base militar para os Estados Unidos.
  • B) Enviou pracinhas para combater na Itália já que era aliado da Tríplice Aliança.
  • C) A participação foi tímida, enviou alguns pilotos, ofereceu navios militares e apoio médico.
  • D) A partir de 1945, o Presidente Getúlio Vargas exigiu o alistamento dos jovens no exército.
  • E) Instalação de bases navais para os Estados Unidos no Estado do Rio Grande do Norte.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra C) A participação foi tímida, enviou alguns pilotos, ofereceu navios militares e apoio médico.

 
Gabarito: Letra C

 

(A participação foi tímida, enviou alguns pilotos, ofereceu navios militares e apoio médico.)
 


 
Em princípio durante a Primeira Guerra, o Brasil decidiu manter-se neutro, embora possuísse simpatias pelos países que formavam a Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia).
 
Foram os diversos ataques a navios mercantes brasileiros que romperam com o status de neutralidade e fizeram com que o Brasil declarasse guerra aos alemães.
 
O governo brasileiro decidiu enviar, para operar sob as ordens da Marinha Britânica, uma Divisão Naval que foi denominada Divisão Naval em Operações de Guerra (DNOG), composta por 8 navios que iria patrulhar uma área marítima contra os submarinos alemães, em uma parte do Atlântico.
 
A área escolhida de patrulhamento foi entre as cidades de Dakar até Gibraltar, no Mediterrâneo. 
 
Além disso, enviou também medicamentos e equipes de assistência médica para ajudar os feridos da Tríplice Entente.
 
 

Por que as demais estão incorretas?
 
 
 
Letra A: Ofereceu o Estado do Pará para instalação de base militar para os Estados Unidos.
 
O Brasil costurou acordos com os EUA em plena Segunda Guerra Mundial. O governo de Vargas reivindicou dos EUA armamentos e treinamento de uma tropa para lutar na Europa, a FEB (Força Expedicionária Brasileira), além de dinheiro para instalação da primeira grande siderúrgica latino-americana, a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) de Volta Redonda. Em troca, forneceu matérias primas e produtos estratégicos, como a borracha, e cedeu 16 bases em território nacional para ocupação de soldados e oficiais dos Estados Unidos. Estas foram construídas no Pará, no Ceará e no Rio Grande do Norte.
 
 
Letra B: Enviou pracinhas para combater na Itália já que era aliado da Tríplice Aliança.
 
 
O governo brasileiro enviou pracinhas para combater na Itália durante a Segunda Guerra Mundial. Esses pracinhas eram parte da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Durante a Primeira Guerra Mundial, o Brasil ficou ao lado da Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia) e não da Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria-Hungria e Império Otomano). Na Segunda Guerra Mundial é que se colocou ao lado dos Aliados contra os países do Eixo Roma-Berlim-Tóquio (Itália, Alemanha e Japão).
 
 
Letra D: A partir de 1945, o Presidente Getúlio Vargas exigiu o alistamento dos jovens no exército.
 
Essa alternativa extrapola o objetivo da questão que é saber qual foi a participação do Brasil na Primeira Guerra. Lembrando que Getúlio Vargas foi presidente do Brasil de 1930 a 1945, ou seja, bem depois da Primeira Guerra Mundial.
 
 
Letra E: Instalação de bases navais para os Estados Unidos no Estado do Rio Grande do Norte.
 
As instalações de bases navais para os EUA no Rio Grande do Norte ligam-se ao contexto da Segunda Guerra Mundial.
 
 
 
Referências:
 
BITTENCOURT, Armando Senna. Introdução à história marítima brasileira. Rio de Janeiro: Serviço de Documentação da Marinha, 2006.
 
CAMPOS, André Luiz Vieira de: ‘Combatendo nazistas e mosquitos: militares norte-americanos no Nordeste brasileiro (1941-45)’. História, Ciências, Saúde — Manguinhos, V(3): 603-20, nov. 1998-fev. 1999.

424) ldealizada desde meados do século XIX, a ferrovia Madeira-Mamoré é considerada uma obra épica de logística na Amazônia Ocidental. Acerca da ferrovia Madeira-Mamoré, está correto o que se afirma na alternativa:

  • A) Sua construção só foi possível graças ao Tratado de Santo Ildefonso entre Brasil e Portugal.

  • B)  Possuiu maciço investimento do Paraguai e da Bolívia como dívida de guerra.

  • C) Possibilitou que a Bolívia pudesse exportar o gás natural e a bauxita.

  • D) Em grande parte do tempo foi uma ferrovia economicamente deficitária.

  • E) Foi inaugurada na segunda metade do século XX, conectando Rondônia à Bolívia.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra D) Em grande parte do tempo foi uma ferrovia economicamente deficitária.

Gabarito: Letra D

 

Em grande parte do tempo foi uma ferrovia economicamente deficitária.

 

A estrada de ferro Madeira-Mamoré foi considerada no contexto da sua criação um empreendimento moderno, capaz de acelerar o escoamento da borracha brasileira e boliviana ao longo da região norte em direção aos rios do Mato Grosso.

 

Ela foi inaugurada em 1912, mas, só daria lucro nos dois primeiros anos de atividade. Fato explicado pela concorrência de outras ferrovias, ligando a Bolívia ao Oceano Pacífico e pela construção do Canal do Panamá. Também podemos destacar a queda da participação brasileira no mercado da borracha, devido à ascensão da concorrência asiática que oferecia um produto de qualidade e de mais fácil extração.

 

Depois de muitos anos de prejuízo, a ferrovia foi extinta em 1972.

  

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A:  Sua construção só foi possível graças ao Tratado de Santo Ildefonso entre Brasil e Portugal.

 

A construção da ferrovia Madeira-Mamoré está ligada ao contexto das disputas territoriais do Brasil com os países vizinhos e a incorporação do Acre ao território brasileiro. A ferrovia começou a ser construída após a assinatura do Tratado de Petrópolis em 1903 entre o governo brasileiro e o boliviano. Uma das cláusulas do acordo previa a construção de uma estrada de ferro. Além disso, cabe comentar que o Tratado de Santo Ildefonso é de 1777 e foi assinado entre Portugal e Espanha.

 

Letra B: Possuiu maciço investimento do Paraguai e da Bolívia como dívida de guerra.

 

A estrada de ferro não teve investimento do Paraguai a da Bolívia. Ela teve capitais estrangeiros, sobretudo, ingleses e estadunidenses.

 

Letra C: Possibilitou que a Bolívia pudesse exportar o gás natural e a bauxita.

 

A ferrovia possibilitou que a Bolívia pudesse exportar produtos para o Oceano Atlântico, sobretudo a borracha.

 

Letra E: Foi inaugurada na segunda metade do século XX, conectando Rondônia à Bolívia.

 

A ferrovia foi inaugurada na primeira metade do século XX, no ano de 1912.

  

Referências:

 

ALENCAR, Carolina Pena de. Trilhando memórias: reflexões acerca das identidades dos trabalhadores da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Trabalho de conclusão de curso de Mestrado em Preservação do Patrimônio Cultural – IPHAN, Rio de Janeiro, 2012.

 

BIBLIOTECA NACIONAL. Notícias “Madeira Mamoré, a ferrovia do Diabo”. Disponível em: https://www.bn.gov.br/acontece/noticias/2020/04/madeira-mamore-ferrovia-diabo

 

TOLEDO, Vera Vilhena de. Et ali. A riqueza nos trilhos. História das ferrovias no Brasil. São Paulo: Moderna, 1998.

425) A diplomacia de Rio Branco, paradigmática para o período, buscou atender a três principais objetivos: a definição das fronteiras, o aumento do prestígio internacional dos país e a afirmação da liderança brasileira na América do Sul. Para a consecução desses fins, de modo bastante realista, Rio Branco optou pela política de “aliança não escrita” com os Estados Unidos.

  • A) obter um status de hegemonia no continente americano, descartando a atuação britânica na região pela aliança com os Estados Unidos e, futuramente suplantar esse aliado ocasional.

  • B) distanciar as ligações com a Inglaterra e aproximar-se da órbita de influência estadunidense, porém estrategicamente mantendo a autonomia na atuação e objetivos traçados.

  • C) ampliar as tensões regionais, num movimento belicista que apontava para a resolução dos conflitos pela via militar, contando com o apoio e material dos Estados Unidos.

  • D) cumprir a agenda norte-americana identificada com a Doutrina Monroe e a política do Big Stick  numa atuação de submissão calculada, procurando minimizar os efeitos negativos de tais investidas.

  • E) estabilizar as tensões no continente americano e, concomitantemente, buscar alcançar objetivos estratégicos geograficamente localizados fora do espaço continental.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra B) distanciar as ligações com a Inglaterra e aproximar-se da órbita de influência estadunidense, porém estrategicamente mantendo a autonomia na atuação e objetivos traçados.

Gabarito: Letra B

 

(distanciar as ligações com a Inglaterra e aproximar-se da órbita de influência estadunidense, porém estrategicamente mantendo a autonomia na atuação e objetivos traçados.)


 
Com a Proclamação da República, a política externa brasileira buscou distanciar-se das relações há muito tempo construídas com os ingleses desde o tempo em que o Brasil era uma colônia de Portugal. 


Houve uma aproximação com os EUA, por este país ser assim como o Brasil, uma nação republicana. Esse estreitamento de relação com os EUA é conhecido na diplomacia como “aliança não escrita”. Os primeiros acordos bilaterais de comércio entre Brasil e EUA datam de 1891, onde algumas mercadorias brasileiras (café e borracha) teriam livre ingresso no mercado norte-americano e o Brasil importaria equipamentos industriais dos EUA e outros produtos agrícolas, como o trigo.


Mas o que realmente se destacou da política externa brasileira antes da Primeira Guerra Mundial foram as diversas vitórias nas disputas fronteiriças com países vizinhos como a Guiana Francesa, o Peru e a Bolívia, denotando a força da diplomacia brasileira em buscar construir o território nacional e assegurar a proteção das comunidades de brasileiros existentes nessas regiões de disputa.
 
Por que as demais estão incorretas?
 
Letra A: obter um status de hegemonia no continente americano, descartando a atuação britânica na região pela aliança com os Estados Unidos e, futuramente suplantar esse aliado ocasional.


O objetivo da política externa nesse período era garantir o fortalecimento do Brasil na parte sul do continente americano. A ideia era que os EUA seriam uma potência na parte norte do continente e o Brasil no sul e assim eles trocariam auxílios e negociações econômicas e diplomáticas. Não havia o objetivo de no futuro suplantar os EUA como potência única do continente americano, pois era sabido que o Brasil não tinha força militar para isso.
 


Letra C: ampliar as tensões regionais, num movimento belicista que apontava para a resolução dos conflitos pela via militar, contando com o apoio e material dos Estados Unidos.


A diplomacia brasileira na Primeira República foi marcada pelas soluções pacíficas e diplomáticas. Um bom exemplo pode ser encontrado na chamada “Questão do Acre” em que a disputa desse território foi resolvida com a compra e não pela guerra. Isso marca uma nova orientação da política externa brasileira, que é a substituição da guerra pela diplomacia como resolução de disputas. No Império era bastante comum intervir militarmente nos países contrários aos interesses brasileiros.
 


Letra D: cumprir a agenda norte-americana identificada com a Doutrina Monroe e a política do Big Stick  numa atuação de submissão calculada, procurando minimizar os efeitos negativos de tais investidas.


Na verdade, o Brasil não ficou submisso aos interesses dos EUA. O Brasil observava os EUA como um país que poderia rivalizar com nações europeias em questões militares e assim esperava dos EUA auxílio nas questões fronteiriças disputadas com os europeus (caso do Amapá) ou a neutralidade (caso do Acre que envolveu uma empresa dos EUA que explorava a borracha na região). As relações com os EUA não foram marcadas apenas pela amizade. Houve momentos de desacordos, como em reuniões internacionais em que os EUA apoiavam as resoluções dos europeus contra os países latino-americanos, contradizendo até mesmo a Doutrina Monroe, que pregava a “América para os americanos”.


 
Letra E: estabilizar as tensões no continente americano e, concomitantemente, buscar alcançar objetivos estratégicos geograficamente localizados fora do espaço continental.


Como o trecho afirma, a política externa brasileira durante a gestão do Barão do Rio Branco buscou resolver os problemas de fronteiras e lançar as bases de uma hegemonia do Brasil na América do Sul, desbancando a Argentina, principal influenciadora na região. Portanto, não buscava alcançar objetivos localizados fora do espaço do continente americano. Primeiramente era preciso se tornar um líder na parte sul do continente.
 
 
Referência:
 
RICUPERO, Rubens. A diplomacia na construção do Brasil (1750-2016). Rio de Janeiro: Versal, 2017.

 

426) Aponte corretamente para o nome do tratado assinado entre Brasil e Bolívia que pôs fim ao conflito territorial e resultou na anexação do território do Acre ao Brasil:

  • A) Tratado de Rio Branco.

  • B) Tratado de Tordesilhas.

  • C) Tratado de Santa Rosa.

  • D) Tradado de Petrópolis.

FAZER COMENTÁRIO
$@$v=v1.13-rv2$@$

A resposta correta é letra D) Tratado de Petrópolis.

O Tratado de Petrópolis foi assinado em 17 de novembro de 1903 entre o Brasil e a Bolívia, pondo fim ao conflito territorial sobre o Acre. Este tratado estabeleceu a anexação do território do Acre ao Brasil, em troca de uma indenização de 2 milhões de libras esterlinas e a construção de uma estrada que ligaria o Acre ao rio Madeira.

427) Considere a figura abaixo.

  • A) incentivou a substituição de importações, favorecendo o desenvolvimento industrial, com a diversificação da produção.

  • B) promoveu um forte desenvolvimento industrial e uma ampla abertura do país ao capital estrangeiro que foi aplicado em inovações tecnológicas.

  • C) deu início a um programa de industrialização sob o comando do Estado que se voltou para o investimento de infraestrutura e indústria pesada.

  • D) aprovou uma política econômica que, por meio de incentivos fiscais, favoreceu a criação de um polo industrial na cidade de São Paulo e arredores.

  • E) favoreceu a distribuição harmônica do parque industrial brasileiro em todos os estados, evitando a concentração de empresas na região Sudeste.

FAZER COMENTÁRIO

Resposta: A alternativa correta é letra A) incentivou a substituição de importações, favorecendo o desenvolvimento industrial, com a diversificação da produção.

Durante a Primeira Guerra Mundial, o governo brasileiro adotou políticas que visavam reduzir a dependência externa, especialmente de produtos industrializados importados. Isso incluiu incentivos para o desenvolvimento da indústria nacional, estimulando a substituição de importações por produção interna. Essa estratégia contribuiu para diversificar a base produtiva do país e fortalecer o setor industrial, especialmente em regiões como São Paulo, que se tornou um polo industrial significativo.

428)

  • A) F – V – F.
  • B) F – V – V.
  • C) V – F – F.
  • D) V – V – F.
  • E) F – F – V.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra A) F – V – F.

Gabarito: ALTERNATIVA A

  

Autoridades em inauguração de trecho da EFMM, em 1912. (Catálogo da exposição Ferrovia Madeira-Mamoré: Trilhos e Sonhos)

 

A história da construção da Estrada de ferro Madeira-Mamoré (EFMM) remonta à segunda metade do século XIX, quando começa a ser idealizada, mas será a assinatura do Tratado de Petrópolis (1903) que estabelecerá sua efetiva concretização. A ferrovia passou a funcionar entre Porto Velho e Guajará-Mirim, em 1912.

 
  • A respeito da construção da EFMM, assinale (V) para a afirmativa verdadeira e (F) para a falsa.

Celebrado entre Bolívia e Brasil em 1903, o Tratado de Petrópolis encerrava a chamada Questão do Acre. Região extremamente sensível para a estabilidade das fronteiras brasileiras e com problemas de integração com a Bolívia, o Acre foi uma prioridade do Barão do Rio Branco por ser a grande chave para a solução definitiva da maioria das questões lindeiras brasileiras. Tratada na perspectiva bilateral entre Brasil e Bolívia, a Questão do Acre foi selada com a compra do território pelo governo brasileiro por meio de uma indenização paga à Bolívia e pela construção da Ferrovia Madeira-Mamoré. Era de grande interesse da Bolívia uma via mais rápida para o trecho navegável do rio Madeira, uma vez que suas exportações eram escoadas pela bacia do Amazonas.

 

Previa-se que a ferrovia permitiria à Bolívia escoar sua produção pelo Amazonas sem as grandes dificuldades de navegação de alguns trechos do rio Madeira. Partindo de um ponto estratégico do Rio Mamoré, a ferrovia chegaria ao Madeira após os trechos encachoeirados, o que permitia o escoamento da produção até o Atlântico na Bacia do Amazonas. Com a garantia da livre navegação comercial por ser um país ribeirinho superior dos afluentes do Amazonas, a Bolívia pretendia baratear e agilizar seus fluxo comerciais por uma via direta entre suas províncias mais ao norte e a melhor opção fluvial para o acesso ao Atlântico. Por isso, a construção da ferrovia foi uma prioridade consolidada no Tratado de Petrópolis. Assim, analisemos as afirmativas propostas.

 
  • (F) Sua implantação ficaria a cargo de empreendedores brasileiros financiados pelo Banco do Brasil, em conformidade com o Tratado de Petrópolis e em sintonia com o governo reformista e urbanizador de Rodrigues Alves, empenhado em expandir a rede ferroviária nacional.

Como explicado acima, a construção da ferrovia não interessava propriamente ao Brasil, mas sim à Bolívia. Assim, não se tratava de um governo empenhado em expandir a malha ferroviária brasileira, mas sim da necessidade de se cumprir os termos do tratado de compra do Acre. A obra, realizada entre 1907 e 1912, foi realizada por uma empresa estadunidense, a Brazil Railway Company do multiempresário Percival Parquhar. AFIRMATIVA FALSA.

 
  • (V) Sua criação facilitaria o escoamento de mercadorias bolivianas e brasileiras, sobretudo o látex, até a cidade de Porto Velho, de onde seguiriam por via fluvial até o Atlântico, o que era de importância vital para a Bolívia que acabara de perder o seu acesso ao Pacífico.

Travada entre Bolívia, Chile e Peru, a Guerra do Pacífico (1879-1884) significou, para os bolivianos, a perda do acesso ao mar, que foi tomado pelo Chile e reconhecido pelo governo boliviano nos termos finais da paz. Com isso, era preciso reorganizar as redes comerciais bolivianas de maneira eficiente e a melhor opção era a via fluvial, mas os trechos acidentados do rio Mamoré impediam que as balsas chegassem ao Amazonas para escoar a produção para o Atlântico. Assim, a trilha de animais de carga precisava ser utilizada, o que encarecia sobremaneira o frete, bem como aumentava a ineficiência. A conexão direta entre os dois rios levava a produção diretamente para o trecho navegável do rio Madeira, a partir do qual se alcançaria o Atlântico, escoando, então, a produção. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

 
  • (F) Sua construção utilizaria predominantemente mão de obra farta e barata disponível na região, seja os seringueiros indígenas já acostumados à mata, seja os colonos cearenses em fuga das secas que assolavam o Nordeste no último quarto do século XIX.

A construção da ferrovia exigiu o emprego de mais de vinte mil trabalhadores, atraindo pessoas de toda a região, mas também estrangeiros, incluindo uma comitiva de mais de seiscentos americanos. Ao todo, estima-se que pessoas de mais de cinquenta nacionalidades tenham trabalhado na construção da Madeira-Mamoré. Os indígenas, pelo contrário, eram entendidos como um risco às obras, sendo eles, não raro, perseguidos e mortos para "evitar" ataques ao canteiro de obras. AFIRMATIVA FALSA.

 

Assim, temos a sequência F - V - F.


As afirmativas são, respectivamente,
a)  F – V – F.
b)  F – V – V.
c)  V – F – F.
d)  V – V – F.
e)  F – F – V.

 

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.

429) No tratado, assinado em 1903, ficou acordado o compromisso brasileiro de construir a estrada de ferro Madeira-Mamoré; a garantia de trânsito pelos rios da região; a cessão da região meridional do Acre, por parte da Bolívia, ao Brasil; e o recebimento de compensações por parte do governo boliviano, que resultaram no pagamento de uma indenização de dois milhões de libras esterlinas por parte do governo brasileiro.

  • A) Tratado de Petrópolis.
  • B) Acordo de Washington.
  • C) Tratado de Ayacucho.
  • D) Tratado do Rio de Janeiro.
  • E) Acordo do Bolivian Syndicate.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra A) Tratado de Petrópolis.

Gabarito: ALTERNATIVA A

  

No tratado, assinado em 1903, ficou acordado o compromisso brasileiro de construir a estrada de ferro Madeira-Mamoré; a garantia de trânsito pelos rios da região; a cessão da região meridional do Acre, por parte da Bolívia, ao Brasil; e o recebimento de compensações por parte do governo boliviano, que resultaram no pagamento de uma indenização de dois milhões de libras esterlinas por parte do governo brasileiro.

 
  • O texto se refere ao

Celebrado entre Bolívia e Brasil em 1903, o Tratado de Petrópolis encerrava a chamada Questão do Acre. Região extremamente sensível para a estabilidade das fronteiras brasileiras e com problemas de integração com a Bolívia, o Acre foi uma prioridade do Barão do Rio Branco quando assumiu a chancelaria em 1902, sendo a grande chave para a solução definitiva da maioria das questões lindeiras brasileiras. Tratada na perspectiva bilateral entre Brasil e Bolívia, a Questão do Acre foi selada com a compra do território pelo governo brasileiro por meio de uma indenização paga à Bolívia e pela construção da Ferrovia Madeira-Mamoré. Era de grande interesse da Bolívia uma via mais rápida para o trecho navegável do rio Madeira, uma vez que suas exportações eram escoadas pela bacia do Amazonas. Com a garantia da livre navegação comercial por ser um país ribeirinho superior dos afluentes do Amazonas, a Bolívia pretendia baratear e agilizar seus fluxo comerciais por uma via direta entre suas províncias mais ao norte e a melhor opção fluvial para o acesso ao Atlântico. Por isso, a construção da ferrovia foi uma prioridade consolidada no Tratado de Petrópolis. Assim, observemos as alternativa propostas.

 

a)  Tratado de Petrópolis.
b) 
 Acordo de Washington.
c)  Tratado de Ayacucho.
d)  Tratado do Rio de Janeiro.
e)  Acordo do Bolivian Syndicate.

 

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.

Continua após a publicidade..

430) A Questão Acreana foi resolvida, diplomaticamente, graças à intervenção do Barão do Rio Branco, que obteve a assinatura do Tratado de Petrópolis entre os governos do Brasil e da Bolívia, em 1903.

  • A) O alcance do Atlântico e do Caribe pelos bolivianos, através do acesso ao Rio Amazonas.
  • B) O arrendamento do controle das alfândegas entre os dois países por uma concessionária norte-americana.
  • C) O compromisso boliviano de financiar a construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré.
  • D) A abertura do Rio Amazonas à navegação das nações da América do Sul.
  • E) A permuta de territórios e outras compensações, estabelecendo novos limites entre o Brasil e a Bolívia.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra E) A permuta de territórios e outras compensações, estabelecendo novos limites entre o Brasil e a Bolívia.

Gabarito: ALTERNATIVA E

  

Questão Acreana foi resolvida, diplomaticamente, graças à intervenção do Barão do Rio Branco, que obteve a assinatura do Tratado de Petrópolis entre os governos do Brasil e da Bolívia, em 1903.


Sobre os objetivos alcançados com a assinatura desse tratado, assinale a afirmativa correta.

  • a)  O alcance do Atlântico e do Caribe pelos bolivianos, através do acesso ao Rio Amazonas.

A Bolívia já tinha acesso ao Atlântico por meio da Bacia do Amazonas, mas as condições eram bastante difíceis. O Tratado de Petrópolis estabelecia que o Brasil construiria a Ferrovia Madeira-Mamoré, permitindo a conexão da Bolívia ao trecho navegável do rio Madeira, que é afluente do Amazonas. No entanto, a construção seria extremamente acidentada e a ferrovia ficaria pouco tempo em atividade. De toda maneira, é errado dizer que a Bolívia passou a ter acesso ao Atlântico em decorrência do Tratado de Petrópolis. Alternativa errada.

 
  • b)  O arrendamento do controle das alfândegas entre os dois países por uma concessionária norte-americana.

Um dos pontos sensíveis da Questão do Acre era justamente afastar os interesses dos países centrais da região. Lembre-se o estudante que o consórcio anglo-americano Bolivian Syndicate estava operando a exploração do Acre, fazendo crescer as pressões americanas ne região. Segundo a interpretação brasileira, isso significava um possível embrião de intervenção americana para o separatismo da região, tornando-a uma fonte constante de instabilidade. Uma das primeiras medidas foi ajudar a Bolívia a saldar a rescisão contratual com o consórcio para, depois, empreender uma negociação bilateral sem pressões externas. Alternativa errada.

 
  • c)  O compromisso boliviano de financiar a construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré.

Foi o Brasil quem assumiu o compromisso de construir a ferrovia Madeira-Mamoré. Alternativa errada.

 
  • d)  A abertura do Rio Amazonas à navegação das nações da América do Sul.

O Tratado de Petrópolis era um tratado bilateral, tratando exclusivamente dos interesses de Brasil e de Bolívia. Além disso, a abertura do Amazonas aos ribeirinhos superiores era uma discussão muito anterior, ainda do século XIX. Alternativa errada.

 
  • e)  A permuta de territórios e outras compensações, estabelecendo novos limites entre o Brasil e a Bolívia.

Celebrado entre Bolívia e Brasil em 1903, o Tratado de Petrópolis encerrava a chamada Questão do Acre. Região extremamente sensível para a estabilidade das fronteiras brasileiras e com problemas de integração com a Bolívia, o Acre foi uma prioridade do Barão do Rio Branco por ser a grande chave para a solução definitiva da maioria das questões lindeiras brasileiras. Tratada na perspectiva bilateral entre Brasil e Bolívia, a Questão do Acre foi selada com a compra do território pelo governo brasileiro por meio de uma indenização paga à Bolívia e pela construção da Ferrovia Madeira-Mamoré. Era de grande interesse da Bolívia uma via mais rápida para o trecho navegável do rio Madeira, uma vez que suas exportações eram escoadas pela bacia do Amazonas. Previa-se que a ferrovia permitiria à Bolívia escoar sua produção pelo Amazonas sem as grandes dificuldades de navegação de alguns trechos do rio Madeira. Partindo de um ponto estratégico do Rio Mamoré, a ferrovia chegaria ao Madeira após os trechos encachoeirados, o que permitia o escoamento da produção até o Atlântico na Bacia do Amazonas. Com a garantia da livre navegação comercial por ser um país ribeirinho superior dos afluentes do Amazonas, a Bolívia pretendia baratear e agilizar seus fluxo comerciais por uma via direta entre suas províncias mais ao norte e a melhor opção fluvial para o acesso ao Atlântico. Por isso, a construção da ferrovia foi uma prioridade consolidada no Tratado de Petrópolis. ALTERNATIVA CORRETA.

  

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA E.

1 41 42 43 44 45 94