Questões Sobre Primeira República - História - concurso

A alternativa correta é letra A) Certo

Gabarito: CERTO

Ainda que haja certo exagero ao se tratar da importância da Primeira Guerra Mundial para a industrialização brasileira, não há como negar que existe uma correlação entre as duas variáveis. Uma guerra com aquelas proporções acaba por desorganizar toda a cadeia produtiva do centro do sistema capitalista, já que tanto há múltiplos bloqueios comerciais pelas marinhas de guerra quanto há a reversão das plantas produtivas para a economia de guerra. Ou seja, havia uma violenta contração na oferta de produtos importados no Brasil durante o conflito na Europa, o que tornava mais competitivos os produtos brasileiros. O encarecimento dos produtos importados criou uma janela de oportunidade preciosa para que a indústria brasileira assumisse espaços dentro do mercado doméstico.

Por outro lado, havia uma severa contração na demanda internacional por produtos primários brasileiros, principalmente o café. Se isso aumentava a oferta de matérias primas para a indústria brasileira, também implicava numa severa contração da entrada de divisas para a economia brasileira. Com isso, a moeda nacional desvalorizava rapidamente, dificultando a aquisição de novos bens de capital e de produtos de base, que não eram produzidos no país.

Esse desequilíbrio econômico exigiu um aumento do endividamento brasileiro, bem como fez com que houvesse um aumento dos impostos em nome de compensar as perdas de exportação. Portanto, item CORRETO.

A alternativa correta é letra B) Errado

Gabarito: ERRADO

CARTA do Barão do Rio Branco ao senador Frederico de

No final de 1902, um bloqueio naval anglo-germânico foi levantado contra a Venezuela para tentar obrigar o país a honrar suas dívidas contraídas com as potências europeias. Luís Maria Drago, chanceler argentino, propôs uma reação conjunta contra a ação militar por entender que era uma flagrante ofensa à Doutrina Monroe, segundo a qual não se aceitaria intervenção europeia em assuntos do Novo Mundo. A Doutrina Drago, então, evocava a Doutrina Monroe para condenar o uso da força na cobrança de dívidas públicas.

No entanto, Drago estava em franco descompasso com a realidade política do caso. Antes de mandar sua esquadra, a Inglaterra consultara os Estados Unidos e estes não se opuseram à ação inglesa. Segundo o governo americano, a Doutrina Monroe não podia ser acionada por não haver qualquer ameaça à integridade territorial ou de intromissão em assuntos internos. Tratava-se, sim, da cobrança de dívidas contraídas legitimamente pelo governo venezuelano. Ou seja, a Inglaterra já reconhecera a zona de influência americana sobre a América do Sul e havia ocorrido uma sinalização positiva para a ação. Além disso, interessava aos Estados Unidos a punição de devedores inadimplentes, agindo de maneira incisiva contra os atrasos de pagamento.

Os Estados Unidos rejeitaram, assim, a Doutrina Drago e insistiram na inadequação com os princípios da Doutrina Monroe. Por sua vez, o Barão do Rio Branco, já chanceler brasileiro, entendia que a posição americana era fundamental para garantir a segurança continental e que, realisticamente, a Doutrina Drago era absolutamente inócua sem o apoio dos EUA. Assim, não havia razão para aderir ao protesto argentino em detrimento de um entendimento mais robusto com os Estados Unidos; bem como o caso não atingia o Brasil, país adimplente. A posição final, então, foi de esvaziar a ideia de um protesto coletivo e de procurar um entendimento com os Estados Unidos como forma de fortalecer a Doutrina Monroe e assegurar a defesa continental. Portanto, item ERRADO.

A alternativa correta é letra E) O apoio brasileiro aos Aliados esteve relacionado ao envio de suprimentos bélicos sem que houvesse participação da luta armada.

A) O Brasil declarou a sua neutralidade em 4 de agosto de 1914, respaldada pela Convenção de Haia, buscando não reduzir a exportação de seus produtos, principalmente o café.

CORRETO. Em 4 de agosto de 1914, o Brasil declarou a sua neutralidade, respaldada pela Convenção de Haia. O país buscava não reduzir a exportação de seus produtos, principalmente o café. A neutralidade era uma maneira de proteger seus interesses comerciais, uma vez que a guerra poderia prejudicar o comércio exterior.

B) A Alemanha era, no início da Guerra, o principal parceiro comercial do Brasil, sendo seguida pela Inglaterra e pela França.

CORRETO. Antes da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha era o principal parceiro comercial do Brasil, seguida pela Inglaterra e pela França. A Alemanha era o maior comprador do café brasileiro, produto que representava a maior parte das exportações do país na época.

C) Muitos autores apontam que o Brasil foi o único país latino-americano que participou ativamente da Primeira Guerra Mundial.

CORRETO. De fato, muitos autores apontam que o Brasil foi o único país latino-americano que participou ativamente da Primeira Guerra Mundial. O Brasil se envolveu na guerra após ter navios mercantes afundados por submarinos alemães. A participação brasileira se deu principalmente através do envio de recursos materiais e humanos, como médicos e enfermeiros, para auxiliar os países aliados.

D) Terminada a guerra, o Brasil participou da Conferência de Versalhes, conseguindo da Alemanha, entre outras indenizações, o pagamento com juros do café perdido com os navios naufragados.

CORRETO. O Brasil participou da Conferência de Versalhes, que marcou o fim da Primeira Guerra Mundial. Entre as indenizações que o Brasil conseguiu da Alemanha estava o pagamento com juros do café que foi perdido com os navios brasileiros que foram afundados pelos submarinos alemães.

E) O apoio brasileiro aos Aliados esteve relacionado ao envio de suprimentos bélicos sem que houvesse participação da luta armada.

INCORRETO. Embora o Brasil tenha apoiado os Aliados durante a Primeira Guerra Mundial, o apoio não se limitou ao envio de suprimentos bélicos. O Brasil enviou recursos humanos, como médicos e enfermeiros, e também participou do esforço de guerra através da produção de materiais bélicos e alimentos. Além disso, o Brasil se envolveu na guerra de maneira mais direta após ter navios mercantes afundados por submarinos alemães. Portanto, a afirmação de que o apoio brasileiro aos Aliados esteve relacionado apenas ao envio de suprimentos bélicos sem que houvesse participação da luta armada é incorreta.

Portanto, a alternativa incorreta é a LETRA E.

A alternativa correta é letra B) Teve origem com os conflitos fronteiriços com a Bolívia, uma vez que os seringueiros, em sua busca pela borracha, cruzavam a fronteira que separava os dois países.

Gabarito: ALTERNATIVA B

A respeito da crise diplomática conhecida como “questão do Acre”, assinale a afirmativa correta.

• a) Começou com a proclamação da República Independente do Acre pelas autoridades bolivianas, preocupadas em frear o avanço da migração nordestina naquele território.

O Acre era parte do território boliviano; ou seja, não faria sentido que as autoridades bolivianas proclamassem a independência de parte do seu território. De fato, havia grande pressão migratória brasileira na região por conta da possibilidade de exploração de borracha na região, principalmente oriundos do Nordeste brasileiro. Foram os migrantes brasileiros que chegaram a organizar um movimento separatista contra a Bolívia, gerando importantes tensões entre os dois países. Alternativa errada.

• b) Teve origem com os conflitos fronteiriços com a Bolívia, uma vez que os seringueiros, em sua busca pela borracha, cruzavam a fronteira que separava os dois países.

Como explicado acima, a região do Acre era de grande atrativo para os seringueiros entre o final do século XIX e o início do seguinte. A entrada de seringueiros brasileiros em território boliviano era fonte de importantes conflitos numa região em que o Estado boliviano não conseguia organizar de fato um controle eficiente das fronteiras. Praticamente sem nenhum aparato estatal organizando a exploração da borracha na região, o Acre se tornou palco de tensões muito delicadas e com potencial explosivo para conflitos entre brasileiros e bolivianos. ALTERNATIVA CORRETA. 

• c) Foi consequência da rebelião boliviana contra a empresa estadunidense Anglo Bolivian Syndicate, que obteve do Brasil a concessão para explorar economicamente a região.

O conglomerado anglo-americano Bolivian Syndicate era uma empresa cartista que conseguiu, junto ao governo boliviano, o direito de exploração e de organização sobre o território do Acre. Naquele momento, dado que não reunia condições de administrar de fato o território, o governo boliviano entendeu que a exploração econômica por empresas estrangeiras era a melhor estratégia de estabilização. No entanto, o governo brasileiro via com enormes reservas essa prática: na visão do Rio de Janeiro, isso significava um convite à intrusão das grandes potências na região, podendo deflagrar uma campanha imperialista em meio às fragilidades das administrações públicas na região amazônica. Ou seja, dado que era território soberano boliviano, não há que se falar de autorização brasileira: o acordo firmado com o Bolivian Syndicate partiu diretamente da Bolívia e incomodava as projeções brasileiras para a região. Alternativa errada.

• d) Foi motivada pela disputa, entre Brasil e Estados Unidos, sobre a exploração da ferrovia Madeira-Mamoré, que escoava a borracha pelos portos de Manaus e Belém.

Em primeiro lugar, a construção da ferrovia Madeira-Mamoré foi uma consequência da resolução da Questão do Acre, que foi consolidada no Tratado de Petrópolis (1903). Ou seja, a ferrovia é posterior à solução da disputa internacional, não podendo ser, então, considerada como uma causa. Além disso, a Questão do Acre foi resolvida de forma bilateral entre Bolívia e Brasil, excluindo os Estados Unidos da disputa depois de se indenizar, com recursos brasileiros, o Bolivian Syndicate. Alternativa errada.

• e) Findou com a assinatura do Tratado de Petrópolis (1903), articulado pelo Barão do Rio Branco, que conseguiu reestabelecer as fronteiras entre os dois países vigentes no Império.

Celebrado entre Bolívia e Brasil em 1903, o Tratado de Petrópolis encerrava a chamada Questão do Acre. Região extremamente sensível para a estabilidade das fronteiras brasileiras e com problemas de integração com a Bolívia, o Acre foi uma prioridade do Barão do Rio Branco quando assumiu a chancelaria em 1902, sendo a grande chave para a solução definitiva da maioria das questões lindeiras brasileiras. Tratada na perspectiva bilateral entre Brasil e Bolívia, a Questão do Acre foi selada com a compra do território pelo governo brasileiro por meio de uma indenização paga à Bolívia e pela construção da Ferrovia Madeira-Mamoré. Era de grande interesse da Bolívia uma via mais rápida para o trecho navegável do rio Madeira, uma vez que suas exportações eram escoadas pela bacia do Amazonas. Com a garantia da livre navegação comercial por ser um país ribeirinho superior dos afluentes do Amazonas, a Bolívia pretendia baratear e agilizar seus fluxo comerciais por uma via direta entre suas províncias mais ao norte e a melhor opção fluvial para o acesso ao Atlântico. Por isso, a construção da ferrovia foi uma prioridade consolidada no Tratado de Petrópolis. Alternativa errada.

Note o estudante que compreender que o Acre era uma possessão boliviana era suficiente para excluir a maioria das alternativas erradas. Ter esse conhecimento prévio era suficiente, portanto, para estruturar toda a abordagem necessária para a questão. Sem mais, está correta a ALTERNATIVA B.

A alternativa correta é letra C) Tratado de Petrópolis / Revolução Acreana

Gabarito: ALTERNATIVA C

“O Acre foi oficialmente integrado ao território brasileiro na Primeira República, com a assinatura do                      , em 1903. A incorporação do estado do Acre ao território brasileiro envolveu um longo processo conflituoso [...]. A                        foi fundamental para que a região, antes considerada nos antigos mapas bolivianos como Tierras nom Descubiertas, fossem anexadas ao Brasil”

• Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente as lacunas.

Celebrado entre Bolívia e Brasil em 1903, o Tratado de Petrópolis encerrava a chamada Questão do Acre. Região extremamente sensível para a estabilidade das fronteiras brasileiras e com problemas de integração com a Bolívia, o Acre foi uma prioridade do Barão do Rio Branco quando assumiu a chancelaria em 1902, sendo a grande chave para a solução definitiva da maioria das questões lindeiras brasileiras. Tratada na perspectiva bilateral entre Brasil e Bolívia, a Questão do Acre foi selada com a compra do território pelo governo brasileiro por meio de uma indenização paga à Bolívia e pela construção da Ferrovia Madeira-Mamoré. Era de grande interesse da Bolívia uma via mais rápida para o trecho navegável do rio Madeira, uma vez que suas exportações eram escoadas pela bacia do Amazonas. Com a garantia da livre navegação comercial por ser um país ribeirinho superior dos afluentes do Amazonas, a Bolívia pretendia baratear e agilizar seus fluxo comerciais por uma via direta entre suas províncias mais ao norte e a melhor opção fluvial para o acesso ao Atlântico. Por isso, a construção da ferrovia foi uma prioridade consolidada no Tratado de Petrópolis. Assim, observemos as alternativa propostas.

a)  Tratado de La Paz / Revolução Acreana
b)  Tratado de Rio Branco / Revolução de Integração
c)  Tratado de Petrópolis / Revolução Acreana
d)  Tratado de Integração / Revolução de Integração

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA C.

A alternativa correta é letra B) Errado

Gabarito: ERRADO

Pelo contrário, a chancelaria do Barão do Rio Branco (1902-1912) buscou sempre formas de entendimento de alto nível com a Argentina para estabilizar o Prata. Ocorre que a aliança especial com os Estados Unidos no contexto do Corolário Roosevelt e o projeto de rearmamento naval brasileiro despertavam grandes desconfianças na Argentina, cuja chancelaria mantinha uma posição bastante animosa contra o Brasil. Por sua vez, Rio Branco, ao mesmo tempo em que tentava cooptar Paraguai e Uruguai, mantinha uma posição paciente com a Argentina.

Na visão do chanceler brasileiro, o ideal seria criar um condomínio de potências sul-americanas unindo Argentina, Brasil e Chile numa forma de coordenação associada com os Estados Unidos, compondo um subsistema de poder. Ou seja, ao contrário do que dizia a Argentina, o projeto brasileiro não era de hegemonia sul-americana, mas sim de concertação regional dentro da Doutrina Monroe. Assim, item ERRADO.

A alternativa correta é letra D) A participação brasileira foi modesta, em decorrência dos recursos que possuía. Dessa forma, a ação mais significativa foi o envio de alguns navios da marinha para patrulha, já no fim do conflito.

Gabarito: ALTERNATIVA D

Em 1914, iniciou-se a Primeira Guerra Mundial que perdurou até 1918. Em 1917, após a Alemanha afundar navios mercantes brasileiros, o governo brasileiro, que mantinha, até então, uma posição de neutralidade, se viu obrigado a tomar um lado e participar do conflito. Sobre a participação do Brasil na Primeira Guerra Mundial, assinale a alternativa correta.

• a)  O Brasil teve uma participação ativa no conflito, enviando volumoso contingente do exército para combater principalmente na Itália.

Ainda que tenha enviado uma força naval para a Europa em 1918, as tropas brasileiras não chegaram propriamente a atuar nos teatros de operação da Primeira Guerra Mundial. A alternativa, no entanto, tenta induzir o candidato ao erro fazendo referência à atuação brasileira na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando, organizando a Força Expedicionária Brasileira, as tropas, sob comando americano, operariam na Campanha da Itália. Alternativa errada.

• b)  Além de enviar tropas para combater na Europa, a participação brasileira foi marcada pelo envio de grandes quantidades de sacas de café para os exércitos dos países aliados.

Ora, o café é, linhas gerais, um bem supérfluo; ou seja, não tem a urgência nas redes logísticas de um esforço de guerra. Além disso, conforme explicado acima, o envio de forças à Europa esteve relacionado à organização de uma divisão naval para operar ao lado da Marinha britânica. Alternativa errada.

• c)  O governo brasileiro participou da Primeira Guerra Mundial somente de forma diplomática, ou seja, não houve nenhum tipo de envolvimento quanto a questões militares ou de ajuda no esforço de guerra.

Ora, a alternativa está em franco desacordo com características básicas do enunciado apresentado. Ainda que tivesse mantido a neutralidade durante parte significativa da guerra, o Brasil seria tragado para o conflito após os ataques alemães a embarcações brasileiras no Atlântico Sul em 1917. Ocorre que, naquele momento, o Império Alemão declarara um bloqueio naval contra os portos da Tríplice Entente, uma forma de estrangular o abastecimento das tropas inimigas e de inviabilizar a manutenção da indústria e da economia de guerras. Com isso, toda embarcação que se destinasse a portos inimigos eram declarados como alvos em potencial da Marinha alemã, o que disparou uma série de comunicações oficiais pelo mundo - incluindo um aviso formal ao governo brasileiro para encerrar o comércio com a Tríplice Entente para não expor suas embarcações mercantes às forças alemãs. No entanto, dada a posição de neutralidade já declarada, o governo brasileiro decidiu por manter relações comerciais com todos os países, independente de qualquer configuração da guerra. Com os ataques navais alemães em 1917, no entanto, a posição brasileira ficou insustentável, levando o país a romper com a aliança liderada pela a Alemanha e aderir à Tríplice Entente, mandando recursos e forças para a Europa já em 1918. Alternativa errada.

• d)  A participação brasileira foi modesta, em decorrência dos recursos que possuía. Dessa forma, a ação mais significativa foi o envio de alguns navios da marinha para patrulha, já no fim do conflito.

Em 1917, navios mercantes brasileiros foram vítimas de torpedeamento por submarinos alemães, que impunham um bloqueio naval contra os portos dos países da Tríplice Entente. Ainda que o Império Alemão tenha emitido um alerta contra o Brasil meses antes, a ação provocou grande comoção no Brasil, principalmente por se tratar de embarcações civis cujas tripulações não receberam nenhum tipo de suporte por parte da Marinha de guerra alemã. Nesse momento, o governo de Wenceslau Brás declarou guerra à Alemanha e envolveu o Brasil no esforço de guerra ao lado de França e Grã-Bretanha. A ação mais efetiva do esforço brasileiro foi o estabelecimento de um hospital de campanha em Paris para atender soldados e civis franceses e britânicos. Nessa missão, foi enviada cerca de uma centena de médicos-cirurgiões, além de enfermeiros e batalhão de guarnição para garantir o sucesso da presença brasileira à frente de um reconhecido hospital, dando suporte médico às nações amigas. Ainda que não tenha se envolvido decisivamente nas ações militares, o Brasil, de fato, enviou esforços para a Aeronáutica e para a Marinha. No primeiro caso, enviamos cerca de uma dezena de aviadores para ser treinada e absorvida pela Real Força Aérea Britânica. No segundo, a esquadra de guerra brasileira - a Divisão Naval de Operações de Guerra (DNOG), que deveria atuar no Mediterrâneo apoiando ações da França, foi alvo de uma tragédia. Numa das escalas a caminho do teatro de guerra, a DNOG teve seus tripulantes infectados pelo vírus da gripe espanhola, que dizimou mais da metade da tripulação enviada. Combalida e já sem reais condições operacionais para um combate daquela monta, a DNOG ainda ficaria retida em quarentena no Norte da África por conta do risco de contaminar outras tropas com o vírus. Quando a divisão voltou a ter alguma capacidade operacional, a guerra já havia sido encerrada pelas potências centrais e a DNOG não entraria em combate. Ou seja, a alternativa, ainda que correta, simplifica de maneira muito grosseira a atuação brasileira na Primeira Guerra Mundial, que não pode ser resumida às possibilidades materiais limitadas do país naquele momento. ALTERNATIVA CORRETA.

• e)  O papel do Brasil no conflito não foi tão ativo, entretanto o exército, assim como a aeronáutica, participou de conflitos no teatro de guerra europeu.

Como explicado acima, o principal esforço armado brasileiro na Primeira Guerra Mundial foi a organização e o envio da DNOG; ou seja, da Marinha, ao passo que o Exército e a Aeronáutica tiveram lugar bastante discreto nesse esforço. Alternativa errada.

Assim, ainda que haja importantes imprecisões na alternativa, está correta a ALTERNATIVA D.

A alternativa correta é letra B) Errado

Gabarito: ERRADO

Observemos a conduta teratológica da douta banca na construção deste item. Primeiro, releiamos o item:

Agora, leiamos um trecho da introdução escrita pelo embaixador Synesio Sampaio Goes Filho ao livro Obras do Barão do Rio Branco (vol. V): Questões de limites, em cujas páginas 17 e 18 se lê:

Afastados estes vários obstáculos e sem a pressão dos embates no terreno, foi possível a retomada das negociações sobre os fundamentos da questão. Rio Branco solicita, em julho, que o senador Rui Barbosa e o embaixador Assis Brasil juntem-se a ele na condução das tratativas. Embora as conferências tenham sido intensas e difíceis, após quatro meses chegou-se a um acordo. O Brasil ficaria com todo o território do Acre (cerca de 191 mil km2). A Bolívia, por sua parte, incorporaria uma pequena área habitada por bolivianos (de 2.300 km2), receberia 2 milhões de libras esterlinas e se beneficiaria de três pequenos ajustes de fronteiras, na região do rio Paraguai. Além disso, comprometia-se o Brasil a construir a ferrovia Madeira – Mamoré, que criava uma saída boliviana para o Atlântico. O Tratado de Petrópolis foi assinado em 17 de novembro de 1903.

Ora, nada mais fez o avaliador do que simplesmente plagiar parte de uma introdução a um livro e fazer algumas alterações no texto para tornar o item errado. Dado que o concurso não conta com uma bibliografia obrigatória, este tipo de expediente acaba por levantar dúvidas acerca da segurança da prova como um todo.

Como fica óbvio na comparação dos dois textos, o erro reside em dizer que o Brasil ficou com metade do território acreano. Afinal, nos termos finais do acordo, as fronteiras brasileiras incorporaram integralmente a região do Acre, adicionando 191 mil m² ao território nacional. De uma maneira geral, o item faz referência ao contencioso entre Brasil e Bolívia em torno da Questão do Acre no início do século XX, que foi tratada como grande prioridade pela chancelaria do Barão do Rio Branco. Celebrado entre Bolívia e Brasil em 1903, o Tratado de Petrópolis encerrava a chamada Questão do Acre. Região extremamente sensível para a estabilidade das fronteiras brasileiras e com problemas de integração com a Bolívia, o Acre foi uma prioridade do Barão do Rio Branco por ser a grande chave para a solução definitiva da maioria das questões lindeiras brasileiras. Tratada na perspectiva bilateral entre Brasil e Bolívia, a Questão do Acre foi selada com a compra do território pelo governo brasileiro por meio de uma indenização paga à Bolívia e pela construção da Ferrovia Madeira-Mamoré. Era de grande interesse da Bolívia uma via mais rápida para o trecho navegável do rio Madeira, uma vez que suas exportações eram escoadas pela bacia do Amazonas.

Previa-se que a ferrovia permitiria à Bolívia escoar sua produção pelo Amazonas sem as grandes dificuldades de navegação de alguns trechos do rio Madeira. Partindo de um ponto estratégico do Rio Mamoré, a ferrovia chegaria ao Madeira após os trechos encachoeirados, o que permitia o escoamento da produção até o Atlântico na Bacia do Amazonas. Com a garantia da livre navegação comercial por ser um país ribeirinho superior dos afluentes do Amazonas, a Bolívia pretendia baratear e agilizar seus fluxo comerciais por uma via direta entre suas províncias mais ao norte e a melhor opção fluvial para o acesso ao Atlântico. Por isso, a construção da ferrovia foi uma prioridade consolidada no Tratado de Petrópolis.

Corrigindo o item:

Portanto, o item está ERRADO.