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Questões Sobre Primeira República - História - concurso

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41) Sobre o papel dos “Tenentes” após a “Revolução de 1930”, são feitas as seguintes afirmações.

  • A) em I, II e III.
  • B) em II e III, apenas.
  • C) em I, apenas.
  • D) em I e III, apenas.

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Resposta

A alternativa correta é letra A) em I, II e III.

Explicação

Após a vitória da Revolução de 1930, os Tenentes realmente passaram a fazer parte do governo, embora tenham se decepcionado posteriormente com os rumos que o movimento tomou. Isso confirma a afirmação I.

Os Tenentes também enfrentaram a oposição da grande maioria da população de São Paulo, que era influenciada pelas elites regionais que combatiam o movimento. Isso confirma a afirmação II.

O Nordeste foi um dos espaços de atuação dos Tenentes, e muitos deles eram originários dessa região, onde o poder era dominado por pequenos grupos. Isso confirma a afirmação III.

Portanto, todas as afirmações I, II e III são verdadeiras, o que torna a alternativa A) a resposta correta.

42) A implantação do regime republicano não modificou a situação das famílias de trabalhadores do campo, que representavam, naquela época, mais de dois terços da população nacional. As grandes propriedades continuavam imperando tanto no litoral quanto no interior do país, onde predominavam os latifúndios improdutivos. Eram elas a razão principal da miséria e da submissão da massa rural.

  • A) da Revolta da Vacina, no Rio de Janeiro, incentivado pela insatisfação da população.
  • B) de Canudos, em Belo Monte, na Bahia, liderado por Antonio Conselheiro.
  • C) de Juazeiro, liderado por Cícero Romão Batista.
  • D) do Cangaço, liderado por Virgulino Ferreira da Silva, Lampião.
  • E) do Contestado, ocorrido em Santa Catarina, liderado por José Maria.

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A alternativa correta é letra D) do Cangaço, liderado por Virgulino Ferreira da Silva, Lampião.

Gabarito da Banca: Anulada

 

A questão, que fala sobre movimentos sociais da Primeira República, busca diferenciar os de cunho religioso e os que não possuíam motivação religiosa. Analisemos as alternativas para compreender o motivo de anulação da questão.

 

a)  da Revolta da Vacina, no Rio de Janeiro, incentivado pela insatisfação da população.
 

Correta: A questão busca saber qual das alternativas não corresponde a um movimento de cunho religioso ocorrido durante a Primeira República e a Revolta da Vacina não possuía motivações religiosas. Ocorrida entre os dias 10 e 15 de novembro de 1904, no Rio de Janeiro, no contexto das obras de modernização e saneamento da cidade do Rio, teve como motivo para a revolta a obrigatoriedade da vacina contra a varíola, imposta à população pelas forças governamentais. É uma das revoltas urbanas ocorridas durante a Primeira República e que envolveu uma tensão entre os civis e as autoridades públicas não só devido a imposição da vacina em si, mas também porque essa não se fez acompanhar de um esclarecimento à população sobre a importância da vacinação e ocorria num contexto em que outras imposições do poder público já haviam ocorrido.

   

b)  de Canudos, em Belo Monte, na Bahia, liderado por Antonio Conselheiro.
 

Incorreta: O movimento de Canudos, liderado por Antônio Conselheiro, foi um dos principais movimentos messiânicos da Primeira República. Ocorreu no arraial de Canudos, no interior da Bahia, às margens do rio Vaza-Barris, onde várias pessoas se reuniram em torno do líder religioso Antônio Conselheiro e fundaram o chamado Belo Monte, uma comunidade formada por cerca de 20 a 30 mil habitantes e que possuía as seguintes características: praticava-se o sistema comunitário, em que as colheitas, os rebanhos e o fruto do trabalho eram repartidos e o excedente vendido ou trocado com os povoados vizinhos; não havia cobrança de tributos; eram proibidas a prostituição e a venda de bebidas alcoólicas. A comunidade de Canudos, pelo seu crescimento e organização acabou assustando as elites baianas e os governos estaduais e federal que passaram a combate-la sob a justificativa de que se tratava de uma comunidade monarquista que ameaçava a República. Além da oposição das autoridades estaduais e federal ao movimento, havia ainda a oposição da Igreja Católica, que considerava Canudos um perigo porque, ao seu ver, desviava fiéis dessa instituição e da “verdadeira fé”.

 

c)  de Juazeiro, liderado por Cícero Romão Batista.
 

Incorreta: O movimento de Juazeiro, mobilizado pela figura de Padre Cícero, foi um dos movimentos sociais de cunho religioso da Primeira República. O movimento em torno do Padre Cícero, que estava ligado a política local, foi provocado pela notícia de um suposto milagre realizado por ele, em fins do século XIX, na região do Vale do Cariri, no povoado de Juazeiro do Norte, sul do Estado do Ceará. A mobilização ou revolta dos seus seguidores foi motivada pela decisão das autoridades eclesiásticas de desestimular práticas religiosas fora do controle da Igreja (especialmente devido ao prestígio do padre Cícero após o milagre) e, assim, decretar a falsidade do milagre em Juazeiro do Norte para impedir que Padre Cícero pregasse ou ouvisse confissões.

 

d)  do Cangaço, liderado por Virgulino Ferreira da Silva, Lampião.
 

Correta: O Cangaço não está entre as manifestações místicas ou religiosas do final do Império e início da República. Esse movimento não ocorreu em uma data específica, mas sim em um período que vai de fins do século XIX até as primeiras décadas do século XX, e referia-se ao modo de vida das pessoas chamadas de cangaceiros. Vivendo como nômades, os cangaceiros eram grupos armados que praticavam assaltos em fazendas e, muitas vezes, matavam pessoas. Atuavam, frequentemente, com grande violência e, por isso, espalhavam terror e destruição por onde passavam. Sendo objeto de discussão entre os pesquisadores, alguns estudiosos tendem a classificar o Cangaço como uma forma pura e simples de banditismo e criminalidade, outros o veem como uma forma de contestação social, a forma que pessoas em situação de opressão encontraram de expressar a sua revolta. Um dos mais importantes personagens conhecidos do Cangaço brasileiro foi Virgolino (ou Virgulino), também chamado de Lampião, o famoso “Rei do Cangaço”. Depois que a polícia varguista massacrou o bando de Lampião, em 1938, o Cangaço praticamente desapareceu no Nordeste.

 

e)  do Contestado, ocorrido em Santa Catarina, liderado por José Maria.

 

Incorreta: O movimento do Contestado, liderado pelo monge José Maria, foi um dos principais movimentos messiânicos da Primeira República. A Guerra ou Revolta do Contestado foi um conflito ocorrido entre 1912 e 1916, durante os governos de Hermes da Fonseca (1910-1914) e Venceslau Brás (1914-1918), no qual o governo buscou combater o movimento messiânico estabelecido na fronteira entre Paraná e Santa Catarina, em uma região contestada (disputada) pelos dois estados, que por isso ficou conhecida como Contestado. Nessa revolta sertaneja, ocorrida durante a Primeira República, um grupo de sertanejos liderados por um religioso (um monge) procurou defender o modo de vida particular de sua comunidade contra as imposições e perseguições dos coronéis-fazendeiros e dirigentes de empresas estrangeiras estabelecidas na região, que contavam com o apoio dos governos estadual e federal.

   

Como podemos observar a questão possui mais de uma alternativa correta e, por isso, foi anulada pela banca.

 

Referências

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

43) No início dos anos 20, no Brasil surgiu uma crise no interior do movimento anarquista, de um lado pelos resultados obtidos pelas greves e, de outro, pelo triunfo dos comunistas na Rússia revolucionária. No Brasil, os comunistas tinham projetos que se distinguiam, grosso modo,dos ideais anarquistas. Entre eles, podemos citar:

  • A) os comunistas defendiam a valorização do Estado e uma transição passando pela ditadura do proletariado, enquanto os anarquistas viam a questão política e os partidos como campo de emergência de novas desigualdades.
  • B) os anarquistas negavam a propriedade privada e o Estado, enquanto os comunistas aceitavam a propriedade privada dos meios de produção e a conciliação com a burguesia nacional.
  • C) os comunistas negavam o Estado e a propriedade privada, enquanto os anarquistas defendiam um estado popular centralizado e o acesso à propriedade fundiária para os camponeses.
  • D) os anarquistas lutavam pelo mutualismo contratualista, enquanto os comunistas defendiam o Estado descentralizado e a manutenção da propriedade privada em mãos do proletariado.
  • E) os comunistas lutavam pelo direito à greve operária e à formação de sindicatos, enquanto os anarquistas defendiam a negociação com a burguesia através de sindicatos conciliadores dos conflitos capital-trabalho.

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A alternativa correta é letra A) os comunistas defendiam a valorização do Estado e uma transição passando pela ditadura do proletariado, enquanto os anarquistas viam a questão política e os partidos como campo de emergência de novas desigualdades.

Gabarito: ALTERNATIVA A

   

A construção do enunciado é um pouco truncada, chegando a dar a impressão de que as diferenças entre anarquismo e comunismo só podiam ser verificadas no Brasil da década de 1920, enquanto há diferenças conceituais profundíssimas entre as duas correntes de pensamento. Factualmente, no entanto, há de se observar que havia uma cisão política entre anarquistas e comunistas naquele momento brasileiro. Ocorre que, trazido por operários europeus (destacadamente italianos), o anarco-sindicalismo foi o esteio elementar da organização dos trabalhadores brasileiros entre o fim do século XIX e o início do século seguinte. Seriam os anarco-sindicalistas as forças mais importantes para a viabilização da greve geral de 1917, que afetou as principais cidades brasileiras e mostrou a força do movimento, mas seria duramente reprimida, inclusive com a deportação de importantes lideranças. Ou seja, ao passo que Lênin mostrava a força do comunismo a partir da Revolução Russa (1917), o anarquismo deu uma demonstração de força no Brasil, mas seus efeitos e os reveses gerais do movimento levantavam dúvidas sobre a sua viabilidade. Com isso, o comunismo passou a ser crescente na organização trabalhista brasileira, que foi, progressivamente, afastando-se de suas raízes anarquistas.

 

A Revolução Russa foi paradigmática para as esquerdas revolucionárias de todo mundo, principalmente com o triunfo do leninismo na experiência russa, que se conformaria na União Soviética. Para Lênin, caberia à vanguarda do proletariado acelerar o processo histórico descrito por Marx, demolindo as bases estruturais do capitalismo por meio de um estágio intermediário socialista anterior ao comunismo durante o qual se estabeleceria uma ditadura do proletariado à testa de um Estado robusto capaz de fazer todas as intervenções necessárias e de guiar a sociedade para a coletivização plena. Desta forma, instalava-se um aparato estatal muito centralizado e forte para que os meios de produção fossem expropriados pelo Estado em nome das massas pensando a coletivização dos meios e das riquezas em si. Isto é, acelerava-se acentuadamente o processo de transformação para que as forças dirigentes guiassem a população no sentido da transformação decisiva em favor do comunismo e da futura abolição do Estado.

 

O anarquismo, pelo contrário, pressupõe a abolição total do Estado e a liberdade individual sem qualquer forma de limitação ou de constrangimento. Ou seja, os comunistas entendiam que era necessário, primeiro, apear o controle burguês do Estado por meio da instalação de uma ditadura do proletariado robusta - o que, não raro, implicaria em regimes totalitários muito violentos -; enquanto os anarquistas queriam simplesmente abolir toda e qualquer forma de Estado sem qualquer transição. Nessa segunda leitura, era necessário agir na direção de extinguir todas as formas de controle, independente de quem faria este controle; uma vez quem, para o anarquismo, a liberdade e a igualdade só poderiam ser de fato alcançadas pela extinção completa das relações de controle. Assim, observemos as alternativas propostas.

 

a)  os comunistas defendiam a valorização do Estado e uma transição passando pela ditadura do proletariado, enquanto os anarquistas viam a questão política e os partidos como campo de emergência de novas desigualdades.
b)  os anarquistas negavam a propriedade privada e o Estado, enquanto os comunistas aceitavam a propriedade privada dos meios de produção e a conciliação com a burguesia nacional.
c)  os comunistas negavam o Estado e a propriedade privada, enquanto os anarquistas defendiam um estado popular centralizado e o acesso à propriedade fundiária para os camponeses.
d)  os anarquistas lutavam pelo mutualismo contratualista, enquanto os comunistas defendiam o Estado descentralizado e a manutenção da propriedade privada em mãos do proletariado.
e)  os comunistas lutavam pelo direito à greve operária e à formação de sindicatos, enquanto os anarquistas defendiam a negociação com a burguesia através de sindicatos conciliadores dos conflitos capital-trabalho.

   

Portanto, está correta a ALTERNATIVA A.

44) A guerra dos Canudos foi o confronto entre os integrantes de um movimento popular de ideologia sociorreligiosa e o exército brasileiro, liderado por

  • A) Manuel da Silva Pires Ferreira.
  • B) Antonio Vicente Mendes Maciel.
  • C) Antonio Moreira César.
  • D) Febronio de Brito.

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Resposta:

A alternativa correta é letra B) Antonio Vicente Mendes Maciel.

Explicação:

A Guerra dos Canudos foi um conflito armado ocorrido entre 1893 e 1897, no sertão da Bahia, Brasil. O líder do movimento popular de ideologia sociorreligiosa foi Antônio Vicente Mendes Maciel, mais conhecido como Antônio Conselheiro.

O Exército Brasileiro, liderado por Antônio Moreira César, foi enviado para reprimir o movimento, resultando em uma série de batalhas que culminaram com a destruição do arraial de Canudos e a morte de Antônio Conselheiro.

Portanto, a alternativa correta é a letra B) Antonio Vicente Mendes Maciel.

45) Sobre o movimento social de Canudos, é INCORRETO afirmar que  

  • A) recebeu pleno apoio da Igreja Católica, em especial de Padre Cícero.

  • B) foi combatido por tropas da polícia local e depois das do Exército.

  • C) o Arraial de Canudos vivia da agricultura e da pecuária, principalmente da criação de ovelhas e cabras.

  • D) em Canudos, os pobres do sertão encontravam solidariedade, conforto espiritual, abrigo e trabalho.

  • E) destruído em outubro de 1897, o Arraial de Canudos nunca se rendeu.  

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Resposta correta:

  • A) recebeu pleno apoio da Igreja Católica, em especial de Padre Cícero.

É incorreto afirmar que o movimento de Canudos recebeu pleno apoio da Igreja Católica, especialmente de Padre Cícero. Na verdade, a Igreja Católica oficial desaprovava Antonio Conselheiro e o movimento de Canudos, considerando-o herético e uma ameaça à ordem estabelecida. Padre Cícero, embora fosse uma figura religiosa influente no Nordeste, não teve envolvimento direto com o movimento de Canudos. As outras alternativas estão corretas: Canudos foi combatido por tropas locais e do Exército, o Arraial vivia da agricultura e pecuária, oferecia apoio aos pobres do sertão, e foi destruído sem se render em 1897.

46)

  • A)  a insatisfação da população com os benefícios de uma modernização urbana autoritária.

  • B)  a consciência da população pobre sobre a necessidade de vacinação para a erradicação das epidemias.

  • C)  a garantia do processo democrático instaurado com a República, através da defesa da liberdade de expressão da população.

  • D)  o planejamento do governo republicano na área de saúde, que abrangia a população em geral.

  • E)  o apoio ao governo republicano pela atitude de vacinar toda a população em vez de privilegiar a elite.

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A alternativa correta é letra A)  a insatisfação da população com os benefícios de uma modernização urbana autoritária.

Gabarito: Letra A
 
Entendendo o contexto:
 

  • Governo Rodrigues Alves (1902-1906)
  • Gestão municipal Pereira Passos (1902-1906)

 
Quando Rodrigues Alves foi eleito presidente do Brasil em 1902, elaborou um programa para modernizar a capital para que ela pudesse servir de vitrine para o capital internacional. O governo federal ficou encarregado da reforma e modernização do porto
 
A competência de reformar a cidade coube ao prefeito Pereira Passos e delegou-se ao médico sanitarista Oswaldo Cruz, às políticas de higienização da capital federal.
 
A capital passou por um período de intensas modificações, com abertura de avenidas, ruas, desmontes iniciais de morros, derrubadas de prédios e construções de novas edificações.
 
Lilia Moritz Schwarcz afirma que nas revistas ilustradas da época, como por exemplo, O Malho, Oswaldo Cruz e "seu exército de higienistas" foram transformados nos grandes vilões diante de uma população que manifestava seu descontentamento ante a política exclusivista da Primeira República.
 
Esse descontentamento teve seu auge na Revolta da Vacina em 1904. Oswaldo Cruz organizou a política sanitarista como se estivesse indo à guerra, com funcionários alistados para as brigadas de mata-mosquitos e dividindo a cidade em áreas sanitárias para combate aos focos das doenças.
 
Além disso, muitos dos funcionários da saúde adentravam nas casas com utilização da violência.
 
O estopim do autoritarismo foi o decreto de vacinação obrigatória contra a varíola.
 
O acontecimento foi uma das muitas manifestações populares que convulsionaram o cotidiano republicano. Ainda de acordo com a autora, longe da imagem da apatia popular, o que se viu foi o oposto: o protesto, a participação crítica e a emergência das multidões urbanas como novo fenômeno político.  
 
As reformas feitas durante a gestão Pereira Passos causaram resistência por parte da população, sobretudo, das camadas mais populares, que tinham que ser enquadrados em um modelo “civilizatório” pensado pelos políticos da época. 
 
Por que as demais estão incorretas?
 
Letra B: A população mais pobre não foi conscientizada sobre a necessidade de ser vacinada. A ausência de uma explicação ou uma campanha de vacinação por parte do governo aliada a forma autoritária como a vacinação se desenrolou pode ser uma das causas da revolta.


Letra C: Embora a República fosse proclamada com a bandeira da liberdade, nos primeiros anos da mesma, notamos um processo de liberalismo excludente. No Rio de Janeiro, a reforma urbana estava sendo conduzida de modo autoritário, eliminando muitas das práticas populares que vigoravam há muito tempo, como por exemplo, vender produtos nas ruas do centro da cidade.


Letra D: Na verdade, a população não estava pensando em questões maiores como a política de saúde adotada pelo governo Rodrigues Alves e Pereira Passos. Suas insatisfações decorriam do cotidiano, dos acontecimentos do dia a dia, por exemplo, as derrubadas de casas, de prédios, a migração para outros espaços mais distantes do centro urbano e para coroar a violência republicana, o decreto de vacinação obrigatória  sem esclarecimentos.


Letra E: A população foi às ruas na Revolta da Vacina devido ao caráter autoritário que o governo republicano exerceu para vacinar os cidadãos do Rio de Janeiro.
 
BENCHIMOL, Jaime. “Reforma urbana e Revolta da Vacina na cidade do Rio de Janeiro. In: FERREIRA, Jorge e DELGADO, Lucilia de Almeida Neves. O Brasil Republicano: O tempo do liberalismo excludente - da proclamação da república à revolução de 1930. Livro 1. Ed. Civilização Brasileira: Rio de Janeiro, 2008.
 
SCHWARCZ, Lilia M; STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
 
VICENTINO, Cláudio et ali. Teláris. História, 9º ano. 1ª ed. São Paulo: Ática, 2018.

47) O Tenentismo foi um movimento de contestação ao regime político vigente durante a República Velha (1889-1930). Apesar de serem portadores de uma ideologia difusa baseada em um vago reformismo, segundo as palavras do historiador Boris Fausto, os tenentes propunham como mudanças

  • A) a moralização do país, por meio do voto secreto e da maior centralização política.

  • B) o combate à corrupção eleitoral e o fim do regime republicano, a fim de eliminar o excessivo poder das oligarquias.

  • C) a reforma partidária, eliminando o pluripartidarismo e a defesa do voto aberto, como forma de expressão da vontade popular.

  • D) a implementação da democracia e do federalismo como forma de combater a máquina eleitoral dos "coronéis".

  • E) a defesa e criação do ensino obrigatório e a privatização das riquezas do subsolo nacional como forma de alcançar o progresso.

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A alternativa correta é letra A) a moralização do país, por meio do voto secreto e da maior centralização política.

Gabarito: Letra A

 

O movimento tenentista ficou conhecido por esse nome uma vez que contou como participantes principais oficiais de nível intermediário do Exército – tenentes e capitães.

 

O tenentismo propiciou uma série de revoltas contra o governo federal e estaduais entre 1922 e 1927, como, por exemplo, o levante dos 18 do forte de Copacabana em 1922, a Revolta de 1923 no Rio Grande do Sul, a Revolta de 1924 em São Paulo e a Coluna Miguel Costa-Prestes.

 

Dentre as propostas dos tenentes podemos destacar:

  • Moralização da administração pública (fim da corrupção eleitoral, adoção do voto secreto e criação de uma justiça eleitoral)

  • Centralização política (contrários ao domínio oligárquico)

  • Ensino gratuito e obrigatório

  • Tomada de poder pela via armada

 

Depois de 1930, os tenentes deixaram de tentar mudar o país pela via revolucionária e se engajaram nos quadros do governo de Vargas, procurando dar um rumo que promovesse seus objetivos.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra B:  o combate à corrupção eleitoral e o fim do regime republicano, a fim de eliminar o excessivo poder das oligarquias.

 

Os tenentes não eram favoráveis ao fim da República. Só desejavam que o governo republicano fosse mais ético, menos desigual e sem a presença de “homens errados” que levavam o país à corrupção e imoralidade.

 

Letra C:  a reforma partidária, eliminando o pluripartidarismo e a defesa do voto aberto, como forma de expressão da vontade popular.

 

Na Primeira República o voto adotado era de forma aberta. Os tenentistas desejavam implantar o voto secreto para evitar fraudes eleitorais.

  

Letra D:  a implementação da democracia e do federalismo como forma de combater a máquina eleitoral dos "coronéis".

 

Para os tenentistas a forma de combater a máquina eleitoral dos coronéis e das oligarquias era a criação de uma justiça eleitoral, que organizasse o processo de votação, que deveria ser secreto. Além disso, havia a necessidade de um governo forte e centralizado a fim de diminuir ou eliminar os poderes dessas elites.

  

Letra E:  a defesa e criação do ensino obrigatório e a privatização das riquezas do subsolo nacional como forma de alcançar o progresso.

 

Os tenentistas eram nacionalistas e não eram a favor da privatização das riquezas nacionais. Eram defensores de um Estado forte e centralizado que promovesse o progresso econômico e social.

 

Referências:

 

AZEVEDO, Gislane Campos e SERIACOPI, Reinaldo. História: volume único. São Paulo: Ática, 2005.

 

VICENTINO, Cláudio e DORIGO, Gianpaolo. História do Brasil. São Paulo: Scipione, 1997.

 

48) Observe a foto do grupo de Lampião e Maria Bonita e o mapa que destaca a área do Nordeste brasileiro onde o cangaço se disseminou nas décadas de 1920 e 1930.

  • A) cidadania restringida pelo voto censitário
  • B) analfabetismo predominante nas áreas rurais
  • C) criminalidade oriunda das taxas de desemprego
  • D) hierarquização derivada da concentração fundiária

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Alternativa D) hierarquização derivada da concentração fundiária

A concentração fundiária, ou seja, a distribuição desigual de terras, foi um fator determinante para a hierarquização social durante a Primeira República no Brasil. Essa estrutura agrária criou uma classe de grandes proprietários de terras, os "coronéis", que detinham o poder econômico e político nas áreas rurais. Em contraste, a maioria da população rural vivia em condições de pobreza e submissão. O cangaço, fenômeno social e de banditismo rural, foi em parte uma resposta a essa desigualdade e ao domínio dos coronéis, representando uma forma de resistência contra a opressão e a injustiça social.

49) Veja você, meu amigo, te resta apenas um meio para não ser explorado, nem oprimido: demonstrar coragem. Se os trabalhadores que são tão numerosos se opuserem com todas as suas forças aos patrões e a quaisquer formas de governo, estaremos bem próximos dos homens verdadeiramente livres.

  • A) socialismo
  • B) anarquismo
  • C) liberalismo
  • D) cooperativismo

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Resposta correta:

  • B) anarquismo

A fala expressa na questão reflete claramente princípios anarquistas. O anarquismo, que teve uma presença significativa no movimento operário brasileiro durante a Primeira República, defendia a oposição total às formas de governo e à exploração pelos patrões. Os anarquistas buscavam a emancipação dos trabalhadores através da ação direta e da autogestão, promovendo uma sociedade sem hierarquias e sem estado. Esta ideologia era comum nas organizações operárias de São Paulo e do Rio de Janeiro nos anos de 1910, influenciando greves, manifestações e a cultura operária em geral.

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50) O Tenentismo teve destacada importância política no Brasil Republicano. Segundo Boris Fausto, dentre os aspectos relacionados a este movimento, é correto afirmar que:

  • A) ganhou força a partir de 1933, obtendo uma base de apoio social e ampliando sua influência dentro do Exército.
  • B) com a vitória da Revolução de 1930, os "tenentes" passaram a combater sistematicamente o governo instaurado, estabelecendo um novo programa político.

  • C) ao nomear tenentistas como interventores, Vargas teve êxito em sua luta contra as oligarquias locais, sobre-tudo nos estados do sul e em São Paulo.

  • D) a ação dos tenentistas como interventores no nordeste apesar de limitada, não foi considerada bem sucedida, até porque eles eram, em sua maioria, dos estados do sul e sudeste.

  • E) em São Paulo, apesar de contar com a simpatia de alguns núcleos do setor agrário, da classe média e dos operários, os tenentistas tinham contra si a grande maioria da população.

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Resposta correta:

  • E) em São Paulo, apesar de contar com a simpatia de alguns núcleos do setor agrário, da classe média e dos operários, os tenentistas tinham contra si a grande maioria da população.

O movimento tenentista foi marcante na Primeira República brasileira, destacando-se pela crítica às oligarquias regionais e ao governo central. Em São Paulo, apesar de ter apoio de alguns setores como o agrário, a classe média e operários, os tenentistas enfrentaram resistência da maioria da população. Isso se deveu às particularidades políticas e sociais da época, onde as mudanças propostas pelo movimento não encontraram adesão generalizada, especialmente entre as camadas mais conservadoras da sociedade paulista.

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