Questões Sobre Primeira República - História - concurso
511) Sem poder vender, os comerciantes norte-americanos também deixaram de comprar. Isso afetou gravemente a economia dos países que dependiam das exportações para os Estados Unidos. Foi o caso do Brasil, que deixou de vender milhões de sacas de café para o mercado norte-americano. O preço da saca despencou, caindo em mais de 50% entre 1929 e 1930. Foi um desastre econômico que levou muitos cafeicultores à falência.
- A) I e II, apenas.
- B) I e III, apenas.
- C) II e III, apenas.
- D) I, II e III.
A alternativa correta é letra B) I e III, apenas.
Explicação: A questão se refere ao período histórico da Primeira República (1889-1930) e às consequências da Crise de 1929 nos EUA para a economia brasileira. A afirmativa I está correta, pois a Crise de 1929 foi um momento de queda do preço das ações na Bolsa de Nova Iorque, que afetou a economia brasileira. A afirmativa III também está correta, pois o Convênio de Taubaté foi um acordo que trouxe prejuízos ao Brasil, pois o governo brasileiro comprou a produção excedente de café sem ter como vendê-la. Já a afirmativa II está incorreta, pois a Crise de 1929 não fortaleceu as elites cafeicultoras, mas sim as afetou negativamente.
512) “(…) à medida que os países industrializados vão reorientando sua produção, abre-se a possibilidade de expandir uma indústria nacional que se dedique à fabricação de artigos cujo valor fosse pequeno e, portanto, de pouco interesse para o produtor estrangeiro. Foi o caso da fabricação de tecidos de algodão, da sacaria para embalagens de café (…) o país vai, pouco a pouco, dispondo de matérias-primas abundantes. E de capitais oriundos da produção agrícola que precisavam ser reinvestidos.”
- A) à diminuição da produção de insumos agrícolas e do extrativismo mineral, que alavancou o trabalho urbano.
- B) à concentração de renda na mão dos trabalhadores que demandaram mais do mercado interno, sobrando poucos artigos para a exportação.
- C) às taxas de câmbio que declinaram no país, valorizando sua moeda no mercado internacional.
- D) à necessidade de se subsidiar a produção cafeeira e de outros artigos agrícolas, sendo uma indústria incipiente em tecnologia e inovação.
- E) aos conflitos bélicos em que o Brasil se envolveu no período e à necessidade de produtos beneficiados industrialmente para atender aos esforços de guerra.
A alternativa correta é letra D) à necessidade de se subsidiar a produção cafeeira e de outros artigos agrícolas, sendo uma indústria incipiente em tecnologia e inovação.
Gabarito: ALTERNATIVA D
“(...) à medida que os países industrializados vão reorientando sua produção, abre-se a possibilidade de expandir uma indústria nacional que se dedique à fabricação de artigos cujo valor fosse pequeno e, portanto, de pouco interesse para o produtor estrangeiro. Foi o caso da fabricação de tecidos de algodão, da sacaria para embalagens de café (...) o país vai, pouco a pouco, dispondo de matérias-primas abundantes. E de capitais oriundos da produção agrícola que precisavam ser reinvestidos.”
(Maria Yedda Linhares. História Geral do Brasil)
Conforme se lê no excerto, a industrialização no Brasil, durante a chamada República Velha, correspondeu
- a) à diminuição da produção de insumos agrícolas e do extrativismo mineral, que alavancou o trabalho urbano.
Pelo contrário, segundo a autora, as matérias primas abundantes vinham da produção agrícola. Ou seja, esses excedentes produtivos - e não seu declínio - foram fundamentais para a industrialização. Alternativa errada.
- b) à concentração de renda na mão dos trabalhadores que demandaram mais do mercado interno, sobrando poucos artigos para a exportação.
O Brasil sempre sofreu com grandes níveis de concentração de renda nas classes mais elevadas. A demanda interna, em suas fatias mais lucrativas, continuava sendo suprida pela importação, sendo que apenas os artigos menos lucrativos passaram a ser supridos pela produção doméstica. Ou seja, era justamente por ser um comércio pouco lucrativo que essas fatias de produção industrial se abriram para a indústria nacional. Alternativa errada.
- c) às taxas de câmbio que declinaram no país, valorizando sua moeda no mercado internacional.
A apreciação cambial facilita a importação, uma vez que barateia a compra de produtos no exterior; ao passo que a produção doméstica perde espaço pelas condições mais competitivas dos importados. Ou seja, não se faz sentido falar que a valorização da moeda brasileira pudesse impulsionar a industrialização. Alternativa errada.
- d) à necessidade de se subsidiar a produção cafeeira e de outros artigos agrícolas, sendo uma indústria incipiente em tecnologia e inovação.
Como apontado pelo texto do enunciado, a produção de sacaria para café foi um espaço importante para a indústria têxtil brasileira. Tratava-se de uma produção pouco atrativa para as indústrias dos países centrais, uma vez que era pouco lucrativa e tinha pouco valor agregado. Ou seja, a necessidade de subsidiar a agricultura com produtos de pouca qualidade acabou por gerar uma demanda necessária para aquecer a produção doméstica com baixo nível de tecnologia. ALTERNATIVA CORRETA.
- e) aos conflitos bélicos em que o Brasil se envolveu no período e à necessidade de produtos beneficiados industrialmente para atender aos esforços de guerra.
O Brasil teve um envolvimento muito limitado na Primeira Guerra Mundial, não sendo suficiente para aquecer a demanda a ponto de industrializar o país. O que ocorreu foi a escassez de produtos importados em decorrência do conflito entre as potências centrais, possibilitando a substituição de importações no Brasil. Além disso, a maior base industrial brasileira não era de produtos de ponta, mas sim de produtos rústicos, não sendo suficiente para atender a um esforço de guerra. Alternativa errada.
Note o estudante que o texto citado no enunciado é suficiente para elucidar todas as alternativas. A alternativa correta, em parte, repete informações trazidas pela autora no trecho em tela. Sem mais, está correta a ALTERNATIVA D.
513) Em 1906, os fazendeiros de café, com os parlamentares federais realizaram uma reunião para encontrar soluções para as crises de superprodução no Brasil. Essa reunião ficou conhecida como:
- A) Reunião cafeeira paulista.
- B) Convênio de Taubaté.
- C) Assembleia dos cafeicultores.
- D) Reunião dos fazendeiros paulistas.
A alternativa correta é letra B) Convênio de Taubaté.
Em 1906, os fazendeiros de café e parlamentares federais se reuniram para encontrar soluções para as crises de superprodução de café no Brasil. Essa reunião ficou conhecida como Convênio de Taubaté. O acordo resultante dessa reunião propôs a compra do excedente de café pelo governo para estabilizar os preços e proteger os interesses dos cafeicultores, representando uma importante intervenção estatal na economia cafeeira do país.
514) A política econômica praticada por Rui Barbosa, no transcurso do Governo Provisório Republicano, que levou a uma bancarrota dos cofres públicos superavitários, durante o Segundo Reinado, ficou conhecida por:
- A) Funding Loan
- B) Tratado de Petrópolis
- C) Convênio de Taubaté
- D) Encilhamento
- E) Política dos Governadores
ESTA QUESTÃO FOI ANULADA, NÃO POSSUI ALTERNATIVA CORRETA
Gabarito: Anulada
A questão foi anulada com razão, uma vez que há um erro no enunciado.
Rui Barbosa era ministro da Fazenda do governo provisório, logo após a Proclamação da República. Ele foi o responsável por adotar uma política econômica que ficou conhecida como Encilhamento e que consistia na autorização para que bancos emitissem dinheiro para quem quisesse desenvolver indústrias.
Essa política acabou gerando uma crise econômica durante os primeiros anos republicanos e não no Segundo Reinado como aponta o enunciado da questão.
Comentários das demais alternativas:
Letra A: Funding Loan
O Funding Loan foi uma medida adotada pelo presidente Campos Sales e consistia no empréstimo junto a credores internacionais. As dívidas brasileiras foram transformadas em uma única, o Brasil pegou mais dinheiro emprestado, oferecendo como garantia as rendas da alfândega do Rio de Janeiro.
Letra B: Tratado de Petrópolis
O Tratado de Petrópolis foi um acordo entre o governo brasileiro e o boliviano para que ocorresse a anexação do Acre ao Brasil.
Letra C: Convênio de Taubaté
Trata-se de um acordo feito em 1906 entre os governos do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, maiores produtores de café, junto ao governo federal, cujo objetivo era valorizar o preço do café quando este sofresse algum tipo de crise. De acordo com o Convênio, em épocas de superprodução, o governo adotaria uma política de valorização do produto. Assim, o café excedente seria comprado pelo governo e estocado, para ser vendido quando os preços subissem. Para comprar esse café, o governo faria empréstimos no exterior.
Letra D: Encilhamento
Essa seria o nosso gabarito se não houvesse o erro no enunciado da questão.
Letra E: Política dos Governadores
Era um sistema ou esquema político que envolvia o governo federal e os governos estaduais. Os governadores de estado apoiavam o governo federal, ajudando a eleger parlamentares favoráveis ao presidente da República. Em troca, o presidente concedia mais verbas e favores aos seus aliados.
Referências:
COTRIM, Gilberto e RODRIGUES, Jaime. Historiar, 9° ano: ensino fundamental: anos finais. São Paulo: Saraiva, 2018.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2000.
VAINFAS, Ronaldo. et al. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.
515) […] a capacidade para importar não se recuperou nos anos trinta. Em 1937 ela ainda estava substancialmente abaixo do que havia sido em 1929. Em realidade, o quantum das importações daquele ano – bem superiores ao de qualquer outro ano do decênio – esteve 23 por cento abaixo do de 1929. A renda criada pelas exportações havia decrescido em termos reais. O quantum das exportações aumentara, mas, como o poder aquisitivo da unidade de exportação com respeito à unidade de importação se havia reduzido à metade, é evidente que a renda criada pelas exportações era muito inferior. O valor da produção agrícola a preços correntes havia subido de 7,5 para 7,8 bilhões de cruzeiros, não obstante a produção para exportação haver baixado de 5,5 para 4,5 bilhões. A participação das exportações como elemento formador da renda do agricultor havia decrescido, portanto, de 70 para 57 por cento.
- A) experimentou um desenvolvimento econômico forte desde os anos 1920, baseado em exportação de café e algodão, e foi pouco afetado pelos anos de depressão econômica.
- B) recuperou-se lentamente dos efeitos da recessão econômica dos anos 1930 porque o Estado brasileiro manteve uma política de sustentação do preço do café.
- C) teve uma difícil recuperação econômica, o que apenas ocorreu nos anos 1940, em razão das inversões de capitais públicos estadunidenses voltados para a agricultura de exportação.
- D) conseguiu se recuperar dos efeitos da Crise de 1929 ainda na década de 1930, principalmente em função do crescimento industrial e da produção para o mercado interno.
- E) sentiu pouco as decorrências da Crise de 1929 porque a indústria ganhou importante impulso, nos anos 1920, com investimentos estatais voltados para a indústria de base.
A alternativa correta é letra D) conseguiu se recuperar dos efeitos da Crise de 1929 ainda na década de 1930, principalmente em função do crescimento industrial e da produção para o mercado interno.
Gabarito: Letra D
Conseguiu se recuperar dos efeitos da Crise de 1929 ainda na década de 1930, principalmente em função do crescimento industrial e da produção para o mercado interno.
Conforme descreve o trecho de texto pertencente ao livro de Celso Furtado, Formação econômica do Brasil, apesar da economia do Brasil não ter se recuperado tal como no período anterior à crise mundial de 1929, já em fins dos anos 1930 ela dava sinais de significativa melhora, comparada aos anos anteriores, superando aos poucos os efeitos da crise de 1929.
Logo após assumir a presidência da República, bem depois da Revolução (ou Golpe) de 1930, Getúlio Vargas procurou adotar políticas que visavam estabilizar a cafeicultura, diversificar a produção agrícola e estimular o desenvolvimento industrial. A partir dessas políticas a cafeicultura foi lentamente se reequilibrando e o café voltou, a partir de 1939, a alcançar bons preços no mercado exterior; a diversificação agrícola permitiu a exportação de outros produtos (especialmente nos anos finais da Segunda Guerra Mundial, 1942-1945); e a política industrial adotada no período getulista, que tinha por objetivo substituir produtos de importação por produtos fabricados no Brasil, elevou o número de indústrias brasileiras e aumentou a produção para o mercado interno.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: experimentou um desenvolvimento econômico forte desde os anos 1920, baseado em exportação de café e algodão, e foi pouco afetado pelos anos de depressão econômica.
Nos anos anteriores à crise de 1929, o café foi o líder das exportações, sendo a cafeicultura a atividade econômica mais dinâmica da Primeira República. Dinamizadora de toda economia brasileira, a cafeicultura foi bastante afetada pela depressão econômica de 1929 acarretando consequências para todas as demais atividades econômicas do período.
Letra B: recuperou-se lentamente dos efeitos da recessão econômica dos anos 1930 porque o Estado brasileiro manteve uma política de sustentação do preço do café.
A recuperação dos efeitos da recessão econômica provocada pela crise de 1929 não ocorreu por uma política de sustentação do preço do café, mas sim pela adoção de medidas que buscavam estabilizar a cafeicultura – tais como, a proibição do plantio de novas mudas de café durante três anos e a queima das milhões de sacas estocadas pelo governo desde os anos anteriores – diversificar a produção agrícola, com o incentivo para o cultivo de outros produtos, e estimular a atividade industrial brasileira.
Letra C: teve uma difícil recuperação econômica, o que apenas ocorreu nos anos 1940, em razão das inversões de capitais públicos estadunidenses voltados para a agricultura de exportação.
Como o próprio texto apresentado pela questão aponta, a economia brasileira já dava sinais de recuperação dos efeitos da crise de 1929 já nos finais dos anos 1930 e essa recuperação ocorreu devido as políticas adotadas por Getúlio Vargas para recuperar e dinamizar a economia brasileira. Nos anos 1940, mais especificamente nos anos finais da Segunda Guerra Mundial, um empréstimo obtido junto aos Estados Unidos serviu para dinamizar a industrialização brasileira, a partir da Construção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), e não a agricultura de exportação.
Letra E: sentiu pouco as decorrências da Crise de 1929 porque a indústria ganhou importante impulso, nos anos 1920, com investimentos estatais voltados para a indústria de base.
A economia brasileira foi bastante afetada pela Crise de 1929 e a industrialização brasileira ganhou importante impulso durante a Era Vargas (1930-1945), e não nos anos 1920, foi sobretudo no final desse período, durante os Estado Novo (1937-1945), que o governo buscou investir na fundação de empresas estatais e na indústria de base.
Referências:
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.
516) Sobre as mudanças socioeconômicas ocorridas no Brasil durante o período da Primeira República, marque com V as afirmações verdadeiras e com F as falsas.
- A) F – V – F – V
- B) F – F – V – V
- C) V – V – F – F
- D) V – F – V – F
A alternativa correta é letra C) V – V – F – F
Vamos analisar cada afirmativa para identificar se é verdadeira ou falsa.
Afirmativa 1: A vinda massiva de estrangeiros para o Brasil foi uma das características marcantes nas transformações socioeconômicas desse período.
VERDADEIRO. Durante a Primeira República, houve, de fato, uma grande vinda de imigrantes para o Brasil, principalmente italianos e japoneses, buscando oportunidades de trabalho. Essa imigração massiva foi uma característica marcante do período e teve influência direta na economia e na sociedade brasileira.
Afirmativa 2: O crescimento industrial em São Paulo durante a Primeira República foi impulsionado, principalmente, pelo setor cafeeiro e pela imigração.
VERDADEIRO. O setor cafeeiro foi o principal motor econômico do Brasil durante a Primeira República, e São Paulo era o principal produtor de café do país. A riqueza gerada pelo café permitiu investimentos em infraestrutura e indústria. Além disso, a imigração, especialmente de italianos, foi fundamental para fornecer mão de obra para a crescente indústria paulista.
Afirmativa 3: Houve uma significativa retração no crescimento das populações urbanas observado durante o período imperial.
FALSO. Ao contrário do que afirma a questão, durante a Primeira República, houve um crescimento significativo das populações urbanas. Esse crescimento foi impulsionado pela industrialização e pela imigração, que levaram muitas pessoas a se mudarem para as cidades em busca de oportunidades de trabalho.
Afirmativa 4: A produção de látex na região da Amazônia entrou em declínio a partir da década de 1890 e significou o fim do chamado ciclo da borracha.
FALSO. O ciclo da borracha na Amazônia, que foi um período de grande prosperidade econômica devido à exportação de látex, teve seu auge no final do século XIX e início do século XX. O declínio da produção de látex na região só começou a ocorrer a partir da década de 1910, quando países asiáticos começaram a produzir borracha de forma mais eficiente.
Portanto, a sequência correta de cima para baixo é: V – V – F – F. Logo, a alternativa correta é a LETRA C.
517) Em finais do século XIX, o boom da exploração do látex – goma elástica amplamente empregada na fabricação de correias de transmissão nas máquinas, de batentes, de encapamentos de fios elétricos que tanto propiciaram a expansão das comunicações e da transmissão de energia, além de ser utilizada na fabricação de pneumáticos – fez com que se desenvolvesse na Amazônia brasileira, colombiana e boliviana o fenômeno que, no Brasil, ficou conhecido como correria – prática de correr atrás dos indígenas para matá-los e, assim, dominar seus territórios para produzir látex.
- A) subjugação de povos originários.
- B) esgotamento de recursos naturais.
- C) formação de cooperativas extrativas.
- D) modernização dos parques industriais.
- E) desapropriação de terras improdutivas
A alternativa correta é letra A) subjugação de povos originários.
Gabarito: ALTERNATIVA A
GONÇALVES, C. W. P. Disponível em: http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar.
Acesso em: 13 abr. 2015 (adaptado).
- No momento histórico apresentado, o sistema produtivo amazônico mencionado ficou marcado pelo(a)
O enunciado exige apenas que o estudante leia com atenção o texto citado no enunciado. O ciclo da borracha marcou uma grande migração para a região amazônica, implicando num ciclo de riquezas para cidades como Manaus e Belém, mas também com efeitos bastante perversos e um deles foi explicitado no texto: "prática de correr atrás dos indígenas para matá-los e, assim, dominar seus territórios para produzir látex". Ou seja, os ataques aos povos originários foi uma realidade no período.
a) subjugação de povos originários.
b) esgotamento de recursos naturais.
c) formação de cooperativas extrativas.
d) modernização dos parques industriais.
e) desapropriação de terras improdutivas
Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.
518) O crescimento industrial deve ser visto em uma perspectiva geográfica mais ampla, abrangendo várias regiões, ou seja, não é uniforme. Assinale, a seguir, um fator que NÃO contribuiu para a instalação de fábricas no Rio de Janeiro:
- A) Escassez de operários de baixa qualificação.
- B) Mercado consumidor com proporções razoáveis.
- C) Grandes bancos com sede no Rio de Janeiro, com condições de financiar outras atividades.
- D) Acúmulo proveniente da empresa agrícola ou dos negócios do comércio exterior, que facilitou a instalação de fábricas no Rio de Janeiro.
A alternativa correta é letra A) Escassez de operários de baixa qualificação.
Gabarito: Letra A
Escassez de operários de baixa qualificação.
A questão quer saber qual das alternativas é a incorreta
Segundo Boris Fausto, a partir do final do século XIX, as fábricas se instalaram no Centro-Sul do Brasil. O Rio de Janeiro e São Paulo foram as principais cidades que concentraram unidades fabris e manufatureiras em função do acúmulo de capital proveniente da empresa agrícola ou dos negócios do comércio exterior, que facilitou a instalação de fábricas no Rio de Janeiro, pelo mercado consumidor com proporções razoáveis e pelos grandes bancos com sede no Rio de Janeiro, com condições de financiar outras atividades.
No que diz respeito à mão de obra, havia falta de braços especializados, mas existia um grande contingente de operários de baixa qualificação, recrutados entre as camadas mais pobres, os imigrantes e os migrantes internos, visto que o Rio de Janeiro era um polo de atração de pessoas.
Encontrando a incorreta, vamos comentar as demais alternativas corretas.
Letra B: Mercado consumidor com proporções razoáveis.
No Rio de Janeiro havia um mercado consumidor de proporções razoáveis apto a consumir os produtos fabricados, como alimentos, bebidas e roupas. Além disso, o Rio de Janeiro era servido por ferrovias que abasteciam a cidade com produtos de outras regiões.
Letra C: Grandes bancos com sede no Rio de Janeiro, com condições de financiar outras atividades.
O Rio de Janeiro era sede de grandes bancos que financiavam atividades industriais, inclusive, com a política econômica conhecida como Encilhamento, os bancos eram procurados para conceder créditos e empréstimos para instalação de fábricas.
Letra D: Acúmulo proveniente da empresa agrícola ou dos negócios do comércio exterior, que facilitou a instalação de fábricas no Rio de Janeiro.
As fábricas e manufaturas instaladas em São Paulo e no Rio de Janeiro em sua maioria eram resultado do acúmulo de capitais oriundo da atividade agrícola ou do comércio exterior que eram revertidos para a industrialização.
Referência:
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2000.
519) “O mesmo sentimento moveu, na mesma época, Inácio Álvares Pinto de Almeida, a tomar a iniciativa de uma exposição de máquinas que despertasse a gente do Rio de Janeiro para a importância de substituir-se o braço escravo e a própria energia do animal, pela máquina, ‘em benefício da Indústria Nacional’. É o que ele próprio, pelo Diário do Rio de Janeiro, em 15 de setembro de 1821, disse ‘desejando ardentemente que a Indústria Nacional deste Reino Unido se anime mais … abrio com permissão de S.M. huma subscripção anual com cujo producto se vão comprando machinas ou modelos, que expostos ao público, possam ser vistas francamente, copiadas e empregadas em benefício da Industria Nacional, deste Reino Unido, em que infelizmente os braços dos escravos são quasi as únicas machinas que se empregão, compradas a tanto custo e tão precárias, como pouco conformes aos princípios da humanidade christã…’ Entre as maquinas a serem expostas anunciava ‘huma machina para joeirar grão sem dependência de que o tempo seja bom’ e ‘huma machina que ao mesmo tempo rala a Mandioca, espreme e peneira a massa…’” (FREYRE, Gilberto. SOBRADOS E MUCAMBOS. 9ª edição. Rio de Janeiro: Record, 1996, p.539). Sobre a História da industrialização no Brasil, é incorreto afirmar:
- A) Durante o período colonial, a metrópole portuguesa proibia a manufatura, pois os produtos iriam concorrer com os do reino e, com o fortalecimento da economia, a colônia poderia se tornar independente, o que não interessava a Portugal.
- B) Em 1808, com a vinda da família real para o Brasil, o Príncipe-regente D. João, tomou algumas medidas que favoreceram o desenvolvimento industrial, entre elas a extinção da lei que proibia a instalação de indústrias de tecidos, na colônia, e a liberação da importação de matéria prima para abastecer as fábricas, sem a cobrança da taxa de importação.
- C) Durante a Primeira República (1899-1930), verificamos a instalação de tecelagens, montadoras de automóveis, fábricas de calçados, alimentos, produtos de higiene e limpeza como sabão, etc. Devido ao crescimento da indústria brasileira, dos altos lucros e das reivindicações dos trabalhadores na Greve Geral de 1917, o governo aprova a Consolidação das Leis do Trabalho, em 1929 – instituindo o salário mínimo e a jornada de 8 horas diárias, além de outros direitos trabalhistas.
- D) Com a Tarifa Alves Branco, em 1844, aumentam-se as taxas alfandegárias que os produtos importados deveriam pagar. Com isso, surge um ambiente favorável para o surgimento das primeiras manufaturas, produzir aqui ficaria mais barato. Nesta época, se destacam as atividades empreendedoras do Barão de Mauá que investiu em ferrovias, estaleiros, iluminação pública, bancos, etc.
- E) Vários fatores contribuíram para o processo da industrialização no Brasil no começo do século XX: a exportação de café gerou lucros que permitiram o investimento na indústria; os imigrantes estrangeiros traziam consigo as técnicas de fabricação de diversos produtos; e a formação de uma classe média urbana consumidora.
A alternativa correta é letra C) Durante a Primeira República (1899-1930), verificamos a instalação de tecelagens, montadoras de automóveis, fábricas de calçados, alimentos, produtos de higiene e limpeza como sabão, etc. Devido ao crescimento da indústria brasileira, dos altos lucros e das reivindicações dos trabalhadores na Greve Geral de 1917, o governo aprova a Consolidação das Leis do Trabalho, em 1929 – instituindo o salário mínimo e a jornada de 8 horas diárias, além de outros direitos trabalhistas.
Vamos analisar cada alternativa, para identificar a afirmação incorreta sobre a história da industrialização no Brasil.
A) Durante o período colonial, a metrópole portuguesa proibia a manufatura, pois os produtos iriam concorrer com os do reino e, com o fortalecimento da economia, a colônia poderia se tornar independente, o que não interessava a Portugal.
CORRETO. Durante o período colonial, a metrópole portuguesa realmente proibia a manufatura na colônia. O objetivo era evitar a concorrência com os produtos do reino e manter o Brasil na condição de fornecedor de matérias-primas e consumidor de manufaturas portuguesas. A ideia era evitar o fortalecimento econômico da colônia, que poderia levar à independência, o que não interessava a Portugal.
B) Em 1808, com a vinda da família real para o Brasil, o Príncipe-regente D. João, tomou algumas medidas que favoreceram o desenvolvimento industrial, entre elas a extinção da lei que proibia a instalação de indústrias de tecidos, na colônia, e a liberação da importação de matéria prima para abastecer as fábricas, sem a cobrança da taxa de importação.
CORRETO. Com a vinda da família real para o Brasil em 1808, D. João VI realmente tomou medidas que favoreceram o desenvolvimento industrial no Brasil. Uma dessas medidas foi a extinção da lei que proibia a instalação de indústrias de tecidos na colônia. Além disso, houve a liberação da importação de matérias-primas para abastecer as fábricas, sem a cobrança da taxa de importação.
C) Durante a Primeira República (1899-1930), verificamos a instalação de tecelagens, montadoras de automóveis, fábricas de calçados, alimentos, produtos de higiene e limpeza como sabão, etc. Devido ao crescimento da indústria brasileira, dos altos lucros e das reivindicações dos trabalhadores na Greve Geral de 1917, o governo aprova a Consolidação das Leis do Trabalho, em 1929 – instituindo o salário mínimo e a jornada de 8 horas diárias, além de outros direitos trabalhistas.
INCORRETO. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foi aprovada durante o governo de Getúlio Vargas, em 1943, e não em 1929. A CLT reuniu todas as leis trabalhistas existentes no Brasil e introduziu novos direitos, como o salário mínimo, a jornada de 8 horas diárias, o direito a férias remuneradas, entre outros. Portanto, a afirmação é incorreta.
D) Com a Tarifa Alves Branco, em 1844, aumentam-se as taxas alfandegárias que os produtos importados deveriam pagar. Com isso, surge um ambiente favorável para o surgimento das primeiras manufaturas, produzir aqui ficaria mais barato. Nesta época, se destacam as atividades empreendedoras do Barão de Mauá que investiu em ferrovias, estaleiros, iluminação pública, bancos, etc.
CORRETO. A Tarifa Alves Branco, aprovada em 1844, elevou as taxas alfandegárias sobre os produtos importados, tornando a produção interna mais competitiva. Com isso, criou-se um ambiente favorável para o surgimento das primeiras manufaturas no Brasil. A figura do Barão de Mauá é destaque neste período, com investimentos em diversas áreas da economia.
E) Vários fatores contribuíram para o processo da industrialização no Brasil no começo do século XX: a exportação de café gerou lucros que permitiram o investimento na indústria; os imigrantes estrangeiros traziam consigo as técnicas de fabricação de diversos produtos; e a formação de uma classe média urbana consumidora.
CORRETO. No início do século XX, vários fatores contribuíram para o processo de industrialização no Brasil. A exportação de café gerou lucros que foram investidos na indústria. Os imigrantes estrangeiros trouxeram consigo técnicas de fabricação de diversos produtos. Além disso, a formação de uma classe média urbana consumidora também foi um fator importante para o desenvolvimento da indústria.
Portanto, a alternativa incorreta é a LETRA C.
520) Assinale a afirmativa que descreve corretamente um aspecto dos ciclos da borracha no Brasil.
- A) Extraída da seiva da seringueira, a borracha era desconhecida pelos índios da Amazônia, passando a ser comercializada após a invenção do processo de vulcanização.
- B) A economia da borracha amazônica teve como base a extração de látex em plantations de seringueiras cultivadas em terrenos argilosos e próximos a várzeas.
- C) O aumento da demanda internacional por borracha natural incentivou investimentos estatais em ferrovias e em iniciativas de reforma agrária para a região amazônica.
- D) Os ingleses, interessados na produção de látex em grande escala, contrabandearam sementes de Hevea brasiliensis e as enviaram para suas plantações na Índia.
- E) A exploração da seringueira no vale amazônico ativou um ciclo econômico que, a partir da segunda metade do século XIX, permitiu a reestruturação urbana de Belém e Manaus.
A alternativa correta é letra E) A exploração da seringueira no vale amazônico ativou um ciclo econômico que, a partir da segunda metade do século XIX, permitiu a reestruturação urbana de Belém e Manaus.
Gabarito: ALTERNATIVA E
- a) Extraída da seiva da seringueira, a borracha era desconhecida pelos índios da Amazônia, passando a ser comercializada após a invenção do processo de vulcanização.
A borracha extraída da seringueira já era conhecida por nações indígenas amazônicas, que empregavam a seiva da árvore na fabricação de alguns utensílios. O processo de vulcanização, descoberto na primeira metade do século XIX, permitiu a fabricação da borracha industrial a partir do látex, o que possibilitava o uso industrial do produto. Foi isso que permitiu o emprego industrial do látex, o que ampliou sobremaneira a demanda internacional do produto. Alternativa errada.
- b) A economia da borracha amazônica teve como base a extração de látex em plantations de seringueiras cultivadas em terrenos argilosos e próximos a várzeas.
Sobre a produção gomífera na Amazônia, é importante que se entenda que nunca se conseguiu fazer o cultivo em série da seringueira. A coleta do látex era dentro da floresta amazônica, buscando as seringueiras conforme elas se apresentavam na natureza. Portanto, não faz sentido se falar em plantation (monocultura de exportação) para a produção de borracha na Amazônia. Alternativa errada.
- c) O aumento da demanda internacional por borracha natural incentivou investimentos estatais em ferrovias e em iniciativas de reforma agrária para a região amazônica.
O escoamento da borracha na Amazônia se dava fundamentalmente por via fluvial, e não por meio de ferrovias. Ao invés de reforma agrária, houve uma concentração fundiária com os chamados "barões da borracha". A formação de latifúndios na região foi franqueda pela concentração de renda decorrente do sucesso da exportação da borracha para os principais centros industriais do mundo. Alternativa errada.
- d) Os ingleses, interessados na produção de látex em grande escala, contrabandearam sementes de Hevea brasiliensis e as enviaram para suas plantações na Índia.
Hevea brasiliensis é o nome científico dado à seringueira. No final do século XIX, os ingleses contrabandearam sementes da seringueira para tentar aclimatá-las em suas colônias. Como explicado acima, a produção brasileira não era seriada, mas extraída em diversas árvores segundo a distribuição natural; ao passo que os ingleses buscavam a formação de plantation para o cultivo em escala. Seria na Malásia, e não na Índia, que seriam organizadas as fazendas de seringueiras, franqueando a produção em escala de borracha. Com isso, os preços internacionais caíram vertiginosamente e a produção brasileira perdeu competitividade, encerrando o primeiro ciclo da borracha no Brasil. Alternativa errada.
- e) A exploração da seringueira no vale amazônico ativou um ciclo econômico que, a partir da segunda metade do século XIX, permitiu a reestruturação urbana de Belém e Manaus.
O esplendor das cidades de Manaus e Belém decorreu diretamente do chamado "ciclo da borracha", que derivou do extrativismo do látex vegetal e que se consolidou na forma dos grandes teatros das duas capitais. O primeiro ciclo da borracha levou grandes possibilidades de crescimento econômico para a região amazônica, atraindo aventureiros e investidores de toda sorte. O comércio da borracha era muito lucrativo e demandava uma quantidade expressiva de mão de obra, o que levava à fundação de novos povoados e ao crescimento de cidades como Belém e Manaus. Os grandes lucros da borracha também permitiam grandes obras públicas, como foi o caso da urbanização de Manaus e, mais especificamente, as grandes reformas urbanas de Belém no período Antônio Lemos. O Teatro Amazonas (Manaus, 1884) e o Theatro da Paz (Belém, 1878) foram construídos ainda durante o Segundo Reinado (1840-1889); isto é, se, de fato, demonstram o esplendor econômico vivido pela região durante o ciclo da borracha, esses teatros também indicam que o apogeu dessa força econômica se concentra na segunda metade do século XIX. Com a Segunda Revolução Industrial (grosso modo, 1850), a borracha passou a ser uma commoditie importante no cenário internacional, uma vez que foi convertida em importante matéria prima desse novo salto tecnológico. No entanto, o modelo extrativista brasileiro não resistiria à concorrência internacional que emergiu, principalmente, na década de 1920 no Sudeste Asiático, com importante destaque para a Malásia. ALTERNATIVA CORRETA.
Sem mais, está correta a ALTERNATIVA E.