Questões Sobre Primeira República - História - concurso
521) “A população brasileira cresceu a uma taxa média de 2,5% ao ano, enquanto a população das cidades com 50 mil ou mais habitantes subiu a 3,7%, e a das cidades com mais de 100 mil, a 3,1%. Por outro lado, se no primeiro decênio da República a população rural decresceu 2,2%, na área urbana ela aumentou 6,8%. A urbanização era uma realidade que vinha para ficar, e alterava rapidamente a feição do país. Apesar disso, a realidade nacional continuava eminentemente agrícola. Segundo o censo de 1920, dos 9,1 milhões de pessoas em atividade, 6,3 milhões (69,7%) se dedicavam à agricultura; 1,2 milhão (13,8%), à indústria, e 1,5 milhão (16,5%), aos serviços de uma maneira geral”.
- A) eixo econômico do país foi deslocado para a Região Sul em função da aliança entre a imigração e o crescimento da agricultura.
- B) população acabou se concentrando nas principais cidades da Região Sudeste do país, como o Rio de Janeiro, São Paulo e Vitória.
- C) crescimento da indústria terminou por promover uma locomoção significativa de trabalhadores rurais para as grandes cidades.
- D) embelezamento urbano inspirado nas cidades europeias integrou as diferentes camadas sociais em torno de um projeto civilizatório.
A alternativa correta é letra C) crescimento da indústria terminou por promover uma locomoção significativa de trabalhadores rurais para as grandes cidades.
Vamos analisar cada alternativa, para identificar o fato que marcou aquele período histórico.
A) Eixo econômico do país foi deslocado para a Região Sul em função da aliança entre a imigração e o crescimento da agricultura.
INCORRETO. O texto não apresenta informações que justifiquem a afirmação de que o eixo econômico do país foi deslocado para a Região Sul, nem menciona uma aliança entre a imigração e o crescimento da agricultura. Ainda que a Região Sul tenha recebido um número significativo de imigrantes e tenha tido um crescimento agrícola expressivo no período, essa informação não é suficiente para afirmar que o eixo econômico do país foi deslocado para essa região. Alternativa errada.
B) População acabou se concentrando nas principais cidades da Região Sudeste do país, como o Rio de Janeiro, São Paulo e Vitória.
INCORRETO. O texto menciona um crescimento da população urbana em geral, mas não especifica que esse crescimento se deu predominantemente nas cidades da Região Sudeste, nem menciona as cidades de Rio de Janeiro, São Paulo e Vitória especificamente. Portanto, a alternativa é imprecisa e não pode ser confirmada com base no texto. Alternativa errada.
C) Crescimento da indústria terminou por promover uma locomoção significativa de trabalhadores rurais para as grandes cidades.
CORRETO. O texto menciona que a população urbana aumentou 6,8% no primeiro decênio da República, enquanto a população rural decresceu 2,2%. Além disso, indica que a urbanização era uma realidade que vinha para ficar. Isso sugere que houve uma migração significativa de trabalhadores rurais para as cidades. Embora o texto não mencione explicitamente a indústria como causa dessa migração, é razoável inferir que o crescimento da indústria, indicado pelo número de pessoas em atividade na indústria (1,2 milhão), teve um papel importante nesse processo. Alternativa correta.
D) Embelezamento urbano inspirado nas cidades europeias integrou as diferentes camadas sociais em torno de um projeto civilizatório.
INCORRETO. O texto não faz menção a um embelezamento urbano inspirado nas cidades europeias, nem a uma integração das diferentes camadas sociais em torno de um projeto civilizatório. Portanto, essa afirmação não pode ser confirmada com base no texto. Alternativa errada.
Portanto, a alternativa correta é a LETRA C.
522) A crise financeira de 1929, iniciada nos Estados Unidos, afetou não somente aquele país, mas diversos outros ao redor do mundo. O Brasil foi afetado economicamente, mas também socialmente e na sua política. Assinale a alternativa correta quanto a essas alterações sociais e políticas.
- A) Afetou negativamente a exportação de café, principal produto econômico brasileiro. Dessa forma, também influenciou o descrédito na Primeira República, associada aos grandes oligarcas do café, auxiliando na derrubada do Presidente Washington Luís, na ascensão de Vargas e na criação de um governo provisório em 1930.
- B) O governo brasileiro conseguiu, de forma relativa, contornar a crise, aumentando ainda mais as exportações de café e solidificando o governo de Washington Luís.
- C) As exportações de café foram totalmente afetadas, diminuindo muito a compra do produto. Com isso, o governo de Washington Luís foi derrubado, e Vargas instaurou o Estado Novo, um governo ditatorial.
- D) A crise de 1929 afetou o Brasil de forma positiva, pois, com a queda da produção de café, acelerou-se, de forma efetiva e imediata, investimentos em ciência e tecnologia no país.
- E) Um dos efeitos da crise de 1929 no Brasil foi a queda da produção industrial do país que, naquele momento, crescia de forma pujante.
A alternativa correta é letra A) Afetou negativamente a exportação de café, principal produto econômico brasileiro. Dessa forma, também influenciou o descrédito na Primeira República, associada aos grandes oligarcas do café, auxiliando na derrubada do Presidente Washington Luís, na ascensão de Vargas e na criação de um governo provisório em 1930.
Gabarito: ALTERNATIVA A
A crise financeira de 1929, iniciada nos Estados Unidos, afetou não somente aquele país, mas diversos outros ao redor do mundo. O Brasil foi afetado economicamente, mas também socialmente e na sua política. Assinale a alternativa correta quanto a essas alterações sociais e políticas.
- a) Afetou negativamente a exportação de café, principal produto econômico brasileiro. Dessa forma, também influenciou o descrédito na Primeira República, associada aos grandes oligarcas do café, auxiliando na derrubada do Presidente Washington Luís, na ascensão de Vargas e na criação de um governo provisório em 1930.
Há de se lembrar o estudante que a Primeira República (1889-1930) era francamente marcada pela chamada "política do café com leite", em que as oligarquias de Minas Gerais (leite) e de São Paulo (café) controlavam o centro do poder por suas primazias econômicas e se sucediam na presidência com os Partidos Republicano Paulista (PRP) e Republicano Mineiro (PRM). O período entreguerras (1919-1939), no entanto, impôs algumas dificuldades importantes para a economia brasileira, principalmente em sua primeira década. Com a desorganização econômica europeia e o agravamento dos protecionismos dos seus principais mercados, produtos não essenciais como o café e o açúcar tinham dificuldade de inserção internacional. Além disso, os impérios coloniais europeus tentavam animar as lavouras de suas colônias, gerando um aumento da concorrência internacional para os produtos brasileiros. Por outro lado, as dificuldades na Europa aumentavam importância do mercado dos Estados Unidos para a agroexportação, base essencial da nossa economia na Primeira República (1889-1930). Com a crise de 1929 e a grande depressão econômica que se seguiu, o mercado americano deixou de ter condições de absorver parte significativa da nossa produção cafeeira, bem como as praças de crédito e de investimentos diretos sofriam uma contração decisiva pelo mundo todo. Por consequência, os preços internacionais do café sofriam com quedas severas ao mesmo tempo em que as capacidades brasileiras de financiar seus déficits definhavam com grande velocidade. Internamente, essa configuração econômica enfraqueceu as principais elites políticas, que tentaram fazer com que o Estado brasileiro corresse em socorro aos preços do café. Sem tanta força interna, as elites se dividiram em cisões decisivas para a queda do governo no Golpe de 30. Além disso, o aumento da carestia urbana decorrente da contração econômica afetava exatamente as classes menos favorecidas, invisíveis para as políticas públicas de um Estado que acorria em garantir a manutenção da agroexportação. O expansionismo monetário do período, por exemplo, ampliou o processo inflacionário nas grandes cidades ao mesmo tempo em que a instabilidade política deu forças para o tenentismo, que seria alvo de repressões graves. ALTERNATIVA CORRETA.
- b) O governo brasileiro conseguiu, de forma relativa, contornar a crise, aumentando ainda mais as exportações de café e solidificando o governo de Washington Luís.
Ainda que algumas tentativas importantes de proteção aos preços internacionais do café tenham ocorrido na Primeira República, há de se observar que o choque externo era muito severo e prejudicaria sobremaneira o equilíbrio político e econômico no Brasil. Como explicado acima, a generalização internacional da crise econômica americana fez com que a demanda sobre produtos supérfluos (como é o caso da café) sofresse grande contração, comprometendo os preços internacionais muito além das possibilidades de intervenção econômica do governo brasileiro. Ou seja, as exportações foram comprometidas por alguns anos, abrindo cisões políticas entre as oligarquias e enfraquecendo o domínio político; condições políticas estas que comprometeram a sucessão presidencial em 1930, levando ao golpe de Estado decisivo para encerrar o governo de Washington Luís. Alternativa errada.
- c) As exportações de café foram totalmente afetadas, diminuindo muito a compra do produto. Com isso, o governo de Washington Luís foi derrubado, e Vargas instaurou o Estado Novo, um governo ditatorial.
A alternativa tenta confundir o candidato por simplificar sobremaneira fatos que aconteceram. A ideia de exportações "totalmente afetadas" é sempre uma afirmação muito arrojada, sendo necessário ter mais precisão na construção do argumento. No entanto, o erro principal da alternativa está na configuração política que se seguiu à Revolução de 1930, já que foi instalado o Governo Provisório (1930-1934): um momento de grande discricionariedade do poder de Getúlio Vargas em que foi abolida a Constituição de 1891 sem que uma nova ordem constitucional fosse de fato instalada. O Estado Novo, no entanto, só seria instalado em 1937, quando seria abolida a Constituição de 1937 e um golpe de Estado francamente autoritário (e com inspirações fascistas) seria dado. Ou seja, seria apenas sete anos após a deposição de Washington Luís que Vargas estabeleceria um governo abertamente ditatorial - o período (1930-1945) como um todo ficaria conhecido como Era Vargas, momento em que o autoritarismo esteve muito presente no país como um todo, o que poderia confundir o candidato no momento da prova. Alternativa errada.
- d) A crise de 1929 afetou o Brasil de forma positiva, pois, com a queda da produção de café, acelerou-se, de forma efetiva e imediata, investimentos em ciência e tecnologia no país.
A alternativa é completamente descabida. O café era o principal produto da economia brasileira desde a primeira metade do século XIX e a organização da vida econômica brasileira esteve, desde então, profundamente associada à exportação cafeeira. Ou seja, a já referida intensa contração da demanda internacional por café impactou diretamente a economia brasileira, comprometendo nossas exportações num prazo muito curto. Tal fenômeno implicou num período de recessão brasileira, o que exigiria esforços do Estado brasileiro para reanimar a economia na década de 1930, e isso passava diretamente por defender os preços internacionais do café para criar excedentes de capitais necessários para novos investimentos domésticos no sentido da industrialização. Alternativa errada.
- e) Um dos efeitos da crise de 1929 no Brasil foi a queda da produção industrial do país que, naquele momento, crescia de forma pujante.
Como explicado acima, na década de 1920, a exportação de café era a principal atividade econômica brasileira, sendo que o parque industrial tinha apenas uma posição marginal no mundo produtivo brasileiro. Além disso, há de observar que, ainda que pudessem depender da importação de insumos e de maquinário, as indústrias brasileiras não tinham maiores conexões com os mercados internacionais, estando antes voltadas ao abastecimento do mercado doméstico. Ou seja, não há muito sentido em se pensar que a crise de 1929 poderia comprometer o parque industrial brasileiro naquele momento, bem como é descabido falar que estava em franco desenvolvimento. A industrialização brasileira só seria encampada de maneira ampla e sistemática a partir da década de 1930, iniciando um ciclo de nacional-desenvolvimentismo baseado na substituição de importações, o qual duraria até a década de 1980. Alternativa errada.
Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.
523) Em relação às características da economia brasileira entre 1895-1930, é correto afirmar que:
- A) apesar do papel de liderança do café enquanto produto de exportação, houve também impulso à industrialização, que, em parte, foi motivada pela alocação de capitais investidos por vários cafeicultores.
- B) teve como produto principal de exportação o açúcar obtido do processo de refino, graças à modernização dos engenhos subvencionada pelos governos da época.
- C) viveu o auge da industrialização baseada nos bens de capitais, processo devido à construção de rodovias, as quais substituíram as antigas ferrovias do Império.
- D) a indústria de base foi a principal atividade do setor secundário na economia, sobretudo a do parque militar-naval com o desenvolvimento dos arsenais da Marinha e do Exército no sul do país.
- E) a descoberta de novas jazidas de ouro localizadas próximas ao Rio de Janeiro, então Capital Federar, motivou a instalação de indústrias de proprietários estrangeiros nessa área.
A alternativa correta é letra A) apesar do papel de liderança do café enquanto produto de exportação, houve também impulso à industrialização, que, em parte, foi motivada pela alocação de capitais investidos por vários cafeicultores.
Gabarito: Letra A
Apesar do papel de liderança do café enquanto produto de exportação, houve também impulso à industrialização, que, em parte, foi motivada pela alocação de capitais investidos por vários cafeicultores.
Desde a década de 1830, o café passou a ser o principal produto de exportação do Brasil, superando o açúcar, e com isso, a cafeicultura passou a estimular toda a economia brasileira. Além das imigrações promovidas ou estimuladas pelos cafeicultores, a economia do café propiciou a construção e o reaparelhamento de ferrovias, estradas e portos, o surgimento de bancos, casas de câmbio e de exportação, a criação de estaleiros, empresas de navegação e moinhos, bem como de fábricas têxteis para a produção dos sacos de juta utilizados para embalar o café.
Durante a Primeira República (1889-1930), o café representou, na maior parte desse período, em média, 50% do valor das exportações brasileiras. Tamanho era o sucesso do café brasileiro no mercado internacional que os cafeicultores passaram a aumentar desmedidamente a produção fazendo com que essa ultrapassasse a capacidade de consumo, o que levou as chamadas crises de superprodução, onde a oferta do café passou a ser maior do que a procura.
Para resolver essa questão, uma reunião entre representantes do setor cafeeiro, alguns parlamentares e os governadores dos estados cafeeiros (Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo), estabeleceu o chamado Convênio de Taubaté, a partir do qual o governo federal passou a comprar os excedentes de café, assumindo os prejuízos e garantindo o lucro dos cafeicultores. Diante desse quadro lucrativo, alguns desses cafeicultores passaram a utilizar parte de seus lucros para investir no setor industrial. Assim, durante a Primeira República, a industrialização ganhou maior impulso, com a produção de bens de consumo voltados para o mercado interno.
Por que as demais estão incorretas?
Letra B: teve como produto principal de exportação o açúcar obtido do processo de refino, graças à modernização dos engenhos subvencionada pelos governos da época.
O principal produto de exportação durante o período citado pela questão, 1895 a 1930, foi o café e não o açúcar.
Letra C: viveu o auge da industrialização baseada nos bens de capitais, processo devido à construção de rodovias, as quais substituíram as antigas ferrovias do Império.
Durante o período citado pela questão, 1895 a 1930, a industrialização brasileira ganhou impulso com base em bens de consumo não duráveis, e não em bens de capitais como cita a alternativa.
Letra D: a indústria de base foi a principal atividade do setor secundário na economia, sobretudo a do parque militar-naval com o desenvolvimento dos arsenais da Marinha e do Exército no sul do país.
Durante o período citado pela questão, 1895 a 1930, a industrialização brasileira ganhou impulso com base em bens de consumo não duráveis, e não na indústria de base como cita a alternativa.
Letra E: a descoberta de novas jazidas de ouro localizadas próximas ao Rio de Janeiro, então Capital Federal, motivou a instalação de indústrias de proprietários estrangeiros nessa área.
A instalação de indústrias, especialmente nos Estados de São Paulo (31%), Rio Grande do Sul (13,3%), Rio de Janeiro (11,5%), Minas Gerais (9,3%), não foram motivadas pela descoberta de novas jazidas de ouro próximas ao Rio de Janeiro, como diz a alternativa, mas sim pelo investimento de cafeicultores na indústria de bens não duráveis para o consumo interno.
Referências:
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.
524) Analise a tabela.
- A) o alargamento ferroviário dependeu das políticas públicas presentes a partir da Primeira República, porque durante o Império, a Câmara dos Deputados entravou o crescimento das linhas ferroviárias, prejudicando a produção cafeeira.
- B) a extensão da malha ferroviária agilizou o transporte de café, ao mesmo tempo em que o alto custo desse meio de transporte fez diminuir o lucro dos cafeicultores, com a consequente queda nos novos investimentos.
- C) a expansão ferroviária coincide, do ponto de vista cronológico, com a ampliação das exportações de café, o que comprova que a economia cafeeira dinamizou e simultaneamente foi dinamizada pela melhoria do sistema de transporte.
- D) os recursos financeiros que permitiram o forte crescimento da produção cafeeira foram oriundos do lucro das companhias ferroviárias, empresas de capitais majoritariamente estadunidenses e com pequena participação estatal.
- E) a presença do transporte ferroviário teve pequena importância para o desenvolvimento da agroexportação de café, que precisava de portos modernos e adequados para navios de grande porte, como se tornou o de Santos.
A alternativa correta é letra C) a expansão ferroviária coincide, do ponto de vista cronológico, com a ampliação das exportações de café, o que comprova que a economia cafeeira dinamizou e simultaneamente foi dinamizada pela melhoria do sistema de transporte.
Gabarito: Letra C
a expansão ferroviária coincide, do ponto de vista cronológico, com a ampliação das exportações de café, o que comprova que a economia cafeeira dinamizou e simultaneamente foi dinamizada pela melhoria do sistema de transporte.
A expansão da economia cafeeira iniciou-se por volta de meados do século XIX. Em 1840, o café já era o principal produto da pauta de exportações brasileiras e continuou a aumentar o volume de exportação graças ao processo de modernização desse setor.
Um dos principais instrumentos de expansão da economia cafeeira foi a modernização dos transportes a fim de garantir o escoamento da produção de maneira mais rápida. Nesse sentido, as estradas de ferro tiveram papel importantíssimo ao garantir que a produção cafeeira chegasse aos portos com rapidez a fim de atender ao mercado internacional. Construídas a partir de capitais liberados em função do fim do tráfico e com capitais estrangeiros de bancos e investidores ingleses, as estradas de ferro passaram a dinamizar e serem simultaneamente dinamizadas pela economia cafeeira.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: o alargamento ferroviário dependeu das políticas públicas presentes a partir da Primeira República, porque durante o Império, a Câmara dos Deputados entravou o crescimento das linhas ferroviárias, prejudicando a produção cafeeira.
A partir da tabela podemos notar que durante o Império (entre os anos de 1854 e 1879) houve aumento da malha ferroviária tanto no Brasil como na região cafeeira em grande expansão. Assim, não houve um entrave por parte do legislativo imperial em relação ao crescimento das linhas ferroviárias.
Letra B: a extensão da malha ferroviária agilizou o transporte de café, ao mesmo tempo em que o alto custo desse meio de transporte fez diminuir o lucro dos cafeicultores, com a consequente queda nos novos investimentos.
A ampliação da malha ferroviária agilizou o transporte de café que por sua vez atendeu aos interesses dos cafeicultores de ter o produto escoado com maior rapidez para o mercado internacional. A expansão do café obedeceu à procura por parte do mercado dessa bebida, usada como estimulante e também como hobby dos grupos mais abastados das sociedades europeias. Isso fez com que houvesse um aumento no luvro dos cafeicultores que, por sua vez, empregavam parte dos recursos obtidos com a exportação do café em atividades ligadas à economia cafeeira.
Letra D: os recursos financeiros que permitiram o forte crescimento da produção cafeeira foram oriundos do lucro das companhias ferroviárias, empresas de capitais majoritariamente estadunidenses e com pequena participação estatal.
As companhias ferroviárias que se instalaram no Brasil eram empresas de capitais oriundos da Inglaterra e não dos Estados Unidos. Em algumas dessas companhias também podemos encontrar a presença do capital privado das associações de cafeicultores.
Letra E: a presença do transporte ferroviário teve pequena importância para o desenvolvimento da agroexportação de café, que precisava de portos modernos e adequados para navios de grande porte, como se tornou o de Santos.
A presença do transporte ferroviário teve uma grande importância para a economia cafeeira. Ela possibilitou que o produto fosse escoado com maior rapidez para portos mais modernos e mais amplos, como o de Santos e o do Rio de Janeiro.
Referência:
NETO, José Miguel Arias. "Primeira República: economia cafeeira, urbanização e industrialização". In: FERREIRA, Jorge e DELGADO, Lucília de Almeida Neves. O Brasil Republicano: O tempo do liberalismo oligárquico: da Proclamação da República à Revolução de 1930. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.
525) Texto associado
- A) ampliação da mão de obra fabril.
- B) limitação da jornada laboral.
- C) exigência de qualificação profissional.
- D) elevação da produtividade feminina.
- E) ausência de direitos sociais.
A alternativa correta é letra E) ausência de direitos sociais.
Vamos analisar as alternativas para identificar qual delas está mais diretamente relacionada com os dados apresentados no texto.
A) Ampliação da mão de obra fabril.
INCORRETO. O texto não fala sobre um aumento no número total de trabalhadores na indústria. Ele apenas menciona a porcentagem de mulheres e crianças entre os trabalhadores têxteis. Portanto, não há evidência para afirmar que houve uma ampliação da mão de obra fabril. Alternativa errada.
B) Limitação da jornada laboral.
INCORRETO. O texto não menciona nada sobre a duração da jornada de trabalho. Portanto, não podemos inferir que havia uma limitação da jornada laboral com base na informação fornecida. Alternativa errada.
C) Exigência de qualificação profissional.
INCORRETO. O texto não menciona nada sobre a necessidade de qualificação profissional. Além disso, o fato de que uma grande porcentagem dos trabalhadores eram mulheres e crianças sugere que a indústria têxtil estava mais preocupada com a quantidade de mão de obra do que com a sua qualificação. Alternativa errada.
D) Elevação da produtividade feminina.
INCORRETO. O texto não menciona nada sobre a produtividade das trabalhadoras. Apenas indica que uma grande porcentagem dos trabalhadores eram mulheres. Portanto, não podemos inferir que houve uma elevação da produtividade feminina com base na informação fornecida. Alternativa errada.
E) Ausência de direitos sociais.
CORRETO. A presença de uma grande porcentagem de mulheres e crianças na força de trabalho têxtil sugere que esses grupos estavam sendo explorados, provavelmente devido à falta de direitos sociais. No início do século XX, era comum que mulheres e crianças trabalhassem em condições precárias e por longas horas, sem proteções trabalhistas adequadas. Portanto, a informação fornecida no texto indica que havia uma ausência de direitos sociais para os trabalhadores da indústria têxtil. Alternativa correta.
Portanto, a alternativa correta é a LETRA E.
526) O Encilhamento foi o nome dado a um projeto econômico:
- A) Criado por Rui Barbosa durante o governo de Floriano Peixoto.
- B) Criado por Floriano Peixoto durante o governo de Deodoro da Fonseca.
- C) Criado por Rui Barbosa durante o governo de Deodoro da Fonseca.
- D) Criado por Júlio de Castilhos durante o governo de Deodoro da Fonseca.
A alternativa correta é letra C) Criado por Rui Barbosa durante o governo de Deodoro da Fonseca.
Vamos analisar cada alternativa para identificar o criador e o contexto do projeto econômico conhecido como Encilhamento.
A) Criado por Rui Barbosa durante o governo de Floriano Peixoto.
INCORRETO. O Encilhamento foi, de fato, um projeto econômico criado por Rui Barbosa. No entanto, ele não foi implementado durante o governo de Floriano Peixoto, mas sim durante o governo de Deodoro da Fonseca. Rui Barbosa foi Ministro da Fazenda de Deodoro da Fonseca e foi nesse período que ele implementou o Encilhamento, uma política econômica liberal que visava a industrialização e o desenvolvimento do Brasil por meio da emissão de moeda e do estímulo à especulação financeira. Portanto, a alternativa está parcialmente correta ao mencionar Rui Barbosa como o criador do Encilhamento, mas erra ao afirmar que foi durante o governo de Floriano Peixoto.
B) Criado por Floriano Peixoto durante o governo de Deodoro da Fonseca.
INCORRETO. Floriano Peixoto foi o segundo presidente do Brasil, sucedendo Deodoro da Fonseca. No entanto, ele não foi o criador do Encilhamento. Como mencionado acima, o Encilhamento foi um projeto econômico criado por Rui Barbosa durante o governo de Deodoro da Fonseca.
C) Criado por Rui Barbosa durante o governo de Deodoro da Fonseca.
CORRETO. Esta é a alternativa correta. Rui Barbosa foi Ministro da Fazenda durante o governo de Deodoro da Fonseca, e foi nesse período que ele criou e implementou o Encilhamento. A política econômica do Encilhamento visava a industrialização e o desenvolvimento do Brasil por meio da emissão de moeda e do estímulo à especulação financeira.
D) Criado por Júlio de Castilhos durante o governo de Deodoro da Fonseca.
INCORRETO. Júlio de Castilhos foi um político e jornalista brasileiro, conhecido por ser um dos líderes do Partido Republicano Rio-Grandense e por ser o autor da primeira constituição do estado do Rio Grande do Sul. No entanto, ele não foi o criador do Encilhamento. Como mencionado nas alternativas anteriores, o Encilhamento foi um projeto econômico criado por Rui Barbosa durante o governo de Deodoro da Fonseca.
Portanto, a alternativa correta é a LETRA C.
527) Logo após a Proclamação da República no Brasil, o então ministro Rui Barbosa realizou uma reforma econômica tentando expandir o crédito e incentivar a indústria. Essa reforma foi conhecida como
- A) Encilhamento.
- B) Novo padrão econômico.
- C) Plano Barbosa.
- D) Plano Rui Barbosa.
- E) Reforma Deodoro da Fonseca.
A alternativa correta é letra A) Encilhamento.
Vamos analisar cada alternativa, para identificar o nome correto da reforma econômica implementada por Rui Barbosa após a Proclamação da República no Brasil.
A) Encilhamento.
CORRETO. O termo "Encilhamento" é o nome pelo qual ficou conhecida a política econômica implementada por Rui Barbosa durante o início da República Velha (1889-1930), quando ele era Ministro da Fazenda. O Encilhamento foi uma política de expansão monetária e crédito com o objetivo de estimular o desenvolvimento industrial e modernizar a economia brasileira. No entanto, essa política resultou em uma grande especulação financeira, inflação e crise econômica.
B) Novo padrão econômico.
INCORRETO. A reforma econômica implementada por Rui Barbosa após a Proclamação da República no Brasil não é conhecida como "Novo padrão econômico". Essa denominação não se encaixa no contexto histórico e econômico do período.
C) Plano Barbosa.
INCORRETO. Apesar de Rui Barbosa ter sido o idealizador e executor da reforma econômica, ela não recebeu o nome de "Plano Barbosa". O termo "Plano Barbosa" não é reconhecido historicamente como a denominação da política econômica implementada por Rui Barbosa.
D) Plano Rui Barbosa.
INCORRETO. Semelhante à alternativa C, a reforma econômica implementada por Rui Barbosa não é conhecida como "Plano Rui Barbosa". A política econômica de Rui Barbosa recebeu outro nome, que reflete o contexto econômico e as características dessa política.
E) Reforma Deodoro da Fonseca.
INCORRETO. Deodoro da Fonseca foi o primeiro presidente do Brasil após a Proclamação da República, mas a reforma econômica que estamos discutindo não recebeu o nome de "Reforma Deodoro da Fonseca". Rui Barbosa, como Ministro da Fazenda, foi o responsável pela política econômica do início da República, que recebeu um nome diferente.
Portanto, a alternativa correta é a LETRA A.
528) Desde o seu descobrimento até os dias atuais a História do Brasil pode ser estudada através de seus ciclos econômicos. Mais precisamente na época da Proclamação da República, o Brasil vivia o ciclo:
- A) da borracha.
- B) da cana-de-açúcar.
- C) do café.
- D) do ouro.
- E) do pau-brasil.
A alternativa correta é letra C) do café.
Vamos analisar cada alternativa, para identificar o ciclo econômico que o Brasil vivia na época da Proclamação da República.
A) da borracha.
INCORRETO. O ciclo da borracha teve seu ápice entre o final do século XIX e o início do século XX, especialmente na região Norte do Brasil, em função da demanda internacional pelo látex da seringueira. No entanto, não era o ciclo econômico dominante no momento da Proclamação da República.
B) da cana-de-açúcar.
INCORRETO. O ciclo da cana-de-açúcar foi o primeiro grande ciclo econômico do Brasil, tendo seu auge no período colonial, entre os séculos XVI e XVII. Na época da Proclamação da República, o Brasil já não estava mais no ciclo da cana-de-açúcar.
C) do café.
CORRETO. O ciclo do café dominou a economia brasileira durante o século XIX até o início do século XX, especialmente na região Sudeste do Brasil. A Proclamação da República, em 1889, ocorreu durante o auge do ciclo do café, que foi fundamental para a consolidação da economia brasileira no período republicano.
D) do ouro.
INCORRETO. O ciclo do ouro ocorreu entre os séculos XVII e XVIII, principalmente na região das Minas Gerais. Na época da Proclamação da República, o Brasil já havia passado pelo ciclo do ouro.
E) do pau-brasil.
INCORRETO. O ciclo do pau-brasil foi o primeiro ciclo econômico do Brasil, ocorrendo no início do período colonial, no século XVI. Na época da Proclamação da República, o Brasil já havia passado há muito tempo pelo ciclo do pau-brasil.
Portanto, a alternativa correta é a LETRA C.
529) A política do café, durante a Primeira República,
- A) chegou ao auge do protecionismo com o Convênio de Taubaté, passando depois a reger-se pelas leis do mercado.
- B) procurou atender aos interesses dos cafeicultores através de constantes medidas de proteção ao produto.
- C) pode ser equiparada à de outras produções agrícolas, todas elas amparadas por Planos de Defesa.
- D) atendeu exclusivamente aos interesses dos grandes grupos internacionais, através dos Planos de Defesa.
- E) foi dirigida pelo governo do Estado de São Paulo, enquanto o poder federal mantinha uma atitude distante e neutra.
Resposta:
A alternativa correta é B) procurou atender aos interesses dos cafeicultores através de constantes medidas de proteção ao produto.
Explicação:
Durante a Primeira República, a política do café foi marcada por uma série de medidas protecionistas que visavam proteger os interesses dos cafeicultores. O governo brasileiro, em especial o governo de São Paulo, que era o maior produtor de café do país, implementou políticas para proteger a produção de café, como a criação do Convênio de Taubaté em 1906, que estabeleceu um acordo entre os estados produtores de café para controlar a produção e manter os preços.
Essas medidas protecionistas tinham como objetivo garantir a estabilidade econômica dos cafeicultores e manter a posição do Brasil como maior produtor de café do mundo. Portanto, a alternativa B é a correta, pois a política do café durante a Primeira República procurou atender aos interesses dos cafeicultores através de constantes medidas de proteção ao produto.
530) “Visitei todo o comércio,
- A) possuía um caráter político institucional que ameaçava a estabilidade social e econômica do nordeste.
- B) contava com o apoio popular, propondo a reforma agrária e uma nova distribuição de renda.
- C) representava a faceta do movimento anarquista, com propostas de socialização da terra nas áreas rurais.
- D) era uma forma de banditismo sem ameaças à estabilidade fundiária e, portanto, aceito pelas oligarquias e trabalhadores.
- E) tinha apoio popular e representava uma forma de resistência à opressão dos grandes proprietários rurais.
A alternativa correta é letra E) tinha apoio popular e representava uma forma de resistência à opressão dos grandes proprietários rurais.
Os versos de Chagas Baptista em homenagem ao cangaceiro Antonio Silvino, o "Governador do Sertão", sugerem que o cangaço contava com o apoio popular e representava uma forma de resistência à opressão dos grandes proprietários rurais. Isso porque os versos descrevem a figura do cangaceiro como alguém que se mistura com o povo, é acompanhado por eles e não se faz de rogado, ou seja, não é um marginalizado ou um excluído. Além disso, a figura do cangaceiro é apresentada como alguém que desafia a autoridade e a ordem estabelecida, o que sugere que o cangaço era uma forma de resistência à opressão dos grandes proprietários rurais.