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Questões Sobre Primeira República - História - concurso

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571) Durante a Primeira República no Brasil (1889- 1930), as práticas políticas assentadas no denominado sistema coronelista estiveram muito presentes em relação às características do coronelismo.

  • A) O sistema coronelista primava pela lisura no processo eleitoral.
  • B) O coronelismo estava profundamente vinculado à denominada “política dos governadores” ou “política dos estados”.
  • C) Uma das características do sistema coronelista foi a não utilização de mecanismos violentos como forma de pressão sobre os eleitores.
  • D) O coronelismo só esteve presente nas regiões menos desenvolvidas do país.
  • E) Era a garantia das liberdades individuais durante as votações.

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A alternativa correta é letra B) O coronelismo estava profundamente vinculado à denominada “política dos governadores” ou “política dos estados”.

Essa alternativa é correta porque o coronelismo, sistema político que prevaleceu durante a Primeira República no Brasil, estava intimamente ligado à política dos governadores ou política dos estados. Isso significa que os governadores estaduais exerciam grande influência sobre a política nacional, e os coronéis, líderes locais, tinham um papel fundamental na manutenção do poder político e econômico nas regiões.

As outras alternativas estão erradas porque:

  • A) O sistema coronelista não primava pela lisura no processo eleitoral, pois era comum a ocorrência de fraudes e manipulações.
  • C) O coronelismo frequentemente utilizava mecanismos violentos como forma de pressão sobre os eleitores.
  • D) O coronelismo estava presente em todas as regiões do país, não apenas nas menos desenvolvidas.
  • E) O coronelismo não garantia as liberdades individuais durante as votações, pois a manipulação e a coerção eram comuns.

572) Sobre os movimentos operários nas três primeiras décadas do século XX, no Brasil, assinale a alternativa correta.

  • A) Entre 1917 e 1920, ocorreram grandes greves que mobilizaram expressivo contingente de operários especialmente no Rio de Janeiro e São Paulo.
  • B) Uma das principais características do movimento operário, nesse período no Brasil, foi a ausência de divergências no interior da classe operária.
  • C) O anarquismo foi o movimento operário de menor expressão nas primeiras décadas do século XX no Brasil.
  • D) A união entre comunistas e anarquistas, nesse período, foi o ponto marcante entre estas duas importantes lideranças operárias.
  • E) O anarquismo defendia, sobretudo, a participação na luta operária através dos partidos políticos, da mesma forma que os comunistas.

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Resposta

A alternativa correta é A) Entre 1917 e 1920, ocorreram grandes greves que mobilizaram expressivo contingente de operários especialmente no Rio de Janeiro e São Paulo.

Explicação

No início do século XX, o Brasil experimentou um período de intensa atividade sindical e grevista. Entre 1917 e 1920, ocorreram grandes greves que mobilizaram um expressivo contingente de operários, especialmente no Rio de Janeiro e em São Paulo. Essas greves foram motivadas por reivindicações salariais, melhorias nas condições de trabalho e reconhecimento dos direitos dos trabalhadores.

Essa alternativa é a correta porque as outras opções apresentam informações incorretas ou imprecisas sobre o movimento operário no Brasil durante as primeiras décadas do século XX.

573) A denominação de república oligárquica é frequentemente atribuída aos primeiros 40 anos da República no Brasil. Coronelismo, oligarquia e política dos governadores fazem parte do vocabulário político necessário ao entendimento desse período.

  • A) Os governadores representavam as oligarquias estaduais e controlavam as eleições, realizadas com voto aberto. Isso sustentava a República da Espada, na qual vários coronéis governaram o país, retribuindo o apoio político dos governadores.
  • B) Diante das revoltas populares do período, que ameaçavam as oligarquias estaduais, os governadores se aliaram aos coronéis, para que chefiassem as expedições militares contra as revoltas, garantindo a ordem, em troca de maior poder político.
  • C) As oligarquias estaduais se aliavam aos coronéis, que detinham o poder político nos municípios, e estes fraudavam as eleições. Assim, os governadores elegiam candidatos que apoiariam o presidente da República, e este retribuía com recursos aos estados.
  • D) Os governadores excluídos da política do “café com leite” se aliaram às oligarquias nordestinas, a fim de superar São Paulo e Minas Gerais. Essas alianças favoreceram uma série de revoltas chefiadas por coronéis, que comandavam bandos de jagunços.

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A alternativa correta é letra C)

A chamada "república oligárquica" pode ser explicada pela aliança entre as oligarquias estaduais e os coronéis. Os coronéis detinham o poder político nos municípios e fraudavam as eleições. Em troca, os governadores elegiam candidatos que apoiariam o presidente da República, e este retribuía com recursos aos estados.

Essa aliança permitia que as oligarquias estaduais mantivessem o controle político e econômico sobre os estados e municípios, enquanto o presidente da República garantia a estabilidade política em troca de apoio.

574)

  • A) a ação dos imigrantes, sobretudo europeus e asiáticos que constituíram um dos traços mais relevantes de agenciamento de mão de obra barata para a lavoura do café.
  • B) a precariedade dos serviços assistenciais do Estado, a incapacidade dos cidadãos efetivarem seus direitos, a ampliação dos impostos atribuída aos municípios e a eleição dos prefeitos.
  • C) o movimento operário e a ação do Estado no sentido de intervir nas relações de trabalho, mediante uma legislação concessiva de direitos mínimos aos trabalhadores.
  • D) as fábricas que surgiram no Brasil, sobretudo na Bahia, primeiro núcleo das atividades do ramo, reunindo cinco das nove fábricas existentes no país em 1866.
  • E) os traços ideológicos e as peculiaridades que concorreram, também, para a ação dos Coronéis, como, por exemplo, o Positivismo, cuja importância difusa se manteve no interior do Exército.

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A alternativa correta é letra B) a precariedade dos serviços assistenciais do Estado, a incapacidade dos cidadãos efetivarem seus direitos, a ampliação dos impostos atribuída aos municípios e a eleição dos prefeitos.

Gabarito: Letra B

 

A questão versa sobre as condições que permitiram o predomínio dos coronéis durante a Primeira República como força política atuante. Analisemos as alternativas em busca da resposta correta.

 

a)  a ação dos imigrantes, sobretudo europeus e asiáticos que constituíram um dos traços mais relevantes de agenciamento de mão de obra barata para a lavoura do café.  

Incorreta: O predomínio dos coronéis durante a Primeira República não teve relação com a presença de imigrantes europeus e asiáticos agenciados para trabalhar nas lavouras do café em finais do século XIX. O coronelismo é um traço distinto da política da Primeira República (1889-1930) e as políticas de imigração para a substituição da mão de obra escrava começaram a ocorrer durante o período Imperial.

 

b)  a precariedade dos serviços assistenciais do Estado, a incapacidade dos cidadãos efetivarem seus direitos, a ampliação dos impostos atribuída aos municípios e a eleição dos prefeitos.

 

Correta: O coronelismo imperava onde faltava a assistência do Estado, sendo predominante no meio rural, visto que o coronelismo ganhou força especialmente nas áreas mais afastadas dos espaços urbanos e centrais, onde a maioria da população ainda sofria com a exploração e ausência de direitos sociais que as tornavam sujeitas ao poder do coronel.

A implantação do regime republicano não significou a modificação da situação das famílias de trabalhadores do campo, que representavam, naquela época, mais de dois terços da população nacional. Com as grandes propriedades continuando a imperar no litoral e no interior do país, nos locais onde predominavam os latifúndios improdutivos, o sistema político reproduzia a miséria e a submissão da massa rural, o que era de grande valor para os interesses políticos locais ou mesmo federais. Nesse terreno de precariedade e incertezas, no qual os cidadãos não conseguiam efetivar seus direitos, o acréscimo de impostos atribuídos aos municípios e a possibilidade de influir na vida municipal, com as eleições para prefeito davam margem ao poder do coronel que utilizava-se de todos os recursos que lhe estavam disponíveis para fazer imperar a sua vontade sobre a vontade do eleitor.

  c)  o movimento operário e a ação do Estado no sentido de intervir nas relações de trabalho, mediante uma legislação concessiva de direitos mínimos aos trabalhadores.  

Incorreta: O coronelismo cresceu especialmente no meio rural onde imperava a ausência de direitos, e não possui relação direta com o movimento operário, próprio do espaço urbano, e com a concessão de direitos pelo Estado, o que, diga-se de passagem, pouco ocorreu durante a Primeira República

 

d)  as fábricas que surgiram no Brasil, sobretudo na Bahia, primeiro núcleo das atividades do ramo, reunindo cinco das nove fábricas existentes no país em 1866.  

Incorreta: O coronelismo não está articulado à presença de fábricas surgidas no Brasil. Além disso, a maior parte da concentração industrial brasileira durante a Primeira República esteve na região sudeste.

 

e)  os traços ideológicos e as peculiaridades que concorreram, também, para a ação dos Coronéis, como, por exemplo, o Positivismo, cuja importância difusa se manteve no interior do Exército.

 

Incorreta: Os traços ideológicos, como o positivismo, que concorreu para a proclamação da República não foram responsáveis pela instalação e fortalecimento do coronelismo. Esses traços influenciaram a instalação da República, mas não a constituição do sistema eleitoral baseado nas relações de poder dos coronéis.

 

Referências:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

575) Os anos iniciais da República no Brasil foram caracterizados por uma intensa instabilidade política. O governo de Campos Sales (1898-1902) é visto como o construtor de um pacto político que garantiu certa estabilidade ao regime. Esse pacto, conhecido como a política dos estados, consistiu num sistema de compromissos políticos por meio do qual o governo federal garantia a autonomia dos grupos oligárquicos dominantes em cada estado, em troca de apoio das bancadas estaduais no Congresso Nacional. Entre os efeitos da política dos estados, identifica-se o(a)

  • A) fortalecimento do poder Executivo Estadual, em detrimento do poder Executivo Federal e o do Legislativo.
  • B) fortalecimento do poder Legislativo que ampliou sua autonomia em relação ao poder Executivo.
  • C) equilíbrio de poder entre os estados da federação que alternavam a liderança do Poder Executivo de forma igualitária.
  • D) neutralização das oposições, pois o Congresso era controlado pelos partidos republicanos hegemônicos.
  • E) fraude eleitoral, pois o voto aberto e não obrigatório favorecia o controle das eleições por parte das oligarquias locais.

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A alternativa correta é letra E) fraude eleitoral, pois o voto aberto e não obrigatório favorecia o controle das eleições por parte das oligarquias locais.

Gabarito: Letra E

 

A questão versa sobre a chamada política dos governadores ou política dos estados e suas consequências, analisemos as alternativas em busca da resposta correta.

 

a)  fortalecimento do poder Executivo Estadual, em detrimento do poder Executivo Federal e o do Legislativo.

 

Incorreta: A política dos governadores ou dos estados foi uma aliança que fortaleceu o poder executivo federal e o executivo estadual influenciando na escolha do legislativo a partir de uma rede de influências. Ou seja, não houve um fortalecimento do poder executivo estadual em detrimento do poder executivo federal.


b)  fortalecimento do poder Legislativo que ampliou sua autonomia em relação ao poder Executivo.

 

Incorreta: A política dos governadores ou dos estados foi uma aliança que fortaleceu o poder executivo federal e o executivo estadual influenciando na escolha do legislativo a partir de uma rede de influências. Ou seja, o poder legislativo não se fortaleceu ou ampliou a sua autonomia em relação ao poder executivo, pelo contrário, estando esse último mais forte conseguia também influenciar as escolhas do legislativo através da Comissão de Verificação de Poderes da Câmara Federal, que fazia a aprovação ou não dos candidatos eleitos, geralmente bloqueando as candidatos de oposição.


c)  equilíbrio de poder entre os estados da federação que alternavam a liderança do Poder Executivo de forma igualitária.

 

Incorreta: A política dos governadores ou dos estados não gerou um equilíbrio de poder entre os estados da federação a ponto destes se alternarem na liderança do Poder Executivo de forma igualitária. Na verdade, a alternância do poder executivo ficou determinada por outro pacto político do período chamado de “Política do café com leite” que estabelecia uma aliança entre São Paulo (grande produtor de café) e Minas Gerais (segundo maior produtor de café e grande produtor de leite) para a escolha das sucessões à presidência, ora atendendo aos interesses mineiros ora aos interesses paulistas, o que possibilitou o predomínio político de Minas Gerais e São Paulo durante a Primeira República.


d)  neutralização das oposições, pois o Congresso era controlado pelos partidos republicanos hegemônicos.

 

Incorreta: Durante a Primeira República os partidos políticos eram estaduais e não nacionais, e o controle do Congresso era feito pelas elites políticas dos estados. Apesar desse controle, a política dos governadores ou dos estados logrou dificultar a participação da oposição política, mas não neutraliza-la por completo.


e)  fraude eleitoral, pois o voto aberto e não obrigatório favorecia o controle das eleições por parte das oligarquias locais.

 

Correta: A política dos governadores, estabelecida durante a presidência de Campos Sales (1898-1902), era um sistema de alianças entre o governo federal e os governos estaduais, no qual em troca de apoio dos governos estaduais à presidência e especialmente aos seus canditados aos cargos políticos, o governo federal se comprometia a apoiar as oligarquias dominantes em cada Estado, evitando intervir em assuntos particulares a esses estados e concedendo verbas, empregos e favores aos seus aliados. Com a política dos governadores, o governo federal passou a sustentar os grupos dominantes em cada estado, fortalecendo as oligarquias locais e aumentando o poder dos coroneis em troca de apoio eleitoral para o Executivo federal, criando, assim, uma rede de clientelismo que se repetia do nível federal ao nível municipal. Com esse apoio, a fraude eleitoral funcionava ativamente tendo a seu favor o voto aberto e o clientelismo operado pelos coronéis municipais e regionais com o apoio do executivo federal e estadual.

 

Referências:

 

CAMPOS, Flavio de. A escrita da história: ensino médio: volume único. 1ª ed. São Paulo: Escala Educacional, 2005.

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

576)   Texto associado

  • A) presente em vários momentos da história brasileira, baseada no domínio do coronel sobre uma dada localidade.
  • B) típica de vários momentos da história brasileira, fundado no domínio dos coronéis sobre o governo estadual.
  • C) edificada na confluência da implantação do federalismo, na conjuntura de crise do trabalho escravo e da proclamação da República.
  • D) herdada do patriarcalismo da sociedade imperial e das hierarquias do escravismo.
  • E) produzida pelos conflitos entre elites civis e militares pelo controle da Guarda Nacional e da direção do Estado Republicano.

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A alternativa correta é letra C) edificada na confluência da implantação do federalismo, na conjuntura de crise do trabalho escravo e da proclamação da República.

 

Gabarito: Letra C

 

A questão versa sobre as características do coronelismo enquanto sistema político edificado em determinado contexto, analisemos as alternativas em busca da resposta correta.

 

a)  presente em vários momentos da história brasileira, baseada no domínio do coronel sobre uma dada localidade.

 

Incorreta: O coronelismo, enquanto sistema político, está presente em um momento específico da história brasileira, a Primeira República, sendo baseado no domínio dos coronéis sobre uma dada localidade, seja no âmbito municipal ou regional.


b)  típica de vários momentos da história brasileira, fundado no domínio dos coronéis sobre o governo estadual.

 

Incorreta: O coronelismo, enquanto sistema político, é típico de um momento especifico da história brasileira, a Primeira República, sendo fundado no domínio dos coronéis no âmbito municipal ou regional.


c)  edificada na confluência da implantação do federalismo, na conjuntura de crise do trabalho escravo e da proclamação da República.

 

Correta: O contexto no qual o coronelismo aparece como sistema político é justamente o que marca a transição de um governo imperial para um governo republicano, onde o fim da escravidão, ainda durante o Império, leva a uma crise não só do trabalho escravo, mas também uma crise política, quando os fazendeiros insatisfeitos com a abolição da escravidão passam a apoiar a proclamação da República, resultando esta última em um acordo entre as elites cafeicultoras, militares e profissionais liberais. Assim, a crise do escravismo cria as bases para a articulação e implantação do regime republicano sendo este definido pelo federalismo, que transformava as províncias imperiais em estados-membros da federação, concedendo-lhes mais autonomia administrativa em relação ao governo federal. Foi nesse espaço de autonomia que o coronelismo ganhou força, especialmente nas áreas mais afastadas dos espaços urbanos e centrais, onde a maioria da população ainda sofria com a exploração e ausência de direitos sociais que as tornavam sujeitas ao poder do coronel.


d)  herdada do patriarcalismo da sociedade imperial e das hierarquias do escravismo.

 

Incorreta: O coronelismo é uma prática política que herda o patriarcalismo da sociedade colonial (não imperial), mas não as hierarquias do escravismo, visto que desponta da crise desse sistema e da articulação de uma nova configuração política.


e)  produzida pelos conflitos entre elites civis e militares pelo controle da Guarda Nacional e da direção do Estado Republicano.

 

Incorreta: O coronelismo não foi produzido por conflitos entre elites civis e militares pelo controle da Guarda Nacional ou pela direção do Estado Republicano. Pelo contrário, ele é fruto da articulação política de elites cafeicultoras e militares que instituíram o Estado Republicano e instrumentalizaram o controle político através de um sistema de dominação política e clientelista.

 

Referências:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

577)

  • A) censitário e liberalismo.
  • B) indireto e socialismo.
  • C) do analfabeto e coronelismo.
  • D) universal e corporativismo.
  • E) de cabresto e clientelismo.

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A alternativa correta é letra E) de cabresto e clientelismo.

Gabarito: ALTERNATIVA E

   

A questão trata da fragilíssima democracia da Primeira República (1889-1930), quando as oligarquias de São Paulo e Minas Gerais conseguiam manter grande controle sobre a vida política e eleitoral do país. É fundamental que o candidato tenha em mente que se tratava de um pacto entre elites nos mais diferentes níveis da realidade política nacional, com pouco apego aos compromissos democráticos e republicanos tradicionais - mas todas elas com múltiplos caminhos para a manutenção de suas posições de grande protagonismo social. O sistema eleitoral da época previa o voto aberto e censitário, facilitando o controle eleitoral pelo chamado voto de cabresto pelas lideranças locais; além disso, a convergência das autoridades para um pacto entre elites favorecia a ocorrência de fraudes eleitorais. Isto é, o voto e a “voz das urnas” podiam ser facilmente condicionadas pelos chefes políticos locais. No entanto, tais chefes não dispunham de todos os recursos necessários para manter seus prestígios políticos locais, uma vez que o país vivia um pacto federativo frágil, que ainda sofria com as dificuldades de se estabelecer uma estrutura tributária doméstica.

 

O voto aberto implicava na inexistência de sigilo eleitoral. Ou seja, os eleitores, uma vez presentes na sua zona eleitoral, eram forçados a apresentar seus votos de maneira abertas, o que, na prática, permitia que os oligarcas criassem toda sorte de constrangimentos aos eleitores. Isso implicava no voto de cabresto, prática em que os eleitores eram conduzidos até a urna com a obrigação direta de votar naqueles candidatos que foram indicados pelas lideranças locais, as quais poderiam causar severos prejuízos à vida daqueles que resistissem às orientações. Ou seja, o clientelismo do eleitorado junto aos coronéis seria também um traço marcante da vida eleitoral no período em tela.

 

O voto censitário, por sua vez, girava em torno da exclusão de grande parte do eleitorado. A Constituição de 1891 estabelecia a exclusão de todos os analfabetos e de militares de baixas patentes, além de não assegurar o sufrágio feminino. Num país profundamente rural e com uma instrução pública próxima ao inexistente, isso significa a exclusão de mais de 80% dos maiores de 21 anos, idade mínima para o alistamento eleitoral. Com isso, além das fraudes e das distorções, as urnas exprimiam a vontade de uma fatia minoritária da população. Assim, observemos as alternativas propostas.

 

a)  censitário e liberalismo. b)  indireto e socialismo. c)  do analfabeto e coronelismo. d)  universal e corporativismo. e)  de cabresto e clientelismo.

 

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA E.

578) A Constituição republicana instituiu o voto aberto, não secreto. Os coronéis [grandes proprietários de terras], então, aproveitavam para impor o nome de seu candidato aos eleitores sob seu controle. As formas utilizadas para controlar o voto dos eleitores iam desde a imposição pela força, por meio da atuação dos jagunços, até a concessão de favores de diversas espécies, como proteção, dinheiro, roupas, empregos e cuidados médicos. Era o voto de cabresto.

  • A) à República Velha.
  • B) ao Estado Novo de Getúlio Vargas.
  • C) à democracia populista.
  • D) à ditadura militar.
  • E) ao período democrático pós-1985.

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A alternativa correta é letra A) à República Velha.

Gabarito: Letra A

 

O pequeno trecho faz alusão ao sistema eleito do período da história brasileira conhecido como República Velha (1889-1930).

 

Isso porque o texto apresenta alguns elementos caracterizadores desse período como:

 
  •  Voto aberto
  • Coronelismo
  • Voto de cabresto

      
Por que as demais estão incorretas?

 

Letra B: O Estado Novo (1937-1945) é caracterizado pela centralização política em tono da figura de Getúlio Vargas. Podemos destacar desse período a ausência de qualquer sistema eleitoral, uma vez que o país vivia regime de exceção.

 

Letra C:  Período que vai de 1946 a 1964 e é caracterizado politicamente como de grande efervescência. A constituição do período garantia o voto secreto e a participação das mulheres. 

 

Letra D: Período que vai de 1964 a 1985 e é caracterizado por distintas fases. Até 1982, o regime estava fechado a qualquer participação do eleitor na escolha de seus representantes a nível municipal e estadual. O presidente e vice-presidente eram escolhidos pelo colégio eleitoral, sem qualquer participação popular. 

 

Letra E: Período após o fim da ditadura. Caracteriza-se pelo estado democrático de direito, pela promulgação da constituição de 1988 que assegura vários direitos aos brasileiros e no que  diz respeito ao voto, analfabetos podem votar, embora não possam ser eleitos.

579) Sobre a Primeira República, analise as afirmativas abaixo:   I. A política funcionava na base da troca de favores.

  • A) somente I e II.

  • B) somente I e III.

  • C) somente II e IV.

  • D) somente I, III e IV.

  • E) I, II, III e IV.

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Resposta

A alternativa correta é letra B) somente I e III.

Explicação

Afirmativa I: Verdadeira. A política durante a Primeira República funcionava na base da troca de favores, onde os políticos faziam acordos e concessões em troca de apoio e votos.

Afirmativa II: Falsa. As mulheres e os pobres não foram incluídos no processo eleitoral durante a Primeira República. O voto era restrito aos homens que possuíam certas condições, como renda e propriedade.

Afirmativa III: Verdadeira. O clientelismo foi uma prática comum durante a Primeira República, onde os coronéis e políticos locais distribuíam favores e benefícios em troca de fidelidade política e apoio.

Afirmativa IV: Falsa. O voto secreto não foi criado durante a Primeira República. Em vez disso, o voto era aberto e público, e os eleitores eram frequentemente coagidos a votar em determinados candidatos, o que era conhecido como "voto de cabresto".

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580) Completamente analfabeto, ou quase, sem assistência médica, não lendo jornais, nem revistas, nas quais se limita a ver as figuras, o trabalhador rural, a não ser em casos esporádicos, tem o patrão na conta de benfeitor. No plano político, ele luta com o “coronel” e pelo “coronel”. Aí estão os votos de cabresto, que resultam, em grande parte, da nossa organização econômica rural.

  • A)  igualitária, com um nível satisfatório de distribuição da renda.

  • B)  estagnada, com uma relativa harmonia entre as classes.

  • C)  tradicional, com a manutenção da escravidão nos engenhos como forma produtiva típica.

  • D)  ditatorial, perturbada por um constante clima de opressão mantido pelo exército e polícia.

  • E)  agrária, marcada pela concentração da terra e do poder político local e regional.

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A alternativa correta é letra E)  agrária, marcada pela concentração da terra e do poder político local e regional.

Gabarito: Letra E

 

No início do século XX, a principal atividade econômica no Brasil continuava a ser a agricultura, com  a maior parte da população residindo no campo
 
É nesse ambiente de estrutura agrária, marcada pela concentração de terra e do poder político regionalizado que se consolidou o coronelismo.
 
O coronelismo é um conceito criado para explicar a existência de um sistema político que envolveu relações entre população, coronel, políticos estaduais e o presidente da República com o objetivo de conseguirem votos.
 
Na esfera estadual funcionava da seguinte maneira: Os governadores estaduais eram eleitos com apoio dos coronéis que por sua vez conseguiam para si benefícios econômicos, proteção local e ascensão política contra outro coronel na região. Mas para que os governadores fossem eleitos, precisavam de votos, que eram conseguidos pelos coronéis, que mantinha a população rural sob suas dependências,.
 
Portanto, o coronelismo é um sistema de trocas e favores.

 

Por que as demais estão incorretas?
 
Letra A: O coronelismo se desenvolveu justamente em um ambiente de segregação, de distinção econômico-social. Os eleitores do campo estavam atrelados aos coronéis através de favores, como trabalho, matrícula na escola, produtos alimentícios. Ou seja, é um sistema que pressupõe assimetria nas relações sociais.
 
Letra B: Também não havia harmonia entre as classes, pois nas relações mais básicas do coronelismo (população e coronéis) existia a desigualdade, a assimetria de poder.
 
Letra C: É tradicional, porém, não é mais baseada nas relações escravistas. A relação de trabalho, agora é livre, mas dependente dos proprietários de terras. A escravidão foi abolida legalmente em 1888.
 
Letra D: O coronelismo se desenvolveu entre 1889-1930, no tempo do liberalismo e da oligarquia do Brasil República. Embora, algumas das características desse sistema ainda existam hoje, para muitos historiadores, o conceito foi extinto em 1937 com o Estado Novo. Não se baseava na força ditatorial, mas nas trocas de favores para obtenção de votos. Ou seja, dentro de um ambiente “democrático”.
 
Respostas baseadas nas fontes:
 
CARVALHO, José Murilo de. “Mandonismo, coronelismo, clientelismo: uma discussão conceitual”. In: Pontos e Bordados: escritos de história e política. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998.
 
VICENTINO, Cláudio et ali. Teláris. História, 9º ano. 1ª ed. São Paulo: Ática, 2018.

 

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