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Questões Sobre Primeira República - História - concurso

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651) O coronelismo na Primeira República era um sistema político baseado na

  • A) nomeação de patentes militares entre os potentados locais, subordinados aos generais superiores que ocupavam postos na política nacional.
  • B) troca de favores políticos entre mandatários locais e grupos oligárquicos dominantes em nível estadual e nacional, em cujo centro estava o controle do voto e dos cargos públicos nos municípios.
  • C) nomeação de Interventores Municipais pelo governo estadual, que ganhavam patentes militares para exercer funções de polícia.
  • D) troca de favores políticos entre o governo estadual e os latifundiários locais, formando um grupo oligárquico que era contrário às eleições municipais.
  • E) nomeação de interventores municipais, os coronéis, por tempo determinado, enquanto durassem as eleições estaduais e presidenciais.

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A alternativa correta é letra B) troca de favores políticos entre mandatários locais e grupos oligárquicos dominantes em nível estadual e nacional, em cujo centro estava o controle do voto e dos cargos públicos nos municípios.

Gabarito: ALTERNATIVA B

 

O coronelismo na Primeira República era um sistema político baseado na

 

a)  nomeação de patentes militares entre os potentados locais, subordinados aos generais superiores que ocupavam postos na política nacional.

O nome "coronelismo" remete ao Período Regencial (1831-1840), quando, buscando-se descentralizar os poderes, foi criada a Guarda Nacional. Retirando o poder de polícia do controle das presidências das províncias e, portanto, da influência direta do Rio de Janeiro, a Regência criou batalhões da Guarda Nacional por todo o país a partir de 1831 como uma forma de transferir para as oligarquias locais um maior poder de organização e controle da vida em todo o Império. Para dar maior peso a essa nova configuração de poderes, atribui-se a esses oligarcas o título de "coronel", patente que lhes dava ascendência plena sobre seu comandados. Assim, criou-se uma identificação imediata entre o mandatário local e o título de coronel, que, mesmo com a dissolução da Força Nacional e com o descolamento das forças de segurança em relação à personalidade local, continuou sendo informalmente empregado como forma de distinção social, reforçando o papel de central do oligarca naquela realidade. A ideia de coronelismo, portanto, vem exatamente desse uso informal da patente, que continuava identificando as lideranças locais, que detinham grande poder na Primeira República. Ou seja, tratava-se de uma política feita por "coronéis" no sentindo informal do termo, já sem implicar em comando formal e hierárquico sobre as forças policiais. Alternativa errada.

  

b)  troca de favores políticos entre mandatários locais e grupos oligárquicos dominantes em nível estadual e nacional, em cujo centro estava o controle do voto e dos cargos públicos nos municípios.

Segundo presidente civil da República Velha (1889-1930), Campos Sales (1898-1902) acabou por dar a forma mais bem acabada do sistema de governabilidade do primeiro período republicano brasileiro, a Política dos Governadores.

 

A legislação eleitoral da época facilitava que as elites locais (e, portanto, os "coronéis") tivessem grande controle sobre o eleitorado, conseguindo fazer valer suas preferências políticas sobre as urnas, seja pelo voto de cabresto ou pelas recorrentes fraudes eleitorais. Isto é, a realidade eleitoral brasileira tinha de ser pensada sempre em contato direto com essas lideranças fortes de espaços diminutos. No contexto do “teatro das oligarquias” no epicentro do poder político brasileiro, a Política dos Governadores foi crucial para assentar as demandas fundamentais em torno de um pacto bem organizado de distribuição de recursos e de fidelidade eleitoral.

 

É importante que o candidato tenha em mente que se tratava de um pacto entre elites nos mais diferentes níveis da realidade política nacional, com pouco apego aos compromissos democráticos e republicanos tradicionais - mas todas elas com múltiplos caminhos para a manutenção de suas posições de grande protagonismo social. O sistema eleitoral da época previa o voto aberto e censitário, facilitando o controle eleitoral pelo chamado voto de cabresto pelas lideranças locais; além disso, a convergência das autoridades para um pacto entre elites favorecia a ocorrência de fraudes eleitorais. Isto é, o voto e a “voz das urnas” podiam ser facilmente condicionadas pelos chefes políticos locais. No entanto, tais chefes não dispunham de todos os recursos necessários para manter seus prestígios políticos locais, uma vez que o país vivia um pacto federativo frágil, que ainda sofria com as dificuldades de se estabelecer uma estrutura tributária doméstica. Nesse contexto, portanto, estabelecia-se um circuito de recursos e de votos centrado nos governadores estaduais. Se um presidente não podia pressionar cada chefe político local para garantir votos no parlamento, também não tinham forças essas lideranças para negociar com o governo federal. Focalizando o epicentro das trocas nos gabinetes estaduais, o governo federal exigia lealdade parlamentar para liberar recursos públicos, que abasteceriam as vidas políticas estadual e municipais. Por sua vez, os chefes municipais negociavam com o governo estadual a garantia de apoio eleitoral para o governo federal, para o governador e para os congressistas em troca de repasses dos governos. Isto é, os governadores se tornaram um ponto de contato diáfano entre União e municípios, pressionando parlamentares e eleitores para a manutenção do sistema e da governabilidade ao mesmo tempo em que elites locais e governadores tinham suas capacidades políticas ampliadas em seus redutos eleitorais por conseguirem assegurar a chegada de novos recursos.

 

A fidelidade ao governo federal fazia com que este tivesse maior governabilidade, o que viabilizava maiores repasses governadores fiéis, os quais faziam girar o sistema de votos e de verbas. Ou seja, havia toda uma estrutura muito forte e azeitada para reforçar e manter o poder político das elites locais. Portanto, a manutenção dos coronéis - ou seja, o coronelismo - estava na base de todo o sistema de governabilidade da Primeira República. ALTERNATIVA CORRETA.

  

c)  nomeação de Interventores Municipais pelo governo estadual, que ganhavam patentes militares para exercer funções de polícia.

Ora, essa ideia estaria em franco desacordo com o próprio conceito de coronelismo. Os coronéis eram, basicamente, as grandes lideranças municipais, capazes de controlar os votos e de fraudar eleições com facilidade, bem como de fazer gravitar em torno de si praticamente toda a vida política e econômica do município. Assim, jamais interessaria aos governadores estaduais desafiar o poder dos coronéis, que eram quem, em última instância, garantiam resultados favoráveis nas eleições, bem como faziam grande pressão sobre o Legislativo. Além disso, conforme já explicado, não se tratava mais de uma patente formal, mas sim de um uso informal do vocábulo. Alternativa errada.

  

d)  troca de favores políticos entre o governo estadual e os latifundiários locais, formando um grupo oligárquico que era contrário às eleições municipais.

Como explicado acima, a eleição municipal era inteiramente dominada pelos coronéis por vários caminhos. O que eles queriam, sobretudo, era a manutenção de toda uma estrutura de poder extremamente viciada. Para isso, manter as aparências democráticas do regime era fundamental para que todas as engrenagens da política dos governadores continuassem girando. Sem realizar eleições, por exemplo, os coronéis perdiam o principal poder de troca que eles detinham, já que não haveria mais votos e eleitores a serem controlados e trocados com as instâncias estadual e federal. Alternativa errada.

  

e)  nomeação de interventores municipais, os coronéis, por tempo determinado, enquanto durassem as eleições estaduais e presidenciais.

Como já explicado acima, não se tratavam de interventores, mas sim lideranças orgânicas da região; mormente, latifundiários oriundos de famílias tradicionalíssimas que conseguiam envolver em redes de favores e de dependência praticamente toda a população ao mesmo tempo em que controlavam, localmente, muitas das expressões do Estado. Ou seja, não faria sentido se decretar uma intervenção no poder municipal se ele era justamente controlado pelos coronéis. Alternativa errada.

 

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA B.

652) (…) entre o mandão de uma cidadezinha e o presidente da República, surgiu uma instância intermediária, que barganhava favores, empregos e verbas em troca de apoio político. Esse arranjo consistia no núcleo da política dos governadores que, entre 1898 e 1930, dominou a República Velha. Campos Sales, seu idealizador, é, por isso mesmo, considerado um político sagaz e de grande imaginação.

  • A) desestabilizou o poder dos coronéis, principalmente no Nordeste, além de reduzir o chamado voto de cabresto e as fraudes nas eleições.
  • B) garantiu aos governos estaduais desenvolver políticas sociais e econômicas voltadas à autonomia dos grupos locais,
  • C) fortaleceu o poder Legislativo que passou a neutralizar as forças políticas hegemônicas dos estados mais ricos da federação.
  • D) representou uma estratégia de troca de apoio político entre as oligarquias estaduais e o governo central, fortalecendo o poder executivo.
  • E) promoveu o diálogo e as negociações entre grupos oligárquicos que, durante o período monárquico, promoveram sérios conflitos.

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A alternativa correta é letra D) representou uma estratégia de troca de apoio político entre as oligarquias estaduais e o governo central, fortalecendo o poder executivo.

Vamos analisar cada alternativa, para identificar a característica que melhor define a política dos governadores.

 

A) desestabilizou o poder dos coronéis, principalmente no Nordeste, além de reduzir o chamado voto de cabresto e as fraudes nas eleições.

INCORRETO. A política dos governadores, ao contrário do que a alternativa sugere, não desestabilizou o poder dos coronéis, mas sim o fortaleceu. Isso porque essa política consistia em um arranjo que garantia a autonomia dos governos estaduais em troca de apoio político ao governo federal. Assim, os coronéis, que eram os líderes políticos locais, mantiveram seu poder e influência, principalmente no Nordeste. Além disso, a política dos governadores não reduziu o voto de cabresto e as fraudes eleitorais, práticas que eram comuns na República Velha.

 

B) garantiu aos governos estaduais desenvolver políticas sociais e econômicas voltadas à autonomia dos grupos locais,

INCORRETO. A política dos governadores não estava voltada para o desenvolvimento de políticas sociais e econômicas para a autonomia dos grupos locais. Embora tenha garantido certa autonomia aos governos estaduais, essa política estava mais voltada para a manutenção do poder político das elites locais e para a garantia de apoio político ao governo federal.

 

C) fortaleceu o poder Legislativo que passou a neutralizar as forças políticas hegemônicas dos estados mais ricos da federação.

INCORRETO. A política dos governadores não fortaleceu o poder Legislativo, mas sim o poder Executivo. Isso porque essa política consistia em um arranjo entre o governo federal e os governos estaduais, no qual o presidente da República garantia a autonomia dos governos estaduais em troca de apoio político. Assim, o poder Legislativo não foi fortalecido, mas sim subordinado ao poder Executivo.

 

D) representou uma estratégia de troca de apoio político entre as oligarquias estaduais e o governo central, fortalecendo o poder executivo.

CORRETO. Esta alternativa está correta. A política dos governadores consistia exatamente em um arranjo de troca de apoio político entre as oligarquias estaduais e o governo central. Esse arranjo fortaleceu o poder Executivo, pois garantia o apoio político dos governos estaduais ao presidente da República.

 

E) promoveu o diálogo e as negociações entre grupos oligárquicos que, durante o período monárquico, promoveram sérios conflitos.

INCORRETO. Embora a política dos governadores tenha promovido algum tipo de diálogo e negociação entre as oligarquias estaduais e o governo central, essa política não estava voltada para a resolução de conflitos entre grupos oligárquicos. Além disso, a política dos governadores foi implementada durante a República Velha, e não durante o período monárquico.

 

Portanto, a alternativa correta é a LETRA D.

653) Referindo-se à Constituição de 1891, José Afonso da Silva faz o seguinte comentário:

  • A) o constitucionalismo republicano cumpriu suas funções essenciais, isto é, foi eficaz em regular o poder realmente existente, garantindo a independência do chefe da nação, isolando-o das pressões estaduais e das ingerências dos coronéis.
  • B) a relação direta entre os poderes locais, submetidos às práticas coronelísticas, impediu que representantes de São Paulo exercessem a presidência da República nas primeiras décadas após sua instauração.
  • C) o federalismo republicano deixou às claras que o poder do exército impunha, na “Primeira República”, uma relação direta de poderes locais com o legislativo, por meio da ação dos coronéis.
  • D) na federação instituída pela Constituição de 1891, para não haver conflitos entre as diversas esferas do poder estadual foi estimulada a participação das forças militares municipais, controladas por seus coronéis, por representarem o maior poder local.
  • E) o federalismo instituído garantiu as bases do domínio oligárquico, fundado na propriedade da terra e no controle eleitoral da população rural pelos chefes políticos locais.

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Resposta Correta: E) o federalismo instituído garantiu as bases do domínio oligárquico, fundado na propriedade da terra e no controle eleitoral da população rural pelos chefes políticos locais.

A alternativa E é a correta porque o texto de José Afonso da Silva destaca a distância entre os preceitos constitucionais e a política real, mostrando que o coronelismo prevaleceu na política após a proclamação da República. Isso significa que o federalismo instituído pela Constituição de 1891 não foi capaz de garantir a independência do chefe da nação e a separação de poderes, mas sim permitiu que os chefes políticos locais, os coronéis, exercerem um grande poder sobre a população rural e controlassem o processo eleitoral.

O coronelismo, portanto, foi um sistema de poder que se baseava na propriedade da terra e no controle eleitoral da população rural, o que caracteriza um domínio oligárquico. A Constituição de 1891, ao não ser capaz de impor seus preceitos sobre a realidade política, permitiu que esse sistema de poder prevalecesse.

654) A respeito da industrialização do Brasil e das transformações sociais e políticas que a acompanharam, julgue o item.

  • A) Certo
  • B) Errado
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A alternativa correta é letra A) Certo

Gabarito: CORRETO

  

A respeito da industrialização do Brasil e das transformações sociais e políticas que a acompanharam, julgue o item.

 
  • A formação de sindicatos de trabalhadores e de outras organizações operárias pôs em xeque, ainda que lentamente, as relações políticas tradicionais, caracterizadas pelo protagonismo dos grandes proprietários rurais, nos âmbitos municipal, estadual e federal.

Avaliar um item como este é um pouco complicado porque o avaliador não estabeleceu balizas temporais realmente claras. A formação sindical no Brasil se fez mais clara já na década de 1910, principal com certas correntes anarcossindicalistas lideradas por imigrantes italianos. Em 1917, ocorreria a primeira greve geral do país, afetando importantes capitais estaduais de maneira coordenada e ativando todo um complexo repressor da Primeira República (1889-1930), cujo epicentro político era comandado pelas oligarquias rurais.

 

A partir daquele ponto a repressão às organizações dos trabalhadores se fez bastante clara ao mesmo tempo que o desenvolvimento brasileiro fortalecia esses movimentos operários - paralelamente ao crescimento das cidades. Na década de 1920, o tenentismo ainda teria certo diálogo com essa movimentação; mas seria na década seguinte que o trabalhismo brasileiro teria um salto qualitativo e quantitativo muito expressivo sob a tutela da Era Vargas (1930-1945). Além do crescimento óbvio do operariado em decorrência da industrialização brasileira do período, houve grande apoio do governo federal para criar uma base de apoio junto à população por meio do controle dos sindicatos. Isso serviu para que Vargas conseguisse operar suas grandes reformas sem depender tão diretamente das elites agrárias do país. Ou seja, de fato, a ascensão trabalhista brasileira serviu para reorganizar os jogos de poder na política nacional. Portanto, o item está CORRETO.

655) Observe a figura a seguir.

  • A) Desvalorização imobiliária e generalização do trabalho assalariado.
  • B) Incorporação dos libertos na economia capitalista e saneamento da dívida pública.
  • C) Expansão do crédito e diminuição das desigualdades sociais.
  • D) Crescimento da especulação na bolsa de valores e aumento do custo de vida.

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A alternativa correta é letra D) Crescimento da especulação na bolsa de valores e aumento do custo de vida.

Gabarito: Letra D

 

Crescimento da especulação na bolsa de valores e aumento do custo de vida.

 

A política de reforma financeira desenvolvida por Rui Barbosa a partir de janeiro de 1890 recebeu o nome de Encilhamento devido à especulação desenfreada por ela gerada. Encilhar é “arrear o cavalo” preparando-o para a corrida e tal foi o movimento produzido pela reforma na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro que lembrava o “Jockey Clube” em dia de corrida, com os investidores sendo comparados a apostadores, é com isso que a charge apresentada pela questão brinca.

A política do Encilhamento tinha por objetivo o estímulo ao crescimento econômico, mas não gerou os resultados esperados, através da autorização de que determinados bancos concedesse créditos a qualquer pessoa que desejasse abrir uma empresa, permitindo que fosse impressa uma vultuosa quantidade de papel moeda para cobrir esses empréstimos, gerou uma das maiores crises financeiras da República Brasileira.

 

Suas principais consequências foram:

  • Alta inflação – devido a alta emissão e circulação de moeda para além da real produção da economia brasileira.
  • Criação de empresas fantasmas – a partir das grandes levas de dinheiro geradas pelas emissões bancárias e da falta de controle governamental. Essas empresas surgiam apenas para obter os créditos facilitados pelo governo, sem nada produzir.
  • Especulação financeira – gerada pela compra de ações das empresas-fantasmas na Bolsa de Valores. Como essas empresas nada produziam, só existindo no papel, muitos desses “investimentos” geraram prejuízos, prendendo também um dinheiro que poderia estar sendo usado no mercado produtivo.
 

Assim, ampliação do volume de moeda no país sem uma garantia em ouro que a ela correspondesse acabou por provocar um acelerado aumento da inflação, desvalorizando a moeda brasileira e aumentando o custo de vida da população. Além disso, a especulação financeira gerada a partir da abertura de empresas fantasmas com os empréstimos obtidos intensificou o processo de inflação (aumento do preços), levando ao quadro de desorganização econômica e inúmeras críticas à política que recebeu o nome de Encilhamento.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: Desvalorização imobiliária e generalização do trabalho assalariado.

 

A política do encilhamento não gerou uma crise no mercado imobiliário, mas sim no mercado financeiro e, consequentemente, no mercado produtivo devido à alta inflação e a criação de empresas fantasmas.


Letra B:  Incorporação dos libertos na economia capitalista e saneamento da dívida pública.

 

Não houve na política do encilhamento uma preocupação de incorporar libertos na economia capitalista ou de sanar a dívida pública, sua intenção era estimular o crescimento econômico, sobretudo a expansão industrial.


Letra C: Expansão do crédito e diminuição das desigualdades sociais.

 

A política do encilhamento levou a expansão do crédito, mas não a diminuição das desigualdades sociais, pelo contrário, essas aumentaram devido a alta da inflação e do aumento do custo de vida.

 

Referências:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

656) Acerca da história de nosso país, assinale a alternativa incorreta:

  • A) a Primeira República Brasileira, também conhecida como República Velha, foi o período da história do Brasil que se estendeu da proclamação da República, em 15/11/1889 até a Revolução de 1930;
  • B) a chamada República velha é dividia pelos historiadores em dois períodos: República da Espada e República Oligárquica;
  • C) Durante a República Velha, os coronéis tinham um domínio sobre suas terras e uma influência sobre algumas regiões. O domínio dos coronéis sobre suas terras permitiu que eles controlassem os eleitores em seus currais eleitorais, que eram regiões controladas politicamente pelos coronéis, para que esses eleitores sempre votassem nos candidatos impostos pelo coronel. Esse tipo de voto era conhecido como ‘‘voto de cabresto”.
  • D) a constituição de 1891 foi a segunda constituição do Brasil e a primeira no sistema republicano de governo, marcando a transição da monarquia para a República;
  • E) O primeiro período da República velha, chamado de República da Espada, foi dominado pelos setores mobilizados do Exército apoiados pelos republicanos, e vai da Proclamação da República do Brasil, em 15 de Novembro de 1889, até a posse do primeiro presidente civil, Washington Luís.

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Resposta

A alternativa incorreta é a letra E) O primeiro período da República velha, chamado de República da Espada, foi dominado pelos setores mobilizados do Exército apoiados pelos republicanos, e vai da Proclamação da República do Brasil, em 15 de Novembro de 1889, até a posse do primeiro presidente civil, Washington Luís.

Explicação

A República da Espada, também conhecida como o período militar da República Velha, foi dominado pelos militares que apoiaram a Proclamação da República em 1889. Esse período vai desde a Proclamação da República até a posse do marechal Deodoro da Fonseca como primeiro presidente do Brasil, em 1891, e não até a posse do primeiro presidente civil, Washington Luís, que ocorreu em 1926.

657) Rodrigo havia sido indicado pela oposição para fiscal duma das mesas eleitorais. Pôs o revólver na cintura, uma caixa de balas no bolso e encaminhou-se para  seu posto. A chamada dos eleitores começou às sete da manhã. Plantados junto da porta, os capangas do Trindade ofereciam cédulas com o nome dos candidatos oficiais a todos os eleitores que entravam. Estes, em sua  quase totalidade, tomavam docilmente dos papeluchos e depositavam-nos na urna, depois de assinar a autêntica. Os que se recusavam a isso tinham seus nomes acintosamente anotados.

  • A)  Identificação forçada de homens analfabetos.

  • B)  Monitoramento legal dos pleitos legislativos.

  • C)  Repressão explícita ao exercício de direito.

  • D)  Propaganda direcionada à população do campo.

  • E)  Cerceamento policial dos operários sindicalizados.

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A alternativa correta é letra C)  Repressão explícita ao exercício de direito.

Gabarito: ALTERNATIVA C

  

Rodrigo havia sido indicado pela oposição para fiscal duma das mesas eleitorais. Pôs o revólver na cintura, uma caixa de balas no bolso e encaminhou-se para  seu posto. A chamada dos eleitores começou às sete da manhã. Plantados junto da porta, os capangas do Trindade ofereciam cédulas com o nome dos candidatos oficiais a todos os eleitores que entravam. Estes, em sua  quase totalidade, tomavam docilmente dos papeluchos e depositavam-nos na urna, depois de assinar a autêntica. Os que se recusavam a isso tinham seus nomes acintosamente anotados. VERISSIMO, E. O tempo e o vento. São Paulo: Globo,2003 (adaptado).

 

Erico Verissimo tematiza em obra ficcional o seguinte  aspecto característico da vida política durante a Primeira República:

  • a)  Identificação forçada de homens analfabetos.

Os analfabetos eram excluídos do alistamento eleitoral na Primeira República (1889-1930), o que significava que a grande maioria da população brasileira era impedida de votar. Ou seja, todos os descritos por Verissimo no trecho citado são alfabetizados. Alternativa errada.

 
  • b)  Monitoramento legal dos pleitos legislativos.

A organização das mesas eleitorais até 1932 ficava a cargo dos legislativos estaduais e municipais e o monitoramento era feito exclusivamente pelas agremiações políticas envolvidas. Apenas com o Código Eleitoral de 1932 foi criada a Justiça Eleitoral, responsável por organizar e monitorar as eleições em todo território nacional. De toda forma, o quadro descrito por Verissimo deixa muito claro como as eleições eram marcadas por fraudes e por um ambiente pouco seguro. Alternativa errada.

 
  • c)  Repressão explícita ao exercício de direito.

Além das absurdas fraudes eleitorais, a democracia da Primeira República era eivada por toda sorte de repressão à liberdade eleitoral dos cidadãos. O poder das elites locais sobre todo o processo eleitoral era muito forte e a prática do voto de cabresto era favorecida pela ausência de parâmetros legais sobre a organização eleitoral. O voto aberto, por exemplo, permitia que a mesa controlasse o voto do cidadão, o que, na prática, era traduzido em toda sorte de repressões contra aquele que se mantivesse contrário à orientação da oligarquia instalada no poder. A cena descrita no trecho citado era a dura realidade eleitoral brasileira no início do século, o teatro oligárquico assinando em nome da democracia toda uma estrutura viciada de mando e de controle. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • d)  Propaganda direcionada à população do campo.

Como já apontado acima, os analfabetos eram excluídos do alistamento eleitoral pela Constituição de 1891. Na prática, isso significava a exclusão democrática de grande parte da população, principalmente nos campos, onde se concentrava a maior parte dos analfabetos do país. Sobre isso, há de se compreender que os serviços públicos praticamente não alcançavam as zonas rurais no início do século XX brasileiro, condenando quase a totalidade do campesinato ao analfabetismo e, consequentemente, à exclusão eleitoral. Ou seja, os interesses da maioria da população eram, de saída, excluídos do jogo democrático, independente de qualquer forma de fraude ou de repressão. Assim, nem faria sentido qualquer forma de propaganda eleitoral direcionada ao campesinato. Aliás, o Brasil chegou ao cúmulo de, em 1919, eleger à presidência um candidato que sequer estava no país durante o período eleitoral: Epitácio Pessoa, que estava na Conferência de Versalhes e governou o país de 1919 a 1922. Alternativa errada.

 
  • e)  Cerceamento policial dos operários sindicalizados.

No trecho citado no enunciado, não há nenhuma referência sobre operariado ou sindicalização, o que, por si só, seria suficiente para julgar a alternativa como errada. De toda maneira, cumpre destacarmos que a sindicalização já era uma realidade na década de 1910 no Brasil, principalmente com certo anarcossindicalismo e com a greve geral de 1917. No entanto, o operariado brasileiro só cresceria de maneira decisiva a partir do final da década de 1930, já na industrialização promovida pela Era Vargas (1930-1945), quando o movimento sindical também se adensaria sob as reformas varguistas de corte trabalhista. Alternativa errada.

  

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA C.

658) O período que vai de 1894 a 1930 foi marcado pelo governo de presidentes civis, ligados ao setor agrário. Estes políticos saíam dos seguintes partidos: Partido Republicano Paulista (PRP) e Partido Republicano Mineiro (PRM). Estes dois partidos controlavam as eleições, mantendo-se no poder de maneira alternada.

  • A) Política do Café-Com-Leite.
  • B) Política dos Governadores.
  • C) República das Oligarquias.
  • D) Era Vargas.

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A resposta correta é a letra C) República das Oligarquias.

Essa denominação se deve ao fato de que, durante esse período, o poder político esteve concentrado nas mãos de oligarquias, ou seja, grupos de famílias ricas e influentes, ligadas ao setor agrário, especialmente ao café e ao leite. Essas oligarquias controlavam os partidos políticos, como o Partido Republicano Paulista (PRP) e o Partido Republicano Mineiro (PRM), e se alternaram no poder, mantendo o controle político e econômico do país.

659) O período conhecido como Primeira República, no Brasil, refere-se, temporalmente,

  • A) aos governos dos marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, militares positivistas que defendiam um modelo de governo descentralizado, sendo por isso derrubados pelo grupo da “política do café com leite”.
  • B) à fase da república oligárquica a partir do governo de Campos Sales, responsável, devido a suas medidas autoritárias, pela denominação dessa fase como “república da espada”, com apoio dos governadores e a concessão de amplos benefícios aos produtores de café, principalmente em São Paulo e Minas Gerais.
  • C) aos primeiros anos após a Proclamação da República, marcados pelos esforços governamentais em prol da consolidação do novo regime por meio da distribuição de cargos e políticas econômicas de estimulo à industrialização, como o Encilhamento.
  • D) aos anos que se estendem da Proclamação à Revolução de 1930, marcados, em sua última década, por fortes dissidências oligárquicas, conflitos sociais e o recrudescimento do movimento operário.
  • E) ao primeiro período republicano de nossa história, no qual preponderou o domínio oligárquico e o controle político por meio do coronelismo e do voto de cabresto, período interrompido com o Estado Novo e a promulgação de uma constituição de viés notadamente autoritário.

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A alternativa correta é letra D) aos anos que se estendem da Proclamação à Revolução de 1930, marcados, em sua última década, por fortes dissidências oligárquicas, conflitos sociais e o recrudescimento do movimento operário.

Gabarito: ALTERNATIVA D

 

O período conhecido como Primeira República, no Brasil, refere-se, temporalmente,

  • a)  aos governos dos marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, militares positivistas que defendiam um modelo de governo descentralizado, sendo por isso derrubados pelo grupo da “política do café com leite”.

Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto foram os dois primeiros presidentes do Brasil após a Proclamação da República (1889). Por serem ambos marechais, o período ficou conhecido como República da Espada, o que também fazia referência à grande centralização de poder levada a cabo principalmente por Peixoto. Entusiastas de primeira hora do positivismo, os presidentes militares entendiam que a república levaria à modernização geral do país e, para isso, o Estado deveria estar no centro da organização social e conduzir o processo modernizante do país. Ou seja, ao contrário das oligarquias republicanas, os militares positivistas defendiam um projeto centralizado de poder, o que seria decisivamente fragilizado pela "política do café com leite". Alternativa errada.

 
  • b)  à fase da república oligárquica a partir do governo de Campos Sales, responsável, devido a suas medidas autoritárias, pela denominação dessa fase como “república da espada”, com apoio dos governadores e a concessão de amplos benefícios aos produtores de café, principalmente em São Paulo e Minas Gerais.

Como explicado acima, a república da espada faz referência aos governos militares do início da República. Segundo presidente civil eleito no Brasil, Campos Sales (1898-1902) organizou a chamada "política dos governadores", que descentralizava o poder em favor das oligarquias locais em troca da estabilidade do poder central. O governo Sales é normalmente entendido como a gênese da república oligárquica. Alternativa errada.

 
  • c)  aos primeiros anos após a Proclamação da República, marcados pelos esforços governamentais em prol da consolidação do novo regime por meio da distribuição de cargos e políticas econômicas de estimulo à industrialização, como o Encilhamento.

A crise do Encilhamento foi uma crise econômica especulativa decorrente de um pacote de incentivos à industrialização lançado pelo governo Deodoro da Fonseca (1889-1991). Esses primeiros esforços pela industrialização na Primeira República (1889-1930) estariam mais associados à República da Espada, e não ao período como um todo. Alternativa errada.

 
  • d)  aos anos que se estendem da Proclamação à Revolução de 1930, marcados, em sua última década, por fortes dissidências oligárquicas, conflitos sociais e o recrudescimento do movimento operário.

A alternativa é sólida e deixa pouco espaço para comentários. O primeiro período republicano brasileiro vai da Proclamação da República (1889) à Revolução de 1930, movimento que colapsaria definitivamente todo o sistema de governabilidade do período e instauraria uma nova ordem republicana no país. Se as três primeiras décadas republicanas no Brasil tiveram o predomínio político das oligarquias regionais no centro do poder sob a liderança de São Paulo e de Minas Gerais, a década de 1920 foi marcada pelo recrudescimento das forças de oposição. Além do desgaste do pacto oligárquico, o tenentismo marcaria a década com uma série de levantes armados contra o teatro das oligarquias, bem como o movimento operário se manteria operante desde a grande greve geral de 1917. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • e)  ao primeiro período republicano de nossa história, no qual preponderou o domínio oligárquico e o controle político por meio do coronelismo e do voto de cabresto, período interrompido com o Estado Novo e a promulgação de uma constituição de viés notadamente autoritário.

Toda a primeira parte da alternativa está correta. O domínio oligárquico se dava, em grande medida, pela controle direto das lideranças locais sobre a máquina pública e sobre a população - isto é, pelo coronelismo, que tinha no "voto de cabresto" uma das suas mais profundas expressões. No entanto, essa ordem seria implodida pela Revolução de 1930, e não pelo golpe do Estado Novo (1937). Este segundo foi um desdobramento distante do processo revolucionário, sendo a guinada autoritária de Vargas. Alternativa errada.

  

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA D.

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660) Entre os desdobramentos da chamada Política dos Governadores, adotada por Campos Salles, é possível destacar:

  • A) o fortalecimento da União.
  • B) o abandono da política de valorização do café.
  • C) a estruturação de novos partidos políticos.
  • D) o incentivo à industrialização.
  • E) o predomínio político de Minas Gerais e São Paulo.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra C) a estruturação de novos partidos políticos.

 

Gabarito da banca: Letra C

Meu Gabarito: Letra E

 

O predomínio político de Minas Gerais e São Paulo.

 

A Política do Café com Leite, que estabelecia uma aliança entre São Paulo (grande produtor de café) e Minas Gerais (segundo maior produtor de café e grande produtor de leite) para a escolha das sucessões à presidência ora atendendo aos interesses mineiros ora aos interesses paulistas e que estabeleceu o predomínio político de Minas Gerais e São Paulo, foi um dos principais desdobramentos da política dos governadores.

 

Essa última, estabelecida durante a presidência de Campos Sales (1898-1902), fundamentou o pacto do “Café com Leite”, pois estabeleceu um sistema de alianças entre o governo federal e os governos estaduais, no qual em troca de apoio dos governos estaduais à presidência e especialmente aos seus candidatos aos cargos políticos, o governo federal se comprometia a apoiar as oligarquias dominantes em cada Estado, evitando intervir em assuntos particulares a esses estados e concedendo verbas, empregos e favores aos seus aliados.

 

Assim, conseguindo o apoio político dos demais estados e aliando-se entre si, paulistas e mineiros, abriram caminho para se manterem na presidência em vários mandatos durante a Primeira República, predominando políticamente durante esse período. Portanto, a Política do Café com Leite complementou a Política dos Governadores e, para além, permitiu que São Paulo e Minas Gerais liderassem tal política.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: o fortalecimento da União.

 

A Política dos Governadores levou a um fortalecimento do governo federal, mas não da União, visto que as oligarquias agrárias regionais passaram a impor um domínio maior sobre os Estados, de acordo com os seus interesses.

 

Letra B: o abandono da política de valorização do café.

 

Não houve o abandono da política de valorização do café como decorrência da Política dos Governadores. Pelo contrário, a política de valorização do café foi efetivada justamente durante o governo de Campos Sales (1898-1902) que foi o articulador da Política dos Governadores.


Letra C:  a estruturação de novos partidos políticos.

 

Não houve a estruturação de novos partidos políticos como decorrência da Política dos Governadores, até porque os principais partidos que se mantiveram no poder durante o período haviam sido criados antes de ser estabelecida a Política dos Governadores. O que houve como decorrência dessa política foi o não estabelecimento ou criação de partidos nacionais, ficando a cena política centrada nos partidos estaduais ou regionais.


Letra D:  o incentivo à industrialização.

 

A Política dos Governadores não gerou nenhum incentivo à industrialização. Primeiro porque tratou-se de um pacto político e não econômico e depois, porque durante o governo de Campos Sales(1898-1902), que foi o articulador da Política dos Governadores, vigorou uma política de contenção de gastos em decorrência de exigências da política externa.

 

Referências:

 

CAMPOS, Flavio de. A escrita da história: ensino médio: volume único. 1ª ed. São Paulo: Escala Educacional, 2005.

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

VERBETE: Política dos Governadores. CPDOC/FGV. Disponível em: https://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/POLÍTICA%20DOS%20GOVERNADORES.pdf 

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