Questões Sobre Primeira República - História - concurso
681) Em 4 de outubro de 1911, Padre Cícero e outros dezesseis líderes políticos da região firmaram um acordo de cooperação entre si e apoio ao governador Antônio Pinto Nogueira Accioli. Tal evento ficou conhecido como pacto
- A) de sangue
- B) dos políticos de bem
- C) dos santos
- D) dos milagrosos
- E) dos coronéis.
A resposta correta é letra E) dos coronéis.
O Pacto dos Coronéis foi um acordo político firmado em 4 de outubro de 1911, entre o Padre Cícero e outros 16 líderes políticos da região, que estabelecia uma cooperação entre si e apoio ao governador Antônio Pinto Nogueira Accioli. O nome "Pacto dos Coronéis" se deve ao fato de que, na época, os líderes políticos locais eram conhecidos como "coronéis", título que era concedido a eles em razão de sua influência e poder político.
682) No que se refere ao coronelismo, analise os itens a seguir e, ao final, assinale a alternativa correta:
- A) Apenas o item I é verdadeiro.
- B) Apenas o item II é verdadeiro.
- C) Apenas o item III é verdadeiro.
- D) Apenas os itens I e II são verdadeiros.
- E) Todos os itens são verdadeiros.
A alternativa correta é letra C) Apenas o item III é verdadeiro.
O coronelismo foi um sistema político que prevaleceu no Brasil durante a Primeira República (1889-1930), caracterizado pelo poder político e econômico concentrado nas mãos de coronéis, que eram latifundiários (grandes proprietários de terras). Esses coronéis exerciam grande influência política em suas regiões, controlando votos e recursos.
O item I é falso, pois o coronelismo não se baseava em trocas de favores entre agricultores e coronéis, mas sim na concentração de poder político e econômico nas mãos dos coronéis.
O item II também é falso, pois o poder político não estava concentrado nas mãos dos agricultores, mas sim dos coronéis.
Já o item III é verdadeiro, pois o coronelismo caracterizava-se pelo poder econômico e político extremamente concentrado nas mãos de coronéis (latifundiários).
683) Durante o período da Primeira República no Brasil, começaram as disputas entre segmentos sociais envolvidos na mudança de regime, sobretudo entre cafeicultores e militares. No segundo momento, surgiu a República Oligarca, sustentada pela economia cafeeira e governada por:
- A) Deodoro da Fonseca.
- B) Forças Armadas.
- C) Marechal Floriano Peixoto.
- D) Prudente de Morais.
Resposta:
A alternativa correta é letra D) Prudente de Morais.
Explicação:
Durante o período da Primeira República no Brasil, a República Oligarca foi sustentada pela economia cafeeira e governada por políticos civis, conhecidos como "café com leite", que eram originários dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Prudente de Morais, um político paulista, foi um dos principais líderes desse grupo e ocupou a presidência da República de 1894 a 1898.
684) Analise as assertivas a seguir e assinale a alternativa correta.
- A) A assertiva I refere-se a um fato ocorrido durante o governo de Marechal Deodoro, que teve como consequência o surgimento de muitas indústrias no Brasil.
- B) A assertiva II refere-se à política dos governadores, organizada pelos dois militares que governaram o Brasil no início da República.
- C) A assertiva II refere-se à política dos governadores, que permitiu que as oligarquias estabelecessem acordos mútuos e favoreceu o desenvolvimento da política do café com leite.
- D) As duas assertivas são uma referência a fatos que marcaram o fim do governo de D. Pedro II.
- E) As duas assertivas são referência ao período em que o Partido Republicano Paulista (PRP) e o Partido Republicano Mineiro (PRM) determinavam quem ocuparia o cargo de presidente.
A alternativa correta é letra C) A assertiva II refere-se à política dos governadores, que permitiu que as oligarquias estabelecessem acordos mútuos e favoreceu o desenvolvimento da política do café com leite.
Gabarito: Letra C
(A assertiva II refere-se à política dos governadores, que permitiu que as oligarquias estabelecessem acordos mútuos e favoreceu o desenvolvimento da política do café com leite.)
A assertiva fala de um momento na República Oligárquica no qual o presidente Campos Salles propôs um acordo com as oligarquias estaduais a fim de evitar conflitos e crises entre o executivo federal e os executivos estaduais. Esse acordo foi chamado de Política dos Governadores ou Política dos Estados. Consistia em garantir apoio dos executivos estaduais para que o executivo federal implementasse as suas propostas. O compromisso recíproco entre Campos Sales e os governadores pressupõe que ele não interfira em assuntos de política estadual e que os governadores providenciem, em seus estados, resultados eleitorais que permitam a composição de um legislativo federal compatibilizado com as políticas de governo do presidente.
Para viabilizar esse acordo foi preciso que os governantes, nos respectivos estados, conseguissem articulação com os coronéis nos municípios para que saiam vitoriosas as chapas eleitorais organizadas pelo respectivo partido republicano estadual.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: A assertiva I refere-se a um fato ocorrido durante o governo de Marechal Deodoro, que teve como consequência o surgimento de muitas indústrias no Brasil.
A assertiva I fala do Encilhamento, reforma econômica empreendida pelo ministro da Fazenda, Rui Barbosa e que teve como consequência o fechamento de muitas indústrias em função do aumento de dívidas contraídas com os bancos, inflação galopante e aumento do custo de vida para a população brasileira.
Letra B: A assertiva II refere-se à política dos governadores, organizada pelos dois militares que governaram o Brasil no início da República.
A assertiva II refere-se à política dos governadores, mas esta não foi organizada pelos dois militares e sim por um civil, o presidente Campos Salles.
Letra D: As duas assertivas são uma referência a fatos que marcaram o fim do governo de D. Pedro II.
As duas assertivas são referências a fatos que marcaram os primeiros anos do governo republicano. O Encilhamento ocorreu no governo de Deodoro e a Política dos Governadores no mandato de Campos Salles.
Letra E: As duas assertivas são referência ao período em que o Partido Republicano Paulista (PRP) e o Partido Republicano Mineiro (PRM) determinavam quem ocuparia o cargo de presidente.
A assertiva I não é do período em que a chamada Política do Café com Leite começou a ser implementada. A assertiva I fala do momento em que a República foi governada por militares: a República das Espadas. Sobre a Política do Café com Leite tratou-se de um revezamento entre os partidos republicanos paulista e mineira e que começou a ser construído no governo de Campos Salles e se conclui nos mandatos dos presidentes posteriores a Salles. Esse acordo é tradicionalmente conhecido como “Política do café com leite”.
Referência:
FERREIRA, Jorge e DELGADO, Lucilia de Almeida Neves (Orgs.) O tempo do liberalismo oligárquico: da Proclamação da República à Revolução de 1930 – Primeira República (1889-1930). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.
685) Durante a República Velha, o presidente Campos Sales criou as bases para a implantação de um tipo de política que predominou do seu governo à Revolução de 1930: a Política dos Governadores. Tal política consistiu em
- A) uma troca de favores entre os executivos federal e estaduais no sentido de garantir a permanência no poder dos mesmos grupos oligárquicos que se apoiavam mutuamente.
- B) uma política de intervenções nos estados que não apoiassem a proposta de governo federal, baseada na manutenção do poder concentrado nas mãos dos militares, no combate à corrupção e na diminuição da desigualdade social.
- C) uma alternância das oligarquias paulista e mineira no poder federal; por isso mesmo, ela também ficou conhecida como política do café com leite.
- D) um acordo entre as oligarquias cafeeiras e o governo federal no sentido de se assegurar a intervenção estatal na cafeicultura brasileira, de modo a promover a elevação dos preços do produto e, assim, assegurar os lucros dos cafeicultores.
- E) um pacto político feito entre Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba, apoiando a candidatura de políticos desses estados à presidência da República até as eleições de 1930.
A alternativa correta é letra A) uma troca de favores entre os executivos federal e estaduais no sentido de garantir a permanência no poder dos mesmos grupos oligárquicos que se apoiavam mutuamente.
Gabarito: ALTERNATIVA A
Durante a República Velha, o presidente Campos Sales criou as bases para a implantação de um tipo de política que predominou do seu governo à Revolução de 1930: a Política dos Governadores. Tal política consistiu em
- a) uma troca de favores entre os executivos federal e estaduais no sentido de garantir a permanência no poder dos mesmos grupos oligárquicos que se apoiavam mutuamente.
Segundo presidente civil da República Velha (1889-1930), Campos Sales (1898-1902) acabou por dar a forma mais bem acabada do sistema de governabilidade do primeiro período republicano brasileiro, a Política dos Governadores. A legislação eleitoral da época facilitava que as elites locais tivessem grande controle sobre o eleitorado, conseguindo fazer valer suas preferências políticas sobre as urnas, seja pelo voto de cabresto ou pelas recorrentes fraudes eleitorais. É fundamental que o candidato tenha em mente que se tratava de um pacto entre elites nos mais diferentes níveis da realidade política nacional, com pouco apego aos compromissos democráticos e republicanos tradicionais - mas todas elas com múltiplos caminhos para a manutenção de suas posições de grande protagonismo social. O sistema eleitoral da época previa o voto aberto e censitário, facilitando o controle eleitoral pelo chamado voto de cabresto pelas lideranças locais; além disso, a convergência das autoridades para um pacto entre elites favorecia a ocorrência de fraudes eleitorais. Isto é, o voto e a “voz das urnas” podiam ser facilmente condicionadas pelos chefes políticos locais. No entanto, tais chefes não dispunham de todos os recursos necessários para manter seus prestígios políticos locais, uma vez que o país vivia um pacto federativo frágil, que ainda sofria com as dificuldades de se estabelecer uma estrutura tributária doméstica. Nesse contexto, portanto, estabelecia-se um circuito de recursos e de votos centrado nos governadores estaduais. Se um presidente não podia pressionar cada chefe político local para garantir votos no parlamento, também não tinham forças essas lideranças para negociar com o governo federal. Focalizando o epicentro das trocas nos gabinetes estaduais, o governo federal exigia lealdade parlamentar para liberar recursos públicos, que abasteceriam as vidas políticas estadual e municipais. Por sua vez, os chefes municipais negociavam com o governo estadual a garantia de apoio eleitoral para o governo federal, para o governador e para os congressistas em troca de repasses dos governos. Isto é, os governadores se tornaram um ponto de contato diáfano entre União e municípios, pressionando parlamentares e eleitores para a manutenção do sistema e da governabilidade ao mesmo tempo em que elites locais e governadores tinham suas capacidades políticas ampliadas em seus redutos eleitorais por conseguirem assegurar a chegada de novos recursos. A fidelidade ao governo federal fazia com que este tivesse maior governabilidade, o que viabilizava maiores repasses governadores fiéis, os quais faziam girar o sistema de votos e de verbas. Ou seja, havia toda uma estrutura muito forte e azeitada para reforçar e manter o poder político das elites locais. ALTERNATIVA CORRETA.
- b) uma política de intervenções nos estados que não apoiassem a proposta de governo federal, baseada na manutenção do poder concentrado nas mãos dos militares, no combate à corrupção e na diminuição da desigualdade social.
A política dos governadores não tinha nenhum compromisso com a desigualdade social; pelo contrário, agravava-as severamente pelo fortalecimento das oligarquias às expensas da representação popular. Além disso, era uma maneira das oligarquias civis controlarem inteiramente a máquina pública depois dos governos militares de Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. E não se tratava de uma intervenção direta, mas sim da cooptação por meio de recursos públicos. Alternativa errada.
- c) uma alternância das oligarquias paulista e mineira no poder federal; por isso mesmo, ela também ficou conhecida como política do café com leite.
Aqui, há de se estabelecer uma diferença importante. De fato, as oligarquias de Minas Gerais e de São Paulo dominavam o centro do sistema político, comandando a política dos governadores. Disso, decorria que ambas se consolidaram na presidência em alternância, o que ficaria chamado de "política do café (SP) com leite (MG)". A política dos governadores seria a estrutura de governabilidade que viabilizaria a política do café com leite, ou seja, a relação do poder central dentro da federação, e não propriamente a formação desse poder central. Alternativa errada.
- d) um acordo entre as oligarquias cafeeiras e o governo federal no sentido de se assegurar a intervenção estatal na cafeicultura brasileira, de modo a promover a elevação dos preços do produto e, assim, assegurar os lucros dos cafeicultores.
Esse acordo de fato ocorreu em 1906, mas seria chamado de Convênio de Taubaté. Na oportunidade, as oligarquias de São Paulo Minas Gerais e Rio de Janeiro conseguiriam um compromisso do governo federal para agir ativamente na proteção aos preços internacionais do café, inclusive com o empenho de dinheiro público para tal. Ou seja, o erro esta em chamar isso de política dos governadores, uma vez que era o Convênio de Taubaté. Alternativa errada.
- e) um pacto político feito entre Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba, apoiando a candidatura de políticos desses estados à presidência da República até as eleições de 1930.
Aqui, faz-se referência à Aliança Liberal, que foi constituída para vencer as eleições contra o predomínio político paulista em 1930. Trata-se de um momento bastante posterior, já relacionado com a crise final da Política dos governadores. Alternativa errada.
Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.
686) Em 1894, o primeiro presidente da República do Brasil eleito pelo voto popular foi:
- A) Getulio Vargas.
- B) Prudente de Morais.
- C) Juscelino Kubitschek.
- D) João Figueiredo.
Resposta
A alternativa correta é letra B) Prudente de Morais.
Explicação
Em 1894, Prudente de Morais foi eleito o primeiro presidente da República do Brasil pelo voto popular. Ele foi o terceiro presidente do Brasil e governou de 1894 a 1898.
Getulio Vargas não foi eleito em 1894, pois ele só se tornou presidente em 1930, após a Revolução de 1930. Juscelino Kubitschek foi presidente de 1956 a 1961 e João Figueiredo foi presidente de 1979 a 1985, ambos muito tempo após 1894.
687) Observe a charge de Storni, publicada na revista Careta em 19.02.1927.
- A) ação corrupta que permitia o desvio de verbas públicas.
- B) prática política que facilitava a continuidade do domínio oligárquico.
- C) proposição constitucional que determinava a obrigatoriedade do voto.
- D) experiência política que favorecia a soberania do voto popular.
- E) lei eleitoral que visava garantir a fidelidade do eleitor.
A alternativa correta é letra B) prática política que facilitava a continuidade do domínio oligárquico.
Gabarito: Letra B
Prática política que facilitava a continuidade do domínio oligárquico.
A imagem ironiza as eleições durante a Primeira República e denúncia o chamado “voto de cabresto”, ou seja, o voto realizado com base no controle da vontade do eleitor por um coronel ou fazendeiro local interessado em dominar o resultado das eleições.
Durante a Primeira República, o governo central era marcado pelo predomínio das oligarquias agrárias, ou seja, por grandes proprietários rurais, que se tornaram verdadeiros chefes ou líderes políticos das cidades e regiões onde estavam estabelecidos, e por isso eram chamados de “coronéis”.
Como o voto era aberto, ou seja, os eleitores eram obrigados a revelar publicamente em que candidato votavam, os coronéis, podiam pressioná-los para controlar suas escolhas, por vezes até mesmo pelo uso de capangas e ameaças. Daí o termo coronelismo em referência às suas práticas de dominação e de mando e a expressão “voto de cabresto” para indicar a pressão exercida por esses coronéis sobre os eleitores. Os quais votavam por variados motivos: obediência, lealdade ou gratidão ao coronel, e também em busca de algum favor, como dinheiro, animais, serviços médicos e roupas.
Assim, na prática, as eleições eram caracterizadas pela fraude. Como não existia uma Justiça Eleitoral para fiscalizar as eleições, o próprio coronel organizava a eleição no município, produzia uma ata da sessão eleitoral na qual registrava o que queria, e garantia a continuidade de aliados políticos no poder, beneficiando-se também com essa continuidade.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: ação corrupta que permitia o desvio de verbas públicas.
Na imagem vemos a mulher (que representa a República) perguntar ao coronel político se o eleitor que ele trazia no cabresto era o “Zé Besta”, ao que ele responde: “Não, é o Zé Burro”. Dessa forma, a imagem nos faz compreender que os eleitores eram controlados em sua vontade pelos políticos de influência dessa época. Nada na imagem nos permite ultrapassar essa interpretação e identificar nela a denúncia ou divulgação de uma ação corrupta que permitiria o desvio de verbas públicas.
Letra C: proposição constitucional que determinava a obrigatoriedade do voto.
Na imagem vemos a mulher (que representa a República) perguntar ao coronel político se o eleitor que ele trazia no cabresto era o “Zé Besta”, ao que ele responde: “Não, é o Zé Burro”. Dessa forma, a imagem nos faz compreender que os eleitores eram controlados em sua vontade pelos políticos de influência dessa época. Nada na imagem nos permite ultrapassar essa interpretação e identificar nela uma proposição constitucional determinando a obrigatoriedade do voto.
Letra D: experiência política que favorecia a soberania do voto popular.
Na imagem vemos a mulher (que representa a República) perguntar ao coronel político se o eleitor que ele trazia no cabresto era o “Zé Besta”, ao que ele responde: “Não, é o Zé Burro”. Dessa forma, a imagem nos faz compreender que os eleitores eram controlados em sua vontade pelos políticos de influência dessa época, logo, não havia uma soberania do voto popular.
Letra E: lei eleitoral que visava garantir a fidelidade do eleitor.
Na imagem vemos a mulher (que representa a República) perguntar ao coronel político se o eleitor que ele trazia no cabresto era o “Zé Besta”, ao que ele responde: “Não, é o Zé Burro”. Dessa forma, a imagem nos faz compreender que os eleitores eram controlados em sua vontade pelos políticos de influência dessa época. Nada na imagem nos permite ultrapassar essa interpretação e identificar nela uma lei eleitoral buscando garantir a fidelidade do eleitor, o que de fato não existia.
Referências:
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.
688) (URCA/2019.1) Na chamada Primeira República Brasileira, “Até 1930, o Estado Brasileiro foi liderado por uma oligarquia agrocomercial, na qual predominavam as elites do nordeste, os plantadores de café de São Paulo e os interesses comerciais exportadores”
- A) A oligarquia aludida no texto formou um bloco de poder de interesses agrários, agroexportadores e comerciais importadores numa lógica neocolonial, com forte influência da Inglaterra;
- B) Novos centros econômicos regionais foram consolidados sob novas bases econômicas como, por exemplo, o do Rio Grande do Sul industrial e os de São Paulo e Rio de Janeiro agrários;
- C) Com o processo de mudanças econômicas no Brasil, houve um deslocamento do poder político agrário e comercial do sudeste para a região nordeste do País e das tradicionais elites agrárias para novos grupos urbanos;
- D) Através de um delicado acordo entre os governos oligárquicos dos governos estaduais de São Paulo e Rio de Janeiro conhecido como política do café-com-leite, os grupos agrários tentaram se contrapor aos setores industriais;
- E) Com a ascensão dos grupos industriais de São Paulo, os grupos oligárquicos dos demais estados brasileiros foram suprimidos da política nacional brasileira;
A alternativa correta é letra A) A oligarquia aludida no texto formou um bloco de poder de interesses agrários, agroexportadores e comerciais importadores numa lógica neocolonial, com forte influência da Inglaterra;
Gabarito: Letra A
(A oligarquia aludida no texto formou um bloco de poder de interesses agrários, agroexportadores e comerciais importadores numa lógica neocolonial, com forte influência da Inglaterra;)
Essa questão foi elaborada com base na obra do pesquisador René Dreifuss, portanto, trata-se de uma questão específica.
De acordo com o autor, a oligarquia que dominou a política e a economia durante a Primeira República era a mesma que historicamente dominou o Segundo Reinado e que comercializava com a Inglaterra, principal potência econômica do século XIX.
Essa oligarquia agro comercial organizou-se em um bloco de poder de interesses agrários, agroexportadores e comerciais importadores numa lógica neocolonial, ou seja, mantendo a grande propriedade, produzindo gêneros primários para o mercado internacional, porém com a utilização de mão de obra livre.
Por que as demais estão incorretas?
Letra B: Novos centros econômicos regionais foram consolidados sob novas bases econômicas como, por exemplo, o do Rio Grande do Sul industrial e os de São Paulo e Rio de Janeiro agrários;
O Rio Grande do Sul tinha por base econômica o mundo agrário, enquanto o Rio de Janeiro e São Paulo consolidavam novas bases industriais.
Letra C: Com o processo de mudanças econômicas no Brasil, houve um deslocamento do poder político agrário e comercial do sudeste para a região nordeste do País e das tradicionais elites agrárias para novos grupos urbanos;
Houve um deslocamento do poder político agrário e comercial do nordeste, local das tradicionais elites agrárias para o sudeste do país, espaço de novos grupos urbanos.
Letra D: Através de um delicado acordo entre os governos oligárquicos dos governos estaduais de São Paulo e Rio de Janeiro conhecido como política do café-com-leite, os grupos agrários tentaram se contrapor aos setores industriais;
A política do café com leite era um acordo entre os governos oligárquicos dos estados de São Paulo e Minas
Letra E: Com a ascensão dos grupos industriais de São Paulo, os grupos oligárquicos dos demais estados brasileiros foram suprimidos da política nacional brasileira;
A ascensão dos grupos industriais de São Paulo não suprimiu as oligarquias dos demais estados brasileiros. Basta ver o peso político da oligarquia mineira e mais no fim da Primeira República dos grupos ligados às oligarquias gaúcha e paraibana.
Referência:
DREIFUSS, René Armand. 1964, a conquista do Estado: ação política, poder e golpe de classe. Petrópolis, RJ: Vozes, 1981.
689) “Embora o Brasil tenha um dos mais reconhecidos programas públicos de vacinação do mundo, com os principais imunizantes disponíveis a todos gratuitamente, vêm ganhando força no País grupos que se recusam a vacinar os filhos ou a si próprios. Esses movimentos estão sendo apontados como um dos principais fatores responsáveis por um recente surto de sarampo na Europa, onde mais de 7 mil pessoas já foram contaminadas. No Brasil, os grupos são impulsionados por meio de páginas temáticas no Facebook que divulgam, sem base científica, supostos efeitos colaterais das vacinas” (O ESTADO DE SÃO PAULO. “Grupos contrários à vacinação avançam no País e preocupam Ministério da Saúde” 21/05/2017).
- A) A campanha de vacinação foi pensada e articulada pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz e tinha como alvo o Cólera disseminado entre a população das cidades, sobretudo São Paulo.
- B) A revolta da vacina não tem qualquer relação com as reformas urbanas.
- C) Houve uma ampla campanha de conscientização sobre a importância da vacinação e, mesmo chamada a optar sobre o processo, parte da população se recusou à vacinação espontânea.
- D) O estopim da revolta foi a publicação de um projeto de regulamentação da aplicação da vacina obrigatória no jornal A Notícia, em 9 de janeiro de 1904 de autoria de Oswaldo Cruz então diretor geral da Saúde Pública.
- E) Durante a Primeira República, a revolta da vacina foi o único movimento popular deflagrado no Rio de Janeiro.
A alternativa correta é letra D) O estopim da revolta foi a publicação de um projeto de regulamentação da aplicação da vacina obrigatória no jornal A Notícia, em 9 de janeiro de 1904 de autoria de Oswaldo Cruz então diretor geral da Saúde Pública.
Gabarito: alternativa D), mas deveria ser anulada!
A questão traz uma matéria de um jornal brasileiro para falar sobre o avanço dos grupos contrários à vacinação no Brasil.
O enunciado trouxe a reportagem para fazer uma conexão com a Revolta da Vacina, movimento que ocorreu em 1904 no Rio de Janeiro, cidade que era a capital do país na época.
Dessa forma, devemos assinalar a alternativa que apresenta um argumento correto sobre a Revolta da Vacina.
a) A campanha de vacinação foi pensada e articulada pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz e tinha como alvo o Cólera disseminado entre a população das cidades, sobretudo São Paulo.
Incorreta. Apesar de ter sido pensada e articulada pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz, os alvos da campanha de vacinação que gerou tal revolta em 1904 eram a febre amarela e a varíola. Além disso, tal revolta aconteceu no Rio de Janeiro e não em São Paulo.
b) A revolta da vacina não tem qualquer relação com as reformas urbanas.
Incorreta. A Revolta da Vacina tem relações com as reformas urbanas empreendidas em áreas centrais do Rio de Janeiro. Muitas pessoas moravam em cortiços e foram forçados a se mudar, muitos deles foram para áreas de morros. Na época, essas reformas demonstraram o autoritarismo do presidente Rodrigues Alves e do prefeito Francisco Passos.
c) Houve uma ampla campanha de conscientização sobre a importância da vacinação e, mesmo chamada a optar sobre o processo, parte da população se recusou à vacinação espontânea.
Incorreta. O desconhecimento e a desinformação em relação à importância da vacinação estiveram entre os motivos dessa revolta. Para um povo pobre e sem conhecimento, nos primeiros anos do século XX, ser "obrigado a tomar uma injeção" era extremamente revoltante, principalmente porque a ordem vinha de um governo que os obrigou a mudar de moraria por causa das reformas urbanas.
d) O estopim da revolta foi a publicação de um projeto de regulamentação da aplicação da vacina obrigatória no jornal A Notícia, em 9 de janeiro de 1904 de autoria de Oswaldo Cruz então diretor geral da Saúde Pública.
É o gabarito, porém deveria ser anulada. A alternativa estaria correta se ao invés do mês de janeiro, mencionasse o mês de novembro.
e) Durante a Primeira República, a revolta da vacina foi o único movimento popular deflagrado no Rio de Janeiro.
Incorreta. A Revolta da Chibata foi uma rebelião popular organizada por marinheiros no período da Primeira República (1889-1930) e também foi deflagrada no Rio de Janeiro.
690) (URCA/2020.1) “Rodrigues Alves assumiu o governo vendo o seu antecessor sair do Rio sob imensa vaia popular que ecoava ao longo das estações suburbanas da Central”
- A) O governo de Campos Sales foi de investimentos públicos e crescimento econômico, com baixa inflação e ampliação do meio circulantes e baixa nos impostos, principalmente sobre os produtos de exportação;
- B) Rodrigues Alves, um darwinista social, elevou o câmbio e produziu superávit orçamentário sob forte resistência e insatisfação que ia dos cafeicultores aos operários urbanos, banqueiros e comerciantes;
- C) Campos Sales se destacou pelo intenso programa de construção de obras públicas com capital estrangeiro o que garantiu a estabilidade econômica, mas a Política dos Governadores lhe gerou muita insatisfação por parte da população;
- D) O governo de Rodrigues Alves foi marcado, dentre outros aspectos, pelas reformas urbanas no Rio de Janeiro, tendo como parceiro o engenheiro Pereira Passos, nomeado prefeito com amplos poderes;
- E) Oswaldo Cruz, diretor do Serviço de Saúde durante o governo de Campos Sales, enfrentou a febre amarela por meio da extinção dos mosquitos e pelo isolamento dos doentes em hospitais.
A alternativa correta é letra D) O governo de Rodrigues Alves foi marcado, dentre outros aspectos, pelas reformas urbanas no Rio de Janeiro, tendo como parceiro o engenheiro Pereira Passos, nomeado prefeito com amplos poderes;
Gabarito: Letra D
(O governo de Rodrigues Alves foi marcado, dentre outros aspectos, pelas reformas urbanas no Rio de Janeiro, tendo como parceiro o engenheiro Pereira Passos, nomeado prefeito com amplos poderes;)
O governo do presidente Rodrigues Alves (1902-1906) é lembrado com destaque pela reforma urbano-sanitária empreendida na capital federal, o Rio de Janeiro.
Enquanto o governo federal era responsável pela modernização do porto e da área do entorno, a fim de ampliar a capacidade e volume de cargas para exportação, o executivo municipal, na figura do prefeito Francisco Pereira Passos, que havia sido nomeado pelo próprio presidente tratou de modernizar de forma excludente o centro da cidade, alargando ruas e avenidas, construindo novos logradouros, derrubando parte de morros, cortiços e casas de comércio, proibindo a criação e a circulação de animais pelo centro da cidade.
Outro braço da modernização se concentrou na área da saúde, onde Oswaldo Cruz, ficou responsável pelas políticas de combate às epidemias que assolavam a capital, em especial, a varíola, a febre amarela e a tuberculose.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: O governo de Campos Sales foi de investimentos públicos e crescimento econômico, com baixa inflação e ampliação do meio circulantes e baixa nos impostos, principalmente sobre os produtos de exportação;
O governo de Campos Sales, antecessor de Rodrigues Alves, foi marcado pela contenção dos gastos públicos devido à recessão econômica, fruto das tentativas de organizar as finanças prejudicadas com a política do Encilhamento. A gestão de Campos Sales foi marcada pelos empréstimos estrangeiros (funding loan) e pela alta da inflação, bem como da redução do dinheiro, a fim de evitar nova emissão de papel moeda. A política fazendária deste governo também se concentrou no aumento dos impostos que atingiu o setor de importação.
Letra B: Rodrigues Alves, um darwinista social, elevou o câmbio e produziu superávit orçamentário sob forte resistência e insatisfação que ia dos cafeicultores aos operários urbanos, banqueiros e comerciantes;
Não foi Rodrigues Alves que elevou o câmbio, mas o ministro da Fazenda de Campos Sales, Joaquim Murtinho. Este, segundo José Murilo de Carvalho, era um darwinista social que conseguiu elevar o câmbio e produzir superávits no orçamento. Com essa política gerou insatisfação nos cafeicultores, operários, banqueiros e comerciantes.
Letra C: Campos Sales se destacou pelo intenso programa de construção de obras públicas com capital estrangeiro o que garantiu a estabilidade econômica, mas a Política dos Governadores lhe gerou muita insatisfação por parte da população;
Rodrigues Alves e não Campos Sales, se destacou pelo intenso programa de construção de obras públicas com capital estrangeiro.
Letra E: Oswaldo Cruz, diretor do Serviço de Saúde durante o governo de Campos Sales, enfrentou a febre amarela por meio da extinção dos mosquitos e pelo isolamento dos doentes em hospitais.
Oswaldo Cruz foi diretor do Serviço de Saúde durante o governo de Rodrigues Alves e não na gestão de Campos Sales. Para combater a febre amarela, Oswaldo Cruz atacou a doença através da erradicação do transmissor, o mosquito e no isolamento dos doentes em hospitais.
Referência:
CARVALHO José Murilo de. Os Bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1987