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Questões Sobre Primeira República - História - concurso

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71) A chamada Guerra de Canudos foi o confronto entre um movimento popular de fundo sociorreligioso e o exército da República, ocorrido entre os anos de 1896 e 1897, no arraial de Canudos, interior da Bahia. Vários foram os fatores que desencadearam essa guerra como, por exemplo,

  • A) a crença de que a Monarquia recém-destituída seria restabelecida sob o comando de Antônio Conselheiro, líder político do arraial de Canudos.
  • B) a ocorrência de secas cíclicas no nordeste brasileiro e, por consequência, a perda das plantações de subsistência, a morte do gado e a fome generalizada.
  • C) o grande número de reses sem dono espalhadas pela região.
  • D) a chegada de migrantes oriundos de vários estados do Nordeste em busca de novas terras para o plantio.
  • E) a convocação de escravos libertos pelo exército da República, provocando revolta entre os seguidores de Antônio Conselheiro.

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A resposta correta é a letra B) a ocorrência de secas cíclicas no nordeste brasileiro e, por consequência, a perda das plantações de subsistência, a morte do gado e a fome generalizada.

A Guerra de Canudos foi um conflito entre o Exército Brasileiro e os seguidores de Antônio Conselheiro, um líder religioso e político que fundou o arraial de Canudos, no interior da Bahia. A seca cíclica no nordeste brasileiro foi um dos principais fatores que desencadearam a guerra. A falta de chuvas e a consequente perda de plantações de subsistência, a morte do gado e a fome generalizada levaram a uma crise econômica e social na região.

Os seguidores de Antônio Conselheiro, que eram em sua maioria camponeses e trabalhadores rurais, se organizaram em torno do líder religioso em busca de proteção e segurança. No entanto, o governo republicano viu o movimento como uma ameaça à ordem e à autoridade do Estado, o que levou ao conflito armado.

72) Sobre a destruição de Canudos, é correto afirmar que

  • A) o rápido crescimento da comunidade de Canudos passou a incomodar a Igreja Católica, que perdia fiéis, e os coronéis locais, que perdiam mão de obra. Para pôr fim a seus problemas, Igreja e coronéis contrataram cangaceiros vindos de Pernambuco para atacar o povoado de Canudos, destruindo-o completamente em outubro de 1897.
  • B) inúmeras foram as tentativas do governo da Bahia para derrotar a comunidade de Canudos, mas foi a seca do nordeste que logrou derrotar os adeptos do beato Antônio Conselheiro, após seis meses de estiagem.
  • C) o fanatismo religioso dos seguidores do beato Antônio Conselheiro foi o responsável pelo suicídio coletivo da comunidade de Canudos, pouco antes do arraial ser invadido pelo exército.
  • D) após obter três vitórias contra as tropas do governo da Bahia, o arraial de Canudos foi totalmente dizimado pelo exército enviado pelo governo federal.
  • E) Antônio Conselheiro liderou a retirada da comunidade de Canudos e sua transferência para outro local do sertão baiano. Após o esvaziamento do arraial, os adeptos de Conselheiro destruíram e queimaram todas as casas do povoado.

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A alternativa correta é letra D) após obter três vitórias contra as tropas do governo da Bahia, o arraial de Canudos foi totalmente dizimado pelo exército enviado pelo governo federal.

A destruição de Canudos ocorreu em 1897, durante a Primeira República, e foi resultado de uma série de conflitos entre a comunidade liderada pelo beato Antônio Conselheiro e o governo da Bahia. Após três vitórias contra as tropas do governo estadual, o arraial de Canudos foi finalmente derrotado pelo exército federal, que foi enviado para pacificar a região.

73) A Revolta da Chibata ocorreu durante o governo do presidente                               . Levante de cunho                            , atingiu subdivisões da Marinha. Seu objetivo era pôr fim às a que eram submetidos os marinheiros.

  • A) Rodrigues Alves… econômico… demissões
  • B) Hermes da Fonseca… militar… prisões
  • C) Floriano Peixoto… militar… punições físicas
  • D) Hermes da Fonseca… social… punições físicas
  • E) Rodrigues Alves… social… prisões

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Resposta correta:

A alternativa correta é letra D) Hermes da Fonseca... social... punições físicas.

Esta alternativa está correta porque durante o governo de Hermes da Fonseca (1910-1914), ocorreu a Revolta da Chibata, um levante de cunho social dentro da Marinha brasileira. A revolta foi motivada principalmente pelo desejo de pôr fim às punições físicas, especialmente as chibatadas, que eram aplicadas de forma cruel aos marinheiros como forma de disciplina. Hermes da Fonseca foi o presidente que enfrentou diretamente essa questão e que acabou concedendo anistia aos revoltosos e abolindo legalmente as punições físicas na Marinha.

74) A guerra ou movimento de Canudos é um episódio trágico que marca o processo de transição política que originou a república brasileira, no qual atuaram agentes sociais e políticos com diferentes interesses.

  • A) foi definida como uma rebelião monárquica ameaçadora da nova ordem institucional por parte dos segmentos políticos em confronto na recém‐inaugurada República, na passagem da liderança militar para o grupo dos cafeicultores do Sudeste.
  • B) recebeu a adesão de florianistas e jacobinos, grupo radical composto por intelectuais, parlamentares e políticos ligados a oligarquias estaduais, insatisfeitos com a orientação descentralizadora do governo de Prudente de Morais.
  • C) contou com o apoio das esferas eclesiásticas, desejosas de retomar o poder de decisão da igreja católica, subordinado à doutrina positivista republicana prevalecente nos segmentos militares e civis da elite política.
  • D) deu espaço às reivindicações da população sertaneja por maior participação política na vida civil baiana, para o que foi fundamental o braço armado de bandos de jagunços, que percorriam as vilas do sertão baiano divulgando os ideais dos conselheiristas.
  • E) foi numericamente expressiva em função do aumento do número de habitantes do arraial de Canudos, graças à migração de trabalhadores agrícolas, que haviam sido expulsos das frentes pioneiras na região sul do país, engrossando as fileiras de devotos conselheiristas.

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A alternativa correta é letra A) foi definida como uma rebelião monárquica ameaçadora da nova ordem institucional por parte dos segmentos políticos em confronto na recém‐inaugurada República, na passagem da liderança militar para o grupo dos cafeicultores do Sudeste.

GabaritoLetra A

 

Foi definida como uma rebelião monárquica ameaçadora da nova ordem institucional por parte dos segmentos políticos em confronto na recém‐inaugurada República, na passagem da liderança militar para o grupo dos cafeicultores do Sudeste.

 

Ocorrida no período Republicano, na região Nordeste, entre os anos de 1893 (constituição do povoado no sertão da Bahia) e 1897 (data da sua destruição pelas forças governamentais, após um ano de combate), a Guerra de Canudos foi o resultado do combate de latifundiários e autoridades políticas, que não pretendiam aceitar uma modificação da ordem social vigente, à tentativa de Antônio Conselheiro, líder messiânico, em criar, no Arraial de Canudos, uma comunidade baseada na propriedade coletiva da terra.

A comunidade de Canudos foi atacada pelas forças governistas sob o pretexto de ser um foco monarquista, já que Antônio Conselheiro considerava a República ilegítima, por acreditar que o Imperador destronado governava pela vontade de Deus, e por discordar de algumas das mudanças implementadas pela República.

Para justificar a destruição da comunidade de Canudos, que desagradava as elites políticas e os proprietários de terra da região, tanto pela ocupação de terras quanto pela insubordinação ao Estado, criou-se uma versão de que na comunidade viviam apenas fanáticos religiosos, loucos e monarquistas, que pretendiam restaurar a monarquia. Tal versão foi suficiente para angariar o apoio de diversos grupos da capital ao objetivo de reprimir e destruir a comunidade.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra B: recebeu a adesão de florianistas e jacobinos, grupo radical composto por intelectuais, parlamentares e políticos ligados a oligarquias estaduais, insatisfeitos com a orientação descentralizadora do governo de Prudente de Morais.

 

Canudos não recebeu adesão ou apoio de nenhum grupo ligado ao governo federal. A comunidade resistiu sozinha às investidas das forças do governo, apoiada por diversos grupos sociais, como estudantes, militares, escritores, jornalista, que acreditavam que a comunidade pretendia restaurar a monarquia.


Letra C: contou com o apoio das esferas eclesiásticas, desejosas de retomar o poder de decisão da igreja católica, subordinado à doutrina positivista republicana prevalecente nos segmentos militares e civis da elite política.
 

Canudos não recebeu adesão ou apoio de nenhum grupo. A comunidade resistiu sozinha às investidas das forças do governo, não recebendo apoio nem mesmo da Igreja Católica, que via em Antônio Conselheiro e seus seguidores um perigo, por desviar fiéis de sua instituição, que classificava como a real detentora da “verdadeira fé”.

 

Letra D: deu espaço às reivindicações da população sertaneja por maior participação política na vida civil baiana, para o que foi fundamental o braço armado de bandos de jagunços, que percorriam as vilas do sertão baiano divulgando os ideais dos conselheiristas.
 

A Guerra de Canudos não abriu espaço de participação política da população sertaneja, até porque o movimento não possuía essa reivindicação, sendo uma comunidade que apenas pretendia criar para si um novo sistema comunitário com maior justiça social e que independia do Estado brasileiro. A população sertaneja foi massacrada na Guerra, mesmo os que se renderam foram degolados, e a comunidade foi destruída.

 

Letra E: foi numericamente expressiva em função do aumento do número de habitantes do arraial de Canudos, graças à migração de trabalhadores agrícolas, que haviam sido expulsos das frentes pioneiras na região sul do país, engrossando as fileiras de devotos conselheiristas.

 

A comunidade de Canudos cresceu não pela migração de trabalhadores agrícolas expulsos das frentes pioneiras na região sul do país, mas sim pela adesão de novas famílias que fugiam da exploração dos latifundiários da região ou abandonavam regiões de origem devido à seca, ou ainda jagunços que serviam aos coronéis mas haviam caído e desgraça. Muitas pessoas se mudaram para Canudos, entre as quais podia se encontrar: sertanejos sem terras, vaqueiros, ex-escravos, pequenos proprietários pobres, homens e mulheres perseguidos por coronéis ou pela polícia. Todos buscavam paz e justiça em meio à fome e seca do sertão.

 

Referências:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

75) Durante a Primeira República no Brasil, houve um movimento conhecido como Tenentismo. Assinale a alternativa correta a respeito desse movimento.

  • A) Foi organizado por militares de várias patentes que tentaram modernizar o Exército brasileiro.
  • B) Era composto de integrantes de grupos paramilitares e desertores que propalavam o federalismo.
  • C) Não passou de um levante ocorrido no Rio de Janeiro, com reflexos em São Paulo, no ano seguinte à Proclamação da República.
  • D) Era formado por civis que se identificavam com os militares e se diziam tenentes defensores da República.
  • E) Reunia oficiais que criticavam a organização política da República Velha e contribuíram para o seu colapso.

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A alternativa correta é letra E) Reunia oficiais que criticavam a organização política da República Velha e contribuíram para o seu colapso.

Gabarito Letra E

 

Reunia oficiais que criticavam a organização política da República Velha e contribuíram para o seu colapso.

 

O clima de descontentamento com o sistema oligárquico que dominou a política durante a Primeira República atingiu também jovens oficiais das forças armadas, a maioria tenentes, que acabaram liderando uma série de rebeliões no movimento político-militar que ficou conhecido como tenentismo. O movimento tenentista (1922-1926) objetivava a conquista do poder através da luta armada a fim de promover reformas na República brasileira.

Fazem parte desse movimento: a Revolta do Forte de Copacabana, ocorrida em 5 de julho de 1922; as Revoltas de 1924, ocorridas em São Paulo e no Rio Grande do Sul; e a Coluna Prestes – Miguel Costa, que percorreu boa parte do país entre os anos 1924 e 1926.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: Foi organizado por militares de várias patentes que tentaram modernizar o Exército brasileiro.
 

O movimento tenentista não foi organizado por militares de várias patentes, mas sim pelos oficiais de baixa batente, principalmente tenentes. Além disso, visava promover reformas na República brasileira e não modernizar o Exército brasileiro.

 

Letra B: Era composto de integrantes de grupos paramilitares e desertores que propalavam o federalismo.
 

O movimento tenentista era composto por oficiais do exército e não por integrantes de grupos paramilitares. Além disso, a Primeira República já era federalista, não sendo essa uma das suas principais reivindicações.

 

Letra C: Não passou de um levante ocorrido no Rio de Janeiro, com reflexos em São Paulo, no ano seguinte à Proclamação da República.
 

O tenentismo protagonizou mais de um levante. Fazem parte desse movimento: a Revolta do Forte de Copacabana, ocorrida em 5 de julho de 1922; as Revoltas de 1924, ocorridas em São Paulo e no Rio Grande do Sul; e a Coluna Prestes – Miguel Costa, que percorreu boa parte do país entre os anos 1924 e 1926.

 

Letra D: Era formado por civis que se identificavam com os militares e se diziam tenentes defensores da República.

 

Não era formado por civis, mas sim militares, especialmente tenentes, que defendiam reformas na República brasileira.

 

Referências:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

76) Apesar das inúmeras diferenças, os movimentos de Canudos, Bahia, e do Contestado, Paraná e Santa Catarina, possuem algumas semelhanças. Entre as semelhanças estão:

  • A) a presença de apoio à ordem republicana presidencialista.
  • B) a ausência de elementos religiosos.
  • C) o apoio à República parlamentarista.
  • D) o questionamento da ordem fundiária.
  • E) o apoio ao socialismo.

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A alternativa correta é letra D) o questionamento da ordem fundiária.

Gabarito: ALTERNATIVA D

  

Apesar das inúmeras diferenças, os movimentos de Canudos, Bahia, e do Contestado, Paraná e Santa Catarina, possuem algumas semelhanças. Entre as semelhanças estão:

  • a)  a presença de apoio à ordem republicana presidencialista.

No caso de Canudos, havia uma contestação clara - porém apenas parcialmente elaborada - contra a novidade da República. Para os membros do arraial, a República acabava por representar uma forma de corrupção geral da ordem natural das coisas. Isto é, apenas com o retorno do Imperador e o restabelecimento da monarquia que a vontade divina estaria sendo plenamente atendida. Mesmo sem ter uma vocalização mais clara sobre o que era a República, identificava-se o novo regime como a manifestação do mal e uma forma de corrupção original da qual derivavam todas as dificuldades e misérias sofridas no sertão. Alternativa errada.

 
  • b)  a ausência de elementos religiosos.

Tanto no Contestado quanto em Canudos, havia, sim, uma grande força de elementos religiosos. Em ambos os casos, as lideranças eram francamente ligadas ao discurso religioso: o beato Antônio Conselheiro, na Bahia, e a presença mística de José Maria de Santo Agostinho a partir de Santa Catarina. No caso de Canudos, a liderança de Conselheiro formando um arraial a partir de uma igreja deu a força para a resistência absoluta frente a quatro expedições do Exército para aniquilar os revoltosos - e sua presença profética, consta, foi fundamental até nos últimos dias de resistência, mesmo frente à fome e à assimetria absoluta de recursos. No Contestado, José Maria teve sua morte precoce em combate amalgamada com suas profecias para transformar o movimento numa expressão de guerra santa para os insurrectos, o que foi fundamental para prolongar o conflito por quase quatro anos. Alternativa errada.

 
  • c)  o apoio à República parlamentarista.

Como apontado no comentário à primeira alternativa, a inspiração de parte do movimento de Canudos era francamente monarquista, opondo-se à república independente do sistema de governo. Alternativa errada.

 
  • d)  o questionamento da ordem fundiária.

De fato, ambos os movimentos serviam de caixa de ressonância a algumas questões fundiárias gravíssimas. No sertão da Bahia, legiões de sertanejos tinham suas pequenas propriedades sempre ameaçadas pelo arbítrio das oligarquias locais em meio ao constante risco da fome e do agravamento da miséria. Com a República, esse tenso equilíbrio foi agravado com novas formas tributárias que alcançavam aquelas pessoas pela primeira vez, o que, não raro, significava a perda das terras e a miséria extrema. A figura messiânica de Antonio Conselheiro e um arraial comunitário em torno de uma igreja davam a esses sertanejos a possibilidade de um recomeço, distante das oligarquias e se recusando a atender às ordens e às instituições republicanas. No Contestado, a construção de ferrovias e os esforços de modernização do Oeste de Santa Catarina e do Paraná implicaram em uma série de desapropriações de terras e de violências contra pequenos proprietários. Vendo colapsadas as estruturas mais básicas das suas vidas e usurpados de suas propriedades, esses camponeses encontraram no pensamento messiânico um ponto fundamental de resistência e de interpretação daquela situação como uma guerra santa. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • e)  o apoio ao socialismo.

É bastante descabido se falar de socialismo em qualquer um dos dois casos. Comandados por lideranças religiosas populares, ambos os movimentos eram profundamente católicos e não tinham uma expressão ideológica dogmática à maneira socialista. Muito pelo contrário, o fator católico os faria afastar com muita veemência o pensamento socialista, que é, por definição, ateu - algo absolutamente impensado dentro daquele fanatismo religioso em torno do discurso messiânico. Alternativa errada.

  

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA D.

77) Com relação à Revolta da Vacina ocorrida na cidade do Rio de Janeiro em 1904, identifique as afirmativas a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F):

  • A) F – V – V – F – F
  • B) F – F – F – V – F.
  • C) V – V – F – F – V.
  • D) V – F – V – F – V.
  • E) V – V – V – V – V.

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A alternativa correta é letra E) V – V – V – V – V.

Gabarito: ALTERNATIVA E

  

Com relação à Revolta da Vacina ocorrida na cidade do Rio de Janeiro em 1904, identifique as afirmativas a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F):

 
  • (V) Foi um movimento popular contra a vacinação obrigatória determinada pelo governo do Rio de Janeiro.

Em 1904, o Rio de Janeiro estava vivendo as suas grandes reformas urbanísticas e sanitárias sob o comando do prefeito Pereira Passos. Por um lado, havia o plano da modernização e do embelezamento à europeia de toda a capital da República, abrindo largas avenidas e transformando a arquitetura do Rio de Janeiro. Por outro, havia um esforço de sanitização urbana, combatendo doenças endêmicas e enfrentando grandes desafios de saneamento básico e de higienização. No entanto, ao fundo de todas essas medidas, estava uma série de políticas públicas de baixíssima sensibilidade social, fazendo com que as classes menos favorecidas sofressem parte significativa das perdas e das perseguições em meio às reformas. Para a abertura das novas avenidas no antigo centro carioca, foram demolidos prédios que serviam de cortiços aos mais pobres, bem como se perseguia abertamente o entretenimento popular em nome da moralidade pública da capital. Consequentemente, uma grande massa de desvalidos foi condenada à repressão policial e a um gravíssimo achatamento da qualidade de vida: excluídos para subúrbios distantes, vendo o custo de vida disparar e sentindo a criminalização do seu cotidiano. As insatisfações sociais com as reformas chegavam a patamares explosivos sem que fosse dada qualquer forma de atenção mais séria. Em 1904, sob a orientação de Oswaldo Cruz, seria lançada a vacinação obrigatória contra a varíola, doença endêmica que afetava gravemente a cidade. Sem nenhuma forma de comunicação efetiva com a população, a campanha foi lançada sobre os mais pobres com a rotineira violência policial, impondo a vacinação e abrindo espaço para toda sorte de hipóteses conspiratórias depois de tantos abusos contra essa mesma população. Temendo a vacinação, a população se amotinou num movimento espontâneo e altamente explosivo, levando a capital ao caos social por dias. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

 
  • (V) O movimento questionou a política sanitarista da prefeitura do Rio de Janeiro, que consistia, em grande medida, na expulsão das pessoas mais pobres do centro da cidade.

Como apontado acima, os revoltosos não tinham uma liderança clara, mas estavam, sim, imersos em todo um contexto de violações e de abusos por parte das políticas públicas do prefeito Pereira Passos. A questão sanitarista, além da vacinação obrigatória, exigia uma reforma urbana geral, o que passava por abordar a questão habitacional. Naquele início de século XX, o centro do Rio de Janeiro contava com um número expressivo de moradias insalubres, cortiços que aglomeravam um número expressivo de pessoas em edificações que não reuniam condições sanitárias básicas. Aproveitando-se da fragilidade dessas parcelas da população, a prefeitura ordenou grandes processos de desapropriação e de despejos sem promover qualquer política pública séria para compensar os mais afetados pelas reformas. Ao mesmo tempo, a contração da oferta de moradias fez os aluguéis dispararem na cidade, agravando ainda mais a penúria dos mais pobres, que se viram premidos a deixar o centro da cidade. Ou seja, além das importantes questões sanitárias, havia uma prática de higienismo urbano, na qual a pobreza era equiparada à sujeira destinada à eliminação naquele novo Rio de Janeiro. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

 
  • (V) O movimento questionou a reforma urbana promovida pela prefeitura da cidade do Rio de Janeiro.

Como apontado nos comentários acima, a Revolta da Vacina estava intimamente ligada à profunda insatisfação geral que havia contra as grandes reformas empreendidas pela prefeitura do Rio de Janeiro sob o governo de Pereira Passos. O afrancesamento da capital brasileira passava também pela criminalização do seu povo mais desvalido e por uma crudelíssima política de exclusão social e urbana. Essas contradições cercadas por toda sorte de violências foram cruciais para a eclosão da revolta. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

 
  • (V) Trata-se de um levante popular violentamente reprimido.

O cenário de anomia vivido pelo Rio de Janeiro nos seis dias de Revolta da Vacina quase custaram uma ruptura institucional para o presidente Rodrigues Alves. Entre a possibilidade de uma quartelada para, aproveitando-se do drama da revolta, derrubar o governo federal e o descontrole da população, a polícia carioca reprimiu com violência os amotinados. Ao final, entre mais de uma centena de feridos, o Rio de Janeiro contava trinta mortes e quase mil prisões, o que dá a medida da severidade governamental, mas que acabou com a revogação da vacinação obrigatória. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

 
  • (V) Várias pessoas acusadas de liderarem a Revolta foram presas e deportadas para o Acre.

Mesmo sem haver uma liderança clara, a magnitude da Revolta da Vacina exigia uma reação mais severa por parte do governo. Identificando mais de quatrocentos revoltosos como possíveis líderes, o governo optou pela degredo dessas pessoas no Acre, à época um território recém-adquirido da Bolívia. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

 

Dessa forma, temos a seguinte sequência: V - V - V - V - V.


Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a)  F – V – V – F – F
b)  F – F – F – V – F.
c)  V – V – F – F – V.
d)  V – F – V – F – V.
e)  V – V – V – V – V.

 

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA E.

78) O Cerco da Lapa, no Paraná, episódio importante para a consolidação da República presidencialista no Brasil, está incluso no contexto da:

  • A) Guerra de Canudos.
  • B) Revolta da Armada.
  • C) Revolução Federalista.
  • D) Guerra do Contestado.
  • E) Guerra dos Farrapos.

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A alternativa correta é letra C) Revolução Federalista.

Gabarito: ALTERNATIVA C

  
  • O Cerco da Lapa, no Paraná, episódio importante para a consolidação da República presidencialista no Brasil, está incluso no contexto da:

Note bem o estudante que a banca, além da clara delimitação temática, dá duas informações importantes para os candidatos. Ainda que não se saiba nada sobre o Cerco da Lapa, deve-se procurar por acontecimentos pertencentes ao período republicano brasileiro - isto é, desde 1889 - dentro do território paranaense. Ou seja, temos aí um recorte de espaço-tempo muito claro ao qual todos deveriam estar atentos ao se tentar resolver a questão. Assim, observemos as alternativas que seguem.

 
  • a)  Guerra de Canudos.

A Guerra de Canudos ocorreu no sertão da Bahia entre 1896 e 1897; ou seja, não tem nenhuma relação direta com a experiência paranaense. Alternativa errada.

 
  • b)  Revolta da Armada.

Ocorrida entre 1893 e 1894, a Revolta da Armada foi o levante de unidades da Marinha do Brasil contra o governo de Floriano Peixoto, que vinha tomando ares ditatoriais. Desprestigiada com a queda da monarquia, a Marinha olhava com muitas reservas o rumo da vida republicana brasileira sob o controle dos marechais e sob grande influência do Exército. Desde o fechamento do Parlamento por Deodoro da Fonseca em 1891, a possibilidade de o sonho republicano se converter numa ditadura militar era uma realidade gravíssima no país. As unidades rebeldes chegaram a bombardear fortes do Exército na costa fluminense, o que prenunciava uma guerra civil, que acabaria sendo debelada por Floriano Peixoto. No entanto, nenhum dos acontecimentos têm uma ligação direta com o Paraná. Alternativa errada.

 
  • c)  Revolução Federalista.

A Revolução Federalista foi uma guerra civil originada no Rio Grande do Sul que se irradiou por Santa Catarina e Paraná entre 1893 e 1895. Na oportunidade, havia uma grave cisão política dentro do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR) por conta da crise de liderança do positivista Júlio de Castilhos, até aquele momento o principal nome republicano do estado. Castilhos se manteve fiel a Deodoro da Fonseca e a Floriano Peixoto mesmo com as claras sinalizações de ambos os presidentes na direção de um regime de corte autoritário. O fechamento do Parlamento em 1892 e a Revolta da Armada aprofundaram decisivamente as divisões internas do PRR, enfraquecendo decisivamente a posição de Castilhos e fazendo surgir o Partido Republicano Federal sob a liderança de Gaspar Silveira Martins. O PRF entendia que era necessária uma reforma institucional para corrigir alguns vícios da República, que, na sua visão, havia se distanciado de suas bases positivistas. Para esses federalistas (que compunham desde velhos monarquistas até republicanos desiludidos), era necessário se instituir um parlamentarismo e forçar uma reforma geral das Constituições estaduais em favor do fortalecimento da União federal. Por outro lado, os republicanos castilhistas insistiam no presidencialismo calcado nas oligarquias estaduais fortalecidas, inclusive com limitações às liberdades individuais sob o mote de "ordem e progresso". A debandada dos amotinados da Revolta da Armada em direção ao sul e o agravamento da crise política gaúcha precipitaram o início da guerra civil, quando, em fevereiro de 1893, uma força paramilitar dos federalistas invadiu o Rio Grande do Sul pelo Uruguai em ações rápidas e efetivas, que se espalhariam por Santa Catarina e Paraná em combates sangrentos, que custaram cerca de dez mil vidas. Em socorro a Júlio de Castilhos e aos republicanos gaúchos, partiriam tanto tropas federais quanto auxílios materiais paulistas, o que agravaria as assimetrias de forças da guerra civil, comprometendo os planos dos federalistas. No caso paranaense, especificamente, os ataques federalistas seguiam a lógica rápida e devastadoras das outras regiões, mas sofreram um revés gravíssimo em 1894 na cidade da Lapa, a sessenta quilômetros da capital estadual. Estabelecido o Cerco da Lapa, os federalistas foram forçados a uma debandada desorganizada de volta para o Sul, enquanto as forças regulares atacavam suas posições em Santa Catarina sob ordens de Floriano Peixoto. Portanto, o Cerco da Lapa marcou a grande derrota federalista no Paraná, livrando o estado da guerra civil e selando parte da sorte dos revoltosos. ALTERNATIVA CORRETA.

  • d)  Guerra do Contestado.

De fato, esta era a alternativa mais difícil para se descartar por aquele candidato que não conhecesse propriamente o tema abordado. A Guerra do Contestado ocorreu de 1912 a 1916 no Oeste de Santa Catarina e do Paraná. Em meio aos esforços dos governos estaduais e federal para modernizar a região e implantar estradas de ferro, ocorriam gravíssimas violações contra os pequenos proprietários da região, vítimas preferenciais dos abusos cometidos nas desapropriações para as grandes obras. Animados por uma visão messiânica e dispostos a travar uma forma de guerra santa em defesa das suas terras e dos seus modos de vida, esses pequenos agricultores da região se levantaram em armas contra as forças regulares do governo contestando toda aquelas políticas de modernização de bases arbitrárias. No entanto o episódio do Cerco da Lapa, como visto acima, não se insere nesse momento histórico. Alternativa errada.

 
  • e)  Guerra dos Farrapos.

Esta era a mais despropositada das alternativas. A Guerra dos Farrapos aconteceu entre 1835 e 1845, atravessando parte do Período Regencial e o início do Segundo Reinado; portanto, muito distante do período republicano. Além disso, suas movimentações ficaram restritas às províncias do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, sem qualquer participação mais expressiva do Paraná, que ainda não alcançara sua emancipação política frente a São Paulo, fato que só ocorreria em 1853. Alternativa errada.

  

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA C.

79) No dia 05 de julho de 1922, jovens oficiais resolveram abandonar o forte e marchar pela praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, para enfrentar as forças legalistas. Esse episódio, conhecido como “os 18 do Forte”,

  • A) provocou, imediatamente, a queda do último presidente da República do “Café-com-Leite”.
  • B) provocou a renúncia do Presidente Artur Bernardes.
  • C) levou o Governo Federal a transferir a Escola de Formação de Oficiais do Rio de Janeiro para Porto Alegre.
  • D) deu início a um período ditatorial, interrompido apenas com a Revolução de 1930.
  • E) originou o movimento denominado de Tenentismo.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra E) originou o movimento denominado de Tenentismo.

Gabarito: ALTERNATIVA E

 

 

No dia 05 de julho de 1922, jovens oficiais resolveram abandonar o forte e marchar pela praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, para enfrentar as forças legalistas. Esse episódio, conhecido como “os 18 do Forte”,

  • a)  provocou, imediatamente, a queda do último presidente da República do “Café-com-Leite”.

A dificuldade desta alternativa seria associar diretamente a expressão "República do café-com-leite" com a Primeira República, cujo sistema de governabilidade ficaria fortemente marcado pela alternância das oligarquias de São Paulo (café) e Minas Gerais (leite). A Primeira República, no entanto, só colapsaria em 1930, quando uma revolução liderada por Getúlio Vargas a partir da fratura das elites e da crise decorrente das eleições daquele ano apearia o presidente Washington Luís do poder. O trágico episódio dos 18 do forte ocorreu contra o governo de Artur Bernardes e foi esmagado prontamente. Alternativa errada.

 

  • b)  provocou a renúncia do Presidente Artur Bernardes.

De fato, como já dito, Artur Bernardes presidia o país à época. As brutais repressões ordenadas por Bernardes contra revoltas que questionavam o poder central pelo país o levaram a governar praticamente todo o tempo sob estado de sítio, o que ampliava as insatisfações nas cidades brasileiras. No entanto, Bernardes concluiria seu mandato dentro do prazo determinado, permanecendo no poder de 1922 a 1926. Alternativa errada.

 

  • c)  levou o Governo Federal a transferir a Escola de Formação de Oficiais do Rio de Janeiro para Porto Alegre.

Como apontado acima, o levante tenentista do Forte de Copacabana foi debelado sem maiores dificuldades pelas forças regulares leais ao presidente. Ainda que tenha sido um importante símbolo dos movimentos tenentistas da época e permaneça no imaginário coletivo, o levante não gerou consequências imediatas claras, tampouco sensibilizou o governo para alterações políticas. Alternativa errada.

 

  • d)  deu início a um período ditatorial, interrompido apenas com a Revolução de 1930.

Como apontado nos comentários acima, a revolta não ameaçou o governo em momento algum. A Revolução de 1930 deporia o presidente Washington Luís e evitaria a posse do presidente eleito Júlio Prestes. Essa ruptura levaria aos quinze anos da chamada Era Vargas (1930-1945), que teve apenas um interregno de três anos de Governo Constitucional (1934-1937), sendo antes uma autocracia centrada no líder carismático. Alternativa errada.

 

  • e)  originou o movimento denominado de Tenentismo.

De fato, a Revolta dos 18 do Forte foi a primeira de um longo ciclo vivido pelo Brasil na década de 1920 comumente chamado de tenentismo. O tenentismo foi, de maneira geral, uma série de movimentos armados que partiram de parcelas do jovem oficialato do Exército que viam na República Velha uma traição aos princípios que animaram a Proclamação da República (1889). Para aqueles jovens, a realidade política brasileira e o estabelecimento das oligarquias agroexportadoras no centro do poder traíam os princípios fundamentais do positivismo que o próprio Exército encampara para derrubar a monarquia; e o tenentismo encarnava uma releitura e uma revitalização do pensamento positivista em ação na política brasileira. ALTERNATIVA CORRETA.

 

 

Note bem o estudante que, pelo simples fato de saber que o movimento foi derrotado em 1922, era possível eliminar todas as alternativas corretas. Ou seja, ainda que não conhecesse propriamente a revolta e suas trajetórias, mas soubesse que foi um movimento derrotado, o candidato poderia amealhar os pontos em disputa sem perder tempo desnecessariamente. Manter a calma mesmo frente a uma questão cujo tema não se conheça pode ser decisivo no momento da prova. Sem mais, está correta a ALTERNATIVA E.

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80) Os sertões

  • A) mandonismo local
  • B) miscigenação racial
  • C) continuísmo político
  • D) determinismo ambiental

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A alternativa correta é letra D) determinismo ambiental

Gabarito: Letra D

Determinismo ambiental.

O determinismo ambiental ou geográfico é estabelecido quando se articula o meio ambiente (o clima, o relevo etc) a determinadas características que compõe a fisiologia, personalidade ou cultura humana.

O samba estabelece um determinismo ambiental ao articular a natureza do nordeste, especialmente suas características físico-climáticas, entre as quais está a ocorrência periódica de secas, a estados emocionais humanos, como a solidão e a tristeza, além de estabelecer, a partir da visão do nordeste como um ambiente miserável, o homem nordestino como forte, levando-nos a crer numa relação direta entre a seca nordestina e a força do nordestino.

Tal visão determinista acaba criando um imaginário de sofrimento e tristeza do homem nordestino, que estaria vitimado pelo ambiente em que vive, cristalizando uma imagem fixa do Nordeste, que não leva em conta a variedade de situações físico-climáticas da região e nos faz crer que não há solução para os problemas decorrentes dos fenômenos climáticos nordestinos.

Se, de um lado, as ocorrências periódicas de seca na zona semiárida nordestina é um problema cíclico, por outro, não é a única responsável pela situação social de milhares de pessoas que vivem naquela parte do Nordeste brasileiro, sendo importante evidenciar que a ausência ou descontinuidade de políticas públicas consistentes para lidar com as questões econômico-sociais (concentração de renda e terras, dificuldade de acesso à terra da maioria da população, falta de políticas de fortalecimento econômico regional) e com as questões físico-climáticas (secas, escassez de chuvas, má distribuição espacial ou temporal das precipitações) da região influenciam fortemente na situação de miséria e pobreza local.

Por que as demais estão incorretas?

Letra A: mandonismo local.
 

Não há nada na letra do samba que faça referência a um mandonismo local.

Letra B: miscigenação racial.
 

Não há nada na letra do samba que faça referência à miscigenação racial.

Letra C: continuísmo político.

Não há nada na letra do samba que faça referência a um continuísmo político.

Referências:

SAMPAIO, Fernando dos Santos e SUCENA, Ivone Silveira (Org.). Geografia, 2° ano: ensino médio. 1 edição. São Paulo: Edições SM, 2010 (Coleção Ser Protagonista).

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