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Questões Sobre Primeira República - História - concurso

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811) Julgue o item seguinte, referente à história da República brasileira.

  • A) Certo
  • B) Errado
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A alternativa correta é letra A) Certo

Gabarito: CERTO.

A Proclamação da República, no fim do século XIX, trouxe profundas mudanças no tecido social e no sistema político brasileiro.

Agora o Brasil baseava-se no federalismo, portanto, era um país onde o poder político era descentralizado. Isso estava previsto na Constituição de 1891, que também previa, entre muitas "novidades", a separação entre o Estado e a Igreja Católica e a divisão dos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. É importante ressaltar aqui, a influência do Positivismo no pensamento intelectual brasileiro.

No governo do presidente Campos Sales, foi institucionalizada a política dos governadores. Em resumo, podemos dizer que tal política diminuía os conflitos políticos porque representava o apoio bilateral entre os governos estaduais e o governo federal. A política dos governadores também contribuiu para a manutenção do poder das elites locais e regionais.

É nesse contexto que temos o voto de cabresto e outros elementos que representam fraudes eleitorais. Ganhava o candidato desejado pelo governo federal. Podemos destacar também o papel do coronelismo. Os líderes locais, os chamados "coronéis" também eram um elemento vital nessa dinâmica porque obrigavam a população a votar nos candidatos que apoiavam o governo.

A questão traz argumentos corretos acerca da política dos governadores que vigorou nas primeiras décadas do Brasil republicano.

812) A Primeira República, tradicionalmente denominada de República Velha (1889-1930), que iniciou com o governo do Marechal Deodoro da Fonseca, até a ascensão de Getúlio Vargas, passou por transformações sociais e econômicas, conforme descrito na alternativa:

  • A) Os primeiros anos da República serviram para solidificar e consolidar o poder político e econômico dos cafeicultores, especialmente os de São Paulo.
  • B) Com a crise dos anos de 1920, desestruturava-se o sistema da República Velha. O desenvolvimento capitalista baseado na agro exportação de um só produto inviabilizou-se, desfazendo o oligárquico que sustentava o predomínio dos interesses dos cafeicultores sobre a Nação.
  • C) Os partidos políticos eram de caráter regional.
  • D) Todas as alternativas anteriores estão corretas.

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A alternativa correta é letra D) Todas as alternativas anteriores estão corretas.

A Primeira República, também conhecida como República Velha, passou por transformações sociais e econômicas significativas entre 1889 e 1930. A alternativa A está correta, pois os primeiros anos da República serviram para consolidar o poder político e econômico dos cafeicultores, especialmente os de São Paulo.

A alternativa B também está correta, pois a crise dos anos de 1920 desestruturou o sistema da República Velha, tornando inviável o desenvolvimento capitalista baseado na agroexportação de um só produto, o que desfez o oligárquico que sustentava o predomínio dos interesses dos cafeicultores sobre a Nação.

A alternativa C também está correta, pois os partidos políticos durante a República Velha eram de caráter regional, o que refletia a fragmentação política e a falta de uma identidade nacional forte.

Portanto, todas as alternativas anteriores estão corretas, o que justifica a escolha da letra D como resposta correta.

813) O fato é que a transição do Império para a República, proclamada em 1889, constituiu a primeira grande mudança de regime político ocorrida desde a Independência. Republicanistas “puros”, como Silva Jardim, defendiam uma mudança de regime que, a exemplo da França, tivesse como resultado maior participação da população na vida política nacional. Mas, vitoriosos, os republicanos conservadores, como Campos Sales, mantiveram o modelo de exclusão política e sociocultural sob nova fachada. Ao “parlamentarismo sem povo” do Segundo Reinado, sucedeu uma República praticamente “sem povo”, ou seja, sem cidadania democrática.

  • A) Certo
  • B) Errado
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A alternativa correta é letra A) Certo

Gabarito: CORRETO

  

O fato é que a transição do Império para a República, proclamada em 1889, constituiu a primeira grande mudança de regime político ocorrida desde a Independência. Republicanistas “puros”, como Silva Jardim, defendiam uma mudança de regime que, a exemplo da França, tivesse como resultado maior participação da população na vida política nacional. Mas, vitoriosos, os republicanos conservadores, como Campos Sales, mantiveram o modelo de exclusão política e sociocultural sob nova fachada. Ao “parlamentarismo sem povo” do Segundo Reinado, sucedeu uma República praticamente “sem povo”, ou seja, sem cidadania democrática.


Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: uma interpretação. São Paulo: Ed. SENAC São Paulo, 2008, p. 552.


Tendo o fragmento de texto acima como referência inicial e considerando o contexto histórico brasileiro ao longo da segunda metade do século XIX e da primeira do século XX, julgue o item a seguir.

 
  • A República substituiu o unitarismo do Império pelo federalismo e, reiterando a influência do modelo norte-americano na Constituição de 1891, também adotou o presidencialismo, momentaneamente abandonado apenas quando da crise advinda da renúncia de Jânio Quadros e da tentativa de impedimento da posse do vice-presidente, João Goulart.

Durante o Império (1822-1889), o território brasileiro era dividido em províncias, cujos governos eram determinados diretamente pelo Imperador e havia significativa centralização das decisões. Com a figura imperial sobre todo o território nacional, a noção de Estado unitário era muito cara à realidade política do período monárquico - e, portanto, o país estava muito longe de qualquer discussão federalista mais séria e mesmo de uma representação política mais robusta de sua população.

 

Com a ascensão republicana em 1889, de fato, o Estado brasileiro abandonou a sua forma unitária em favor da constituição de uma federação, elevando a estados federados e territórios federais as antigas províncias do Império. Naquele momento, a influência da experiência americana era decisiva sobre os fundadores da República brasileira, o que ecoou até mesmo no nome do país, que deixava de ser Império do Brasil para se tornar a República dos Estados Unidos do Brasil - o que também consagrava a forma federativa no nome, que seria alterado para República Federativa do Brasil em 1967. O federalismo brasileiro, com fases mais felizes e outras nem tanto, mantém-se presente em toda a experiência republicana brasileira.

 

A instauração da república no Brasil também significou o fim do parlamentarismo, que vigorou durante o Império. O presidencialismo foi o sistema prevalente na vida republicana brasileira, ocorrendo um breve interlúdio entre 1961 e 1963, quando se restabeleceu o parlamentarismo para cercear os poderes de João Goulart, que deveria assumir a presidência após a surpreendente renúncia de Jânio Quadros. Com a Constituição de 1988, o sistema parlamentarista voltou a ser discutido no país; no entanto, a questão não foi plenamente resolvida no âmbito da Assembleia Constituinte, sendo convocado um plebiscito para decidir sobre o tema. Em 1993, a forma republicana e o sistema presidencialista venceram o plebiscito por ampla margem, confirmando a vocação política brasileira. Nesse sentido, há de se ter claro, que o Brasil republicano, tragicamente, tem mais familiaridade com períodos autoritários de fechamento do Parlamento do que com a experiência parlamentarista. Portanto, item CORRETO.

814) Considere as imagens a seguir.

  • A) (1) os princípios do federalismo, que defendia a descentralização política e a autonomia das unidades da federação; (2) os princípios do positivismo, que defendia a centralização política e a ditadura republicana.

  • B) (1) o projeto americanófilo, que defendia que o Brasil se inspirasse no modelo de sociedade dos EUA; (2) o projeto nativista, que defendia o parlamentarismo em uma monarquia constitucional.

  • C) (1) os interesses da elite liberal e ilustrada, habitante das grandes cidades; (2) os interesses da oligarquia paulista cafeicultora aliada ao exército, responsável pelo golpe da República de 1889.

  • D) (1) a perspectiva jacobina, mais radical e democrática, identificada com os lemas da Revolução Americana; (2) a perspectiva oligárquica, mais autoritária, identificada com as ideias de ordem e progresso.

  • E) (1) o liberalismo econômico, de acordo com os interesses da nascente burguesia industrial; (2) o intervencionismo, de acordo com os interesses dos cafeicultores e grandes proprietários em geral.

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A alternativa correta é letra A) (1) os princípios do federalismo, que defendia a descentralização política e a autonomia das unidades da federação; (2) os princípios do positivismo, que defendia a centralização política e a ditadura republicana.

Gabarito: Letra A

 

Nas décadas finais do Império as ideias republicanas começaram a aparecer com mais força.

 

Havia os republicanos radicais que desejavam que esta forma de governo fosse instalada através de uma revolução. Para estes republicanos que cantavam a Marselhesa, o hino francês e pregavam o federalismo, a inspiração deveria ser os modelos dos Estados Unidos e da França de 1793 a 1794, sob direção jacobina.

 

Outros republicanos mais conservadores acreditavam que o federalismo deveria ser o destaque, com a transição do regime sendo feita sem quaisquer agitações e sem conceder direitos sociais e políticos a outros grupos sociais. Encontrou coro nos cafeicultores.

 

Por fim, havia a corrente dos militares que defendia o republicanismo de moldes positivistas.

 

Após a proclamação da República em 15 de novembro de 1889 houve a reorganização dos símbolos que representariam o novo regime.

 

Um desses símbolos era a bandeira nacional que durante os primeiros 3 dias republicanos era parecida com a bandeira dos EUA.  Essa primeira bandeira havia sido pensada por Lopes Trovão com base nas ideias do federalismo estadunidense.

 

No dia 19 de novembro de 1889 a bandeira nacional mudou para a atual. Nela não estão mais as linhas horizontais verde e amarela.

 

Porém, os positivistas não queriam os EUA como inspiração. Os autores da bandeira Raimundo Teixeira Mendes, Miguel Lemos e Décio Rodrigues Villares, que flertavam com o positivismo, decidiram propor um novo desenho tomando por inspiração a bandeira do Império, no qual o verde, representava a dinastia de Bragança e o amarelo, a casa de Habsburgo.

 

Além disso, o desenho republicano reaproveitou o losango da bandeira imperial, apenas retirando o brasão monárquico com as armas imperiais aplicadas e introduzindo o lema positivista de “Ordem e Progresso”.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra B: O erro dessa alternativa é dizer que a bandeira de nº2 defendia o parlamentarismo em uma monarquia, já que a bandeira foi feita no período republicano.

 

Letra C: Nessa alternativa podemos encontrar os seguintes erros: a elite liberal não estava apenas nas cidades, mas também nas regiões cafeeiras. A bandeira de nº2 representa mais a ideologia do exército do que a dos cafeicultores. Precisamos relembrar de que existiam diversos projetos de república e o do exército não era o mesmo dos cafeicultores.

 

Letra D: Os erros nessa alternativa são: a perspectiva jacobina era identificada com os lemas da Revolução Francesa e não da Americana. A perspectiva oligárquica era moderada, voltada para o federalismo sem a participação popular.

 

Letra E: Os erros nessa alternativa podem ser encontrados ao mencionar que havia uma nascente burguesia industrial, quando não havia. A burguesia industrial só começa a aparecer a partir da década de 1910. Os cafeicultores não defendiam o intervencionismo, embora em algumas crises econômicas do café necessitassem do Estado para valorizar o produto, eram defensores do liberalismo econômico.

 

Resposta baseada nas fontes:

 

Biblioteca IBGE. A Bandeira do Brasil e outros símbolos nacionais. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101632.pdf. Acesso: 25 abr. 2020.

 

CARVALHO, José Murilo de. Os bestializados: O Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.

 

SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

815) Sobre os primeiros anos do regime republicano no Brasil, assinale a alternativa CORRETA.

  • A) O regime presidencialista com eleições diretas foi uma realidade da política republicana desde os primórdios do regime.

  • B) A família real brasileira permaneceu no país após a Proclamação da República.

  • C) Os primeiros presidentes do Brasil foram militares.

  • D) A jovem República não sofreu politicamente com revoltas populares.

  • E) A primeira Constituição republicana do Brasil adota o sufrágio universal.

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Resposta

A alternativa correta é letra C) Os primeiros presidentes do Brasil foram militares.

Explicação

Os primeiros anos do regime republicano no Brasil foram marcados pela liderança de militares que exerceram o cargo de presidente. Deodoro da Fonseca, o primeiro presidente do Brasil, foi um militar que liderou o golpe que derrubou a monarquia e proclamou a República em 1889. Ele foi seguido por Floriano Peixoto, outro militar, que também ocupou o cargo de presidente.

As outras alternativas estão erradas:

  • A) O regime presidencialista com eleições diretas não foi uma realidade desde os primórdios do regime. As eleições diretas para presidente só foram instituídas em 1891.
  • B) A família real brasileira não permaneceu no país após a Proclamação da República. A família imperial foi exilada em 1889.
  • D) A jovem República sofreu politicamente com revoltas populares, como a Revolta da Armada e a Revolta da Chibata.
  • E) A primeira Constituição republicana do Brasil, promulgada em 1891, não adotou o sufrágio universal. O voto era restrito a homens alfabetizados e maiores de 21 anos.

816) No contexto da instalação da República no Brasil, segundo José Murilo de Carvalho, existiam, pelo menos, três modelos de república à disposição dos republicanos brasileiros.

  • A) o princípio do fascismo.
  • B) a desigualdade entre as pessoas, mediante a ideia da sobrevivência do mais forte e do mais apto.
  • C) a participação popular no regime.
  • D) a defesa dos princípios democráticos.
  • E) o princípio do totalitarismo.

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A alternativa correta é letra B) a desigualdade entre as pessoas, mediante a ideia da sobrevivência do mais forte e do mais apto.

Gabarito: ALTERNATIVA B

  

No contexto da instalação da República no Brasil, segundo José Murilo de Carvalho, existiam, pelo menos, três modelos de república à disposição dos republicanos brasileiros.


Dois deles, o americano e o positivista, embora partindo de premissas totalmente distintas, acabavam dando ênfase a aspectos de organização do poder. O terceiro colocava a intervenção popular como fundamento do novo regime, desdenhando os aspectos de institucionalização.

(CARVALHO, José Murilo. A formação das almas. O imaginário da República no Brasil, 1990. p. 22).


Para Murilo de Carvalho, o modelo de República em boa parte vitorioso na Constituição de 1891 era o preferido dos produtores rurais de São Paulo: o americano. Esse modelo defendia uma versão individualista do pacto social. Nessa linha de raciocínio a República instalada em 1889 consagrou:

  • a)  o princípio do fascismo.

Ora, apesar de fragilíssima, a democracia brasileira sobreviveu ao experimento da Primeira República (1889-1930) e todas as suas graves contradições. Tínhamos um sistema pluripartidário, eleições regulares, tolerância com as oposições e as discordâncias - e tudo isso é absolutamente negado no universo fascista. Além disso, observemos que o enunciado é muito claro ao dizer que, naquela oportunidade, vencia a versão americana de república, com um veio liberal e individualista. Ora, o fascismo emergiria apenas um quarto de século mais tarde exatamente na negação das democracias liberais, interpretando-as como formas de enfraquecimento da nação. Alternativa errada.

 
  • b)  a desigualdade entre as pessoas, mediante a ideia da sobrevivência do mais forte e do mais apto.

De fato, o princípio individualista da Primeira República consagrava também as graves desigualdades brasileiras sem nenhuma abordagem realmente crítica. A livre iniciativa e as liberdades individuais, naquele pensamento, eram mais do que suficientes para o correto funcionamento da sociedade. O privilégio absoluto ao indivíduo naqueles moldes deixava de considerar as desigualdades anteriores e as suas consequências sobre a vida de uma maneira geral. Na prática, isso facilitou enormemente o predomínio das oligarquias agrárias sobre a cena política federal e a reafirmação das elites locais - o que seria estabilizado na "Política dos governadores" e na "política do café com leite". ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • c)  a participação popular no regime.

Aqui, temos mais uma alternativa que poderia ser desarmada nos próprios termos do enunciado. Carvalho coloca que cabia à terceira via republicana a ideia de privilegiar a participação popular, mas que essa foi preterida em favor do modelo americano. A perspectiva individualista fragiliza enormemente as possibilidades de mobilização das massas e de instituições dispostas a receber demandas difusas. No modelo republicano americano, cabe ao Estado, sobretudo, dar condições mínimas ao exercício das liberdades, mas sem tolhê-las. Assim, toda a engenharia institucional não contempla propriamente uma participação popular mais ativa fora dos períodos eleitorais, privilegiando a elite dirigente no cotidiano da vida política. Alternativa errada.

 
  • d)  a defesa dos princípios democráticos.

Ainda que, de fato, o modelo republicano dos Estados Unidos tenha gerado um exemplo democrático fortíssimo, essa não era propriamente uma questão central nas escolhas republicanas que venceram o processo brasileiro. A Primeira República, além do grande controle oligárquico sobre o sistema político, ficaria caracterizada pela baixa qualidade da democracia, mesmo em termos eleitorais. O alistamento eleitoral era muito precário e a legislação excluía parte significativa da população da vida político-eleitoral brasileira, porque não contemplava o sufrágio feminino e vedava o voto aos analfabetos - num país que, à época, contava com mais de 80% da sua população iletrada. E, mesmo com um eleitorado muito diminuto, as práticas eleitorais eram tragicômicas, com grandes fraudes eleitorais e com o voto aberto servindo para controlar o chamado voto de cabresto. Portanto, os princípios democráticos mais básicos eram, no período em tela, violados em favor da manutenção e da legitimação de toda uma estrutura de poder das oligarquias. Alternativa errada.

 
  • e)  o princípio do totalitarismo

Ora, o fascismo é uma das expressões do totalitarismo. E, pelos motivos já expostos no comentário à primeira alternativa, é bastante descabido associar o totalitarismo ao período em tela. Alternativa errada.

  

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA B.

817) “O quinze de novembro é uma data sem prestígio no calendário cívico brasileiro. Ao contrário do Sete de Setembro, Dia da Independência, comemorado em todo país com desfiles escolares e militares, o feriado da Proclamação da República é uma festa tímida, geralmente ignorada pela maioria das pessoas”.

  • A) As mudanças ocorridas no Brasil já não condiziam mais com o sistema monárquico, tais como: uso da mão de obra assalariada, o desenvolvimento da indústria e do comércio.

  • B) O crescimento e fortalecimento dos ideais republicanos, principalmente no meio militar, por causa da vitória do Exército brasileiro na Guerra do Paraguai, que, além de fortalecer os militares, colocou os oficiais brasileiros em contato com países republicanos, nos quais o exército tinha estreita relação com o governo.

  • C) O fato de o Brasil ser o único país da América a manter um sistema republicano.

  • D) O fim da escravidão brasileira.

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A alternativa correta é letra C) O fato de o Brasil ser o único país da América a manter um sistema republicano.

Essa alternativa é incorreta porque, na verdade, o Brasil era o único país da América a manter um sistema monárquico, não republicano. A Proclamação da República, em 1889, marcou a transição do Brasil de uma monarquia para uma república.

As outras alternativas estão corretas:

  • A) As mudanças ocorridas no Brasil, como o uso da mão de obra assalariada, o desenvolvimento da indústria e do comércio, tornaram o sistema monárquico obsoleto.
  • B) O crescimento e fortalecimento dos ideais republicanos, principalmente no meio militar, após a Guerra do Paraguai, contribuíram para a Proclamação da República.
  • D) O fim da escravidão brasileira, em 1888, também foi um fator que contribuiu para a queda da monarquia e a Proclamação da República.

818) O presente texto de Machado de Assis, originalmente escrito em 1904, pode ser considerado um testemunho do advento republicano e dos tempos que a ele se seguiram. Leia-o com atenção.

  • A) Em que pese o fato de ter sido desfechada em um único dia, não se pode considerá-la um improviso, como sugeriu Euclides da Cunha.

  • B) Foi um golpe militar sem a participação das elites civis ou do povo da jovem nação que, como sugeriu Aristides Lobo, assistiu a tudo bestializado.

  • C) Tornou-se possível graças ao depauperamento do Império e impôs-se com completa aceitação, sem resistências, como afirmou o Barão de Lucena.

  • D) Pode-se considerá-la obra de Deodoro da Fonseca, um de seus principais articuladores, responsável pela conspiração que anulou toda a oposição ao golpe.

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A alternativa correta é letra A) Em que pese o fato de ter sido desfechada em um único dia, não se pode considerá-la um improviso, como sugeriu Euclides da Cunha.

Gabarito: ALTERNATIVA A

  

O presente texto de Machado de Assis, originalmente escrito em 1904, pode ser considerado um testemunho do advento republicano e dos tempos que a ele se seguiram. Leia-o com atenção.

 

Como diabo é que eles fizeram isto, sem que ninguém desse pela coisa? – refletia Paulo – Podia ter sido mais turbulento. Conspiração houve, decerto, mas uma barricada não faria mal. Seja como for, venceu-se a campanha. [...] é que o regime estava podre e caiu por si... Enquanto a cabeça de Paulo ia formulando essas ideias, a de Pedro ia pensando o contrário [...] Um crime e um disparate, além de ingratidão; [...] Mas nem tudo acabou. Isso é fogo de palha; [...] amanhã ainda é tempo; por hora tudo são flores. Há ainda um punhado de

homens...

(MACHADO DE ASSIS. Esaú e Jacó. São Paulo: Martin Claret, 2008, cap. LXVII.)

 

Sobre a Proclamação da República no Brasil, assinale a afirmativa correta.

  • a)  Em que pese o fato de ter sido desfechada em um único dia, não se pode considerá-la um improviso, como sugeriu Euclides da Cunha.

Os fatos que precipitaram a proclamação da República em 1889, de fato, concentraram-se em um único dia, depondo o Imperador e instalando um governo provisório. O golpe de Estado que encerraria o período monárquico brasileiro foi desfechado pelos militares no Rio de Janeiro, mas o movimento republicano estava em ebulição desde a década de 1870. Naquele momento, a ascensão econômica do Oeste paulista deu ensejo à conformação de uma nova força política com poucas relações com a corte e progressivamente mais afeita à república. Da mesma forma, o positivismo e novas correntes científicas europeias influenciavam as classes médias urbanas a favor da república, criando um novo polo de desgaste para a monarquia. Ou seja, ainda que a ação dos militares tenha sido precipitada em pouco tempo, havia todo um longo desgaste da monarquia - em crises como a Questão Militar, a Questão Religiosa e a Questão da Escravidão - associado a uma ascensão do pensamento republicano. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • b)  Foi um golpe militar sem a participação das elites civis ou do povo da jovem nação que, como sugeriu Aristides Lobo, assistiu a tudo bestializado.

O erro da alternativa está em eliminar a participação das elites civis do golpe de Estado de 1889. Logo no primeiro gabinete do governo provisório, havia intensa participação de importantes nomes civis como Campos Sales, Quintino Bocaiúva e Rui Barbosa. Ou seja, ainda que os militares tenham protagonizado o golpe, não se pode dizer que os civis estavam completamente apartados do processo. Alternativa errada.

 
  • c)  Tornou-se possível graças ao depauperamento do Império e impôs-se com completa aceitação, sem resistências, como afirmou o Barão de Lucena.

De fato, conforme comentado acima, a monarquia brasileira passou por um longo processo de desgaste político, bem como a ascensão de forças republicanas associadas a uma nova elite econômica. No entanto, não se pode falar que a instalação da república se daria com completa aceitação. Lembre-se o estudante que houve pontos de fidelidade à monarquia, sendo a Guerra de Canudos o sintoma mais extremado dessas resistências. Alternativa errada.

 
  • d)  Pode-se considerá-la obra de Deodoro da Fonseca, um de seus principais articuladores, responsável pela conspiração que anulou toda a oposição ao golpe.

Deodoro da Fonseca, de fato, proclamaria a república em 15 de novembro de 1889, mas sua ação estaria mais relacionada com a crise entre o Exército e o Poder Executivo da monarquia. A queda da monarquia em si não foi propriamente uma grande articulação, mas sim um movimento de deposição do gabinete que se tornaria um golpe de Estado contra a monarquia. Os principais articuladores da república, como já explicado, estavam entre as classes médias urbanas e as novas lideranças econômicas de São Paulo e de Minas Gerais. Além disso, não se pode falar que toda forma de oposição ao golpe tenha sido anulada no momento da proclamação. Alternativa errada.

  

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.

819) A proclamação da República do Brasil, em 15 de novembro de 1889, se deu entre outros fatores por uma questão de transformação da economia do país. Seria uma dessas transformações:

  • A) a criação da Presidência do Conselho de Ministros, que fortaleceu o poder regional e enfraqueceu o Imperador.

  • B) o grande crescimento da classe operária junto à indústria, gerando uma oposição política ao governo imperial.

  • C) a contínua diminuição no uso de mão de obra escrava, que criou mudanças significativas no modo de produção e na sociedade no país.

  • D) a cada vez menor dependência dos produtos industrializados ingleses, o que fortaleceu o mercado interno.

  • E) o enfraquecimento do exército nacional, desgastado após um longo período de guerras e repressões de revoltas.

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A resposta correta é a letra C) a contínua diminuição no uso de mão de obra escrava, que criou mudanças significativas no modo de produção e na sociedade no país.

Essa alternativa é correta porque a abolição da escravatura em 1888, com a Lei Áurea, e a subsequente proibição do tráfico de escravos em 1850, levaram a uma transformação na economia brasileira. A mão de obra escrava, que era a base da economia colonial e imperial, começou a ser substituída por mão de obra assalariada, o que mudou a forma como as fazendas e indústrias produziam.

Essa mudança também teve impacto na sociedade, pois os ex-escravos se tornaram libertos e começaram a lutar por seus direitos e melhorias nas condições de vida. Além disso, a abolição da escravatura também contribuiu para a crise do Império, que já estava enfraquecido, e criou um ambiente propício para a proclamação da República em 1889.

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820) Derrubada a monarquia, uma assembléia constituinte elaborou a primeira constituição republicana. Analise as afirmativas abaixo e marque a opção correta.

  • A) Somente I, II e V estão corretas.

  • B) Somente III, IV e V estão corretas.

  • C) Somente III, IV e VI estão corretas.

  • D) Somente I, III e IV estão corretas.

  • E) Somente I, II e IV estão corretas.

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A alternativa correta é letra D) Somente I, III e IV estão corretas.

Gabarito: ALTERNATIVA D

  

Derrubada a monarquia, uma assembleia constituinte elaborou a primeira constituição republicana. Analise as afirmativas abaixo e marque a opção correta.

 
  • I. A Constituinte estabeleceu o sistema federativo de governo.

A questão federativa era uma das mais importantes entre as lideranças civis do pensamento republicano no final do século XIX. As décadas de domínio monárquico foram marcadas pela centralização dos poderes, o que alijava muitas elites da organização da vida política. Assim, a transição para o federalismo foi logo garantida em nossa primeira Constituição republicana, em contraste com a forma unitária de Estado da Constituição de 1824. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

 
  • II. A Constituinte estabeleceu a ligação entre o Estado e a Igreja Católica.

A Constituição de 1824, que vigorou durante todo o período monárquico, estabelecia o catolicismo como religião oficial do Estado brasileiro; bem como fazia do alto clero católico funcionários públicos de alta casta nomeados pelo Imperador. Seguindo o Positivismo, a Constituição republicana brasileira rompia com essas práticas, estabelecendo o Estado laico e garantindo a liberdade de culto. Afirmativa falsa.

 
  • III. A Constituinte estabeleceu o poder de intervenção do governo central nos estados em certas situações.

Apesar da grande preocupação quanto à forma federativa e ao respeito aos poderes estaduais, a Constituição ressalvava alguns casos em que era possível intervir para garantir as fronteiras nacional e o cumprimento de preceitos constitucionais básicos. No entanto, era competência privativa do Congresso Nacional, estabelecendo ritos estreitos para a realização. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

 
  • IV. A Constituinte estabeleceu a possibilidade de contratação de empréstimos no exterior diretamente pelos estados-membros.

A capacidade de endividamento externo estadual também foi uma decorrência direta do federalismo da República. Com uma engenharia institucional que privilegiava a autonomia dos estados, havia relativamente pouco espaço para políticas públicas federalizadas, privilegiando as organizações estaduais. A contratação de créditos internacionais, ainda que consistisse numa série problemas para a União, poderia ser admitida pelas constituições estaduais, que, via de regra, reproduziam a estrutura federal, que impunha a obrigação de autorização legislativa para a tomada de empréstimos. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

 
  • V. A Constituinte estabeleceu o voto feminino.

Ainda que não vetasse expressamente, a Constituição de 1891 não garantia o voto feminino. Esse silêncio, na prática, equivalia a uma vedação da participação eleitoral feminina. O sufrágio feminino só seria estabelecido no Brasil pelo Código Eleitoral de 1932, que também encerrou o voto censitário. Afirmativa falsa.

 
  • VI. A Constituinte estabeleceu o voto para os analfabetos.

O mais grave daorganização do poder republicano estava na dramática estreiteza da noção de cidadania brasileira: num país de analfabetos legados à vida rural dos interiores, negava-se-lhes o direito à representação política ao mesmo tempo em que assegurava o protagonismo político às oligarquias rurais. A Constituição de 1891 proibia expressamente a participação de analfabetos na vida eleitoral, bem como excluía algumas profissões. Atônita, as grandes massas, não raro, sequer dispunham de recursos simbólicos para compreender as medidas dos governos republicanos - e muito menos para tentar tomar parte de fato dos negócios públicos. Afirmativa falsa.

 

Assim, são verdadeiras as afirmativas I, III e IV.

 

a)  Somente III e estão corretas.

b)  Somente IIIIV V estão corretas.

c)  Somente IIIIV VI estão corretas.

d)  Somente I, III e IV estão corretas.

e)  Somente III IV estão corretas.

 

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA D.

1 80 81 82 83 84 94