Questões Sobre Primeira República - História - concurso

A alternativa correta é letra B) que tem início com a proclamação da República, sendo também identificado como Primeira República e marcado pelo predomínio de oligarquias no poder, a exemplo das elites cafeeiras de São Paulo e de Minas Gerais.

Vamos analisar cada alternativa, para identificar a qual período da história do Brasil o termo "república oligárquica" se refere.

A) dos primeiros anos do regime republicano, também denominado de República da Espada, em que predominou o uso da força por tropas tenentistas que detinham o poder regionalmente e eram reconhecidas como oligarquias locais.

INCORRETO. A República da Espada é um termo utilizado para se referir aos primeiros anos da República no Brasil, de 1889 até 1894, quando o país foi governado por militares. No entanto, não é nesse período que o termo "república oligárquica" é aplicado. As oligarquias locais, embora existissem, não eram as forças predominantes no cenário político nacional. Além disso, os tenentes, que são citados na alternativa, só ganharam relevância política nas décadas de 1920 e 1930, muito depois da República da Espada.

B) que tem início com a proclamação da República, sendo também identificado como Primeira República e marcado pelo predomínio de oligarquias no poder, a exemplo das elites cafeeiras de São Paulo e de Minas Gerais.

CORRETO. A "república oligárquica" é um termo utilizado para se referir ao período da Primeira República (1889-1930), especialmente após o fim da República da Espada, quando o poder político no Brasil estava concentrado nas mãos das elites agrárias, principalmente as oligarquias cafeeiras de São Paulo e Minas Gerais. Durante esse período, a política dos governadores permitiu que essas oligarquias mantivessem o controle sobre o poder político em seus respectivos estados, enquanto apoiavam o governo federal.

C) entre 1899 e o fim do Estado Novo, fase da história em que o Brasil não teve uma república democrática e sim um longo regime populista marcado pelo autoritarismo e pela predominância dos interesses oligárquicos, bem como práticas políticas condenáveis, como o coronelismo.

INCORRETO. O termo "república oligárquica" não se aplica a todo o período entre 1899 e o fim do Estado Novo. O Estado Novo (1937-1945) foi um período de ditadura liderada por Getúlio Vargas, e não se caracterizou pela predominância de oligarquias regionais, mas sim pelo fortalecimento do poder central.

D) que começa com a decadência do Império e se encerra com a Revolução do 1930, fase de predomínio da oligarquia composta por descendentes da Coroa, que introduziu a política dos governadores e nomeou Interventores nos estados da federação.

INCORRETO. A "república oligárquica" não foi dominada por descendentes da Coroa. Como mencionado anteriormente, as elites que dominaram esse período foram, principalmente, as oligarquias cafeeiras de São Paulo e Minas Gerais.

E) entre o golpe militar denominado proclamação da República e o advento da chamada Nova República, em 1988, uma vez que a maioria dos historiadores entende que esse foi um longo período em que a oligarquia em questão se referia ao exército, representado, de inicio, por marechais e, ao fim, por generais.

INCORRETO. O termo "república oligárquica" não se aplica a todo o período entre a proclamação da República e a Nova República. Como mencionado anteriormente, ele se refere especificamente ao período da Primeira República, após a República da Espada e antes da Revolução de 1930.

Portanto, a alternativa correta é a LETRA B.

A alternativa correta é letra E) I, II e III.

Gabarito: Letra E

As afirmativas I, II e III estão corretas.

vamos comentar as assertivas.

I. Os republicanos brasileiros, de orientação francesa, se inspiraram no uso de alegorias femininas para veicular ideais liberais, como a Marianne, vestida à romana, com túnica, sandálias e barrete frígio jacobino. (CORRETA)

José Murilo de Carvalho em seu livro "A formação das almas: imaginário da República no Brasil" aponta que a figura feminina passou a representar a República Francesa em oposição à monarquia desde 1792, quando o novo governo foi instalado após a queda do rei Luís XVI. A alegoria da mulher era associada aos ideais de liberdade e da pátria e que um pouco antes da proclamação da Terceira República francesa (1870) surgiu a figura popular da Marianne, que representaria o ideal republicano. Marianne foi recuperada pelos republicanos brasileiros e foi divulgada com uma mulher que se vestia como uma romana, com túnica, sandálias e o barrete frígio dos jacobinos.

II. A figura feminina possuía um aspecto belicoso, indicado pelas armas que empunha e pelos louros da vitória encimados na bandeira do novo regime, em homenagem aos vitoriosos do 15 de novembro. (CORRETA)

Na charge de Pereira Neto a figura da república possui um aspecto guerreiro, e, segundo José Murilo de Carvalho, lembra muito a deusa Atena. Essa comprovação do caráter bélico pode ser expressa na espada que ela traz na mão direita, no escudo na mão esquerda e nos louros da vitória encimados na bandeira do novo regime. Trata-se de uma homenagem da revista aos participantes da Proclamação da República, ocorrida em 15 de novembro de 1889.

III. O visconde de Ouro Preto foi representado ajoelhado no ato de entrega do poder à República (a coroa), sustentada pelos militares, indicando que a nação brasileira alcançará o progresso sem guerra, em sintonia com a ideologia positivista. (CORRETA)

Na charge podemos notar um homem ajoelhado entregando a coroa à República. O homem é o Visconde de Ouro Preto, último ministro do gabinete de D. Pedro II e que foi derrubado com o golpe da República. Atrás da República observamos o Marechal Deodoro e outros militares reunidos. Toda essa cena parece indicar que a República brasileira embora esteja vestida com elementos bélicos se fez sem qualquer guerra e o representante da monarquia parece aceitar o novo governo entregando a coroa imperial à mulher em sinal de reverência.

Referência:

CARVALHO, José Murilo de. A formação das almas: O imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

A alternativa correta é letra C) teve por objetivo principal o estímulo da atividade industrial.

Gabarito: Letra C

A questão versa a respeito da política econômica praticada pelo governo provisório instalado logo no início da Primeira República e que pelos seus resultados ficou conhecida como encilhamento. Analisemos as alternativas em busca da afirmativa correta.

a)  teve como objetivo defender os interesses do café.
 

Alternativa Incorreta: A política que ficou conhecida como encilhamento não pretendia defender os interesses do café, mas sim desenvolver o setor industrial, inclusive muitos cafeicultores protestaram desde o início contra essa política econômica.

b)  adotou de forma pioneira medidas que defendiam o livre cambismo.
 

Alternativa Incorreta: A adoção de medidas que defendiam o livre cambismo não estiveram no centro dessa política econômica empreendida por Rui Barbosa enquanto ministro da Fazenda.

c)  teve por objetivo principal o estímulo da atividade industrial.
 

Alternativa Correta: A política de reforma financeira desenvolvida por Rui Barbosa, ministro da Fazenda do governo provisório de Deodoro da Fonseca (1889-1891), iniciada em janeiro de 1890, e que recebeu o nome de Encilhamento devido à especulação desenfreada por ela produzida, visava o estímulo ao crescimento econômico através da expansão da indústria. Para isso, emitiu uma autorização permitindo a determinados bancos conceder créditos a qualquer pessoa que desejasse abrir uma empresa, e mobilizou a impressão de uma vultuosa quantidade de papel moeda para cobrir esses empréstimos, porém os resultados foram desastrosos e a política não produziu o efeito desejado.

d)  reduziu as tarifas de importações.
 

Alternativa Incorreta: A redução de tarifas de importações não esteve entre as medidas tomadas pela política econômica empreendida por Rui Barbosa enquanto ministro da Fazenda.

e)  foi bem-sucedida com relação aos seus objetivos financeiros.

Alternativa Incorreta: A política conhecida como Encilhamento não foi bem sucedida em relação aos seus objetivos financeiros, pois visava estimular o crescimento econômico, mas gerou especulação financeira e uma inflação descontrolada.

Referências:

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3 .1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

A alternativa correta é letra A) livres, instruídos, com boa renda, nacionais ou naturalizados, deixando de lado os frades, os pobres, os analfabetos e as mulheres.

Gabarito: Letra A

Trata-se de uma questão de interpretação.

A Constituição de 1891 é apenas um dos retratos da contradição do regime republicano. Projeto vencedor de um grupo que ditaria a economia e a política até 1930.

A ideia de “República” é a de ser “a coisa pública”, do público, do povo. Mas boa parte dos intelectuais republicanos entendiam que o povo não era formado por aqueles de classe mais baixa, brancos pobres, analfabetos, ex-escravos e imigrantes pobres.

Outra contradição é a república ser representada por uma imagem de uma mulher, mas as mulheres eram excluídas de direitos durante boa parte do período republicano.

Portanto, era cidadão de fato e de direito: homens livres, instruídos e com renda, naturais ou naturalizados.

A alternativa correta é letra A)  ausência de participação popular no processo de queda da Monarquia.

Gabarito: Letra A

A queda do regime monárquico e a proclamação da República ocorreram praticamente sem a participação popular. O movimento contou com a participação de militares, intelectuais e políticos e tudo aconteceu num clima de ordem e concórdia entre as elites. A ideia, ao que tudo indica, era a de transformar a forma de governo sem que houvesse revolução, por isso, a população não foi convocada a participar desse processo.

Um relato que ficou famoso nesse sentido, foi o do jornalista e ministro do primeiro governo republicano Aristides Lobo que afirmou que o povo assistiu a tudo “bestializado” acreditando que o movimento de tropas conduzido por Deodoro da Fonseca na manhã do dia 15 de novembro de 1889 fosse apenas uma parada militar. Tal expressão utilizada pelo jornalista à época expressa a ausência popular nas movimentações em torna da proclamação.

O texto indicado na questão traça o mesmo caminho da frase de Aristides Lobo, buscando demonstrar o quanto a população esteve alheia a esse episódio da história brasileira.

Por que as demais estão incorretas?

Essa questão pede que se interprete o texto indicado para a reflexão, as demais alternativas fogem do sentido e significado do texto oferecido para interpretação.

Letra B: tensão social envolvida no processo de instauração do novo regime.

Pelo contrário, sem a participação popular, o processo de instauração do novo regime ocorreu sem muitas tensões, num clima de concordância e ordem.

Letra C: mobilização de setores sociais na restauração do antigo regime.

Não houve uma mobilização de setores sociais visando a restauração do antigo regime (monarquia brasileira). Até porque, de acordo com o relato de Aristides Lobo, a população ficou sem entender o que realmente estava acontecendo no dia da proclamação.

Letra D: temor dos setores burocráticos com o novo regime.

O texto indicado pela questão não faz nenhuma referência a um temor de setores burocráticos com o regime republicano, o que ele mostra é o alheamento da população durante a proclamação da República.

Letra E: demora na consolidação do novo regime.

Apesar dos primeiros anos de turbulência do novo regime, este não disputou espaço com a monarquia, visto que a partir da proclamação da República o novo regime foi instituído e a monarquia saiu de cena no Brasil. Além disso, o texto indicado pela questão não faz nenhuma referência a uma demora na consolidação do regime republicano e sim ao alheamento da população durante a proclamação do mesmo.

Referências:

AZEVEDO, Gislane Campos e SERIACOPI, Reinaldo. História: volume único. São Paulo: Ática, 2005.

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

A alternativa correta é letra C) de trabalhar em função do Executivo e distorcer o resultado das urnas, se necessário, aprovando nomes da situação e impondo obstáculos aos opositores.

Gabarito Letra C

(De trabalhar em função do Executivo e distorcer o resultado das urnas, se necessário, aprovando nomes da situação e impondo obstáculos aos opositores.)

Como nessa época não existia uma Justiça Eleitoral independente que averiguasse possíveis irregularidades nas eleições, quem julgava os resultados eleitorais era a Comissão Verificadora no Congresso Nacional, comissão que estava associada ao esquema de alianças e clientelismo que vigorou durante a Primeira República.

Assim, agindo em consonância com os interesses do grupo político dominante, essa comissão poderia distorcer os resultados da urna, impugnando a eleição de um candidato oposicionista, sob a alegação de fraude, ou aprovando os nomes de deputados e senadores que apoiavam o governo.

Por que as demais estão incorretas?

Letra A: o clientelismo, ou seja, criar uma rede de favores públicos ao grupo de pessoas que demonstrava fidelidade aos coronéis.
 

O clientelismo, ou seja, a prática de premiar com favores públicos seus apadrinhados que demonstravam fidelidade política, era praticado pelos coronéis e não pela Comissão Verificadora do Congresso Nacional.

Letra B: unir, por meio de uma coligação, os proprietários rurais de todo país em torno de um único candidato, criando apenas um opositor fantoche.
 

Essa era a função da chamada política dos governadores ou política dos estados, que unia o governo federal aos governos dos estados, reproduzindo a lógica clientelista, de troca de favores, também a nível federal e estadual.

Letra D: criar documentos falsos para eleitores, adulterar urnas e manipular a contagem dos votos.

Quem criava documentos falsos para eleitores, adulterava urnas e manipulava a contagem dos votos eram os “coronéis”, chefes ou líderes políticos das cidades ou regiões em que viviam.

Referências:

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

A alternativa correta é letra A) Encilhamento.

Gabarito: ALTERNATIVA A

A Política de emissão de dinheiro em grande quantidade, que causou uma desenfreada especulação na Bolsa de Valores, durante o governo do marechal Deodoro da Fonseca, ficou conhecida como:

• a) Encilhamento.

Ministro da Fazenda do governo Deodoro da Fonseca, Ruy Barbosa estava plenamente imbuído das percepções positivistas acerca da necessidade de modernização geral do país - o que passava diretamente pelo pensamento republicano e pela industrialização. Estabelecida a república, tomou como prioridade incentivar a industrialização do país e, para isso, lançou mão de um plano, no mínimo arrojado e pouco cuidadoso. Entendendo que a oferta de crédito e de vantagens tributárias seriam suficientes para animar os agentes para a industrialização dentro das dinâmicas do mercado, Ruy Barbosa emitiu uma quantidade expressiva de papel-moeda, inundando o mercado financeiro brasileiro com crédito barato. Sem haver nenhuma regulamentação mais rígida, esses empréstimos acabaram convergindo para a especulação na bolsa de valores. Uma série de empresas fantasmas foram fundadas com capital aberto e o mercado financeiro entrou numa espiral especulativa de gravíssimas consequências inflacionárias. Com a moeda sendo depreciada e com a estagnação econômica, uma crise de confiança se seguiu de maneira a depreciar todos os ativos financeiros com uma velocidade esmagadora. Foi dado o nome de encilhamento porque os murmúrios dentro da bolsa de valores em meio ao pânico generalizado foram comparados ao barulho dos cavalos de corrida quando estão sendo encilhados. ALTERNATIVA CORRETA.

• b) Crise de 1929.

A Crise de 1929 ocorreu na Bolsa de Valores de Nova Iorque. Também foi uma crise de confiança que se alastrou muito rapidamente e contaminou praticamente todo o sistema. Como se tratava do centro financeiro mundial a crise teve alcance inédito até então, afetando todas as economias capitalistas. No entanto, por óbvio, não se deu durante o governo Deodoro da Fonseca (1889-1991) tampouco estava sob o controle do governo brasileiro. Alternativa errada.

• c) Crise Contestada.

A Guerra do Contestado (1912-1916) se desenrolou no interior dos estados de Santa Catarina e do Paraná durante os governos de Hermes da Fonseca e de Venceslau Brás. De características rurais, a revolta foi deflagrada pelo processo de desalojamento de grande número de famílias camponesas resultante da construção de uma estrada de ferro entre o Rio Grande do Sul e São Paulo. Alternativa errada.

• d) Queda do Banco do Brasil.

A crise do Banco do Brasil foi iniciada em 1821, quando D. João VI, retornando para Portugal, ordenou a retirada de todos os depósitos em ouro do banco ao mesmo tempo em que ampliou a base monetária brasileira. Com a moeda se desvalorizando rapidamente e sem fundos para honrar os saques, o banco ficou em péssima condição e acabaria sendo liquidado em 1829. Ou seja, ocorreu durante o reinado de D. Pedro I (1822-1831). Alternativa errada.

• e) Queda do Marechal de Ferro.

O epíteto Marechal de Ferro se refere a Floriano Peixoto, que sucedeu Deodoro da Fonseca na presidência brasileira. Peixoto recebeu este apelido por seus arroubos autocráticos e pelo firme enfrentamento à Revolta da Armada, o que inclusive gerava severas dúvidas sobre a transição do poder para o governo civil. No entanto, seguindo os ritos institucionais estabelecidos, o marechal entregou o poder em 15 de novembro de 1894 a Prudente de Moraes, primeiro presidente civil brasileiro. Alternativa errada.

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.