Referente à questão da vacina no Brasil, assinale a alternativa correta.
- A) A Revolta da Vacina foi de motivação popular, ocorrida em 1904 na cidade do Rio de Janeiro. Seu pretexto imediato foi uma lei que determinava a obrigatoriedade da vacinação contra a varíola, mas também é associada a outras causas, como as reformas urbanas que estavam sendo realizadas pelo prefeito Pereira Passos e as campanhas de saneamento lideradas pelo médico Oswaldo Cruz.
- B) Na Revolta da Vacina de 1904, o povo se indignou devido à falta de vacina para a varíola, já que a vacinação era obrigatória. Os protestos passaram a se dirigir aos serviços públicos em geral e aos representantes do governo, por não promoverem a vacinação.
- C) Desde as políticas públicas iniciadas em 1904 no Rio de Janeiro, que se estenderam a todo território nacional, conseguimos erradicar várias doenças, inclusive a varíola, o sarampo e a febre amarela.
- D) Doenças como rubéola, sarampo e caxumba podem ser vistas como comuns durante a infância e não causam complicações sérias em crianças e adultos. Por isso mesmo não é estritamente necessário tomar vacinas para tais doenças na atualidade como era no início do século XX.
- E) A Revolta da Vacina foi pertinente no começo do século passado e também é na atualidade, pois deve ser da opção dos pais que os filhos tomem vacina em uma sociedade democrática, até porque já foi comprovado que algumas vacinas podem provocar autismo.
Resposta:
A alternativa correta é letra A) A Revolta da Vacina foi de motivação popular, ocorrida em 1904 na cidade do Rio de Janeiro. Seu pretexto imediato foi uma lei que determinava a obrigatoriedade da vacinação contra a varíola, mas também é associada a outras causas, como as reformas urbanas que estavam sendo realizadas pelo prefeito Pereira Passos e as campanhas de saneamento lideradas pelo médico Oswaldo Cruz.
Gabarito: Letra A
A Revolta da Vacina foi de motivação popular, ocorrida em 1904 na cidade do Rio de Janeiro. Seu pretexto imediato foi uma lei que determinava a obrigatoriedade da vacinação contra a varíola, mas também é associada a outras causas, como as reformas urbanas que estavam sendo realizadas pelo prefeito Pereira Passos e as campanhas de saneamento lideradas pelo médico Oswaldo Cruz.
A Revolta da Vacina ocorreu no contexto das obras de modernização e saneamento da cidade do Rio de Janeiro durante o governo do presidente Rodrigues Alves.
Rodrigues Alves assumiu a presidência, em 1902, determinado a realizar obras de reforma e modernização da cidade do Rio de Janeiro que incluíam: o alargamento das principais ruas do centro, a construção da Avenida Central (Av. Rio Branco), a ampliação da rede de água e esgotos e a remodelação do porto.
Essa modernização, contudo, atingiu em cheio as populações mais pobres que viviam nas áreas centrais e foram desalojadas, passando a viver em barracos nos centros ou subúrbios.
Enfrentando uma série de problemas sociais (pobreza, demolição de cortiços, elevado número de desemprego), de saneamento (presença de mangues, lixo amontoado nas ruas, transmissão de doenças através de ratos e mosquitos) e de epidemias (febre amarela, peste bubônica e varíola) a população do Rio de Janeiro reagiu, entre 10 e 15 de novembro de 1904, ao autoritarismo do governo na condução das reformas e da vacinação.
A população revoltou-se contra a obrigatoriedade da vacina. A lei de vacinação obrigatória da varíola foi aprovada e introduzida sem a conscientização da população acerca dos benefícios da vacinação, conhecimento que ficou restrito a médicos e autoridades. Além de muitos não compreenderem como a introdução do vírus no organismo poderia evitar o contágio da doença, a lei de vacinação obrigatória esbarrava ainda nos valores morais da época, a partir dos quais a população entendia ser imoral que homens estranhos entrassem em suas casas e tocassem no corpo de suas mulheres e filhas.
Por que as demais estão incorretas?
Letra B: Na Revolta da Vacina de 1904, o povo se indignou devido à falta de vacina para a varíola, já que a vacinação era obrigatória. Os protestos passaram a se dirigir aos serviços públicos em geral e aos representantes do governo, por não promoverem a vacinação.
Na Revolta da Vacina de 1904 o povo se indignou devido à obrigatoriedade, e não à falta, da vacinação para a varíola.
Letra C: Desde as políticas públicas iniciadas em 1904 no Rio de Janeiro, que se estenderam a todo território nacional, conseguimos erradicar várias doenças, inclusive a varíola, o sarampo e a febre amarela.
Doenças como a varíola, o sarampo e a febre amarela, não foram erradicadas do Brasil devido as políticas públicas iniciadas em 1904. De janeiro de 2018 a janeiro de 2019, por exemplo, o Brasil registrou 10.274 casos confirmados de sarampo, demonstrando que essas doenças ainda marcam presença nos dias atuais.
Letra D: Doenças como rubéola, sarampo e caxumba podem ser vistas como comuns durante a infância e não causam complicações sérias em crianças e adultos. Por isso mesmo não é estritamente necessário tomar vacinas para tais doenças na atualidade como era no início do século XX.
Doenças como rubéola, sarampo e caxumba são comuns durante a infância e podem sim causar complicações sérias em crianças e adultos, por isso, a importância de se manter a vacinação em dia.
Letra E: A Revolta da Vacina foi pertinente no começo do século passado e também é na atualidade, pois deve ser da opção dos pais que os filhos tomem vacina em uma sociedade democrática, até porque já foi comprovado que algumas vacinas podem provocar autismo.
A Revolta da Vacina no começo do século passado baseou-se num desconhecimento da população sobre como funcionava o processo de vacinação e hoje em meio a tanta possibilidade de informação não tem razão para existir. A vacinação deve ser obrigatória por uma questão de saúde pública, visto que a falta de vacinação pode trazer vários riscos individuais como coletivo (como, por exemplo, epidemias devido à falta de vacinação geral da população). Além disso, a democracia é sobre coletividade e não apenas sobre uma vontade individual e a ideia de que as vacinas podem provocar autismo não passa de mito e desinformação, não tendo nenhuma comprovação científica.
Referências:
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
LABOISSIÉRE, Paula. "Brasil tem 10.274 casos confirmados de sarampo". Agência Brasil EBC. Publicado em 10 de janeiro de 2019. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2019-01/brasil-tem-10274-casos-confirmados-de-sarampo Acesso em: 30 de jun. de 2022.
VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.
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